Acessibilidade / Reportar erro

A study of the life history of Brazilian sardines, Sardinella aurita: I. distribution and abundance of sardine eggs in the region of Ilha Grande, Rio de Janeiro

Abstracts

Distribution and abundance of sardine eggs in the Ilha Grande region, Rio de Janeiro, Brazil, were studied during five cruises for the 1969 1970 period. Using the shipboard fertilized eggs and the planktonic eggs, morphological descriptions of Brazilian sardine eggs are given. Spawning occurs during the summer from September to March in the coastal water off Ilha Grande to Ilha de São Sebastião down to a depth of 100 meters. Spawning may take place a few hours prior to midnight. lt was noticed that spawning has a close relationship to an area of cold water up welling. Spawning groups are isolated and spawning is small in scale in this region. Temperature and salinity in the spawning area range between 18-24ºC and 35.1-35.9‰ respectively.


O presente trabalho apresenta um estudo da fase inicial do ciclo de vida da sardinha (Projeto SOL) e verifica o seu potencial re produtivo ("spawning power") na costa sul do Brasil. Cinco viagens à região da Ilha Gran de foram realizadas com o N/Oc. " Prof. W. Besnard" e barco "Emilia". Os resultados estão resumidos, a seguir: 1. Os ovos sao esféricos e o espaço pe rivitelino é amplo. O diâmetro medio dos ovos e de 1,18 mm, cuja distribuição é de 1,00 - 1,32 mm. O espaço perivitelino mede, em média, 0,143 mm, com distribuição entre 0,061-0,254 mm. Geralmente o glóbulo de oleo é único, porém, às vezes apresenta-se segmentado em dois ou três. O seu diâmetro médio é de 0,140 mm, com distribuição entre 0,091 0,182 mm. 2. Podemos supor que a hora de desova da sardinha, nesta região, é pouco antes da meia-noite. Os ovos coletados numa mesma área e num mesmo dia, provenientes de um mesmo grupo de "desovantes", foram classificados em grupos de sardinhas que desovaram na área durante uma viagem de pesquisa. O tamanho dos cardumes de sardinha "desovante" não é grande como os da sardinha da Califórnia. 3. A área de desova, sôbre a plataforma continental, estende-se desde a Ilha de São Sebastião até a Ilha Grande (não ultra passando a linha de profundidade de 100 m). Desova intensiva ocorre a sudoeste da Ilha de São Sebastião até o sul da Ponta de Juatinga. 4. A desova ocorre de setembro a março, sendo mais intensa durante o verão. 5. O numero total estimado de ovos resultante da desova de dois cardumes foi de 8,24 x 10(9) para um e de 9.78 x 10(9) para outro, para a viagem de janeiro de 1970. 6. A desova ocorre em água da plataforma, de temperature entre 18-24ºC e salinidade 35,1 - 35,9‰. A desova está em relação íntima com água fria de fundo, que ressurge até perto da superfície.


A study of the life history of Brazilian sardines, Sardinella aurita. I. Distribution and abundance of sardine eggs in the region of Ilha Grande, Rio de Janeiro

Yasunobu Matsuura

Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo

SYNOPSIS

Distribution and abundance of sardine eggs in the Ilha Grande region, Rio de Janeiro, Brazil, were studied during five cruises for the 1969 1970 period. Using the shipboard fertilized eggs and the planktonic eggs, morphological descriptions of Brazilian sardine eggs are given.

Spawning occurs during the summer from September to March in the coastal water off Ilha Grande to Ilha de São Sebastião down to a depth of 100 meters. Spawning may take place a few hours prior to midnight. lt was noticed that spawning has a close relationship to an area of cold water up welling. Spawning groups are isolated and spawning is small in scale in this region. Temperature and salinity in the spawning area range between 18-24ºC and 35.1-35.9‰ respectively.

RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo da fase inicial do ciclo de vida da sardinha (Projeto SOL) e verifica o seu potencial re produtivo ("spawning power") na costa sul do Brasil. Cinco viagens à região da Ilha Gran de foram realizadas com o N/Oc. " Prof. W. Besnard" e barco "Emilia".

Os resultados estão resumidos, a seguir:

1. Os ovos sao esféricos e o espaço pe rivitelino é amplo. O diâmetro medio dos ovos e de 1,18 mm, cuja distribuição é de 1,00 - 1,32 mm. O espaço perivitelino mede, em média, 0,143 mm, com distribuição entre 0,061-0,254 mm. Geralmente o glóbulo de oleo é único, porém, às vezes apresenta-se segmentado em dois ou três. O seu diâmetro médio é de 0,140 mm, com distribuição entre 0,091 0,182 mm.

2. Podemos supor que a hora de desova da sardinha, nesta região, é pouco antes da meia-noite. Os ovos coletados numa mesma área e num mesmo dia, provenientes de um mesmo grupo de "desovantes", foram classificados em grupos de sardinhas que desovaram na área durante uma viagem de pesquisa. O tamanho dos cardumes de sardinha "desovante" não é grande como os da sardinha da Califórnia.

3. A área de desova, sôbre a plataforma continental, estende-se desde a Ilha de São Sebastião até a Ilha Grande (não ultra passando a linha de profundidade de 100 m). Desova intensiva ocorre a sudoeste da Ilha de São Sebastião até o sul da Ponta de Juatinga.

4. A desova ocorre de setembro a março, sendo mais intensa durante o verão.

5. O numero total estimado de ovos resultante da desova de dois cardumes foi de 8,24 x 109 para um e de 9.78 x 109 para outro, para a viagem de janeiro de 1970.

6. A desova ocorre em água da plataforma, de temperature entre 18-24ºC e salinidade 35,1 - 35,9‰. A desova está em relação íntima com água fria de fundo, que ressurge até perto da superfície.

Full text available only in PDF format.

Texto completo disponível apenas em PDF.

ACKNOWLEDGEMENTS

The author is indebted to Prof. Gelso Vazzoler for valuable advice and encourage ment on the project, to Prof. Argeo Magliocca and Prof. Luiz B. Miranda for analysis of physical and chemical data, to Mr. Ademar D. Torrano and Miss Neuza das Graças Santos, laboratory assistants,for sorting eggs and larvae, to Mr. Zairo F. Pinto for drawing the figures of eggs, to Captain A. Godoi and other crews of the R/V "Prof. W. Besnard" and R/V "Emilia" for sampling the material and to other staff members of the Oceano graphic Institute.

I wish to thank Prof. Frank Shaffer for his kindness in correcting the manuscript and also wish to thank Dra. Marta Vannucci for her support on the Project.

This study was made while the author was on a Ford Foundation fellowship at the Instituto Oceanógrafico da Universidade de São Paulo.

(Received 3/19/1971)

  • AHLSTROM, E. H. 1943. Studies on the Pacific pilchard or sardine, Sardinops caerulea. 4. Influence of temperature on the rate of development of pilchard eggs in nature. Spec scient. Rep. U.S. Fish Wildl. Serv., no. 23, 26 p.
  • ______ 1959. Vertical distribution of pelagic fish eggs and larvae off California and Baja California. Fishery Bull. U.S. Fish Wildl. Serv., no. 161, p. 106-146.
  • BESNARD, W. 1950. Nota preliminar sôbre uma particularidade da biologia de Sardinella aurita da costa brasileira. Bolm Inst. paul. Oceanogr., vol. 1, no. 1, p. 69-79.
  • BLAXTER, J. H, S. & HOLLIDAY , F. G. T. 1963. The behaviour and physiology of herring and other clupeids. In: RUSSELL, F, S., ed. - Advances in marine biology. London, Academic Press, vol. 1, p. 261-393.
  • D'ANCONA, U. 1937. Uova, larve e stadi giovanili di teleostei. Fauna Flora Golfo Napoli, Monogr. no. 38, part 1, p. 1-16.
  • DELSMAN, H. C. 1926. Fish eggs and larvae from the Java Sea. Treubia, vol. 8, no. 3/4, p. 199-239.
  • EMÍLSSON, I. 1961. The shelf and coastal waters off southern Brazil. Bolm Inst, oceanogr., vol. 11, no.2, p. 101-112.
  • ITO, S. 1958. On the relation between temper ature and the incubation time of sardine, Sardinops melanos - ticta. Rep. Japan Sea reg. Fish. Res. Lab., vol. 1, no. 4, p. 25-31. (In Japanese).
  • ______ 1961. Fishery biology of the sardine, Sardinops melanostiota (T. & S) in the waters around Japan. Bull. Japan Sea reg. Fish. Res. Lab., no. 9, p. 1-228. (In Japanese).
  • KAMIYA, N. 1916. Pelagic fish eggs and larvae in Tateyama bay. Suiko-shiho, vol. 11, no. 5, p. 1-92. (in Japanese)
  • MORAES, M. N. 1963. Observances sôbre a biologia da sardinha e sua captura ao longo da costa sul do Brasil de 1959-1961. Bolm Ind. anim. , n.s., vol. 21, no. único, p. 3-16.
  • NAKAI, Z. 1962. Studies on influence of environmental factors upon fertili zation and development of the Japanese sardine eggs. Bull. Tokai reg. Fish. Res. Lab., no.9, p. 109-150.
  • RICHARDSON, I. D. et all. 1959. Report on sardine investigations in Brazil. FAO. Experience paper, no. 13, 7 p.
  • RICHARDSON, I. D. & SADOWSKY, V. 1960. Note on the sampling of sardine (Sardinella allecia) at Cananéia, State of São Paulo, Brazil. Bolm Inst, oceanogr., vol. 11, no. 1, p. 87-97.
  • SETTE, O. E & AHLSTROM, E. H. 1948. Estimations of abundance of the eggs of the Pacific pilchard (Sardinops caerulea) off southern California during 1940 and 1941. J. mar. Res., vol. 8 , no. 3, p. 511-542.
  • SILLIMAN, R , P . 1943. Studies on the Pacific pilchard or sardine, Sardinops caerulea 6. Thermal and diurnal changes in the vertical distribution of eggs and larvae. Spec.scient. Rep. D.S. 'Fish Wildl. Serv., no. 22, 17 p.
  • SUDEPE. 1969. Principais espécies de pescado desembarcado no ano 1968. Pesca Pesq., vol. 2, no. 1, p. 39.
  • SIMPSON, J. G. & GONZALES, G. G. 1967. Some aspects of the early life history and environment of the sardine, Sardinella anchovia, in eastern Venezuela. Inv. Pesq., ser. Rec. Explot. Pesq., vol.1, no. 2, p. 39-93.
  • VAZZOLER, A. E. A. de M. & VAZZOLER, G. 1965. Relation between condition factor and sexula development in Sardinella aurita ( Cuv. & Valo 1847). Anais Acad. bras. Cienc., vol 37, supl, p.353-359.
  • VOLODIM, V. M. 1956. Embryonic development of the autumn Baltic herring and their oxygen requirement during the course of development. Fish. Res. Bd Can., Transl. series no. 2 no. 252. Vop. Ikhtiol., no.7, p. 123-133. (In Russian).
  • UNESCO. 1966. Reports of ICES SCOR-UNESCO Symposium of hydrodinamics of plankton samplers and the Meeting of Working Party 3.

Publication Dates

  • Publication in this collection
    12 June 2012
  • Date of issue
    1971

History

  • Received
    19 Mar 1971
Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo Praça do Oceanográfico, 191, 05508-120 São Paulo SP Brasil, Tel.: (55 11) 3091 6513, Fax: (55 11) 3032 3092 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: amspires@usp.br