Acessibilidade / Reportar erro

Validação dos indicadores de risco para a constituição do leitor/escrevente

RESUMO

Objetivo

Validar indicadores de risco para a constituição do leitor/escrevente.

Método

Trata-se de um estudo exploratório em que um questionário retrospectivo sobre a criança antes da entrada no ensino fundamental, baseado nos indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor, foi aplicado a uma população de 293 pais de alunos do ensino fundamental I, de uma escola pública de São Paulo. Os achados foram cruzados com a sondagem diagnóstica de escrita dos alunos de 1º. a 5º. ano e com a avaliação da produção de texto em alunos de 3º. a 5º. ano. Os dados foram analisados estatisticamente.

Resultados e discussão

O questionário, de confiabilidade aceitável, na análise da validade convergente, apresentou correlação positiva considerada regular, estatisticamente significativa com a sondagem diagnóstica de escrita, ou seja, quanto maior o escore no questionário melhor o desempenho na sondagem. Entre o questionário e o desempenho na produção de texto, houve correlação estatisticamente positiva nos casos em que os responsáveis apresentaram queixa em relação à leitura e escrita de seus filhos. A análise fatorial exploratória validou o constructo proposto.

Conclusão

O questionário é de fácil aplicação e baixo custo e os resultados demonstraram aceitação pelos respondentes, características fundamentais a instrumentos que servem à saúde e educação públicas. A pesquisa permitiu validar 8 dos 15 indicadores de risco inicialmente propostos para a constituição do leitor/escrevente. Esta validação imprime qualidade ao constructo e abre possibilidades de sua utilização na promoção de saúde, prevenção de alterações na leitura e escrita e na terapêutica.

Descritores
Estudos de Validação; Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde; Fonoaudiologia; Saúde Pública; Educação; Aprendizagem

ABSTRACT

Purpose

To evaluate risk factors for the constitution of the reader/scribe.

Methods

This is an exploratory study in which a retrospective questionnaire about the child before entering elementary school, based on preliminary indicators for the constitution of the subject reader/scribe, was applied to a population of 293 parents of elementary school students from a public school in São Paulo. The findings were crossed with the diagnostic survey of writing of students from the 1st to the 5th grade and with the evaluation of text production of students from the 3rd to the 5th grade. Data was statistically analyzed.

Results and discussion

The questionnaire showed acceptable reliability and the analysis of convergent validity presented positive correlation considered valid, statistically significant with the diagnostic survey of writing, that is, the higher the score the better the performance in the survey questionnaire. There was statistically positive correlation between the questionnaire and the performance of the students on text production in cases where parents had complaints regarding the reading and writing of their children. Exploratory factor analysis validated the proposed construct.

Conclusion

The questionnaire is easy to apply and inexpensive, and the results showed acceptance by the respondents -- fundamental characteristics of instruments that serve public health and education. The research allowed validating 8 of 15 risk indicators initially proposed for the constitution of the reader/scribe. This validation confers quality to the construct and opens possibilities for its use in health promotion, prevention and rehabilitation in reading, writing and therapy.

Keywords
Validation Studies; Quality Indicators, Health Care; Reading, Speech, Language and Hearing Sciences; Public Health; Education; Learning

INTRODUÇÃO

Indicadores de saúde e risco fazem parte da área de epidemiologia em saúde. Esta difere da clínica, pois tem como foco proteger a comunidade de riscos à saúde e não reabilitar o indivíduo em sua especificidade(11 Andrade SM, Soares DA. Dados e informação em saúde: para que servem? In: Andrade SM, Soares DA, Codorni L Jr, organizadores. Bases da saúde coletiva. Londrina: UEL; 2001. p. 161-181.). Segundo os descritores em Saúde(22 Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. BVS: Biblioteca Virtual em Saúde. DeCS: Descritores em Ciências da Saúde [Internet]. Indicadores. BVS - Biblioteca virtual em saúde. São Paulo: BVS; 2015 [citado em 2015 Jan 20]. Disponível em: http://decs.bvs.br/
http://decs.bvs.br/...
), são medidas que sintetizam situações importantes das quais interessa conhecer sua evolução no tempo.

Será correto usarmos indicadores de saúde e risco para pensarmos os problemas na leitura e escrita? Os problemas na leitura e escrita dizem respeito à saúde ou à educação?

Por supormos que quem insere a criança no funcionamento da escrita é o adulto leitor/escrevente, instância da língua constituída(33 Lemos CTG. Sobre a aquisição da escrita: algumas questões. In: Rojo R, organizador. Alfabetização e Letramento: Perspectivas Linguísticas. Campinas: Mercado das Letras; 1998. p. 13-32.), ações na sociedade, envolvendo família, escola e comunidade em geral, seriam maneiras de oferecer mais e melhores possibilidades de a criança embrenhar-se na escrita; por outro lado, sabemos que é impossível evitar definitivamente sintomas neste campo.

Sob estas condições, um termo que pode nos auxiliar na construção da finalidade dos indicadores de risco para a constituição do leitor/escrevente é promoção de saúde.

Segundo alguns autores(44 Sutherland RW, Fulton MJ. Health promotion. In: Sutherland RW, Fulton MJ, organizadores. Health Care in Canada. Ottawa: CPHA; 1992. p. 161-181.), há importância em considerar os determinantes gerais sobre as condições de saúde, para se pensar sua promoção. Estes usam o conceito de qualidade de vida e nele incluem questões como nutrição, habitação, saneamento e inserção na educação.

Na área de leitura e escrita, encontramos na literatura nacional, trabalhos relacionados a programas de intervenção precoce junto à crianças de séries iniciais do ensino fundamental com risco para dislexia(55 Fukuda MTM, Capellini SA. Programa de intervenção fonológica associado à correspondência grafema-fonema em escolares de risco para a dislexia. Psicol Reflexão e Crítica. 2012;25(4):783-90. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722012000400018.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722012...
,66 Capellini SA, Sampaio MN, Kawata KHS, Padula NAMR, Santos LCA, Lorencetti MD, et al. Eficácia terapêutica do programa de remediação fonológica em escolares com dislexia do desenvolvimento. Rev CEFAC. 2010;12(1):27-39. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462009005000060.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462009...
). Baseados na teoria cognitivista, buscam fatores que indiquem que a criança apresenta risco para dislexia avaliando-a quanto às habilidades fonológicas e à relação letra-som, e o programa de intervenção proposto trabalha com as habilidades que tiveram resultados abaixo do esperado.

Para outros autores(77 Santos KF, Bógus CM. A percepção de educadores sobre a escola promotora de saúde: um estudo de caso. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2007;17(3):123-133.), as ações neste campo estariam voltadas ao coletivo e ao ambiente, no sentido amplo de ambiente, como físico, social, político, econômico e cultural. Desta forma, torna-se impossível separar saúde e educação; para se promover saúde, são fundamentais as ações intersetoriais.

Segundo outro autor(88 Hanns L. Psicoterapias sob suspeita: a psicanálise no século XXI. In: Pacheco RA Fo, Coelho N Jr, Debieux RM, organizadores. Ciência, pesquisa, representação e realidade em psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2000. p. 175-204.), é comum a abordagens psicodinâmicas, em psicologia como em psicanálise, a dificuldade em fazer descrições rigorosas de processos psíquicos que sirvam como base para comparações, porém, se o material da área médica, usado em abordagens comportamentais da psicologia, não se adequa aos procedimentos das abordagens psicodinâmicas, cabe a elas criar modos próprios de compartilhar seu saber de maneira científica e acessível à sociedade, à saúde pública, por exemplo, e às demais áreas de conhecimento. Apesar de lidar com fenômenos da subjetividade e da singularidade, na tentativa de validar suas práticas, o autor refere que o método pode ser comparado ao da economia, marketing, pedagogia e outras áreas nas quais as variáveis deixam o sistema instável, porém é possível monitorá-las e induzi-las a partir de tendências e contra tendências quantificadas e, acima de tudo, qualificadas.

Vários autores(99 Goulart BNG, Chiari BM. Construção e aplicação de indicadores de saúde na perspectiva fonoaudiológica: contribuições para reflexão. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2006;11(3):194-204.

10 Goulart BNG, Chiari BM. Comunicação humana e saúde da criança: reflexão sobre promoção da saúde na infância e prevenção de distúrbios fonoaudiológicos. Rev CEFAC. 2012;14(4):691-6. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000073.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011...

11 Verly FRE, Freire RMAC. Indicadores clínicos de risco para a constituição do sujeito falante. Rev CEFAC. 2015;17(3):766-74. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216201513014.
http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620151...

12 Reis BP, Freire RMAC. Indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor. Saude Soc. 2014; 23(2):592-603. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014...
-1313 Crestani AH, Moraes AB, Souza APR. Análise da associação entre índices de risco ao desenvolvimento infantil e produção inicial de fala entre 13 e 16 meses. Rev CEFAC. 2015;17(1):169-76. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620153514.
http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620153...
) reconheceram a importância da realização de discussões sobre indicadores de saúde e risco na fonoaudiologia, principalmente na área da comunicação humana, com vistas a contribuições na saúde pública.

Outros(1212 Reis BP, Freire RMAC. Indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor. Saude Soc. 2014; 23(2):592-603. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014...
), ainda, considerando a captura da criança pelo funcionamento da escrita, anterior à alfabetização formal, propuseram 4 eixos teóricos, desdobrados em 15 sinais fenomênicos – nomeados indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor:

“1º eixo: “Supor um sujeito leitor/escritor”

  • 1 - Quando lê para a criança, o adulto aponta onde está lendo, para que ela “acompanhe” a leitura.

  • 2 - O adulto pede que a criança leia para ele.

  • 3 - O adulto pede que a criança escreva.

  • 4 - O adulto “finge” ler os desenhos e “rabiscos” da criança.

2º eixo: “Reconhecer o sujeito como leitor/escritor”

  • 5 - A criança “finge” ler e/ou escrever.

  • 6 - A criança escreve e pede que o adulto leia.

  • 7 - A criança “escreve” e lê sua produção para o adulto.

  • 8 - A criança se oferece para ler, no lugar do adulto.

  • 9 - A criança lê/escreve quando lhe é pedido.

3º eixo: “Responder à escrita do outro”

  • 10 - A criança traz objetos portadores de texto para o adulto ler.

  • 11 - A criança diferencia desenhos e números, de textos.

  • 12 - A criança tem um livro de histórias ou revista favorito.

4º eixo: “Manifestar autoria”

  • 13 - A criança escreve sobre temas de seu interesse.

  • 14 - O texto da criança tem contexto.

  • 15 - Quando não sabe escrever determinada palavra, a criança “inventa”.

Como seguimento, propõem o uso destes indicadores na promoção da escrita e sugerem que sejam testados e validados.

Sobre indicadores de dados básicos, a RIPSA (Rede Interagencial de Informação para a Saúde) do Ministério da Saúde(1414 RIPSA: Rede Interagencial de Informações para a Saúde [Internet]. Indicadores de dados básicos RIPSA/SC: conceitos e critérios. Florianópolis: RIPSA; 2015 [citado em 2015 Jan 20]. Disponível em: http://www.sc.ripsa.org.br/php/level.php?lang=pt&component=91&item=2
http://www.sc.ripsa.org.br/php/level.php...
) aponta que a validade de um indicador depende de sua sensibilidade e especificidade, outros atributos deste são a mensurabilidade, relevância e custo-efetividade. Os indicadores devem detectar um fenômeno a ser analisado, de maneira que o identifique independentemente de outros fenômenos, devem ser compreensíveis e relevantes a seus usuários, como gestores em saúde.

Na busca destes atributos, o presente trabalho deu continuidade à pesquisa de outros autores(1212 Reis BP, Freire RMAC. Indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor. Saude Soc. 2014; 23(2):592-603. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014...
) com o objetivo de validar os indicadores de risco para a constituição do sujeito leitor/escritor. Para o processo de validação, verificamos como uma população de pais responde a eles com base na constituição de seus filhos como leitores/escreventes, anterior à entrada das crianças no 1o ano do ensino fundamental, e, a partir disso, avaliamos a confiabilidade do instrumento, consistência interna do conjunto de indicadores, validade convergente dos indicadores em relação aos dados atuais, na ocasião, de desempenho das crianças na leitura e escrita, e a validade do construto.

Entendemos que os eixos teóricos sintetizam as relações do sujeito com a escrita e com o outro e os indicadores são alguns de seus representantes fenomênicos. Ao propormos que a criança passa a ler e escrever por integrar uma estrutura de 4 eixos, apontamos que estes indicadores não se referem apenas a um eixo em particular, mas aos eixos em sua articulação estratificada.

Outra mudança que realizamos na atual pesquisa é dos termos usados para denominar a criança que começa a ler e escrever, de “sujeito leitor/escritor“ para “leitor/escrevente”. O termo sujeito remete ao sujeito na psicanálise, ao sujeito do inconsciente, e, mesmo que a constituição do sujeito se relacione com a linguagem de maneira indissociável, seria uma extrapolação usar o termo sujeito neste contexto, assim o retiramos. Também substituímos o termo escritor por escrevente, já que tratamos aqui daquele que está em processo de se constituir pela escrita, mas não necessariamente se tornará um escritor, no sentido de produzir no campo da literatura(1515 Barthes R. Escritores e escreventes. In: Barthes R, organizador. Crítica e verdade. São Paulo: Perspectiva; 1982. p. 31-9.,1616 Teberosky A. Aprendendo a escrever: perspectivas psicológicas e implicações educacionais. São Paulo: Ática; 2003.).

MÉTODO

Trata-se de um estudo exploratório de abordagem quantiqualitativa. A coleta de dados se deu em uma escola Estadual na região da periferia de São Paulo. Aplicamos um questionário retrospectivo sobre a criança, antes da entrada no 1o ano do ensino fundamental, baseado nos indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor(1212 Reis BP, Freire RMAC. Indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor. Saude Soc. 2014; 23(2):592-603. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014...
) a uma população formada por pais de alunos. Os achados foram cruzados com a sondagem diagnóstica de escrita no caso dos alunos de 1º. a 5º. ano e com a avaliação da produção de texto em alunos de 3º. a 5º. ano. Para a realização do trabalho, solicitamos autorização por escrito da diretoria da escola em questão. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, sob o número 39277414.7.0000.5482.

Encaminhamos uma carta convite, explicativa do projeto, acompanhada do questionário (Anexo A) aos responsáveis pelos alunos das salas do ensino fundamental I da escola, com exceção de uma sala do 3º ano, por ter participado do estudo piloto, preliminar a este. Participaram 6 salas de 1º ano, 5 salas de 2º ano, 5 salas de 3º ano, 4 salas de 4º ano e 3 salas de 5º ano, totalizando 548 alunos. Foram incluídos todos os alunos cujos responsáveis responderam ao questionário. Utilizamos também dados de avaliação do aluno a partir da “Sondagem e Diagnóstico” para a validade convergente.

Os materiais utilizados foram:

  • -

    Ficha (Anexo A) contendo dados de identificação do responsável e da criança; questionário retrospectivo adaptado a partir dos indicadores de risco para a constituição do sujeito leitor/escritor; perguntas abertas sobre outros dados de escrita da criança e da família.

  • -

    “Sondagem e Diagnóstico”– avaliação realizada conforme o Programa Ler e Escrever(1717 São Paulo. Secretaria da Educação. Ler e escrever: guia de planejamento e orientações didáticas; professor alfabetizador – 2º ano. 7 ed. São Paulo: FDE; 2014.), da Secretaria Estadual de São Paulo, baseada na teoria construtivista, realizada pelos professores para acompanhamento da relação da criança com a escrita. Nesta, quando o aluno não produz textos, realiza-se o ditado de palavras, de mesmo campo semântico, e de uma frase que contenha pelo menos uma das palavras ditadas. As palavras do ditado devem ser de uso da criança, porém não devem ser palavras cuja forma de escrever ela tenha decorado. A partir do 3º ano é esperado que a criança produza textos, sugerindo-se avaliar a produção de texto com gêneros textuais diferentes para 3º, 4º e 5º anos, gêneros que vão de bilhetes a textos informativos. O diagnóstico a partir da sondagem é realizado pelo professor, que classifica os alunos em 5 categorias quanto ao desempenho na alfabetização: pré-silábico, silábico sem valor sonoro, silábico com valor sonoro, silábico alfabético e alfabético. E em 4 categorias conforme a produção de texto: insuficiente, razoável, bom e muito bom. Estas avaliações ocorrem 5 vezes ao ano, em fevereiro, em abril, em julho, em setembro e em novembro.

Solicitou-se aos professores que enviassem o questionário aos responsáveis pelos alunos de sua sala por meio da agenda escolar e permitissem o acesso do pesquisador aos mapas com os resultados da “sondagem e diagnóstico”.

Foi utilizada a 3a sondagem do ano, realizada no mês de maio de 2014, e avaliação da produção de texto dos alunos (3o. a 5o. ano), referente ao mesmo período da sondagem, realizada pelos professores dos respectivos anos.

Os dados obtidos foram digitados em uma planilha Excel e analisados pelo programa “Statistical Package for the Social Science” SPSS 22.0 para Windows. Para a significância estatística, assumiu-se um nível descritivo de 5% (p≤0,005).

Foram calculadas as validades interna e externa do instrumento e realizada a análise descritiva dos dados por meio de frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central (média e mediana) e dispersão (desvio padrão, mínimo e máximo).

As variáveis quantitativas foram submetidas à verificação da normalidade pelo teste de Komolgorov-Smirnov e, como não apresentaram distribuição normal, foram aplicados testes não paramétricos. Para a comparação entre os grupos segundo escore gerado pelo questionário proposto, as dezesseis questões foram somadas, atribuindo-se 1 (um) para as respostas positivas e 0 (zero) para as respostas negativas; desta forma, obteve-se um índice variando de 0 a 16 pontos, sendo que, quanto maior este, melhor o “status” (têm mais indicadores pontuados positivamente) da criança conforme o questionário. Foram aplicados os testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, a fim de verificar possíveis grupos com comportamentos diferentes entre as escalas.

Para a consistência interna do questionário, utilizou-se o coeficiente alfa de Cronbach. A validade convergente foi realizada pelo teste não paramétrico de Spearman (r), comparando o escore total do questionário proposto versus a sondagem e o texto, sendo esta última correlação realizada para crianças a partir da 3ª série. Para a validade do construto, utilizou-se a análise fatorial exploratória (AFE), aplicando-se a análise de componentes principais, para a confirmação dos fatores, e o método de rotação Varimax. Os parâmetros para validação estão no Quadro 1.

Quadro 1
Parâmetros para validação

RESULTADOS

Dos 548 questionários enviados, 293 foram preenchidos e devolvidos. A média de idade dos alunos foi 7,9 anos (dp=1,5), mediana 8 anos, mínimo 6 e máximo 12 anos. As mães totalizaram 81,4% dos respondentes, enquanto os outros questionários (17,6%) foram respondidos pelos pais, avós, irmãos, tios e padrasto; três não trouxeram a informação do responsável pelo preenchimento.

Quanto ao grau de escolaridade dos respondentes, 4,7% não frequentaram a escola; 20,3% têm o primeiro grau incompleto; 29% têm o primeiro grau completo; 11,2% têm o segundo grau incompleto; 24,3% têm o segundo grau completo; 5,8% têm o superior incompleto; e 4,7%, superior completo. A média de idade do respondente foi 34,4 anos (dp=8,4), mediana 32 anos, variando entre 16 e 70 anos. Ressalta-se que 29 respondentes não preencheram a informação sobre a idade.

Entre os portadores de texto disponíveis em casa, 70,6% indicaram a bíblia seguida dos livros (63,1%) e gibis (59%). Entre os materiais de leitura referidos como “outros” (12,3%), encontram-se revistas, dicionários, calendários, folhetos diversos e rótulos de produtos. Somente 11 (3,7%) respondentes não referiram a existência de qualquer portador de texto; por outro lado, dos que indicaram algum, a média foi 3,1 (dp=1,6) portadores, mediana 3, mínimo de 1 e máximo 7.

A Tabela 1 indica que, para a validação dos indicadores, foram considerados como materiais de leitura: jornal, livro, bíblia e gibi. Para a idade do informante, foi aplicado um ponto de corte baseado no valor mediano da variável, enquanto que, para a escolaridade e material de leitura, a divisão foi empírica.

Tabela 1
Análise descritiva dados e o Coeficiente de Alfa de Cronbach

Destaca-se que as respostas não preenchidas, as preenchidas com não sei ou com ambas as opções (sim e não) foram excluídas, reduzindo o número de questionários para a validação dos indicadores a 190.

Iniciou-se a análise com a comparação entre as distribuições medianas do escore obtido com o questionário, a fim de se verificar se haveria diferença entre os grupos citados a seguir. Encontrou-se diferença estatisticamente significativa para sexo (p<0,001), idade do informante (p=0,002), queixa (p=0,005) e material de leitura (p=0,001).

Na análise pelo coeficiente alfa de Cronbach, verificou-se que a confiabilidade do questionário foi de αCronbach=0,73, considerada aceitável(1818 Gliem JA, Gliem RR. Calculating, interpreting and reporting Cronback’s alpha reliability coefficient for Likert-type scales. In: Midwest Research to Practice Conference in Adult, Continuing, and Community Education [Internet]; 2003; Columbus. Proceedings. Columbus: The Ohio State University Press; 2003. p. 82-8. [citado em 2015 Out 1]. Disponível em: https://scholarworks.iupui.edu/handle/1805/344
https://scholarworks.iupui.edu/handle/18...
). Em relação aos estratos, a maioria apresentou alfa de Cronbach > 0,70. Para a análise, agrupou-se o 1º e o 2º anos em 1 categoria e, em outra, os 3º, 4º e 5º anos, por se tratarem de perfis semelhantes, tanto em relação ao tempo decorrido entre o fato perguntado e o momento do preenchimento do questionário, quanto ao nível de alfabetização esperado. Os níveis de escolaridade dos respondentes: “não frequentou e 1° grau incompleto”; “1° grau completo e 2° grau incompleto”; e “2º grau completo, superior incompleto e superior completo” foram agrupados em 3 categorias pelas mesmas razões.

Na análise de validade convergente (Tabela 2), realizou-se a correlação entre o escore obtido pelo questionário, a sondagem e o desempenho do aluno na produção de texto. O questionário apresentou uma correlação positiva estatisticamente significativa com a sondagem (r=0,27; p<0,001), classificada como regular.

Tabela 2
Validade convergente pelo teste de correlação de Spearman entre o questionário proposto e as variáveis sondagem e texto

Da mesma maneira, o sexo masculino, a idade e a ausência de queixa apresentaram correlação positiva estatisticamente significativa entre o questionário proposto e a sondagem. Destacam-se a correlação entre as categorias da variável material de leitura e o resultado da sondagem. As categorias 1 a 2 e 3 a 4 materiais de leitura presentes na casa da criança apresentaram correlação positiva estatisticamente significativa entre o escore do questionário e a sondagem de, respectivamente, r=0,21 (p=0,044) e r=0,28 (p=0,010).

Não houve correlação estatisticamente significativa entre o índice do questionário e a produção de texto dos alunos, com exceção do grupo de respondentes que apresentou queixa em relação à escrita atual da criança (r=0,55; p=0,029).

Observamos que não houve correlação estatisticamente significativa entre os questionários respondidos por responsáveis que apresentaram queixa (r=024; p=0,144) e a sondagem.

A análise fatorial exploratória (AFE) foi realizada com o objetivo de detectar se o conjunto de perguntas do questionário traça um perfil condizente com o construto proposto, neste caso, o perfil da criança em sua relação com a escrita antes de sua entrada no 1o. ano do ensino fundamental. Também buscamos fatores que explicassem as correlações entre as perguntas.

A AFE foi repetida 3 vezes, sendo que, nas vezes sucessivas, as questões que apresentaram valores de variância (comunalidade) <0,50 foram retiradas, a saber, as questões 5, 6, 8, 12, 13, 14 e 15. Assim, chegamos ao melhor resultado (Tabela 3), com os parâmetros KMO=0,643 e esfericidade de Bartlett X2=424,6 (p<0,001), indicando viabilidade para análise fatorial. Neste conjunto de fatores, foram explicados 72,7% da variância total do modelo, atestando a validade do construto proposto.

Tabela 3
Valores de variâncias da análise geral, segundo questões

O conjunto final contém as questões 1, 2, 3, 4, 7, 9, 10, 11 e 16 (Quadro 2), agrupadas em 4 fatores (Tabela 4).

Quadro 2
Perguntas validadas e indicadores correspondentes
Tabela 4
Número e questões alocadas segundo fatores

DISCUSSÃO

A pesquisa realizada permitiu validar os indicadores preliminares para a constituição do leitor/escritor(1212 Reis BP, Freire RMAC. Indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor. Saude Soc. 2014; 23(2):592-603. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014...
).

Na verificação da confiabilidade, o questionário demonstrou consistência interna aceitável.

O estudo de validade convergente apontou correlação estatisticamente positiva entre o questionário e a sondagem realizada pelos professores. A partir deste dado, podemos inferir que o resultado obtido por meio do questionário tem relação com a hipótese de alfabetização em que se encontra a criança. A validade convergente apontou também que, quanto maior a presença de materiais escritos, melhor a correlação com o questionário. Com este dado é possível supor que há correlação positiva entre o número de diferentes portadores de texto disponíveis para a criança e seu desempenho posterior na leitura e escrita.

Em relação aos responsáveis que apresentaram queixa em relação ao desempenho atual da criança na leitura e escrita não houve correlação estatisticamente significativa entre os questionários respondidos. Podemos supor que os responsáveis que apresentam queixa em relação ao desempenho atual dos filhos na leitura e na escrita rememoram de outra maneira o período pré-escolar causando um viés, talvez por estarem em busca de indícios de por que a criança apresenta dificuldades atualmente.

A validade do construto foi obtida por meio de análise fatorial exploratória (AFE) com a população geral de sujeitos e culminou num conjunto final com 9 questões.

Apesar de os indicadores correspondentes ao eixo “responder à escrita do outro” terem ficado fora do questionário, isto não afeta o resultado final, pois o modelo é sustentado por uma estrutura, o que quer dizer que cada um dos 4 elementos que o constituem tira seu valor da relação com os outros.

Sobre as questões “Antes de saber escrever, seu filho rabiscava?” e “Quando ele trazia o rabisco você dizia o que pensava ser aquilo?”, que também ficaram fora do questionário, podemos supor que se referem a uma dimensão lúdica do ler e escrever e remetem mais fortemente aos eixos “supor um leitor/escrevente” e “manifestar autoria”, indicadores que estão contemplados também nas questões “Seu filho brincava de ler e/ou escrever?” e “Quando não sabia escrever, ele escrevia “do jeito dele?”. Sugere-se sua retirada para evitar redundância e otimizar os resultados.

A questão 8 “Seu filho escrevia e pedia para alguém ler?” também obteve resultados que indicam sua fragilidade como indicador, sugerindo-se ter havido aí dificuldades na interpretação do item pelos respondentes, o que parece apontar uma redação ambígua ou pouco clara e objetiva.

A AFE possibilitou também a organização das questões em 4 fatores que indicam a correlação entre as questões que permaneceram (Tabela 4). Eliminando-se as que ficaram abaixo do valor de desempenho exigido, o questionário foi reduzido de dezesseis para nove questões.

A partir deste resultado, discutiremos as correlações entre as questões em cada fator:

  • -

    FATOR 1 - As perguntas “9. Seu filho escrevia e lia o que escreveu para alguém?”, “10. Seu filho lia para você?” e “11. Seu filho lia/escrevia quando alguém pedia?” estão próximas em conteúdo e dizem respeito principalmente aos eixos “reconhecer um leitor/escrevente” e “responder à escrita do outro”.

  • -

    FATOR 2: A pergunta “1. Você lia para o seu filho?” foi acrescentada ao questionário por ser uma condição para a questão “2. Quando lia para seu filho você mostrava com o dedo onde estava lendo?”, portanto, uma não pode estar presente sem a outra e vice-versa. Ambas apontam para os hábitos de leitura das famílias e para o eixo teórico “supor um leitor/escrevente”

  • -

    FATOR 3: As questões “3. Você pedia para seu filho ler?” e “4. Você pedia para seu filho escrever?” relacionam-se mais fortemente ao eixo “supor um leitor/escrevente” e, por terem sido respondidas de forma semelhante pelos sujeitos da pesquisa, apontam para o fato de que, ao supor um leitor, supõe-se também que ele escreva.

  • -

    FATOR 4: As perguntas “7. Seu filho brincava de ler e/ou escrever?” e “16. Quando ainda não sabia escrever, ele escrevia “do jeito dele”?” estão agrupadas, pois dizem respeito à possibilidade de a criança brincar com a língua, ocupando uma posição de autoria a partir do reconhecimento do adulto de que ela lê e escreve.

Os 4 fatores detalhados e explicitados acima confirmaram, com o auxílio da estatística, os 4 eixos teóricos para a constituição do leitor/escrevente.

A AFE permitiu a redução do questionário às questões que apontam para o construto proposto, sendo retiradas aquelas que faziam ruído no conjunto. A organização em fatores trouxe a confirmação de que questões supostas como diferenciais na constituição do leitor/escrevente o são de fato.

Foi possível com esta análise confirmar questões conhecidas no campo e tomar outras como hipóteses. O fato de adultos próximos à criança apresentarem práticas de leitura é fundamental para a possibilidade de suporem na criança um leitor e para reconhecerem nela o ato de ler.

A presença de portadores de texto na casa da criança, algo comum em uma sociedade letrada, também demonstrou seus efeitos, pois, como vimos em nossos dados, apenas 3,75% dos respondentes referiu não os ter; ressaltamos, porém, que faz diferença se estes intermediam situações de interação adulto/criança/escrito. O mesmo é verdadeiro para a escrita: é necessário um outro que esteja atento e curioso quanto ao que a criança faz para que seus rabiscos, seus desenhos ou seus textos sejam interpretados e ganhem sentido.

Levar adultos, pais ou educadores, a reconhecer a presença de autoria nos textos de crianças pequenas, também pode gerar efeitos em seu desempenho futuro nos atos de ler e escrever, pois muitas delas (94,6%) manifestam autoria antes da alfabetização formal.

Nesta pesquisa, 65,2% da população de respondentes não terminou o 2º grau, apresentando baixa escolaridade, o que pode indicar hábitos de leitura pouco frequentes sem envolver portadores de texto mais complexos como os livros. Isto nos leva a pensar na possibilidade de intervirmos na promoção de saúde, como fonoaudiólogos, em duas frentes de atuação: uma, com as famílias que, de modo geral, se mostraram abertas ao diálogo sobre a leitura e escrita de seus filhos; e outra, com as creches e escolas de educação infantil, locais privilegiados para a interação do adulto letrado (educador) com a criança e para a oferta de práticas de letramento.

CONCLUSÃO

A pesquisa realizada permitiu validar 8 dos 15 indicadores preliminares para a constituição do leitor/escritor propostos em trabalho anterior(1212 Reis BP, Freire RMAC. Indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor. Saude Soc. 2014; 23(2):592-603. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014...
). Cada indicador não se relaciona a um dos eixos, mas a todos, pois trata-se de uma estrutura em que os valores são obtidos da articulação dos elementos entre si.

A aposta em instrumentos baseados numa concepção de linguagem que compreende a relação criança - adulto - língua (escrita) como terreno para a constituição de um leitor/escrevente é diferencial por sua marca de valorização da subjetividade. Estes indicadores propõem marcas a serem olhadas na coletividade e, ao mesmo tempo, levam aquele que as olha a observar aspectos da interação entre criança e adulto que apontam para o que há de singular na emergência de um leitor/escrevente.

A validação deste instrumento imprime a ele qualidade e abre possibilidades de utilização na promoção de saúde, prevenção de alterações na leitura e escrita e na terapêutica. Para tanto, sugerimos a continuidade deste trabalho com outros estudos exploratórios para a verificação de sua aplicabilidade, como a aplicação mediante observação de crianças em idade pré-escolar em interação com adultos e aplicação a populações de diferentes níveis socioeconômicos e idades.

ANEXO A – QUESTIONÁRIO

IDENTIFICAÇÃO

NOME DA CRIANÇA:___________________________________________________________________________________________________

DATA DE NASCIMENTO: _____________________________ IDADE ATUAL: _____________________________________

SÉRIE: _____________

INFORMANTE:  MÃE  PAI  OUTROS QUAL O PARENTESCO COM A CRIANÇA?_____________________________

NOME: _____________________________________________________________________________________________________________

DATA DE NASCIMENTO: ______________________________

ESCOLARIDADE:  NÃO FREQUENTEI A ESCOLA  PRIMEIRO GRAU INCOMPLETO (ATÉ A 4A. SÉRIE)

 PRIMEIRO GRAU COMPLETO (ATÉ A 8A. SÉRIE)  SEGUNDO GRAU INCOMPLETO

 SEGUNDO GRAU COMPLETO  SUPERIOR INCOMPLETO

 SUPERIOR COMPLETO

MATERIAIS ESCRITOS NA CASA:  JORNAL  LIVRO  BÍBLIA  GIBI  LIVRO DE RECEITAS

 FOLHETO DE SUPERMERCADO  OUTROS QUAIS?____________________________________________________________

GOSTARIA DE ACRESCENTAR ALGO SOBRE A LEITURA E A ESCRITA DO SEU FILHO? _____________________________________________________

Sr. Responsável: estamos desenvolvendo uma pesquisa com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Pedimos sua colaboração para responder estas perguntas sobre seu filho, antes da entrada dele no 1º ano. Obrigada!

  • Responder sim ou não.

SIM NÃO NÃO SEI OBSERVAÇÕES
1- Você lia para o seu filho?
2- Quando lia para seu filho você mostrava com o dedo onde estava lendo?
3- Você pedia para seu filho ler?
4- Você pedia para seu filho escrever?
5- Antes de saber escrever, seu filho rabiscava?
6- Quando ele trazia o rabisco você dizia o que pensava ser aquilo?
7- Seu filho brincava de ler e/ou escrever?
8- Seu filho escrevia e pedia para alguém ler?
9- Seu filho “escrevia” e lia o que escreveu para alguém?
10- Seu filho lia para você?
11- Seu filho lia/escrevia quando alguém pedia?
12- Seu filho trazia livros ou revistas para alguém ler?
13- Seu filho sabia a diferença entre desenhos, números e palavras?
14- Seu filho tinha uma revista ou livro de histórias preferido?
15- Você entendia o texto dele?
16- Quando ainda não sabia escrever, ele escrevia “do jeito dele”?

_______________________________________________________________________________________________________________________________

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à escola estadual Pastor Paulo Leivas Macalão por colaborar com os dados e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/OBEDUC) pelo auxílio à pesquisa.

  • Trabalho realizado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP - São Paulo (SP), Brasil.
  • Fonte de financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/OBEDUC).

REFERÊNCIAS

  • 1
    Andrade SM, Soares DA. Dados e informação em saúde: para que servem? In: Andrade SM, Soares DA, Codorni L Jr, organizadores. Bases da saúde coletiva. Londrina: UEL; 2001. p. 161-181.
  • 2
    Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. BVS: Biblioteca Virtual em Saúde. DeCS: Descritores em Ciências da Saúde [Internet]. Indicadores. BVS - Biblioteca virtual em saúde. São Paulo: BVS; 2015 [citado em 2015 Jan 20]. Disponível em: http://decs.bvs.br/
    » http://decs.bvs.br/
  • 3
    Lemos CTG. Sobre a aquisição da escrita: algumas questões. In: Rojo R, organizador. Alfabetização e Letramento: Perspectivas Linguísticas. Campinas: Mercado das Letras; 1998. p. 13-32.
  • 4
    Sutherland RW, Fulton MJ. Health promotion. In: Sutherland RW, Fulton MJ, organizadores. Health Care in Canada. Ottawa: CPHA; 1992. p. 161-181.
  • 5
    Fukuda MTM, Capellini SA. Programa de intervenção fonológica associado à correspondência grafema-fonema em escolares de risco para a dislexia. Psicol Reflexão e Crítica. 2012;25(4):783-90. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722012000400018
    » http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722012000400018
  • 6
    Capellini SA, Sampaio MN, Kawata KHS, Padula NAMR, Santos LCA, Lorencetti MD, et al. Eficácia terapêutica do programa de remediação fonológica em escolares com dislexia do desenvolvimento. Rev CEFAC. 2010;12(1):27-39. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462009005000060
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462009005000060
  • 7
    Santos KF, Bógus CM. A percepção de educadores sobre a escola promotora de saúde: um estudo de caso. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2007;17(3):123-133.
  • 8
    Hanns L. Psicoterapias sob suspeita: a psicanálise no século XXI. In: Pacheco RA Fo, Coelho N Jr, Debieux RM, organizadores. Ciência, pesquisa, representação e realidade em psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2000. p. 175-204.
  • 9
    Goulart BNG, Chiari BM. Construção e aplicação de indicadores de saúde na perspectiva fonoaudiológica: contribuições para reflexão. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2006;11(3):194-204.
  • 10
    Goulart BNG, Chiari BM. Comunicação humana e saúde da criança: reflexão sobre promoção da saúde na infância e prevenção de distúrbios fonoaudiológicos. Rev CEFAC. 2012;14(4):691-6. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000073
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000073
  • 11
    Verly FRE, Freire RMAC. Indicadores clínicos de risco para a constituição do sujeito falante. Rev CEFAC. 2015;17(3):766-74. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216201513014
    » http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216201513014
  • 12
    Reis BP, Freire RMAC. Indicadores preliminares para a constituição do sujeito leitor/escritor. Saude Soc. 2014; 23(2):592-603. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200019
    » http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200019
  • 13
    Crestani AH, Moraes AB, Souza APR. Análise da associação entre índices de risco ao desenvolvimento infantil e produção inicial de fala entre 13 e 16 meses. Rev CEFAC. 2015;17(1):169-76. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620153514
    » http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620153514
  • 14
    RIPSA: Rede Interagencial de Informações para a Saúde [Internet]. Indicadores de dados básicos RIPSA/SC: conceitos e critérios. Florianópolis: RIPSA; 2015 [citado em 2015 Jan 20]. Disponível em: http://www.sc.ripsa.org.br/php/level.php?lang=pt&component=91&item=2
    » http://www.sc.ripsa.org.br/php/level.php?lang=pt&component=91&item=2
  • 15
    Barthes R. Escritores e escreventes. In: Barthes R, organizador. Crítica e verdade. São Paulo: Perspectiva; 1982. p. 31-9.
  • 16
    Teberosky A. Aprendendo a escrever: perspectivas psicológicas e implicações educacionais. São Paulo: Ática; 2003.
  • 17
    São Paulo. Secretaria da Educação. Ler e escrever: guia de planejamento e orientações didáticas; professor alfabetizador – 2º ano. 7 ed. São Paulo: FDE; 2014.
  • 18
    Gliem JA, Gliem RR. Calculating, interpreting and reporting Cronback’s alpha reliability coefficient for Likert-type scales. In: Midwest Research to Practice Conference in Adult, Continuing, and Community Education [Internet]; 2003; Columbus. Proceedings. Columbus: The Ohio State University Press; 2003. p. 82-8. [citado em 2015 Out 1]. Disponível em: https://scholarworks.iupui.edu/handle/1805/344
    » https://scholarworks.iupui.edu/handle/1805/344
  • 19
    Pallant J. SPSS survival manual. London: Open University Press; 2007.
  • 20
    Hulley SB, Cummings SR, Browner WS, Grady DG, Newman TB. Delineando a Pesquisa Clínica: uma abordagem epidemiológica. 2 ed. Porto Alegre: ArtMed; 2003.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2016

Histórico

  • Recebido
    12 Nov 2015
  • Aceito
    02 Maio 2016
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Al. Jaú, 684, 7º andar, 01420-002 São Paulo - SP Brasil, Tel./Fax 55 11 - 3873-4211 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@codas.org.br