Acessibilidade / Reportar erro

Acesso à tecnologia biomédica: perspectiva bioética dos enfermeiros portugueses

Access to biomedical technology: bioethics perspective of Portuguese nurse's

El acceso a la tecnología biomédica: perspectiva bioética de los enfermeros portugueses

Resumos

Atualmente, as sociedades industrializadas são caracterizadas pela diminuição da taxa de natalidade, envelhecimento populacional e aumento das doenças crônicas e degenerativas. Verifica-se incremento nos gastos do setor saúde, colocando problemas de financiamento. Conceitos como avaliação tecnológica em saúde e implementação de critérios de alocação de recursos são apontados como hipóteses de resolução desse problema. Com os objetivos de identificar e analisar os princípios éticos e os fatores relacionados com a política de saúde, que podem limitar ou não a decisão de acesso à tecnologia biomédica, foi realizado um survey. Concluímos que os enfermeiros consideram que deve ser realizada avaliação tecnológica em saúde, bem como uma avaliação dos resultados decorrentes de sua utilização. A universalidade no acesso e a igualdade de oportunidades devem ser garantidas. O acesso à tecnologia deve ser decidido pelos profissionais fundamentando o paternalismo e o racionamento implícito. Refutam a prática da distanásia.

Tecnologia biomédica; Alocação de recursos; Equidade; Paternalismo


Nowadays, industrialized societies are characterized by the lower birth rate, increase in ageing population and increase in chronic and degenerative diseases. An increase in health care expenditures is seen, observing financing issues. Concepts such as health care sector technological assessment and the implementation of criteria for resource allocation are seen as possibilities for solving this problem. Aiming at identifying and addressing the ethic principals and other factors related to health care policy, that might or not limit the decision to have access to biomedical technology and for this purpose, a survey was done. We concluded that nurses consider that health technology assessment should be carried out, and so should an evaluation of the results arising from their use. The universality of access and equality of opportunities must be guaranteed. Access to technology should be decided by the professional, justifying the paternalism and implicit rationing. They refute the practice of dysthanasia.

Biomedical technology; Resource Allocation; Equity; Paternalism


Actualmente las sociedades industrializadas se caracterizan por la disminución de la tasa de natalidad, población envejecida y aumento de enfermedades crónicas y degenerativas. Anualmente se constata un incremento en los costes del área de la salud, atendiendo a problemas de financiación. Se apunta a la evaluación tecnológica en salud y a la implementación de criterios de gestión de recursos como las opciones para resolver este problema. Nuestros objetivos fueron identificar y analizar los principios éticos y los factores relacionados con la política de salud, que pueden limitar o no la decisión de acceder a la tecnología biomédica, realizando para ello un survey. Concluimos que los enfermeros consideran que se debe realizar una evaluación tecnológica en salud y del mismo modo una evaluación de los resultados obtenidos de su aplicación. Se deben garantizar tanto la universalidad en el acceso como la igualdad de oportunidades. El acceso a la tecnología debe ser decidido por los profesionales fundamentando el paternalismo y el racionamiento implícito. Objetan la práctica de la distanasia.

Tecnología biomédica; Asignación de recursos; Equidad; Paternalismo


  • 1
    Moynihan R, Henry D. The fight against disease mongering: generating knowledge for action. PLOS Med. 2006;3(4):e191. doi:10.1371/journal.pmed.0030191
  • 2
    Pinho MM, Veiga P. Racionamento dos cuidados de saúde e a participação da sociedade: revisão do debate. Rev Port Sau Pub. 2010;28(2):119-26.
  • 3
    Pinho MM. Fórum: racionamento dos cuidados de saúde: introdução. Cad Saúde Pública. 2008;24(3):687-9.
  • 4
    Fortes PAC. Reflexão bioética sobre a priorização e o racionamento de cuidados de saúde: entre a utilidade social e a equidade. Cad Saúde Pública. 2008;24(3):696-701.
  • 5
    Szczepura A, Kankaanpää J, editores. Assessment of health care technologies: case studies, key concepts and strategic issues. England: John Wiley & Sons; 1996.
  • 6
    Goodman C. HTA 101: introduction to health technology assessment. [Internet]. Bethesda: National Library of Medicine; 2004 (acesso 14 fev. 2011). Disponível: http://www.nlm.nih.gov/nichsr/hta101/hta101.pdf
  • 7
    Leys M. Health care policy: qualitative evidence and health technology assessment. Health Policy. 2003;65(3):217-26.
  • 8
    Rosenberg W, Donald A. Evidence based medicine: an approach to clinical problem-solving. BMJ. 1995;310:1.122-6.
  • 9
    Sackett DL, Rosenberg WMC, Gray JAM, Haynes RB, Richardson WS. Evidence based medicine: what it is and what it isn't. BMJ. 1996;312:71.
  • 10
    Pinho MM. Racionamento dos cuidados de saúde: problemática inerente. Cad Saúde Pública. 2008;24(3):690-5.
  • 11
    Holm S. "Socialized medicine", resource allocation and two-tiered health care: the Danish experience. J Med Philos. 1995;20(6):631-7.
  • 12
    Mechanic D. Dilemmas in rationing health care services: the case for implicit rationing. BMJ. 1995;310:1.655-9.
  • 13
    Tragakes E, Vienonen M. Key issues in rationing and priority setting for health care services. Copenhagen: WHO; 1998.
  • 14
    Callahan D. Rationing: theory, politics, and passions. Hastings Cent Rep. 2011;41(2):23-7.
  • 15
    Strech D, Persad G, Marckmann G, Danis M. Are physicians willing to ration health care? Conflicting findings in a systematic review of survey research. Health Policy. 2009;90(2-3):113-24.
  • 16
    Evans TW, Nava S, Mata GV, Guidet B, Estenssoro E, Fowler R et al Critical care rationing: international comparisons. Chest. 2011;140(6):1.618-24.
  • 17
    Hurst SA, Hull SC, DuVal G, Danis M. Physicians' responses to resource constraints. Arch Intern Med. 2005;165(6):639-44.
  • 18
    Sabik L, Lie R. Prioritiy setting in health care: lessons from the experience of eight countries. Int J Equity Health. 2008;7(4). doi: 10.1186/1475-9276-7-4
  • 19
    Botelho A, Pinho MM, Veiga P. Who and how should participate in health care priority setting? Evidence from a portuguese survey. Lisboa: Universidade do Minho; 2011. (Working Paper Series; 43)
  • 20
    Mossialos E, King D. Citizens and rationing: analysis of a european survey. Health Policy. 1999;49(1-2):75-135.
  • 21
    Werntoft E, Edberg AK, Rooke L, Hermerén G, Elmståhl S, Hallberg IR. Older people's views of priorization in health care: the applicability of an interview study. J Clin Nurs. 2005;14(8b):64-74.
  • 22
    Daniels N. Justice between adjacent generations: further thoughts. Journal of Political Philosophy. 2008;16(4):475-94.
  • 23
    Callahan D. Setting limits: medical goals in an aging society with "a response to my critics". Washington: Georgetown University Press; 1995.
  • 24
    Maynard A. Rationing health care. BMJ. 1996;313(7.071):1.499.
  • 25
    Williams A. Rationing health care by age: the case against for. BMJ. 1997;314:822. doi: http://dx.doi.org/10.1136/bmj.314.7083.822
  • 26
    Fleck LM. Just caring: in defence of limited age-based healthcare rationing. Camb Q Healthc Ethics. 2010;19(1):27-37.
  • 27
    Ryynänen OP, Myllykangas M, Kinnunen J, Halonen P, Takala J. Priorization attitudes among doctors and nurses examined by a scenario method. Int J Technol Assess Health Care. 2000;16(1):92-9.
  • 28
    Fernandes JV, Barros PP, Fernandes AC. Três olhares sobre o futuro da saúde em Portugal. Cascais: Princípia; 2011. p. 104.
  • 29
    Pessini L. Distanásia: até quando prolongar a vida? 2ª ed. São Paulo: Loyola; 2007. p. 430.
  • 30
    Jonas H. El principio de responsabilidad: ensayo de una ética para la civilización tecnológica. Barcelona: Editorial Herder; 1995. p. 202.
  • 31
    Renaud M. A tensão entre o bem da pessoa e o bem comum. Cadernos de Bioética. 1996;11:9-16.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Maio 2014
  • Data do Fascículo
    Abr 2014

Histórico

  • Aceito
    12 Fev 2012
  • Revisado
    08 Nov 2013
  • Recebido
    12 Set 2013
Conselho Federal de Medicina SGAS 915, lote 72, CEP 70390-150, Tel.: (55 61) 3445-5932, Fax: (55 61) 3346-7384 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: bioetica@portalmedico.org.br