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CRIAÇÃO DE SINAIS-TERMO: TRATAMENTO E DESCRIÇÃO DO TERMO PARA COVID-19 EM LÍNGUA DE SINAIS

CREATION OF TERM SIGNS: TREATMENT AND TERM DESCRIPTION FOR DESCRIPTION FOR COVID-19 IN SIGN LANGUAGE

Resumo

O presente artigo versa sobre a criação de sinais-termo em Língua de Brasileira Sinais para a pandemia da Covid-19. Objetivou-se, portanto, investigar e descrever o processo de criação dos novos sinais-termo relacionados à pandemia da Covid-19. Para isso, em função do isolamento social, o campo de pesquisa tornou-se virtual nas plataformas: Facebook, Instagram e WhatsApp. Fundamenta-se na morfologia da Língua de sinais (Quadros & Karnopp, 2004). Para a descrição fonética e morfológica Faria-do-Nascimento (2009) e Abreu (2019), sobre o processo de criação de novos sinais termos. A análise focalizou o estudo sobre três sinais-termo, o primeiro a surgir foi o convencionado na China com a referência conceitual equivocada de que a doença era transmitida pelo morcego, por isso foi abandonado. O segundo, é uma convenção universalizada que é “padrão” em países da Europa e do Ocidente. E o terceiro convencionado no Brasil é a variante usada no país.

Palavras-chave
Morfologia; Covid-19; Língua de Sinais Brasileira

Abstract

This article is about the creation of term signs in Brazilian Language Signs for the Covid-19 pandemic. The objective, therefore, was to investigate and describe the process of creating new endpoints related to the Covid-19 pandemic. For this, due to social isolation, the field of research has become virtual using platforms such as Facebook, Instagram, and WhatsApp. It is based on the morphology of Sign Language (Quadros & Karnopp, 2004). For the phonetic and morphological description, it was used Nascimento (2009)Nascimento, S. P. F. Representações lexicais da língua de sinais brasileira: uma proposta lexicográfica. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília. Instituto de Letras. Departamento de Linguística, Português e línguas Clássicas - LIP. Programa de Pós-Graduação em Linguística. Brasília, 2009. https://repositorio.unb.br/handle/10482/6547.
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and Abreu (2019), regarding the process of creating new term signs. This analysis was focused on the study of three-term signs, the first to emerge was the one agreed in China with a mistaken conceptual reference that the disease was transmitted by bats, so it was abandoned. The second is a universalized convention that is “standard” in European and Western countries. And the third agreed in Brazil is the variant used in country.

Keywords
Morphology; Covid-19; Brazilian Sign Language

Introdução

Devido à pandemia mundial da Covid-19, surgiu a necessidade de coletivas de impressa, em âmbito nacional e regional, para explicar de que se tratava a Covid-19 e como se davam as formas de contágio e que cuidados se deveria ter com a saúde do corpo e da casa para evitar a propagação do vírus. A comunidade surda assim como a comunidade ouvinte não conseguiam compreender a gravidade da doença e a rapidez de contágio que pode levar à morte, com um agravante para aquela que não recebia a informação por conta de os meios de comunicação não estarem adaptados em Língua de sinais. Por isso, a necessidade de informação sobre cuidados com o manuseio de objetos e superfícies, de higienizar as mãos antes de tocar na face ou corpo, sobre o distanciamento social, o uso de máscara e de álcool gel. Assim, fez-se necessário a presença de intérpretes de libras nas coletivas de imprensa na televisão, para viabilizar a informação aos Surdos sobre os riscos da Covid-19 e os cuidados necessários.

Este trabalho busca compreender essas mudanças ocorridas nas comunicações referentes à Covid-19, mas, sobretudo, investigar as mudanças na sinalização da língua de sinais para tornar a informação mais acessível e inteligível à comunidade surda. Para tanto, iniciou-se a pesquisa nas redes sociais, majoritariamente nas redes nacionais, elegendo três vídeos para análise: o primeiro de uma surda de São Paulo, o segundo de um surdo de Brasília, que apresentou um surdo do Canadá e outro do Japão que usam o mesmo sinal-termo convencionado internacionalmente, e o terceiro de um surdo de São Paulo com um sinal-termo convencionado no Brasil que se tornou oficial no Pará. Essa escolha quanto ao termo mais adequado para usar na sinalização é necessária para que se evite a soletração datilológica, que dificulta a compreensão pela comunidade surda e prejudica a performance do intérprete em situações cotidianas e oficiais.

A pesquisa objetiva analisar e descrever o processo de criação dos novos sinais-termo relacionados à pandemia da Covid-19 a nível morfológico, usando os processos de derivação e de incorporação na criação do Sinal-termo: “para designar um sinal que compõe um termo específico da LSB, no caso desta pesquisa, os sinais-termos apresentados referem-se a termos do Corpo Humano apresentados em LSB” (Costa, 2012Costa, M. R. Proposta de modelo de enciclop�dia visual bil�ngue juvenil: Enciclolibras. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília. Instituto de Letras – IL. Departamento de Linguística, Português e línguas Clássicas – LIP. Programa de Pós-Graduação em Linguística – PPGL, Brasília, 2012. https://repositorio.unb.br/handle/10482/13558.
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, p. 33). Para isso, apresentar-se os conceitos relacionados a processos de criação de novos sinais-termo e a descrição dede cada um dos termos para a Covid-19 em Língua de sinais.

Torna-se necessário estabelecer padrões exploratórios quanto à base morfológica para criação de um sinal-termo. Além da referência conceitual do termo da língua oral para a língua de sinais. O texto está dividido em três sessões: A primeira apresenta conceitos de morfologia da língua de sinais; a segunda sessão focaliza o surgimento de novos termos e suas qualificações linguísticas; e a terceira, a análise e descrição de três sinais-termo relacionados à Covid-19.

1. Morfologia na língua de sinais brasileira

A grande quantidade das interações entre os surdos e entre surdo com ouvintes impõe uma convenção das lexias do cotidiano de termos técnicos. Essa necessidade cresceu com o aumento do ingresso de surdos no Ensino Superior. Os novos termos técnicos dos cursos de graduação precisam fazer referência real da sentença inicial em língua portuguesa para a língua de sinais, a fim de evitar problemas de compreensão conceitual e problemas na interação e no domínio pleno do conteúdo. Além disso, convencionar um sinal-termo é fundamental para evitar a “soletração manual que é um léxico não nativo” (Quadros & Karnopp, 2004Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004., p. 88).

O aporte linguístico na língua de sinais-LS quanto ao processo de criação de termos é indispensável para compreender a organização interna do morfema e as regras da LS para a formação de sinais-termo. Segundo Abreu (2019, p. 100)Abreu, W. C. Processos de formação de sinais: um estudo sobre derivação e incorporação nominal na língua brasileira de sinais-Libras. Dissertação de Mestrado. (Programa de Pós-Graduação em Letras). Universidade Federal do Pará, Instituto de Letras e Comunicação, Belém, 2019. http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12293.
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, a relação entre fonética e fonologia facilita a análise fonomorfológica. Assim, procuraremos saber como essa língua está organizada a nível dos parâmetros fonéticos e fonológicos.

Em 1960, segundo os estudos pioneiros do linguista norte-americano Willian Stokoe, os parâmetros da língua de sinais são unidades mínimas sem significado, sendo elas: as Configurações de Mãos (CM), o Movimento (M) e a Locação (L), conforme a Imagem 1. (Quadros & Karnopp, 2004Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004., p. 56) Esses parâmetros fonológicos não fixados não exprimem nenhum significado. Mas, os sinais produzidos numa ordem específica geram um significado específico que pode sofrer alteração de categoria, caso um dos seus componentes seja alterado.

Imagem 1
Parâmetros fonológicos na Língua de Sinais.

Os três parâmetros fonológicos, conforme a Imagem 2, a Locação-L, são os múltiplos locais onde o sinal-termo pode incidir ou estar em frente ao corpo, denominado de espaço neutro (Quadros & Karnopp, 2004Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004., p. 54). As configurações de Mãos-CM, podem ser entendidas como formato de mãos para a realização do morfema em Língua de sinais. Abreu (2019, p. 90) cita duas propostas de inventário de configurações em que Ferreira-Brito e Langevin (1995)Ferreira-Brito, L. Por uma gramática de língua de sinais. (Trabalho original publicado em 1995). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2010. catalogam 46 CMs e, posteriormente, Faria-Nascimento cataloga 75 CMs. Destaca-se que essa lista está organizada numericamente, pois facilita a descrição fonológica. Quanto à lista de configurações de mãos, o presente artigo usa o modelo com 61 configurações, de acordo com Pimenta (cf. Pimenta, LSB-Vídeo, s.d.), citado em Faria-do-Nascimento (2009, p. 166)Nascimento, S. P. F. Representações lexicais da língua de sinais brasileira: uma proposta lexicográfica. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília. Instituto de Letras. Departamento de Linguística, Português e línguas Clássicas - LIP. Programa de Pós-Graduação em Linguística. Brasília, 2009. https://repositorio.unb.br/handle/10482/6547.
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.

Imagem 2
Configurações de Mãos.

Esse modelo está organizado dentro de material didático em vídeo. apresentado por Faria-do-Nascimento (2009, p. 155)Nascimento, S. P. F. Representações lexicais da língua de sinais brasileira: uma proposta lexicográfica. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília. Instituto de Letras. Departamento de Linguística, Português e línguas Clássicas - LIP. Programa de Pós-Graduação em Linguística. Brasília, 2009. https://repositorio.unb.br/handle/10482/6547.
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. Ele será novamente usado na transcrição do sinal-termo convencionado para a Covid-19. Assim, faz-se necessário apresentar a configuração de mãos mediante as numerações ordenadas de sua catalogação. O movimento consiste em diversas ações de deslocamento para se movimentar as mãos e os braços em várias direções para a realização do sinal-termo (Ferreira-Brito, 1999Ferreira-Brito, L. Por uma gramática de língua de sinais. (Trabalho original publicado em 1995). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2010.; Quadros & Karnopp, 2004Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.).

Embora existam vários processos morfológicos na língua de sinais, esse estudo levará em conta os processos responsáveis pela formação de sinais-termo para fornecer a base descritiva necessária dos termos convencionados em libras para a Covid-19. Abreu (2019, p. 118)Abreu, W. C. Processos de formação de sinais: um estudo sobre derivação e incorporação nominal na língua brasileira de sinais-Libras. Dissertação de Mestrado. (Programa de Pós-Graduação em Letras). Universidade Federal do Pará, Instituto de Letras e Comunicação, Belém, 2019. http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12293.
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define os processos morfológicos como: Derivação (que se desdobra em derivação por reduplicação de movimento, derivação infixal, derivação de negação), incorporação nominal e composição.

Para Abreu, “a derivação é um processo morfológico que cria novos sinais a partir de afixação de morfemas a uma raiz” (2019, p. 80). Assim como nas línguas orais, na língua de sinais existe um morfema raiz que gera um sinal que, por sua vez, gera outros termos com acréscimo ou supressão de um dos parâmetros fonológicos.

No processo de derivação por reduplicação de movimento, na derivação por reduplicação, o Movimento é levado em consideração para definir o significado do verbo. Supulla e Newport (1978, p. 80) citado em Quadros e Karnopp (2004, p. 97)Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. e afirmam que esse processo em American Sign Language (ASL) é “a derivação a partir do nome com o encurtamento do movimento do verbo ou com a repetição do movimento associado ao verbo”. Um exemplo, é o verbo pentear em que o Movimento é em sentido retilíneo de cima para baixo simulando o uso do objeto com a repetição do movimento. Já no objeto pente, o movimento é único, embora que realizado em sentido retilíneo, de cima para baixo simulando o mesmo.

A Derivação Infixal, para Abreu, “trata-se da adição de um morfema derivacional a uma raiz existente em outros sinais-termo” (2019, p. 117). No processo derivacional, reúne-se a Configuração de Mãos e o Movimento atribuindo uma direção para constituir o sentido do termo. Como no sinal-termo “asa”, que consiste em <palmas abertas, Configuração de Mãos n.57 sem movimento no espaço>. Em outro caso, para a constituição do léxico “Conjunto Habitacional”, compreende-se a composição do termo casa <palmas abertas, Configuração de Mãos n.57com o movimento horizontal da direita para a esquerda>; esse deslocamento das mãos estabelece o sentido de casas enfileiradas como em um conjunto.

A Derivação da Negação é o processo em que o morfema de negação é afixado à raiz. Xavier e Neves (2016, p. 177) afirmam que a negação é incorporada pelos parâmetros de orientação da palma das mãos-OP e as expressões não-manuais-ENM. Para Felipe (2006, p. 30), alguns verbos, originalmente com articulação positiva, adicionam a negação à sua raiz (Quadros & Karnopp, 2004Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004., p. 56).

A Incorporação Nominal-IN é um processo de formação de palavras que tem forte influência sintática. Abreu (2019, p. 100)Abreu, W. C. Processos de formação de sinais: um estudo sobre derivação e incorporação nominal na língua brasileira de sinais-Libras. Dissertação de Mestrado. (Programa de Pós-Graduação em Letras). Universidade Federal do Pará, Instituto de Letras e Comunicação, Belém, 2019. http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12293.
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citado em Mithun (1984, p. 91) que acrescenta que a IN é um tipo de composição que associa verbos, estabelece relação semântica. Segundo Quadros e Karnopp (2004)Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004., essa relação é estabelecida pelos verbos: simples, com concordância e os manuais. A incorporação de negação é estabelecida por um verbo simples que acresce a negação para alterar o sentido inicial da raiz. Como por exemplo, o verbo gostar que pode modificar seu sentido quando afixado ao termo “NÃO” realizado pelo movimento de negação com a cabeça que transmite o sentido de não gostar.

A Composição, de acordo com Bybee (1985, p. 200), é o processo que assemelha características sintáticas e lexicais e permite combinações que possibilitam palavras previsíveis ou de reunião de significados com as partes do morfema. A composição dos sinais por unidades mínimas, complementar com o quarto e quintos e parâmetros (unidades mínimas), “Parâmetros das LS: a configuração de mão, o ponto de articulação, o movimento, a orientação e as expressões não-manuais”, conforme (Quadros & Karnopp, 2004Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004., p. 106). Pois todos os parâmetros importam na produtividade da língua para o processo de derivação, de criação de um sinal-termo ou até de um novo lexema.

Quadros e Karnopp (2004)Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. definem a composição a partir dos verbos simples que são verbos sem concordância como: conversar, estudar, escrever dentre outros. Outra categoria apresentada pelas autoras são os verbos direcionais, que usam a marcação de pessoa e número como em enviar, dizer ou acusar que direciona movimento ao receptor da ação. Já os verbos manuais são “léxico nativo os classificadores” (Quadros & Karnopp, 2004Quadros, R. M. & Karnopp, L. B (Orgs.). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004., p. 88), como nos verbos limpar e cozinhar que incorporam ação de movimento e a forma dos objetos com o uso de parâmetro fonológico das configurações de mãos.

1.1 A criação de novos morfemas

A televisão, celular, computadores e redes sociais tem impactado o acesso à informação, tornando-a dinâmica e automática. As comunidades surdas se adequam ao uso dessas tecnologias por terem acesso à informação escrita ou, em alguns casos, quando está acessível em língua de sinais. Além disso, surdos e ouvintes têm produzido conteúdos sinalizados para disponibilizar em plataformas digitais em libras acessíveis com áudio ou legenda para ouvintes.

Por isso, novos morfemas surgem para atender à necessidade comunicativa de grupos humanos. Atualmente, em função da pandemia da Covid-19, surge a necessidade de compreender do que se trata a doença, além de qualificar o léxico em todas as línguas, inclusive na de sinais. Como suporte teórico, Gonçalves (2016, p. 11)Gonçalves, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Editora Contexto, 2016. elabora cinco hipóteses para a criação de novas unidades lexicais. São elas:

a. Nomear experiências

Para Gonçalves, “novas palavras surgem pela necessidade de nomear fenômenos desconhecidos ou novos ou relacionados a conceitos diferentes dos existentes.” (2016, p. 13). Alguns desses termos estão relacionados a empréstimos linguístico ou a outros termos existentes.

A língua brasileira de sinais recebeu o estatuto de língua oficial do Brasil em 2002, com a promulgação da Lei nº 10.436. Com o aumento da difusão e do uso dessa língua, pessoas surdas têm acessado espaços sociais e educacionais. Assim, várias experiências novas precisam ser nomeadas para facilitar a compreensão de termos e conceitos. Isso se confirma pela evolução de pesquisas, criação e registro de palavras em língua de sinais.

b. Expressar uma ideia numa classe de palavras diferente

“Palavras novas são criadas para adequar sintaticamente o conteúdo de outra.” (Gonçalves, 2016Gonçalves, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Editora Contexto, 2016., p. 14).

Com a popularização do uso de redes sociais, vários hábitos são redefinidos e qualificados no ambiente tecnológico, como o termo stalkear cuja tradução para o Português remete à ação de seguir, a ponto de violar a privacidade. Embora a ação se limite a seguir, curtir publicações sem cunho investigativo, ainda assim utiliza-se esse termo para qualificar a ação.

Na língua brasileira de sinais, os morfemas podem ser extraídos de situações e conceitos de outras línguas como usar a soletração numérica de 007, fazendo referência à produção cinematográfica do espião esperto, que em suas sagas consegue escapar de qualquer situação. Na Libras, usa-se esse mesmo sentido para qualificar uma pessoa esperta.

c. Fazer o texto progredir

Novos morfemas têm a “função textual que faz o texto progredir podendo ocultar o sujeito, assim, fazendo retomadas anafóricas e catafóricas, e adequar os tipos de discurso” (Gonçalves, 2016Gonçalves, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Editora Contexto, 2016., p. 19). Para o texto progredir na língua portuguesa, sem repetição exaustiva do sujeito, pode-se ocultar o sujeito com as retomadas anafóricas. Na língua de sinais, o texto pode progredir com o mesmo processo linguístico de retomadas anafóricas.

d. Expressar o ponto de vista

Para a compreensão da convenção será necessário ter referências de vivências sociais e culturais do grupo que o convenciona. De acordo com Gonçalves, “muitas vezes, o emissor pode externar seu ponto de vista através do uso de determinadas marcas morfológicas o que justifica afirmar que o significado dos afixos pode se alterar pragmaticamente (em função do contexto ou da interação linguística).” (Gonçalves, 2016Gonçalves, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Editora Contexto, 2016., p. 21). Um morfema, uma expressão podem ser complexos, por usar uma figura de linguagem ou metáfora, por veicular juízos de valor e sinalizar impressões subjetivas do falante.

Mas, para entender o sentido, é necessário ter uma experiência pragmática sobre o seu significado como, por exemplo, em “bolsominions”, recentemente criado, faz referência aos apoiadores do presidente atual do Brasil, parte do nome do presidente acrescido de “minions”, que faz referência ao filme “Meu malvado favorito” (2010) cujo enredo conta a história de pequenas criaturas que são seguidores fiéis do Gru, que é o protagonista do filme.

O sinal-termo da lexia “colonizar”1 1 A transcrição fonológica é: <raiz da Configuração de Mão n. 08 com a afixação da mão de apoio com a Configuração de Mão n. “57”, movimento retilíneo de cima para baixo>. significa rebaixar ou diminuir alguém. Esse sentido conceitua o sentimento que pessoas surdas têm pelos processos educacionais e sociais a que foram historicamente submetidos.

e. Identificar-se com um grupo

A língua, por sua influência cultural e social, pode demarcar grupo social, classe, gênero, dentre outros. Nesse último, a marcação está relacionada à “capacidade de uma forma veicular informações relevantes acerca de estilos vocais específicos.” (Gonçalves, 2016Gonçalves, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Editora Contexto, 2016., p. 24). Os homens tendem a usar o grau aumentativo e as mulheres optam pelo grau diminutivo que ocorrer tanto na língua portuguesa com o acréscimo de morfemas sufixais após o radical, quanto na língua de sinais com a marcação do morfema da expressão facial.

2. Procedimentos metodológicos

Professores de Libras e intérpretes precisam participar de fóruns, de debates e de redes de trocas de convenções sinalizadas, em casos de necessidade de acessibilidade comunicacional com libras.

Essa pesquisa foi realizada por meio das redes sociais, em função do distanciamento social ocasionado pela pandemia da Covid-19. Recorreu-se ao grupo WhatsApp da associação de intérpretes para a definição do sinal-termo eleito pela comunidade surda Paraense mediante os debates que ocorriam no Brasil. Os debates iniciaram com vídeos postados no Facebook e Instagram e foram repostados no grupo da Associação dos Tradutores Intérpretes de Língua de Sinais do Pará –– ASTILP. A discussão no grupo permitiu criar o sinal-termo “Covid-19”, a ser usado nas conferências e coletivas de impressa do governo do Estado.

Para esse artigo, foram analisados três vídeos que apresentam o sinal-termo em questão. Cada vídeo é identificado com um número que precede a palavra termo:

  • 1º TERMO é apresentado pela professora surda e militante Paulista/SP em uma postagem no aplicativo Facebook. Na filmagem, ela apresenta o sinal-termo que resultou de um conceito equivocado para Covid-19, quando se considerava que a transmissão se dava pelo morcego. Posteriormente, ela sinaliza os sinais-termo 2 e 3 que são objetos desta pesquisa e faz observações quanto à concepção de cada um dos termos.

  • 2º TERMO, apresentado pelo professor e artista surdo de Brasília/DF, foi postado no Facebook. O professor apresenta os sinais-termo 2 e 3. No minuto 1:10, apresenta um surdo do Canadá e no minuto 2:51, um surdo da China que sinaliza com o mesmo sinal, o mesmo usado no mundo todo, exceto, no Brasil que é institucionalizado o Termo 3, em São Paulo, no Pará e em outras regiões no país.

  • 3º TERMO é apresentado pelo professor, ator e poeta surdo de São Paulo/SP em um vídeo na plataforma Instagram. Ele especifica que foi um sinal discutido na comunidade surda, embora não defina quem e quais estados participaram da convenção no Brasil. Ao final do vídeo, ele solicita que o sinal-termo 3 seja difundido no país.

3. A criação de sinais-termo na língua de sinais para a covid-19

A pandemia do novo coronavírus provocou mudanças nos comportamentos sociais, de higiene e de saúde pública. As redes televisivas internacionais começaram a produzir conteúdo sobre: cuidados com a saúde, características do vírus e dados de incidências do vírus com doentes e mortos. Nesse contexto, as pessoas surdas começaram a ter acessibilidade, pelo menos nas coletivas de impressa com interpretação simultânea em Libras. Nesta pesquisa, referimo-nos aos conceitos da “Terminologia especializada” (Faulstich, 1993Faulstich, E. "Socioterminologia: mais que um método de pesquisa, uma disciplina". Rev. Ciência da Informação, 24 (3), s/p, 1993. DOI: 10.18225/ci.inf..v24i3.566
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, p. 30) para especificar que o objeto desta pesquisa são morfemas sinalizados de especialidade que sugiram para designar o conceito Covid-19.

O primeiro sinal-termo, 1º TERMO, reproduzido na Imagem 3, foi convencionado ainda no começo da pandemia quando se acreditava que a Covid-19 teria surgido pela transmissão do morcego ao homem em um mercado na cidade chinesa Wuhan. No entanto, o sinal se mostrou inoperante por não reportar ao conceito.

Imagem 3
1º TERMO/ Covid-19.

O vídeo original analisado foi postado na plataforma Facebook, no dia 21 de março de 2020, por uma professora surda de São Paulo, explicando sobre o sinal-termo de Covid-19.

Imagem 5
Unificação terminológica.

Assim, o primeiro a ser convencionado e socializado, como na imagem 3, foi formado pelo processo de Derivação Infixal. Segundo Abreu (2019, p. 114)Abreu, W. C. Processos de formação de sinais: um estudo sobre derivação e incorporação nominal na língua brasileira de sinais-Libras. Dissertação de Mestrado. (Programa de Pós-Graduação em Letras). Universidade Federal do Pará, Instituto de Letras e Comunicação, Belém, 2019. http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12293.
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, a descrição morfológica com a tabela de CM da imagem 2: <a raiz em Configuração de Mãos n. “08” e com o afixo que é a mão de apoio, Configuração de Mãos n. “48”>, faz menção à mordida do morcego no dorso da mão, o que corresponde à raiz do sinal-termo, pois, no início da pandemia, em meados de janeiro de 2020, pensava-se que a doença era transmitida pelo morcego.

Com a compreensão de que o morcego não era vetor da doença, o termo convencionado se tornou inoperante. No 2º TERMO, (imagem 5), a professora surda, na continuidade do vídeo, menciona um sinal-termo convencionado em outros países, elaborado com a utilização da língua internacional de sinais, Campello (2014, p. 147)Campello, A. R. e S. "Intérprete surdo de língua de sinais brasileira: o novo campo de tradução / interpretação cultural e seu desafio". Cadernos de Tradução, 1 (33), 143-167. 2014. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-7968.2014v1n33p143.
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define o termo “Língua de Sinais Internacionais” como “um sistema de sinais internacionais com o objetivo de melhor entendimento o uso de várias línguas de sinais, para criar uma língua fácil de aprender e de se comunicar”. associado à concepção de unificação terminológica.

Com isso, o professor e ator surdo de Brasília socializou o 3º TERMO, conforme a imagem 6. No dia 21 de março de 2020, na plataforma Facebook, nesse vídeo original que foi analisado, o autor edita sua apresentação e mostra no minuto 1:10, um surdo do Canadá e no minuto 2:51, um surdo da China. Ambos apresentaram o mesmo sinal-termo. O professor surdo autor dessa narrativa do Termo 2º questiona a unificação terminológica, pois no mundo afora é utilizado o 2º TERMO e apenas o Brasil que utiliza o sinal- 3º TERMO. Apesar de levantar o questionamento sobre a padronização, na continuidade do vídeo, o professor não aprofunda a necessidade ou não de unificação.

Imagem 4
3º TERMO / Covid-19

O 3º TERMO é uma construção, um processo de Derivação Infixal. De acordo com Abreu (2019)Abreu, W. C. Processos de formação de sinais: um estudo sobre derivação e incorporação nominal na língua brasileira de sinais-Libras. Dissertação de Mestrado. (Programa de Pós-Graduação em Letras). Universidade Federal do Pará, Instituto de Letras e Comunicação, Belém, 2019. http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12293.
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, a descrição morfológica é: <raiz em Configuração de Mão n. “08” com duas afixações mão de apoio com a palma inicialmente em Configuração de Mão em n. “08”, posteriormente em Configuração de Mão n. “61”, o movimento é uma leve curva na lateral da mão base sem alterar a direção da palma do afixo>.

Explicar que o primeiro vídeo foi utilizado para responder à postagem do segundo vídeo, o que indica o fluxo discursivo da comunidade surda em todo do signo linguístico, do conceito e dos aspectos linguísticos em torno do termo, como por exemplo a necessidade de padronização dos termos e a variação linguística/ regionalismo. O professor surdo de Brasília responde à professora de São Paulo “ok ótimo sua opinião é muito bom!! Sim verdade certo.”

O quarto vídeo original analisado foi postado na plataforma Instagram, no dia 30 de janeiro de 2020, em São Paulo, pelo professor, ator e poeta surdo, usando a hashtag- DEAF Community china Brasil saúde. No texto sinalizado, ele explica que foram realizados debates entre os professores de São Paulo e de outras regiões não mencionadas. Dessa forma, em consenso, definiram o 4º TERMO na Imagem 6. Como na convenção Brasileira para Covid-19, o professor solicita a difusão do termo em eventos, palestras, aulas dentre outros para que fosse assimilado pela comunidade surda nacional.

Imagem 6
4 º TERMO/ Covid-19

O 4º TERMO, considerado nacional para Covid-19, é realizado pelo processo de Derivação Infixal, segundo Abreu (2019)Abreu, W. C. Processos de formação de sinais: um estudo sobre derivação e incorporação nominal na língua brasileira de sinais-Libras. Dissertação de Mestrado. (Programa de Pós-Graduação em Letras). Universidade Federal do Pará, Instituto de Letras e Comunicação, Belém, 2019. http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12293.
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/ha...
. A descrição morfológica é: <raiz em Configuração de Mãos de n. “08”, com duas afixações com a mão de apoio inicialmente em Configuração de Mão n. “08” e finalizando com a Configuração de Mão n. “61”, palma aberta com os dedos separados contornando a inteira lateral da mão>.

Destaca-se que a similaridade entre os três sinais-termo é a raiz da palma da mão em configuração de mão número 08, com o punho da mão fechado do classificador do núcleo do vírus. Os sinais-termo 2º e 3º são quase idênticos: os dedos classificam a superfície da proteína ao redor do núcleo do vírus. Diferem apenas pelo contorno da palma aberta ao redor da raiz do sinal. No 2º TERMO, dá-se apenas um leve giro na lateral da raiz, e no 3º TERMO realiza-se um giro completo em torno da mão da raiz do sinal.

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Fluxo discursivo

Para demonstrar o fluxo discursivo na imagem 7, em torno do tema e do signo, ressaltar que o sinal rapidamente convencionado no Brasil rapidamente foi utilizado pela comunidade surda, incluindo professores surdos de diferentes Universidades na promoção de informações sobre a pandemia de Covid-19. Descrição: Projeto de extensão da UFSCar para divulgação à comunidade surda sobre COVID-19 em Libras. Apresentação: Profª. Raissa Siqueira Toste (DPsi/UFSCar), Coordenação do projeto COVID-19 EM LIBRAS: Profº. Guilherme Nichols (DPsi/UFSCar), Profª. Mariana Isaac Campos (DPsi/UFSCar), Profª. Raissa Siqueira Tostes (DPsi/UFSCar).

Além da descrição morfológica do processo de formação do sinal-termo, é necessário compreender os motivos do surgimento dos sinais-termo para Covid-19. Faremos isso com referência aos cinco motivos para elaboração de novos morfemas apresentados por Gonçalves (2016)Gonçalves, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Editora Contexto, 2016.. O primeiro é para nomear experiências, como a pandemia instalada. Logo, os meios de comunicação veicularam várias recomendações que foram repassadas para o mundo. Na maioria dos pronunciamentos dos governos regional, estadual, federal e da própria Organização Mundial de Saúde existiam intérpretes de Libras na mediação da informação às pessoas surdas. Por isso, um sinal-termo foi convencionado para nomear essa (nova) experiência em Língua de Sinais.

Por não existir um termo específico em Língua de sinais para qualificar um determinado conceito, seria necessário usar a soletração manual ou a gestualidade. O segundo motivo, definido por Gonçalves (2016)Gonçalves, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Editora Contexto, 2016.: expressar uma ideia numa classe de palavras diferente. Por isso, foi fundamental a elaboração de um sinal-termo com referência aos parâmetros fonológicos da configuração de mão, o movimento e a direcionalidade com os classificadores. Atende ao terceiro motivo, definido por Gonçalves (2016, p. 14)Gonçalves, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Editora Contexto, 2016., fazer o texto progredir. Com a convenção terminológica para Covid-19 em língua de sinais, o texto sinalizado progride sem interrupções, evita-se a soletração manual de “C-o-v-i-d 1-9” que demoraria a continuidade do discurso e ocasionaria a perda de informações pelo intérprete.

No quarto motivo, expressar o ponto de vista, o 3º TERMO, é uma convenção única e específica ao Brasil para marcar uma identidade linguística específica.

O motivo cinco, identificar um grupo, é evidenciado pelo fato de outros países usarem a convenção 2º TERMO, enquanto, no Brasil, optou-se pelo 3º TERMO e, mesmo com a semelhança entre 2 e 3, ainda assim o 2º TERMO não é usado no Brasil.

Considerações finais

A língua de sinais, com o uso e difusão, tem recebido espaço em ambientes sociais, políticos, educacionais, além de estudos científicos sobre essa língua, estudos relacionados ao léxico, à Terminologia, à Socioterminologia, dentre outras ciências. Dicionários, enciclopédias e glossários têm sido elaborados em ambientes acadêmicos, fomentando, assim, o interesse de outros pesquisadores para a manutenção do registro dessa língua no Brasil e no mundo.

Compreende-se, nesse caso, que uma nova Terminologia surge para nomear ações, situações e eventos, fundamental para demonstrar a dinamicidade das línguas orais e sinalizadas. A criação de morfemas novos é um processo muito produtivo na língua de sinais, pelo fato de esta ser jovem em relação à maioria das outras línguas. Assim, a cada dia surgem novos sinais-termo com a presença de surdos e intérpretes de libras em vários ambientes sociais e educacionais acessados por essa comunidade linguística.

Um aspecto que precisa ser verificado é a necessidade ou não de padronização de terminologias especializadas. Pois, no caso da Covid-19, por exemplo, o sinal-termo convencionado no mundo foi “um” e no Brasil outro, específico e diferente do restante do mundo. É preciso pensar os limites da padronização e da variação dentro de especialidades. Também é necessário pensar na descrição fonológica e morfológica para institucionalizar as pesquisas.

Apesar dessas conquistas, é importante levantar algumas problematizações sobre o estudo nessa ciência. A primeira questão é sobre os protocolos adotados para a criação de novos léxicos ou termos. Qual método? Quem participa desse processo? Como é avaliado o conceito por trás do termo? Sobre a linguística, que organização morfológica é usada para a elaboração do sinal-termo? Essas reflexões são necessárias para que a ciência não recaia no senso comum, sem regra linguística, como se fosse patrimônio de alguns, sem cuidados técnicos e científicos.

Pensar em áreas de registro, elaborar materiais dentro de protocolos científicos, pensando em estratégias para a divulgação em redes acadêmicas para conhecimento das comunidades surdas brasileiras é fundamental para as pesquisas linguísticas no Brasil.

  • 1
    A transcrição fonológica é: <raiz da Configuração de Mão n. 08 com a afixação da mão de apoio com a Configuração de Mão n. “57”, movimento retilíneo de cima para baixo>.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Ago 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    27 Ago 2022
  • Aceito
    16 Dez 2022
  • Publicado
    Jan 2023
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