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Preditores da Síndrome de Burnout em profissionais da saúde na atenção básica de Porto Alegre/RS

Burnout predictors in health professionals of primary care of Porto Alegre/RS, Brazil

Resumos

A Síndrome de Burnout (SB) consiste em uma resposta a problemas laborais, podendo resultar em adoecimento físico e mental e afastamento laboral. Profissionais da saúde são vulneráveis à SB devido às características do trabalho de cuidado e às formas de gestão. Realizou-se estudo observacional analítico transversal junto a 217 trabalhadores da atenção primária em dois distritos sanitários de Porto Alegre/RS, a fim de conhecer a prevalência e os preditores da SB. Foram aplicados: questionário sociodemográfico e laboral, CESQT (avalia SB perfis 1 (sem culpa) e 2 (com culpa) e SRQ-20 (avalia Transtornos Mentais Comuns - TMC). A análise dos dados compreendeu estatísticas descritivas, teste de Qui-quadrado e análises de regressão linear simples e múltipla. Constatou-se que 18% dos profissionais apresentaram SB perfil 1 e 11% perfil 2. Os preditores para SB perfil 1 foram presença de TMC, cansaço, maior tempo de profissão, não ter filhos, apenas trabalhar, residir em Porto Alegre e trabalhar em UBS. Os preditores para o perfil 2 foram semelhantes, exceto pelas variáveis cidade e tipo de unidade. A elevada prevalência de SB na amostra aponta a necessidade de as instituições de saúde na atenção básica realizarem ações de prevenção e promoção à saúde de seus trabalhadores.

esgotamento profissional; saúde do trabalhador; atenção primária à saúde


Burnout syndrome (BS) consists in a response to chronic labor problems that becomes from physical and mental illnesses of worker and it may result in absence from work. Health professionals would be a vulnerable category of BS due to the characteristics of care work and management models. An observational analytic cross section was conducted with 217 workers from two primary health districts of Porto Alegre/RS, Brazil, to determine the prevalence and predictors of BS. It was used: demographic and labor questionnaire, SBI (which assesses BS Profile 1 and BS Profile 2) and SRQ - 20 (which assesses common mental disorders - CMD). Data analysis consisted of descriptive statistics, chi-square analysis and simple/multiple linear regression. The results indicated that 18% of professionals present BS profile 1 and 11%, profile 2. Predictors for BS profile 1 were: CMD, fatigue, length of employment, having children, only work, living in Porto Alegre and work at an ordinary primary healthcare unit. For BS profile 2 were similiar, except for the variables: city and kind of local place. The high prevalence of BS in the sample shows the need of institutions of primary healthcare to conduct prevention and promotion health projects among their own workers.

burnout; professional; occupational health; primary health care


INTRODUÇÃO

A Síndrome de Burnout (SB) pressupõe exaustão física e mental do trabalhador, o qual tende a afastar-se do trabalho, pois já não se sente capaz de desempenhar suas funções1Freudenberger HJ. Staff Burn-Out. Journal Of Social Issues. 1974;30(1):159-65. , 2Maslach C. The Client Role in Staff Burn-Out. Journal Of Social Issues. 1978;34(4):111-24. , 3Pocinho M, Perestrelo CX. Um ensaio sobre Burnout, engagement e estratégias de coping na profissão docente. Educ Pesqui. 2011;37(3):513-28. . Afeta profissionais prejudicados em desenvolver suas práticas com seus clientes, como profissionais de saúde, professores, policiais e assistentes sociais4Dias EC, Almeida IM et al. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde / Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil; 2001. . Comumente, a SB envolve profissionais que iniciam a carreira entusiasmados, na perspectiva de ajudar os outros. Entretanto, no desenvolvimento da SB, os trabalhadores tendem à inoperância na sua função, tornando o trabalho menos recompensador e gerando insatisfação quanto ao próprio desempenho1Freudenberger HJ. Staff Burn-Out. Journal Of Social Issues. 1974;30(1):159-65. , 5Maslach C, Goldberg J. Prevention of Burnout: New perspectives. Applied & Preventive Psychology. 1998;7:63-74.. O trabalhador deixa de envolver-se afetivamente com seus clientes, passando a considerar inútil seu empenho no trabalho4Dias EC, Almeida IM et al. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde / Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil; 2001. .

A sintomatologia da SB se apresenta mediante expressões físicas, comportamentais e psíquicas; não necessariamente, entretanto, todos os sintomas simultaneamente. Tais atitudes negativas podem afetar colegas e a instituição, resultando em absenteísmo, queda de produtividade e baixa qualidade no atendimento1Freudenberger HJ. Staff Burn-Out. Journal Of Social Issues. 1974;30(1):159-65. , 5Maslach C, Goldberg J. Prevention of Burnout: New perspectives. Applied & Preventive Psychology. 1998;7:63-74. , 6Borges LO, organizador. Os profissionais de saúde e seu trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo(r); 2005..

A realidade brasileira da SB ainda não foi suficientemente estudada7Trigo TR, Teng CT, Hallak JEC. Síndrome de burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos. Rev Psiq Clín. 2007;34(5):223-33. , 8Carlotto MS, Câmara SG. Análise da produção científica sobre a Síndrome de Burnout no Brasil. Psico. 2008;39(2):152-8.. Considerando sua inclusão na CID-10 (Z73.0), os Ministérios da Saúde e da Previdência Social instituíram regulamentações incluindo-a no grupo dos "transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho", sendo o trabalho de caráter penoso o fator de risco9Organização Mundial da Saúde. CID-10. 8 ed. São Paulo (SP): Edusp; 2008.

10 Brasil. Portaria do Ministério da Saúde n. 1.339/GM, de 18 de novembro de 1999. Dispõe sobre a lista de doenças relacionadas ao trabalho a ser adotada como referência dos agravos originados no processo de trabalho no Sistema Único de Saúde, para uso clínico e epidemiológico.
- 1111 Brasil. Decreto n. 3.048, de 06 de maio de 1999. Dispõe sobre a aprovação do regulamento da Previdência Social e dá outras providências.. O Manual de Procedimentos Relacionados a Doenças do Trabalho classificou a SB como um adoecimento a prevenir e assistir em todos os níveis de atenção4Dias EC, Almeida IM et al. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde / Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil; 2001. .

Os serviços públicos de saúde caracterizam-se por condições estruturais precárias, profissionais insatisfeitos com as condições laborais e desvalorização profissional, além de um conteúdo de trabalho constituído, primordialmente, pelo cuidado do outro - fatores de risco para o desenvolvimento da SB6Borges LO, organizador. Os profissionais de saúde e seu trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo(r); 2005. , 1212 Lautert L. O desgaste profissional: estudo empírico com enfermeiras que trabalham em hospitais. Rev Gaúch Enferm. 1997;18(2):133-44. . Na esfera pública de atendimento em saúde, os dois componentes considerados centrais para o aparecimento da SB se fazem presentes: a insuficiência de recursos para atender a demanda e o ceticismo dos profissionais quanto aos objetivos da instituição na qual estão inseridos1313 Schaufeli WB, Leiter MP, Maslach C. Burnout: 35 years of research and practice. Career Development International. 2009;14(3):204-20. , 1414 Aiken LH, Clarke SP, Sloane DM, Sochalski JA, Busse R, Clarke H, et al. Nurses' Reports On Hospital Care In Five Countries. Health Affairs. 2001;20(3):43-53..

Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Estratégia em Saúde da Família (ESFs), os trabalhadores tendem a defrontar-se com essa carência de recursos mencionada. A Política Nacional de Humanização constitui um exemplo da tentativa de fomentar o interesse dessas equipes em considerar os usuários enquanto sujeitos/cidadãos, não realizando apenas procedimentos técnicos1515 Guedes CR, Roza MMR, Barros MEB. O apoio institucional na Política Nacional de Humanização: uma experiência de transformação das práticas de produção de saúde na rede de atenção básica. Cad Saúde Colet. 2012;20(1):93-101.. Essa precária condição social dos territórios dessas unidades, a desarticulação da rede de saúde e a cobrança do profissional em relação a si mesmo, em conjunto, contribuem para o desenvolvimento da SB entre trabalhadores na atenção básica1616 Trindade LL, Lautert L. Síndrome de Burnout entre os trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família. Rev Esc Enferm USP [online] 2010;44(2):274-9..

A compreensão da SB tem sido feita a partir de perspectivas multidimensionais, considerando-a como resposta crônica aos problemas laborais1717 Codo W, Vasquez-Menezes I. O que é burnout? In: Codo W, coordenador. Educação: carinho e trabalho. Burnout, a síndrome da desistência do educador, que pode levar à falência da educação. Petrópolis: Vozes / Brasília: Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação: Universidade de Brasília; 1999. p. 237-54.. O Modelo de Maslach salienta os elementos do ambiente laboral8Carlotto MS, Câmara SG. Análise da produção científica sobre a Síndrome de Burnout no Brasil. Psico. 2008;39(2):152-8. , 1818 Carlotto MS. Síndrome de Burnout em professores: avaliação, fatores associados e intervenção. Porto: Livpsic; 2012.: aspectos da organização do trabalho (normas rígidas, comunicação difícil, sobrecarga, falta de apoio social no trabalho) e características da profissão (trabalhos com primazia de atenção a outros seres humanos, tipo de clientela, conflitos com interesses pessoais) são os principais fatores de risco para a SB6Borges LO, organizador. Os profissionais de saúde e seu trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo(r); 2005.. Com base nesse Modelo, a maioria dos estudos tem optado pelo Maslach Burnout Inventory(MBI) para analisar a prevalência da SB, pois possibilita estudos comparativos.

Recentemente, surgiram outros instrumentos, como o Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo (CESQT)8Carlotto MS, Câmara SG. Análise da produção científica sobre a Síndrome de Burnout no Brasil. Psico. 2008;39(2):152-8. , 1919 Gil-Monte PR, Carlotto MS, Câmara SG. Validação da versão brasileira do "Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo" em professores. Rev Saúde Pública. 2010;44(1):140-7., já validado para a realidade brasileira e utilizado neste estudo, o qual permite identificar o estágio de adoecimento e supera algumas insuficiências psicométricas observadas na utilização do MBI adaptado para outros idiomas que não o inglês1919 Gil-Monte PR, Carlotto MS, Câmara SG. Validação da versão brasileira do "Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo" em professores. Rev Saúde Pública. 2010;44(1):140-7.. Segundo o modelo teórico no qual se baseia o CESQT, o indivíduo, primeiramente, desenvolve problemas cognitivos e afetivos em resposta ao estresse laboral crônico (baixa Ilusão pelo trabalho e alto Desgaste psíquico); posteriormente, desenvolve atitudes negativas em relação aos usuários (alta Indolência); a Culpa surgiria por último, afetando aqueles mais adoecidos. A ausência ou presença da culpa definirá, respectivamente, se o trabalhador apresenta o Perfil 1 ou 2 da SB, sendo este último o de maior gravidade2020 Marucco MA, Gil-Monte PR, Flamenco E. Síndrome de quemarse por el trabajo (burnout) en pediatras de hospitales generales, estudio comparativo de la prevalencia medida con el MBI-HSS y el CESQT. Informació Psicologica. 2008;91-92:32-42.. Diante do exposto, este estudo teve como objetivo estudar a prevalência da SB (Perfil 1 e Perfil 2) e seus preditores entre profissionais da atenção básica de dois distritos sanitários de Porto Alegre/RS.

MÉTODO

Realizou-se um estudo observacional, analítico, de corte transversal. O contexto do estudo foram dois distritos sanitários de Porto Alegre (RS), cuja população é de aproximadamente 190 mil habitantes, em três bairros, dois dos quais estão dentre os vinte bairros da capital com o pior índice de vulnerabilidade social, e o terceiro dentre os quarenta pior avaliados2121 Prefeitura Municipal de Porto Alegre/Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC)/PROCEMPA, Porto Alegre. (2007). Mapas e Indicadores das Vulnerabilidades Sociais. [Internet] [cited 2012 Sep 02]. Available from: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/observatorio/usu_doc/mapas_e_indicadores_vulnerab_social_fasc_suas.pdf
http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/pref...
. Segundo a gerência distrital de saúde, atuam no território 275 profissionais lotados em nove UBSs e onze ESFs.

Participaram do estudo 217 profissionais de saúde (agentes comunitários de saúde, enfermeiros, médicos, nutricionistas, odontólogos, técnicos de enfermagem e técnicos em saúde bucal) de um universo de 275. A não participação de 50 trabalhadores ocorreu devido à ausência durante a coleta de dados por motivos de afastamentos por doença, acidente de trabalho e férias. Outros oito participantes foram excluídos devido a não pertencerem à categoria profissional da saúde, pois eram administrativos.

Utilizaram-se três instrumentos autoaplicáveis para coleta dos dados:

  • Questionário, elaborado pelos autores, de 30 questões sobre variáveis sociodemográficas (sexo, idade, cidade, cor, religião, estado civil, filhos, escolaridade), laborais (se estuda ou apenas trabalha, função, tempo na função, na profissão e na prefeitura, carga horária, usuários atendidos por dia) e de saúde (vezes em que esteve afastado por adoecimento e/ou acidente, horas de sono por noite, cansaço, tempo livre, horas de lazer, prática de atividade física).

  • "Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo" (CESQT) - versão brasileira validada1919 Gil-Monte PR, Carlotto MS, Câmara SG. Validação da versão brasileira do "Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo" em professores. Rev Saúde Pública. 2010;44(1):140-7.: Vinte itens distribuídos em quatro dimensões - Ilusão pelo trabalho (α=0,83), Desgaste psíquico (α=0,80), Indolência (α=0,80) e Culpa (α=0,82). Avaliam a SB enquanto resposta ao estresse laboral crônico1919 Gil-Monte PR, Carlotto MS, Câmara SG. Validação da versão brasileira do "Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo" em professores. Rev Saúde Pública. 2010;44(1):140-7.. As respostas são apresentadas em escala tipo likert de 5 pontos. A SB estará caracterizada pela baixa pontuação na Ilusão pelo trabalho (<2) e altas pontuações em Desgaste psíquico, Indolência e Culpa (≥2). A ausência ou presença da culpa caracterizará, respectivamente, o Perfil 1 e o Perfil 2 da SB2020 Marucco MA, Gil-Monte PR, Flamenco E. Síndrome de quemarse por el trabajo (burnout) en pediatras de hospitales generales, estudio comparativo de la prevalencia medida con el MBI-HSS y el CESQT. Informació Psicologica. 2008;91-92:32-42..

  • Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20): desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (α=0,86); 20 itens dicotômicos (sim/não) sobre sintomas físicos e psíquicos, avalia a ocorrência de Transtornos Mentais Comuns (TMC): ansiedade, depressão, reações psicossomáticas, irritação e cansaço mental. Cada resposta afirmativa equivale a um ponto; ao final, somam-se os itens, sendo que a pontuação ≥7 indica presença de TMC2222 Santos KOB, Araujo TM, Oliveira NF. Estrutura fatorial e consistência interna do Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) em população urbana. Cad Saúde Pública. [online] 2009;25(1):214-22..

Para a coleta de dados, realizou-se contato com a gerência distrital, solicitando autorização e auxílio na divulgação da pesquisa junto aos coordenadores das unidades de saúde. Posteriormente, agendou-se a ida dos pesquisadores às unidades. A coleta de dados foi realizada entre janeiro e março de 2013. Cada profissional recebeu um envelope contendo os instrumentos autoaplicáveis. Após o preenchimento, os envelopes eram lacrados pelos próprios participantes e depositados em uma caixa-urna, conforme orientação prévia pela equipe de pesquisa. O recolhimento das urnas ocorreu após sete dias da entrega dos envelopes. Foram utilizados envelopes e urnas idênticos, visando a manutenção do sigilo.

Os dados foram digitados e analisados no pacote estatístico SPSSTM (Pacote Estatístico para Ciências Sociais) versão 17.0. Para a caracterização da amostra em relação às variáveis sociodemográficas e laborais e análise da prevalência da SB, foi utilizado o método de estatística descritiva (frequências, porcentagens, médias e desvios-padrão). Para a análise das variáveis preditoras da SB, foi realizada, inicialmente, uma análise de regressão linear simples para ambos os perfis: SB Perfil 1 e SB Perfil 2. As variáveis testadas foram: sexo, idade, local de residência, estado civil, filhos, escolaridade, se estuda e trabalha ou apenas trabalha, tipo de unidade (UBS ou ESF), tempo de trabalho na função, na profissão e na prefeitura, horas extras, número de pacientes atendidos/dia, trabalho em outro local, histórico de acidente/doença relacionada ao trabalho, afastamento por acidente ou doença, horas de sono e horas livres nos dias úteis e nos finais de semana, frequência do cansaço, horas de lazer e prática de atividade física.

Em um segundo momento, foi feita uma análise de regressão linear múltipla (método stepwise) com as variáveis que mostraram associação com a variável principal, de significância ≤0,20 nas análises de regressão linear simples, realizada para avaliar ambos os perfis de adoecimento. Por último, verificou-se a associação entre SB e TMC através do teste de χ², utilizando-se as variáveis SB Perfil 1 e Perfil 2 na forma dicotomizada. Os participantes foram divididos conforme ausência e presença da SB.

Este estudo teve aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo que a participação no estudo não lhes trouxe nenhum risco.

RESULTADOS

Quanto à atuação, 48,4% dos indivíduos trabalhava em UBS e 51,6% deles em ESF (Tabela 1). Em média, estes estavam na profissão há 7,60 anos (DP=9,76), há 3,85 anos (DP=4,09) na prefeitura e 4,99 anos (DP=4,90) na função atual. Atendiam, em média, 39 usuários por dia (DP=42,87) e 79,9% deles não realizava horas extraordinárias.

Tabela 1.
Perfil sociodemográfico dos participantes (n=217)

A respeito dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, 41,5% dos indivíduos afirmaram ter sofrido algum acidente ou doença. Dentre os que sofreram acidente, 74,4% deles relataram ter sido com material biológico; e 47,7% dos adoecimentos ocorreram por distúrbios osteomusculares (pescoço, membros superiores e/ou inferiores e coluna). Dentre os que tiveram algum acidente ou adoecimento, respectivamente, 15,2% e 37,0% deles estiveram afastados do trabalho em algum momento. Sobre a sensação de cansaço durante a semana, 45,1% (n=97) responderam sentir cansaço em três ou mais dias da semana.

Quanto à prevalência da SB, 18% (n=32) dos participantes apresentaram Perfil 1 e 11,0% (n=23), Perfil 2 (com presença de culpa). A análise de regressão linear simples para SB Perfil 1 apresentou as seguintes variáveis independentes como explicativas: sexo, local de residência, filhos, trabalho/estudo, tipo de unidade, tempo de profissão, tempo na prefeitura, tempo na função, histórico de acidente/doença do trabalho, afastamento por doença, horas de sono nos dias úteis, cansaço, horas livres em dias úteis, horas de lazer, prática de atividade física e presença de TMC. Sete delas foram preditoras no modelo de regressão linear múltipla (Tabela 2) e, em conjunto, apresentaram alta correlação com a SB Perfil 1 (R=0,73), explicando 53,7% desse perfil de adoecimento.

Tabela 2.
Modelo de Regressão Linear Múltipla e Preditores da Síndrome de Burnout Perfil 1

Com a análise dos coeficientes de regressão padronizados (β), na Tabela 2, constatou-se que as variáveis preditoras para SB no Perfil 1 foram: presença de TMC, não possuir filhos, maior frequência de cansaço, apenas trabalhar (ao contrário de estudar e trabalhar), maior tempo de profissão, trabalhar em UBS e residir em Porto Alegre.

Na análise de regressão linear simples para SB Perfil 2, por sua vez, entraram como explicativas as mesmas variáveis independentes da SB Perfil 1, acrescidas da variável horas extras. No modelo de regressão linear múltipla (Tabela 3), cinco variáveis aparecem como preditoras, apresentando, em conjunto, alta correlação com a SB Perfil 2 (R=0,71) e variância explicada de 51,0%. Analisando-se os coeficientes de regressão padronizados (β), os preditores para SB Perfil 2 (Tabela 3) foram: presença de TMC, não possuir filhos, apenas trabalhar, maior frequência de cansaço e maior tempo de profissão. Essa repetição de variáveis preditoras no Perfil 1 e Perfil 2 indica similaridade no adoecimento nos dois perfis e uma evolução da SB para um modo mais grave de adoecimento.

Tabela 3.
Modelo de Regressão Linear Múltipla e Preditores da Síndrome de Burnout Perfil 2

Considerando a variável TMC como a de maior variância explicada para ambos os perfis da SB (37,2% para o Perfil 1 e 38,9% para o Perfil 2), verificou-se a associação entre as variáveis em sua forma dicotômica (Tabela 4). Constatou-se que, no grupo de trabalhadores com SB em ambos os perfis houve maior percentual de pessoas com TMC do que na amostra em geral (40,7%), sendo 74,2% para o Perfil 1 e 89,5% para o Perfil 2.

Tabela 4.
Associação entre Síndrome de Burnout e Transtornos Mentais Comuns

DISCUSSÃO

Estudos de prevalência da SB entre profissionais da saúde, entre 2002 e 2010, apresentam variação entre 6,9 e 35,0%, de modo que o valor encontrado no presente estudo vai ao encontro dessa realidade. Considera-se a prevalência encontrada elevada, especialmente porque os participantes eram trabalhadores na ativa7Trigo TR, Teng CT, Hallak JEC. Síndrome de burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos. Rev Psiq Clín. 2007;34(5):223-33. , 2323 Moreira DS, Magnago RF, Sakae TM, Magajewski FRL. Prevalência da síndrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de grande porte da Região Sul do Brasil. Cad Saúde Pública [online]. 2009;25(7):1559-68.. Estima-se uma maior prevalência da SB na categoria estudada, afinal foi expressivo o número de trabalhadores afastados ou com atestado médico durante a coleta de dados.

A importante contribuição dos TMC como preditores da SB sem/com culpa (Tabelas 2 e 3) incita a análise da íntima relação entre esses dois modos de adoecimento. Considerando-se a prevalência de TMC na amostra (40,7%) e sua associação com SB em ambos os perfis (Tabela 4), observa-se o TMC como preditor de SB, apontando para um deterioro da saúde desses profissionais2222 Santos KOB, Araujo TM, Oliveira NF. Estrutura fatorial e consistência interna do Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) em população urbana. Cad Saúde Pública. [online] 2009;25(1):214-22. , 2424 Ludermir AB, Melo Filho DA. Condições de vida e estrutura ocupacional associadas a transtornos mentais comuns. Rev Saúde Pública [online]. 2002;36(2):213-21. , 2525 Silva ATC, Menezes PR. Esgotamento profissional e transtornos mentais comuns em agentes comunitários de saúde. Rev Saúde Pública [online]. 2008;42(5):921-9. . Percebe-se ser difícil distinguir fadiga crônica e transtorno mental comum, pois estar cansado se manifesta tanto pela insônia e irritabilidade, quanto pelo desânimo. Esse último fator aparenta estar associado aos processos de desilusão pelo trabalho e indolência. Na presença da SB, considera-se que esse profissional já não apresenta condições emocionais (exaustão e desânimo) e fisiológicas (sono) para desempenhar sua função2626 Silva ES. Saúde Mental e Trabalho. In: Tundis AS, Costa NR, organizadores. Cidadania e loucura; políticas de saúde mental no Brasil. 8ª ed. Petrópolis: Vozes; 2007. p. 217-88.. Esses profissionais com SB e/ou TMC poderão afastar-se do trabalho em algum momento, pois a sintomatologia tende a agravar-se, afetando os colegas de equipe, que passam a ter sobrecarga de trabalho. Para o trabalhador, adoecer e/ou afastar-se pode significar uma limitação enquanto profissional capaz de promover cuidado aos usuários, resultando num decréscimo de sua eficácia profissional, além de desconfiança, desrespeito e menosprezo por parte de outros profissionais2727 Caetano VC, Da Cruz DT, Leite ICG. Fisioterapia na Saúde do Trabalhador: um campo de análise da representação social. Cad Saúde Colet. 2009;17(2):453-64.. Nesse sentido, faz-se necessário investir em ações destinadas à Saúde do Trabalhador entre profissionais de saúde da atenção básica, para além de ações assistencialistas/diagnósticas, focando-se a promoção de saúde e a vigilância2828 Dias EC, Silva TL, Almeida MHC. Desafios para a construção cotidiana da Vigilância em Saúde Ambiental e em Saúde do Trabalhador na Atenção Primária à Saúde. Cad Saúde Colet. 2012;20(1):15-24..

O tempo de serviço apresentou-se como preditor da SB, indicando que aqueles com mais tempo de serviço apresentam maior índice de adoecimento por estarem há mais tempo expostos aos elementos laborais desfavoráveis1313 Schaufeli WB, Leiter MP, Maslach C. Burnout: 35 years of research and practice. Career Development International. 2009;14(3):204-20.. Estar por mais tempo submetido a exigências organizacionais de atendimento universal/integral e qualificado (princípios norteadores do Sistema Único de Saúde) impõe aos trabalhadores uma condição conflituosa, já que a população atendida apresenta uma situação socioeconômica desfavorável e a ausência de suporte técnico impossibilitaria tal objetivo, resultando em frustração: característica central do esgotamento profissional4Dias EC, Almeida IM et al. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde / Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil; 2001. , 1616 Trindade LL, Lautert L. Síndrome de Burnout entre os trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família. Rev Esc Enferm USP [online] 2010;44(2):274-9.. A partir deste resultado, as instituições de saúde no âmbito da atenção básica necessitam revisar sua capacidade de desenvolver a saúde de seu corpo funcional, estabelecendo uma cultura organizacional que promova ações continuadas, a fim de reduzir as condições estressoras crônicas2929 Zanelli JC, coordenador. Estresse nas organizações de trabalho: compreensão e intervenção baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed; 2010..

Quanto à variável tipo de unidade, o preditor trabalhar em UBS, para o Perfil 1 da SB (Tabela 2), pode estar relacionado a um maior tempo de atuação desses profissionais em comparação aos que atuam nas ESFs. A maior parte (66,7%) está há dez anos na profissão, enquanto nas ESFs essa faixa de tempo corresponde a apenas 18,0%. Além disso, existe a diferença de atuação preconizada pela Política Nacional de Atenção Básica, a qual pressupõe que nas ESFs exista territorialização, equipe mínima por número de habitantes, e presença de agentes comunitários de saúde3030 Brasil. Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios. Brasília: Ministério da Saúde; 2005. , 3131 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde; 2007., fatores que podem trazer melhores condições de trabalho.

As variáveis com/sem filhos e trabalho/estudo, preditoras de ambos os perfis da SB, surgem como elementos de proteção para os profissionais. Esses dois fatores levam a pensar em dimensões da vida que exigem dos trabalhadores investimentos afetivos e tempo de dedicação para além das exigências laborais. Assim como o adoecimento dos profissionais pode resultar em prejuízo não apenas no ambiente laboral, mas também nas dimensões familiar e social6Borges LO, organizador. Os profissionais de saúde e seu trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo(r); 2005. , 2626 Silva ES. Saúde Mental e Trabalho. In: Tundis AS, Costa NR, organizadores. Cidadania e loucura; políticas de saúde mental no Brasil. 8ª ed. Petrópolis: Vozes; 2007. p. 217-88. , 2929 Zanelli JC, coordenador. Estresse nas organizações de trabalho: compreensão e intervenção baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed; 2010. , 3232 Stansfeld S, Candy B. Psychosocial work environment and mental health-a meta-analytic review. Scand J Work Environ Health. 2006;32(6, special issue):443-62., entende-se tais dimensões como protetivas, para compensar o sofrimento vivido no trabalho. A interface trabalho/família impeliria os trabalhadores a destinarem tempo para situações de caráter pessoal, fazendo-os desenvolver outras habilidades e relações afetivas/sociais que gerem satisfação e bem-estar3333 Barham EJ, Vanalli ACG. Trabalho e Família: Perspectivas Teóricas e Desafios Atuais. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho. 2012;12(1):47-60.. Aparentemente, aqueles que assim procedem estariam mais protegidos do processo de adoecimento pela SB, pois teriam maior equilíbrio entre as frustrações profissionais e as satisfações obtidas em outras esferas de vida, como estudo e família3434 Neville K, Cole DA. The Relationships Among Health Promotion Behaviors, Compassion Fatigue, Burnout, and Compassion Satisfaction in Nurses Practicing in a Community Medical Center. JONA. 2013;43(6):348-54..

Quanto à variável cidade, infere-se que estar exposto a um maior tempo de deslocamento representa um elemento de estresse adicional. Não foram encontrados estudos prévios sobre SB que tenham mensurado essa variável. Os distritos sanitários estudados situam-se mais próximos de algumas cidades da região metropolitana do que da própria região central de Porto Alegre, sugerindo que os trabalhadores que residem na capital enfrentam maior tempo no trânsito. O estudo dessa questão, entretanto, necessita ser aprofundado.

CONCLUSÃO

A partir da análise dessas variáveis de tempo de profissão, presença dos TMC, filhos, cidade e frequência de cansaço, percebe-se que as dimensões da SB estão associadas a diferentes elementos da vida pessoal e profissional, resultando num adoecimento de caráter multi etiológico. Ao pensar, portanto, em estratégias de minimização do adoecimento, é preciso considerar a instituição de saúde de forma integral, por meio dos aspectos estruturais, funcionais e relacionais, propondo ações que qualifiquem a relação do trabalhador com seus colegas e ambiente de serviço3535 Jennings BM. Work Stress and Burnout Among Nurses: Role of the Work Environment and Working Conditions. In: Ronda G. Hughes, editores. Patient Safety and Quality: An Evidence-Based Handbook for Nurses - Vol. 2. Rockville: AHRQ Publication; 2008. p. 671-92..

Deve-se estabelecer um equilíbrio entre interesses, expectativas e recursos que o profissional pode oferecer e aquilo que é solicitado pela instituição. Os sintomas de adoecimento, assim como o burnout, são consequência do desgaste cognitivo e emocional resultante desse embate entre elementos individuais e organizacionais6Borges LO, organizador. Os profissionais de saúde e seu trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo(r); 2005. , 2626 Silva ES. Saúde Mental e Trabalho. In: Tundis AS, Costa NR, organizadores. Cidadania e loucura; políticas de saúde mental no Brasil. 8ª ed. Petrópolis: Vozes; 2007. p. 217-88.. A instituição promotora de ações em saúde para a comunidade deve, por conseguinte, desenvolver propostas para o não-adoecimento de seus trabalhadores. A inexistência dessas ações institucionais contribuiria para o adoecimento, pois o trabalhador não possui espaços para repensar a lógica de indolência, tendendo a reproduzi-la com usuários e colegas2929 Zanelli JC, coordenador. Estresse nas organizações de trabalho: compreensão e intervenção baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed; 2010.. A culpa, dessa forma, enquanto elemento de maior gravidade na SB, dentro do modelo teórico utilizado, deverá ser um dos assuntos primeiramente abordados com as equipes pois, além dos profissionais que já apresentam o tipo mais grave, existem muitos outros apresentando o Perfil 1.

O fato deste estudo ter incluído apenas dois distritos sanitários da cidade de Porto Alegre impede que os resultados sejam generalizados para todos os profissionais da saúde na atenção básica; no entanto, vão ao encontro da literatura4Dias EC, Almeida IM et al. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde / Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil; 2001. , 6Borges LO, organizador. Os profissionais de saúde e seu trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo(r); 2005. , 1313 Schaufeli WB, Leiter MP, Maslach C. Burnout: 35 years of research and practice. Career Development International. 2009;14(3):204-20.. Os resultados apontam a necessidade de serem realizadas ações destinadas à promoção da saúde desses trabalhadores, uma vez que já foi assinalado o risco para o seu adoecimento3434 Neville K, Cole DA. The Relationships Among Health Promotion Behaviors, Compassion Fatigue, Burnout, and Compassion Satisfaction in Nurses Practicing in a Community Medical Center. JONA. 2013;43(6):348-54..

Esse, portanto, é um campo em construção, que precisa considerar as especificidades da saúde pública no Brasil. A organização do trabalho na saúde cria um contexto de adoecimento dos próprios cuidadores, fazendo-se necessário, portanto, contextualizar o fenômeno para que as propostas de humanização da saúde sejam concretizadas.

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  • Trabalho realizado em Unidades de Atenção Básica - Porto Alegre (RS), Brasil.
  • Fonte de financiamento: nenhuma.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2014

Histórico

  • Recebido
    09 Nov 2014
  • Aceito
    17 Dez 2014
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