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Identificação fúngica no ar e na água de uma unidade de hemodiálise no Brasil

Resumo

A presença de fungos em ambientes de saúde, incluindo unidades de hemodiálise, representa um risco significativo para pacientes imunocomprometidos. Este estudo teve como objetivo investigar a ocorrência de fungos presentes no ar e na água de uma unidade de hemodiálise localizada em um hospital público terciário na cidade de Maceió, Alagoas, Brasil. Ao longo de três meses consecutivos, amostras mensais de ar foram coletadas e analisadas por meio da técnica de sedimentação espontânea em placas de Petri contendo Ágar Sabouraud Dextrose (ASD). Paralelamente, amostras de água (100 mL) foram coletadas em quatro pontos específicos de distribuição de água e submetidas ao plaqueamento por esgotamento em meio ASD. Os fungos foram identificados fenotipicamente por meio de associação de suas características macroscópicas e microscópicas. No total, foram isoladas 498 unidades formadoras de colônias (UFC) de fungos, sendo 86 UFC provenientes do ar e 412 UFC da água. Em relação à água, observou-se uma maior concentração de UFC de fungos na água potável proveniente da rede de abastecimento (229 UFC). Inesperadamente, foram identificados 23 UFC nas amostras da osmose reversa e 11 UFC no reservatório de armazenamento, pontos de pós-tratamento nos quais a presença de microrganismos não é desejada. O fungo Cladosporium spp. foi o mais prevalente tanto no ar quanto na água, seguido por Penicillium spp. no ar e Rhodotorula spp. na água. Esses achados enfatizam a necessidade de implementar medidas eficazes de controle e monitoramento de fungos na unidade de hemodiálise, visando garantir a segurança dos pacientes.

Palavras-chave:
hemodiálise; fungos; água; ar; saúde ambiental

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