Resumo
O artigo argumenta haver, no contexto da Independência do Brasil, uma linguagem republicana ainda pouco explorada pela bibliografia. Para tal, investigam-se os periódicos Revérbero Constitucional Fluminense (1821-1822) e Correio do Rio de Janeiro (1822-1823). Foi adotada a perspectiva metodológica da Escola de Cambridge do contextualismo linguístico, tanto no trato do debate público quanto daquele da recepção. Para isso, desenvolvem-se dois movimentos: 1) o argumento de autoridade mobilizado na recepção de ideias e autores republicanos consagrados, em seus usos diretos e indiretos, cotejados com as fontes primárias; 2) os conceitos de cidadania e virtude atrelados ao republicanismo, do cidadão-soldado na defesa da nação e da abnegação individual em prol do público. Conclui-se que o conceito de liberalismo republicano é mais adequado para descrever esses periódicos do que liberalismo radical ou apenas republicano, expressões consagradas pela literatura especializada.
Palavras-chave
Independência do Brasil; republicanismo, Correio do Rio de Janeiro; Revérbero Constitucional Fluminense; liberalismo