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FATORES RELACIONADOS À DESESPERANÇA EM UNIVERSITÁRIOS

FACTORES RELACIONADOS CON LA DESESPERANZA EN LOS ESTUDIANTES UNIVERSITARIOS

RESUMO

Objetivo:

identificar fatores relacionados à desesperança em universitários.

Método:

estudo transversal, realizado em uma Instituição de Ensino Superior no estado do Piauí - Brasil, em 2017, com 142 estudantes dos cursos de saúde. Utilizou-se a Escala de Desesperança de Beck, Escala de Ideação Suicida de Beck e questionário socioeconômico e acadêmico. Os dados foram analisados utilizando os testes exato de Fisher, Mann-Whitney e Kruskall-Wallis.

Resultados:

dos estudantes com ideação suicida, 24 (77,4%) apresentaram nível de desesperança severa. Maiores médias na Escala de Desesperança foram observadas em estudantes do sexo masculino, que não frequentavam o curso desejado, com relato de insegurança quanto ao futuro profissional, usuários de álcool e outras drogas, com histórico de tentativa de suicídio, bullying e de humor deprimido.

Conclusão:

A desesperança correlaciona-se com a presença de ideação suicida e baixo rendimento acadêmico, destacando a importância de ações de apoio físico, mental e de saúde acadêmica.

DESCRITORES
Ideação Suicida; Esperança; Estudantes de Ciências da Saúde; Saúde Mental; Fatores de Risco

RESUMEN

Objetivo:

identificar los factores relacionados con la desesperanza en los estudiantes universitarios.

Método:

estudio transversal, realizado en una Institución de Educación Superior del estado de Piauí, Brasil, en 2017, con 142 estudiantes de los cursos de salud. Se utilizó la escala de desesperanza de Beck, la escala de ideación suicida de Beck y un cuestionario socioeconómico y académico. Los datos se analizaron mediante las pruebas exactas de Fisher, Mann-Whitney y Kruskall-Wallis.

Resultados:

De los estudiantes con ideación suicida, 24 (77,4%) presentaban un nivel severo de desesperanza. Se observaron puntuaciones medias más altas en la escala de desesperanza en los estudiantes varones, que no asistieron al curso deseado, con informes de inseguridad sobre su futuro profesional, consumidores de alcohol y otras drogas, con antecedentes de intento de suicidio, acoso escolar y estado de ánimo deprimido.

Conclusión:

La desesperanza se correlaciona con la presencia de ideación suicida y el bajo rendimiento académico, destacando la importancia de las acciones de apoyo a la salud física, mental y académica.

DESCRIPTORES
Ideación Suicida; Esperanza; Estudiantes del Área de la Salud; Salud Mental; Factores de Riesgo

ABSTRACT

Objective:

To identify factors related to hopelessness in college students.

Method:

cross-sectional study conducted in a Higher Education Institution in the state of Piauí - Brazil, in 2017, with 142 students from the health courses. The Beck Hopelessness Scale, Beck Suicidal Intent Scale, and socioeconomic and academic questionnaire were used. The data were analyzed using Fisher’s exact test, Mann-Whitney test, and Kruskall-Wallis test.

Results:

Of the students with suicidal ideation, 24 (77.4%) presented a severe level of hopelessness. Higher mean scores on the Hopelessness Scale were observed in male students, who did not attend the desired course, with reports of insecurity about their professional future, users of alcohol and other drugs, with a history of suicide attempts, bullying and depressed mood.

Conclusion:

Hopelessness correlates with the presence of suicidal ideation and low academic performance, highlighting the importance of physical, mental, and academic health support actions.

DESCRITORES
Suicidal Ideation; Hope; Students, Health Occupations; Mental Health; Risk Factors

INTRODUÇÃO

O ingresso dos jovens no ensino superior ocasiona mudanças no convívio social e nas atividades cotidianas, além de exposição a estressores ligados à vida acadêmica. Para os universitários dos cursos de saúde, a proximidade com o adoecimento/morte do outro pode potencializar esses estressores e gerar sofrimento psíquico no estudante(1Graner KM, Cerqueira AT de AR. Revisão integrativa: sofrimento psíquico em estudantes universitários e fatores associados. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2019 [acesso em 16 set 2020]; 24(4). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232018244.09692017.
https://doi.org/10.1590/1413-81232018244...
).

Destaca-se que essas mudanças afetam diretamente o desempenho acadêmico, de forma positiva ou não. Assim, na repercussão de maneira positiva, o estudante consegue superar a crise e garantir um aumento da sua maturidade biopsicossocial. Já na forma negativa, o estudante não consegue lidar com as mudanças, evidenciando o seu estado de desequilíbrio e sentimento de inabilidade para resolver a crise, o que pode repercutir em desesperança(2Pereira A, Cardoso F. Suicidal ideation in university students: prevalence and association with school and gender. Paidéia. [Internet]. 2015 [acesso em 16 set 2020]; 25(62). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-43272562201503.
https://doi.org/10.1590/1982-43272562201...
).

A desesperança consiste no grupamento de esquemas cognitivos em que as expectativas negativas acerca do futuro são evidentes, prevalecendo os sentimentos de descrença, desespero e perda da esperança. A pessoa que não tem esperança no futuro acredita que nada resultará em êxito, que nunca terá sucesso em nada que faça, que não conseguirá conquistar os seus objetivos e que o seu problema mais significativo nunca será resolvido(3Beck AT, Steer RA, Kovacs M, Garrison B. Hopelessness and eventual suicide: a 10-year propsective study of patients hospitalized with suicidal ideation. Am J Psychiatry. [Internet]. 1985 [acesso em 16 set 2020]; 142(5). Disponível em: https://doi.org/10.1176/ajp.142.5.559.
https://doi.org/10.1176/ajp.142.5.559...
).

A ocorrência de pensamentos típicos da desesperança compromete a saúde mental do sujeito e a forma como interage com seu meio social, pois dificulta que se engaje com atividades produtivas e saudáveis e que consiga enfrentar os problemas da vida. Estudos apontam que a associação da desesperança com sintomas de ansiedade e depressão influenciam em comportamentos de risco, como abuso de substâncias e comportamentos suicidas(4James S, Reddy SP, Ellahebokus A, Sewpaul R, Naidoo P. The association betwen adolescente risk behaviours and feelings of sadness or hopelessness: a cross-sectional survey of South African secondary school learners. Psychol Health Med. [Internet]. 2017 [acesso em 16 set 2020]; 22(7). Disponível em: https://doi.org/10.1080/13548506.2017.1300669.
https://doi.org/10.1080/13548506.2017.13...
-5Paiva CB, Ferreira IB, Bosa VL, Narvaez JC de M. Depression, anxiety, hopelessness and quality of life in users of cocaine/crack in outpatient treatment. Trends Psychiatry Psychoter. [Internet]. 2017 [acesso em 16 set 2020]; 39(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/2237-6089-2015-0065.
https://doi.org/10.1590/2237-6089-2015-0...
).

A presença da desesperança em universitários está longe de ser fenômeno incomum. Estudo realizado em instituições federais de ensino superior brasileiras evidenciou que 79,8% dos estudantes disseram ter passado por alguma dificuldade emocional no intervalo de doze meses que antecederam a pesquisa, dentre os quais 32,5% relataram desamparo e desesperança(6Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior. IV Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior Brasileira. [apresentação ao Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Estudantes; jul 2016; Minas Gerais, Brasil]. 2016 [acesso em 18 set 2020]. Disponível em: http://www.andifes.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Pesquisa-de-Perfil-dos-Graduanso-das-IFES_2014.pdf.
http://www.andifes.org.br/wp-content/upl...
).

Nesse sentido, a atenção à saúde mental dos estudantes universitários vem suscitando discussões internas e externamente ao ambiente acadêmico, principalmente em situações em que o sofrimento mental assume nuances mais críticas, comprometendo o rendimento acadêmico e deixando o estudante mais vulnerável ao desenvolvimento de transtornos mentais e comportamento suicida. Buscar os fatores associados à desesperança pode contribuir para o planejamento de ações mais consentâneas às necessidades dos discentes. Assim, esse trabalho tem por objetivo identificar os fatores relacionados à desesperança em universitários.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal analítico realizado em um Centro de Ciências da Saúde de uma Instituição pública de Ensino Superior do Estado do Piauí, que contempla os cursos de medicina, enfermagem, psicologia e fisioterapia.

A população fonte foi composta por 849 estudantes universitários da área de saúde. Incluíram-se os maiores de 18 anos e excluíram-se aqueles que se encontravam afastados da instituição e os que não responderam aos questionários na íntegra. Utilizou-se, para o cálculo da amostra, nível de confiança de 95%, erro máximo de 5% e prevalência presumida(2Pereira A, Cardoso F. Suicidal ideation in university students: prevalence and association with school and gender. Paidéia. [Internet]. 2015 [acesso em 16 set 2020]; 25(62). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-43272562201503.
https://doi.org/10.1590/1982-43272562201...
) de 12,6%, obtendo uma amostra de 142 estudantes. A amostragem foi probabilística aleatória simples.

Realizou-se a coleta de dados em janeiro de 2017, com o auxílio de duas escalas validadas: Escala de Desesperança de Beck (BSH) e a Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), para identificar a presença de desesperança e ideação suicida. Aplicou-se ainda questionário elaborado pelos autores, abordando os aspectos socioeconômicos e as variáveis acadêmicas.

A Escala da Desesperança de Beck é um instrumento de autopreenchimento constituído por 20 itens, que permitem medir as ações negativas acerca do futuro. Destes 20 itens, nove são classificados como factuais e 11 como contrafeitos, podendo os resultados obtidos ir de zero a 20. Se o valor encontrado estiver entre zero e três é considerado mínimo, se estiver entre quatro e nove é considerado médio, se se encontrar entre nove e 14 moderado e, se for maior que 14 é considerado severo(7Martins BG, Silva WR da, Maroco J, Campos JADB. Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse: propriedades psicométricas e prevalência das afetividades. J. bras. psiquiatr. [Internet]. 2019 [acesso em 16 set 2020]; 68(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000222.
https://doi.org/10.1590/0047-20850000002...
).

A Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI) é um instrumento de autoavaliação para estimativa da gravidade da ideação suicida, composta por 21 itens pontuados em escala de zero a três pontos, com variação de escore de zero-38, calculado pela soma dos primeiros 19 itens. Não existe um corte dicotômico para definição de alto risco, mas as contagens altas indicam um maior risco de ideação suicida(8Cunha JA. Manual da versão em português das escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2001.).

Submeteram-se os dados ao processo de dupla digitação, utilizando planilhas do Excel, os quais foram exportados e analisados no software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 20.0. Utilizou-se o teste Exato de Fisher para verificar a associação entre a variável dependente (desesperança) e a variável independente (ideação suicida), além dos testes de Mann Whitney e de Kruskall Wallis para comparar as médias do escore BHS (variável dependente) e o sexo, aspectos acadêmicos e condições de vida (variáveis independentes), adotando-se nível de significância de p<0,05.

RESULTADOS

Ao associar o nível de desesperança entre os estudantes que apresentaram ideação suicida, observa-se que 24 (77,4%) universitários apresentaram nível de desesperança severa, com associação significativa na análise bivariada (Tabela 1).

Tabela 1
Nível de desesperança em estudantes universitários segundo a presença de ideação suicida. Teresina, PI, Brasil, 2020

A média do escore no BHS obtida pela amostra foi de 6,42 (6,26), enquanto que, ao se tomar somente o grupo de universitários com presença de ideação suicida, a média passa para 16,52 (4,71). Observou-se correlação significativa positiva entre o escore BHS e escore BSI (r=0,685; p=0,000) e correlação significativa negativa com o rendimento acadêmico (r= -0,275); p=0,001).

A Tabela 2 traz a comparação de médias do escore BHS segundo sexo, variáveis escolares e condições de vida. Maiores médias foram observadas em estudantes do sexo masculino, que cursavam Psicologia, não frequentavam o curso desejado e com relato de insegurança quanto ao futuro profissional. Quanto às condições de vida, observou-se maiores médias em estudantes que relataram hábitos de consumo de álcool, cigarro e outras drogas, histórico de tentativa de suicídio, histórico de bullying e presença de humor deprimido. Com exceção das variáveis sexo e insegurança em relação ao futuro profissional, todas as demais apresentaram diferença estatisticamente significativa quanto às médias dos grupos.

Tabela 2
Comparação de médias do escore BHS segundo sexo, variáveis escolares e condições de vida. Teresina, PI, Brasil, 2020

DISCUSSÃO

O alto percentual de desesperança severa associado à ideação suicida encontrado nesse estudo corrobora com outros estudos que demonstram o mesmo. Estudo realizado com 142 paciente deprimidos acompanhados por mais de 10 anos apontou que a desesperança era maior entre aqueles que relataram qualquer comportamento suicida (ideação ou tentativas), em comparação com indivíduos não suicidas, sendo a desesperança melhor conceituada como fator de risco para a ideação suicida, mas não para a progressão de ideação para tentativas(9Qiu T, Klonsky ED, Klein DN. Hopelessness predicts suicide ideation but not attempts: a 10-Year longitudinal study. Suicide Life Threat Behav. [Internet]. 2017 [acesso em 16 set 2020]; 47(6). Disponível em: http://doi.org/10.1111/sltb.12328.
https://doi.org/10.1111/sltb.12328...
).

Revisão integrativa corroborou com este estudo evidenciando que os estudantes de Medicina apresentavam pensamentos de desesperança com maior frequência. Além disso, identificou a existência de correlação positiva entre o risco de suicídio e a presença de sintomas depressivos e de desesperança(10Santa ND, Cantilino A. Suicídio entre médicos e estudantes de medicina: revisão de literatura. Rev. bras. educ. med. [Internet]. 2016 [acesso em 18 set 2020]; 40(4). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-52712015v40n4e00262015.
https://doi.org/10.1590/1981-52712015v40...
). Estudo realizado com universitários do curso de Enfermagem apontou que o sentimento de tristeza, depressão e desesperança foi apresentado por 33,7% desses estudantes. Esses são dados importantes para uma avaliação mais criteriosa de casos de depressão e desesperança entre alunos que já tentaram o suicídio, pois são fatores de risco para novas tentativas de autoextermínio(11Albuquerque RN de, Borges M da S, Monteiro PS. Perfil epidemiológico do suicídio entre estudantes de enfermagem. Rev. enferm UERJ. [Internet]. 2019 [acesso em 16 set 2020]; 27(e45607). Disponível em: https://doi.org/10.12957/reuerj.2019.45607.
https://doi.org/10.12957/reuerj.2019.456...
).

Ao se comparar os escores médios obtidos na aplicação da escala BHS com outros estudos com amostra semelhante, observou-se que este estudo apresentou média superior. Ressalta-se que os escores da BHS variam de zero a 20, aumentando, assim, a gravidade da desesperança, de acordo com o escore(12Bras M, Jesus S, Carmo C. Fatores psicológicos de risco e pores associados à ideação Suicida em Adolescentes. Psicol. saúde doenças. [Internet]. 2016 [acesso em 16 set 2020]; 17(2). Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/psd/v17n2/v17n2a03.pdf.
http://www.scielo.mec.pt/pdf/psd/v17n2/v...
).

Evidenciou-se que o rendimento acadêmico apresentou correlação negativa com a desesperança, ou seja, quanto maior o nível de desesperança, pior o rendimento do discente. Isso pode ser justificado devido ao sofrimento psíquico, seja por desesperança, depressão ou outros agravos, comprometer a capacidade do aluno de adquirir novos conhecimentos de forma efetiva, o que prejudica o índice de rendimento acadêmico(13Veloso LUP, Lima CLS, Sales JCS e S, Monteiro CF de S, Gonçalves AM de S, Silva Júnior FJG da. Ideação suicida em universitários da área da saúde: prevalência e fatores associados. Rev. Gaúcha Enferm. [Internet]. 2019 [acesso em 18 set 2020]; 40. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180144.
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.2...
).

O fato dos escores de desesperança serem maiores em homens pode ser explicado devido esse público procurar ajuda com menor frequência, além de postergar ao máximo a busca por tratamentos relacionados à saúde mental, situações influenciadas por tabus sociais e culturais arraigados. Em contrapartida, as mulheres possuem maior abertura ao diálogo, demonstrando facilidade na expressão de dores, tristeza, angústia e na busca por cuidados de saúde e apoio social para os momentos estressores da vida(14Oliveira EN, Eloia SMC, Lima D dos S, Eloia SC, Linhares AMF. A família não é de ferro: ela cuida de pessoas com transtorno mental. J. res. Fundam. Care online. [Internet]. 2017 [acesso em 17 set 2020]; 9(1). Disponível em http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/4340.
http://www.seer.unirio.br/index.php/cuid...
).

Na presente pesquisa, os estudantes do curso de Psicologia apresentaram maiores escores de desesperança, quando comparados aos demais cursos. Em um estudo similar, porém abrangendo as grandes áreas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os estudantes das áreas da Linguística, Letras e Artes, seguidos das áreas de Ciências Sociais e Humanas, apresentaram riscos maiores para episódios depressivos. Nesse mesmo estudo, os estudantes de cursos de ciências sociais e humanas apresentaram um risco de cerca de 25% para episódios depressivos, quando comparados aos demais cursos(15Flesch BD, Houvèssou GM, Munhoz TN, Fassa AG. Episódio depressivo maior entre universitários do sul do Brasil. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2020 [acesso em 17 set 2020]; 54. Disponível em: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001540.
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020...
).

Estudos observaram que o contato com o sofrimento psíquico de outras pessoas ou os conteúdos acadêmicos mais diretamente relacionados com a subjetividade humana correlacionam-se com certa vulnerabilidade e podem elevar as probabilidades do desenvolvimento de algum transtorno mental, o que pode explicar o maior sofrimento psíquico em estudantes dos cursos de Psicologia. No mesmo estudo, evidenciou-se a existência do sofrimento psíquico, relatando fatos e vivências desfavoráveis, como dificuldades de adaptação inicial ao contexto universitário, carga horária e atividades excessivas do curso e conteúdos teóricos e práticos da profissão que mobilizam os sentimentos dos estudantes(16Andrade A dos S, Antunes NA, Zanoto PA, Tiraboschi GA, Viana PVBA, Curilla RT. Vivências acadêmicas e sofrimento psíquico de estudantes de psicologia. Psicol. Cienc. Prof. [Internet]. 2016 [acesso em 17 set 2020]; 36(4). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703004142015.
https://doi.org/10.1590/1982-37030041420...
). Isso ocorre devido esses universitários, na graduação, passarem por estímulos emocionais intensos, principalmente relacionados à dualidade vida e morte, além das inúmeras exigências necessárias à qualificação profissional(13Veloso LUP, Lima CLS, Sales JCS e S, Monteiro CF de S, Gonçalves AM de S, Silva Júnior FJG da. Ideação suicida em universitários da área da saúde: prevalência e fatores associados. Rev. Gaúcha Enferm. [Internet]. 2019 [acesso em 18 set 2020]; 40. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180144.
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.2...
).

Na associação significativa da variável desesperança e curso desejado, percebeu-se que os estudantes que não frequentavam o curso almejado apresentavam maiores escores de desesperança, o que pode ser justificado pela necessidade desses alunos atenderem às expectativas familiares e sociais em detrimento das suas, o que leva à frustração, desesperança e insegurança quanto ao futuro profissional. Em estudo qualitativo realizado em universitários, evidenciou-se nos relatos dos entrevistados que ingressaram no Ensino Superior incertezas quanto à sua trajetória acadêmica, enfatizando que a Instituição de Ensino Superior de origem é omissa em não tornar essa transição mais fácil, especialmente no que se refere à transmissão de informações e suporte aos alunos e responsáveis(17Oliveira CT de, Santos AS dos, Dias ACG. Expectativas de universitários sobre a universidade: sugestões para facilitar a adaptação acadêmica. Rev. bras. orientac. Prof. [Internet]. 2016 [acesso em 17 set 2020]; 17(1). Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902016000100006&lng=pt&nrm=iso.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
).

Observou-se que o uso de álcool, tabaco e outras drogas por universitários está associado à desesperança. A necessidade que esses estudantes possuem de se sentirem aceitos no círculo universitário, assim como a vontade de dissipar sentimentos, sintomas e angústias, ocasionados ou não pelo meio acadêmico, pode levar ao abuso de substâncias. Pesquisa revelou prevalência de 32% de depressão, 24% de ansiedade e 12% de desesperança em níveis moderado ou grave entre jovens dependentes químicos(5Paiva CB, Ferreira IB, Bosa VL, Narvaez JC de M. Depression, anxiety, hopelessness and quality of life in users of cocaine/crack in outpatient treatment. Trends Psychiatry Psychoter. [Internet]. 2017 [acesso em 16 set 2020]; 39(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/2237-6089-2015-0065.
https://doi.org/10.1590/2237-6089-2015-0...
).

O comportamento suicida é complexo e possui gradientes de severidades que vão da ideação suicida à tentativa de suicídio, havendo entre essas duas variáveis forte relação, podendo a ideação caracterizar o primeiro passo para a consolidação do ato suicida, o que destaca a importância da detecção precoce desse comportamento em estudantes universitários. Sentimentos de desesperança e inabilidade de gerir a crise ocasionam intenso sofrimento psíquico que pode levar à tentativa de suicídio, o que explica a significância estatística entre as variáveis escore de desesperança e tentativa de suicídio anterior na presente pesquisa. A falta de perspectiva e a desesperança devem ser encaradas como preditores do suicídio, tal como atitudes de perturbação afetiva, ideação suicida severa, história de tentativa de suicídio, história familiar anterior de suicídio, uso exagerado de álcool e drogas, além da idade, sexo e etnia(2Pereira A, Cardoso F. Suicidal ideation in university students: prevalence and association with school and gender. Paidéia. [Internet]. 2015 [acesso em 16 set 2020]; 25(62). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-43272562201503.
https://doi.org/10.1590/1982-43272562201...
).

Estudo realizado em população da mesma faixa etária e predominantemente universitária constatou que a variável desesperança também está associada de forma significativa com a ideação suicida. Esse resultado reforça a importância da presente pesquisa, uma vez que a identificação dos precursores da desesperança pode contribuir para a implementação de políticas públicas voltadas para a promoção da saúde mental em universitários(18Toro-Tobar RA, Grajales-Giraldo FL, Sarmiento-López JC. Riesgo suicida según la tríada cognitiva negativa, ideación, desesperanza y depresión. Aquichan [Internet]. 2016 [acesso em 16 set 2020]; 16(4). Disponível em: http://dx.doi.org/10.5294/aqui.2016.16.4.6.
https://doi.org/10.5294/aqui.2016.16.4.6...
).

A relação dos sintomas depressivos com a desesperança, já amplamente discutida, relaciona-se ao fato de que, em face desses sintomas, a pessoa tem uma visão pessimista de si mesma e interpreta as suas experiências de forma negativa, isto é, o sofrimento psíquico antecipa o futuro no seu pior desfecho; antecipa e intensifica obstáculos, frustrações e privações, perspectivando-os com desesperança(19Huen JMY, Ip BYT, Ho SMY, Yip PSF. Hope and hopelessness: the role of hope in buffering the impact of hopelessness on suicidal ideation. PLoS One. [Internet]. 2015 [acesso em 16 set 2020]; 10. Disponível em: http://doi.org/10.1371/journal.pone.0130073.
https://doi.org/10.1371/journal.pone.013...
).

A presença de humor deprimido teve forte relação com a desesperança. Sabe-se que o humor deprimido e a desesperança fazem parte da grade de sintomas dos transtornos depressivos, os quais possuem etiologia complexa que envolve diversos sintomas, a exemplo dos relacionados a alterações de humor, como o humor deprimido, e, na esfera volitiva, a perda de energia(7Martins BG, Silva WR da, Maroco J, Campos JADB. Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse: propriedades psicométricas e prevalência das afetividades. J. bras. psiquiatr. [Internet]. 2019 [acesso em 16 set 2020]; 68(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000222.
https://doi.org/10.1590/0047-20850000002...
). Em estudos similares realizados em universitários, observou-se que 28% dos estudantes apresentavam sintomas depressivos, sendo 51,3% com sinais de depressão leve a moderada, 35,9% com sinais de depressão moderada e 12,8% com sinais de depressão severa, fatores que aumentam a vulnerabilidade desses alunos(20Costa DS da, Medeiros N de SB, Cordeiro RA, Frutuoso E de S, Lopes JM, Moreira S da NT. Sintomas de depressão, ansiedade e estresse em estudantes de medicina e estratégias institucionais de enfrentamento. Rev. bras. educ. med. [Internet]. 2020 [acesso em 16 set 2020]; 44(1). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.1-20190069.
https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.1-2...
-21LeMoult J, Gotlib IH. Depression: a cognitive perspective. Clin Psychol. [Internet]. 2019 [acesso em 16 set 2020]; 69. Disponível em: http://doi.org/10.1016/j.cpr.2018.06.008.
https://doi.org/10.1016/j.cpr.2018.06.00...
).

Os universitários que possuíam história de bullying apresentaram associação com a desesperança, no sentido de que os estudantes que sofreram bullying frequentemente relatam sensação de despertencimento e desamparo – fatores de risco que provavelmente os tornam mais vulneráveis às doenças mentais. Salienta-se que o bullying, que acontece mais comumente na adolescência, gera pressão, isolamento e desgaste mental na vítima, o que contribui para o adoecimento mental. Destaca-se, nesse sentido, que os efeitos do bullying ao adolescente podem repercutir em sofrimento mental na idade adulta, favorecendo sentimentos de desesperança(22Barbosa AKL, Bezerra MMM, Maranhão TLG, Parente TDL. Bullying e sua relação com o suicídio na adolescência. Rev Psic, [Internet]. 2016 [acesso em 16 set 2020]; 10(31). Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/501/667.
https://idonline.emnuvens.com.br/id/arti...
).

Os fatores associados à desesperança no público universitário, investigados no presente estudo, apontam para prejuízos emocionais e acadêmicos, ao tempo que evidenciam necessidade de aprimoramento nas ações de cuidado à saúde mental do estudante, incluindo-se ações de prevenção do suicídio no espaço acadêmico.

O estudo apresenta, como qualquer investigação, vantagens e limitações. A vantagem se refere a esta temática ser ainda pouco explorada na literatura nacional e principalmente na população jovem, e especificamente universitária, considerando o aumento dos índices de suicídio nesse seguimento populacional. Quanto às limitações, ter sido realizado com amostra não clínica, ter utilizado medidas de autorrelato e o próprio delineamento do estudo (transversal), que impossibilita avaliar relação causal.

CONCLUSÃO

Evidenciou-se nesse estudo a correlação entre desesperança e ideação suicida. Não estar no curso desejado, possuir inseguranças quanto ao futuro profissional, uso de álcool, cigarro e outras drogas, apresentar histórico de suicídio, humor deprimido e ser vítima de bullying foram fatores associados à desesperança. Além disso, o nível de desesperança teve associação significativa com baixo rendimento acadêmico nos universitários.

Tais evidências destacam a necessidade de intervenções envolvendo o público universitário, no intuito de prevenir esses fatores de risco que corroboram para o sentimento de desesperança e, concomitantemente, para o risco de suicídio. Reconhece-se que há despreparo por parte das instituições de ensino para lidar com indivíduos que apresentam sintomas de desesperança, fazendo com que muitos alunos não sejam compreendidos e desistam de procurar ajuda. Apesar dos participantes do estudo serem estudantes da área da saúde, que durante suas atividades acadêmicas valorizam a manutenção da vida de seus pacientes, a formação nem sempre os prepara adequadamente para lidar com o próprio adoecimento mental.

Espera-se que este estudo possa contribuir para a criação de sistemas integrados de cuidados de saúde no contexto das universidades, contemplando ações de apoio físico, mental e de saúde acadêmica, a exemplo da escuta qualificada por enfermeiros e docentes, com vistas a oferecer soluções para os universitários, reduzindo seu sofrimento psíquico.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

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Editado por

Editora associada: Luciana Alcântara Nogueira

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Out 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    18 Set 2020
  • Aceito
    20 Nov 2020
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