Resumo
Este ensaio propõe uma leitura da obra de Rachel Cusk, em especial da trilogia Esboço e do romance Segunda casa, em um diálogo com a obra de D. H. Lawrence, autor muito admirado por ela. Na trilogia, Cusk dá voz a uma narradora que com frequência cede seu lugar aos demais personagens; e, em Segunda casa, ela cria uma narradora que tem dificuldades para definir seu “eu”. Em contraste, nos livros anteriores de Cusk, principalmente em suas memórias, havia uma voz pessoal muito marcada. É o deslocamento dessa voz que tentamos explorar aqui. Argumentamos que Cusk se empenha em deslocar o narrador (e a estrutura do romance) para lidar com uma pergunta sobre a posição da mulher no texto e fora dele.
Palavras-chave
Literatura de mulheres; Narrador; Rachel Cusk; D. H. Lawrence