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Gramática/análise linguística no ensino de inglês (língua estrangeira) por meio de sequência didática: uma análise parcial

Grammar/linguistic analysis in the teaching of english as a foreign language via didactic sequence: a partial analysis

RESUMO

Este artigo discute as possibilidades de articulação entre o ensino de gramática/análise linguística e de expressão escrita (compreensão e produção) durante o processo de implementação de uma Sequência Didática por meio dos gêneros de textos comics, comic strips, political cartoon no contexto de ensino-aprendizagem de Língua Inglesa do Centro de Línguas Estrangeiras Modernas do Estado do Paraná - CELEM. Nossas análises nos permitem concluir que o procedimento Sequência Didática viabiliza o trabalho com a gramática, possibilitando que esta seja trabalhada em sala de aula na perspectiva da análise linguística (cf.: Geraldi 1991GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes., 1997______. (Org.). 1997. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática.), o que torna esse estudo muito mais significativo e real para o aluno.

Palavras-chave:
Análise linguística; Expressão escrita; Sequência didática; Língua inglesa

ABSTRACT

This research paper discusses the possibilities of articulation between the teaching of grammar/linguistic analysis and written production (reading comprehension and writing) during the implementation process of a Didactic Sequence through the genres comics, comic strips and political cartoon in the context of English teaching of at the Center of Modern Foreign Languages from Paraná State - CELEM. Our analyses allows us to conclude that the Didactic Sequence procedure makes the work with grammar possible, enabling the work with grammar via linguistic analysis, which makes this study much more meaningful and real to the student.

Key-words:
Linguistic analysis; Written production; Didactic sequence; English language

Introdução

Tendo em vista que nosso estudo busca investigar como se dá o processo de transposição didática, especificamente, no que tange à articulação entre a gramática/análise linguística (AL) e a expressão escrita, trazemos, neste artigo, discussões em torno dos termos “gramática” e “AL”, no que se refere ao contexto de ensino de línguas estrangeiras com base em gêneros de textos, por meio do procedimento Sequência Didática, doravante SD (Dolz, Noverraz; Schneuwly 2010______; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. 2010. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. 2.ed. Campinas, SP: Mercado de Letras.). Assumimos, portanto, o Interacionismo Sociodiscursivo - ISD (Bronckart, 2006______. 2006. Interacionismo Sócio-discursivo: uma entrevista com Jean Paul Bronckart. Revista Virtual de Estudos da Linguagem - ReVEL. 4(6). Tradução de Cassiano Ricardo Haag & Gabriel de Ávila Othero. Disponível em: < http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/revel_6_entrevista_bronckart_port.pdf>. Acesso em 14 de out. de 2013.
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, 2008______. 2008. O agir nos discursos: das concepções teóricas às concepções dos trabalhadores. Tradução: Anna Rachel Machado & Maria de Lourdes Meirelles Matencio. Campinas, SP: Mercado das Letras., 2012______. 2012. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Tradução: Anna Raquel Machado & Péricles Cunha. São Paulo: EDUC.) como suporte teórico de base que sustenta este estudo.

Alegar que o ensino de línguas envolve o trabalho com gêneros já não constitui mais uma inovação. Esse fenômeno decorre, principalmente, das orientações veiculadas pelos documentos oficiais norteadores do ensino de Línguas Estrangeiras, pois, pelo menos, desde 1998, com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira, essa noção de trabalho com gêneros vem sendo difundida entre os professores, muito embora tal documento não utilize a terminologia “gênero”, mas sim “tipos de texto”.

Os documentos que se seguiram, cada qual com suas especificidades, continuaram a enfatizar a importância de um ensino com enfoque em textos. No caso específico do Paraná, a publicação das Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Estrangeira Moderna - DCE/LEM (Paraná 2008PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Educação Básica. 2008. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para a Educação Básica. Curitiba.) trouxe, de forma mais marcada e explícita, a orientação para um trabalho a partir dos gêneros. Além disso, o Programa Nacional do Livro Didático também marcou a entrada dos gêneros na sala de aula, a partir da publicação de seu primeiro guia de livros didáticos para língua estrangeira moderna (Brasil 2010BRASIL. 2010. Guia de livros didáticos: PNLD 2011: Língua Estrangeira Moderna. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. 48 p. Disponível em: <file:///C:/Users/Win7/Downloads/pnld_2011_lingua_estrangeira.pdf>). Dentre os critérios estabelecidos para a seleção das obras, o documento menciona, em vários momentos, a necessidade da presença de um trabalho com gêneros.

Reportamo-nos, então, à questão da transposição didática. De acordo com Lanferdini (2012)LANFERDINI, Priscila Azevedo da Fonseca. 2012. O trabalho (agir) docente no processo coletivo de planejamento e elaboração de uma sequência didática para o ensino de língua inglesa. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem). Paraná: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: < Disponível em: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000177959 > Acesso em: 20 de mar. de 2014.
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e Barros (2012)BARROS, Eliana Merlin Deganutti. de. 2012. Gestos de ensinar e de aprender gêneros textuais: a sequência didática como instrumento de mediação. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem). Londrina: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem. Disponível em: < Disponível em: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000171939 >Acesso em: 03 de fevereiro de 2015.
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, o termo “transposição didática” não é recente. Foi criado pelo sociólogo francês Michel Verret, em 1975, tendo sido aprofundado por Yves Chevallard (1989CHEVALLARD, Yves. 1989. On didactic transposition theory: some introductory notes. Disponível em: <Disponível em: http://yves.chevallard.free.fr/spip/spip/rubrique.php3?id_rubrique=6 >. Acesso em: 17 jan. 2015.
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: 6), matemático e educador francês, segundo o qual: “A transição do conhecimento considerado como uma ferramenta para ser colocada em uso, para o conhecimento como algo a ser ensinado e aprendido, é precisamente o que eu tenho chamado de transposição didática do conhecimento” (tradução nossa)1 1 . “The transition from knowledge regarded as a tool to be put to use, to knowledge as something to be taught and learnt, is precisely what I have termed the didactic transposition of knowledge”. .

Sem dúvida, realizar a transposição didática dos modelos teóricos e das pesquisas empíricas (cf.: Bronckart 2006BRONCKART, Jean-Paul. 2006. Interacionismo Sócio-discursivo: uma entrevista com Jean Paul Bronckart. Revista Virtual de Estudos da Linguagem - ReVEL. 4(6). Tradução de Cassiano Ricardo Haag & Gabriel de Ávila Othero. Disponível em: < Disponível em: http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/revel_6_entrevista_bronckart_port.pdf >. Acesso em 14 de out. 2013.
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) tem sido um desafio para os professores ao se depararem com documentos oficiais que sinalizam, por exemplo, para um ensino com base em gêneros e, acrescentaríamos, para o trabalho com a gramática na perspectiva da AL.

Levando em consideração o processo de transposição didática, sobre o qual tecemos alguns comentários, nosso entendimento converge com o de Cristovão (2001)CRISTOVÃO, Vera Lúcia Lopes. 2001. Gêneros e ensino de leitura em LE: os modelos didáticos de gêneros na construção e avaliação de material didático. Tese (Doutorado em Linguistica Aplicada e Estudos da Linguagem) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo., Machado e Cristovão (2006)______; CRISTOVÃO, Vera Lúcia L. 2006. A construção de modelos didáticos de gêneros: aportes e questionamentos para o ensino de gêneros. Linguagem em (Dis)curso - LemD, Tubarão. 6(3): 547-573. Disponível em <http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/linguagem-em-discurso/0603/060309.pdf>Acesso em: 15 de out. de 2014.
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, Petreche (2008)PETRECHE, Célia Regina Capellini. 2008. A sequência didática nas aulas de língua inglesa do ensino médio e o desenvolvimento de capacidades de linguagem. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem). Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: < Disponível em: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000144668 > Acesso em 20 de abr. de 2014.
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e Stutz (2012)STUTZ, Lídia. 2012. Sequências didáticas, socialização de diários e autoconfrontação: instrumentos para a formação inicial de professores de inglês. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem). Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:< Disponível em:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000178953 >Acesso em: 13 de jan. de 2015.
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, ao identificarmos e avaliarmos esse processo como altamente complexo. A respeito dessa complexidade, Machado e Cristovão (2006)______; CRISTOVÃO, Vera Lúcia L. 2006. A construção de modelos didáticos de gêneros: aportes e questionamentos para o ensino de gêneros. Linguagem em (Dis)curso - LemD, Tubarão. 6(3): 547-573. Disponível em <http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/linguagem-em-discurso/0603/060309.pdf>Acesso em: 15 de out. de 2014.
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apresentam discussões sobre o que denominam problemas da transposição didática. De acordo com as pesquisadoras, o reconhecimento dos vários problemas relacionados à transposição didática, dentre eles o da compartimentalização dos conhecimentos, motivou os pesquisadores francófonos a buscarem alternativas que os auxiliassem a superá-los, dando origem, assim, ao procedimento SD.

Ao tratarmos dos aportes teóricos que sustentam nosso estudo, apresentamos, inicialmente, uma discussão em torno dos tipos de gramática, relacionando-as às atividades denominadas de atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas. Passando, a seguir, às discussões sobre AL, SD e capacidades de linguagem - CL, de modo a embasar a nossa tese de que o procedimento SD pode vir a possibilitar que um ensino mais efetivo de AL seja realizado nas aulas de línguas estrangeiras.

Importa, contudo, destacar que as concepções de gramática, atividades de linguagem, epilinguagem e metalinguagem, assim como AL (cf.: Travaglia 2000TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez.), (cf.: Geraldi 1991GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes., 1997______. (Org.). 1997. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática.) referem-se especificamente ao ensino de língua portuguesa como língua materna. A justificativa para lançarmos mão de tal referencial vem em decorrência do fato de não haver estudos em língua inglesa como língua estrangeira que se voltem para o ensino de gramática numa perspectiva que se aproxima da AL. Uma busca2 2 . “Ao analisar os 164 resumos oriundos dessa busca, detectamos que 163 não focavam a língua inglesa ou não tratavam das questões do ensino da gramática de um modo mais amplo, mas sim de questões pontuais e específicas de um determinado conteúdo gramatical, ou ainda, referiam-se a outros contextos que não o da Educação Básica das escolas públicas; restando-nos apenas uma pesquisa, a partir das palavras-chave análise linguística, língua inglesa e ensino. ” (Pontara 2015). A referida pesquisa constitui-se de uma Dissertação de Mestrado de Terruggi-Martinez (2011), em que a autora discute o papel do ensino da gramática nas aulas de língua inglesa do Ensino Fundamental das escolas públicas do Estado de São Paulo. Para essa discussão a pesquisadora, defendendo o ensino de gramática como habilidade, pautou-se em Batstone (1994) e Larsen-Freeman (2003). realizada por nós no portal da CAPES durante a realização de nossa pesquisa de mestrado comprova tal afirmação.

Os conceitos de SD e CL (Dolz; Noverraz; Schneuwly 2010______; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. 2010. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. 2.ed. Campinas, SP: Mercado de Letras.) são trazidos do contexto de ensino-aprendizagem de francês como língua materna. Contudo, muitos pesquisadores brasileiros têm se debruçado sobre estudos que investigam a utilização de tais referenciais no ensino de línguas estrangeiras, dentre os quais podemos citar: Cristovão (2001)CRISTOVÃO, Vera Lúcia Lopes. 2001. Gêneros e ensino de leitura em LE: os modelos didáticos de gêneros na construção e avaliação de material didático. Tese (Doutorado em Linguistica Aplicada e Estudos da Linguagem) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo., Machado e Cristovão (2006)______; CRISTOVÃO, Vera Lúcia L. 2006. A construção de modelos didáticos de gêneros: aportes e questionamentos para o ensino de gêneros. Linguagem em (Dis)curso - LemD, Tubarão. 6(3): 547-573. Disponível em <http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/linguagem-em-discurso/0603/060309.pdf>Acesso em: 15 de out. de 2014.
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, Petreche (2008)PETRECHE, Célia Regina Capellini. 2008. A sequência didática nas aulas de língua inglesa do ensino médio e o desenvolvimento de capacidades de linguagem. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem). Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: < Disponível em: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000144668 > Acesso em 20 de abr. de 2014.
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, Denardi (2009)DENARDI, Didiê Ana Ceni. 2009. Flying together towards EFL teacher development as language learners and professionals through genre writing. Tese (Doutorado em Letras - Inglês e Literatura Correspondente). Florianópolis, SC: Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: < Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92491 > Acesso em: 25 de fev, 2014.
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, Ferrarini (2009)FERRARINI, Marlene Aparecida. 2009. O gênero textual conto de fadas didatizado para o ensino de produção escrita em língua inglesa. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem). Londrina: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:< Disponível em:http://www.livrosgratis.com.br/arquivos_livros/cp125679.pdf >. Acesso em: 04 de março, 2014.
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, Cristovão (2007_______. 2007. Modelos didáticos de gênero: uma abordagem para o ensino de língua estrangeira. Londrina, PR: UEL., 2009______. 2009. Sequências Didáticas para o ensino de línguas. In: DIAS, Reinildes; CRISTOVÃO, Vera Lúcia L. (Org.). O Livro Didático de Língua Estrangeira: múltiplas perspectivas. Campinas SP: Mercado de Letras. p. 305-344., 2010______. 2010. Uma proposta de planejamento de ensino de língua inglesa em torno de gêneros textuais. Letras, Santa Maria, v. 20, n. 40, p. 191-215, jan./jun. Disponível em: < http://w3.ufsm.br/revistaletras/artigos_r40/artigo_11.pdf>. Acesso em 13 de set. de 2013.
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), Cristovão et. al.(2010)______ et al. 2010. Uma proposta de planejamento de ensino de língua inglesa em torno de gêneros textuais. Letras, Santa Maria. 20(40): 191-215. Disponível em: < http://w3.ufsm.br/revistaletras/artigos_r40/artigo_11.pdf>. Acesso em 13 de set. de 2013.
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, Cristovão e Stutz (2011)______; STUTZ, Lídia. 2011. Sequências didáticas: semelhanças e especificidades no contexto francófono como L1 no contexto brasileiro como LE. In: SZUNDY, Paula Tatianne Carréra et al. (Org.). Linguística Aplicada e Sociedade. Ensino e Aprendizagem de Línguas no Contexto Brasileiro. Campinas, SP: Pontes Editores., Lanferdini (2012)LANFERDINI, Priscila Azevedo da Fonseca. 2012. O trabalho (agir) docente no processo coletivo de planejamento e elaboração de uma sequência didática para o ensino de língua inglesa. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem). Paraná: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: < Disponível em: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000177959 > Acesso em: 20 de mar. de 2014.
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, Stutz (2012)STUTZ, Lídia. 2012. Sequências didáticas, socialização de diários e autoconfrontação: instrumentos para a formação inicial de professores de inglês. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem). Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:< Disponível em:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000178953 >Acesso em: 13 de jan. de 2015.
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.

Passamos, a seguir, para a apresentação dos referenciais teóricos que embasam nossas discussões.

1. Embasamento teórico

1.1. Os tipos de gramática e sua relação com a AL

Travaglia (2000)TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez. apresenta 11 tipos de gramática, a saber, gramática normativa, descritiva, internalizada, implícita ou de uso, explícita ou teórica, reflexiva, contrastiva ou transferencial, geral, universal, histórica e comparada. Nossa opção, contudo, será abordar três tipos de gramática: implícita ou de uso, reflexiva e explícita ou teórica. A justificativa para tal enfoque decorre da associação que se estabelece entre esses tipos de gramática e as atividades denominadas de linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas, as quais, por sua vez, nos levam ao trabalho com a AL.

A gramática implícita, ou de uso, ligada à concepção de gramática internalizada, remete-nos à competência linguística do falante, sendo denominada como implícita pelo fato de o falante utilizar-se inconscientemente dos recursos da língua (fonológico, morfológico, sintático, semântico, pragmático, textual-discursivo), acionando tais recursos quando deles necessita para realizar ações de interação comunicativa. Relacionadas à chamada gramática de uso, estão as atividades linguísticas, que, em um sentido mais amplo, remetem-nos aos usos que fazemos da e com a língua, conforme explica Travaglia (2000TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez.: 34):

o falante faz uma reflexão sobre a língua que se diria automática, porque ele seleciona recursos linguísticos e os arranja em um trabalho de construção textual em que lança mão dos mecanismos linguísticos que domina sem um trabalho de explicitação dos mesmos. As atividades linguísticas são, pois, as atividades de construção e/ou reconstrução do texto que o usuário realiza para se comunicar.

Por sua vez, o conceito de gramática reflexiva remete-nos à ideia de processos, de observação e reflexão sobre a língua. Segundo Soares (1979 apudTravaglia 2000TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez.: 142), “é uma gramática em explicitação, que surge da reflexão com base no conhecimento intuitivo dos mecanismos da língua e será usado para o domínio consciente de uma língua que o aluno já domina inconscientemente”. À gramática reflexiva estão associadas as atividades epilinguísticas, consideradas “uma ponte para a sistematização metalinguística” (Geraldi 1991GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes.:192), pois elas propiciam, em um primeiro momento, reflexões sobre a linguagem, reflexões essas que poderão ser formalizadas por meio de conceitos, em momentos posteriores. Ao discorrer sobre as atividades epilinguísticas, Travaglia (2000TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez.: 23) afirma: “são aquelas que, também presentes nos processos interacionais, e neles detectáveis, resultam de uma reflexão que toma os próprios recursos expressivos como seu objeto”.

No conceito de gramática teórica estão inseridos outros dois tipos de gramática (a normativa e a descritiva), conforme asseverado por Travaglia (2000TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez.: 33): “Assim todas as gramáticas normativas e descritivas são gramáticas explícitas ou teóricas. Sobre a gramática teórica, Travaglia (2000TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez.:215) assevera:

[...] é uma gramática explícita, é uma sistematização teórica a respeito da língua, dos conhecimentos a seu respeito, construída utilizando-se uma metalinguagem apropriada estabelecida segundo as teorias e modelos da ciência linguística para esse fim. No ensino/aprendizagem as atividades de gramática teórica se valem de elementos das diferentes gramáticas descritivas e da parte de descrição que aparece nas gramáticas normativas.

Sendo, portanto, uma gramática que explicita os conceitos e descrições subjacentes a uma língua, a gramática teórica se associa a um terceiro tipo de atividade que pode ser realizada no estudo de uma língua - as atividades metalinguísticas, definidas por Geraldi (1991GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes.: 25) como:

[...] aquelas que tomam a linguagem como objeto não mais de reflexão vinculada ao próprio processo interativo, mas conscientemente constroem uma metalinguagem sistemática com a qual falam sobre a língua. Trata-se aqui de atividades de conhecimento que analisam a linguagem com a construção de conceitos, classificações etc.

Após apresentarmos os três tipos de gramática relacionadas aos três tipos de atividades, temos que essas associações, já explicitadas, nos remetem à proposta de ensino de gramática indicada por Geraldi (1991GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes., 1997______. (Org.). 1997. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática.): a análise linguística.

Em sua obra Portos de Passagem,Geraldi (1991GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes.: 189) afirma: “Criadas as condições para atividades interativas efetivas em sala de aula, quer pela produção de textos, quer pela leitura de textos, é no interior destas e a partir destas que a análise linguística se dá”, o que deixa clara a indissociabilidade entre as práticas de leitura, escrita e AL. Dessa forma, temos que a AL, fruto dos processos de leitura e escrita que se instauram em sala de aula, se efetiva mediante a realização de atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas, em associação com ações de linguagem, como a escrita e a leitura. Ou seja, o trabalho com a expressão escrita (compreensão e produção) propiciará a concretização da AL, de modo que os conteúdos linguístico-discursivos sejam explorados mediante as necessidades oriundas da leitura e escrita/reescrita.

Ao discutir a prática de AL no contexto de formação de professores de Língua Portuguesa, Doretto (2014DORETTO, Shirlei Aparecida. 2014. O ensino de análise linguística e os professores em formação inicial: a relação teoria-prática. Dissertação (mestrado). Maringá: Universidade Estadual de Maringá. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-graduação em Letras. Disponível em <Disponível em http://www.ple.uem.br/defesas/pdf/sadoretto.PDF >Acesso em: 18 de fev. de 2015.
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: 65) afirma que “saímos de um processo que tinha como privilégio exclusivo as atividades metalinguísticas para outro que propõe um trabalho paralelo entre metalinguagem e epilinguagem, com predomínio da última”. Contudo, parece-nos que não saímos completamente desse processo de ensino que atribui papel principal às atividades metalinguísticas. Nesse sentido, Mendonça (2007)MENDONÇA, Márcia. 2007. Análise linguística: refletindo sobre o que há de especial nos gêneros. In: SANTOS, Carmi Ferraz; MENDONÇA, Márcia; CAVALCANTI, Marianne C.B. (org.). Diversidade textual: os gêneros na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica., ao tratar da relação existente entre AL e o trabalho com gêneros, adverte ser necessário ter a clareza de que o trabalho com AL não equivale ao trabalho com a chamada gramática contextualizada. Segundo a autora, a gramática contextualizada é tida como “expressão que aparece no discurso de alguns professores como uma prática renovada de ensino de português. Esse termo, muitas vezes, encobre o uso do texto como pretexto para análises gramaticais convencionais [...]” (Mendonça 2007MENDONÇA, Márcia. 2007. Análise linguística: refletindo sobre o que há de especial nos gêneros. In: SANTOS, Carmi Ferraz; MENDONÇA, Márcia; CAVALCANTI, Marianne C.B. (org.). Diversidade textual: os gêneros na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica.: 75).

Parece-nos que o ensino de gramática na perspectiva da AL, mesmo tendo sido proposto na década de 80, não tem sido suficientemente elucidativo sobre o “como” poderia vir a ser implementado. Concordamos com Mendonça (2007)MENDONÇA, Márcia. 2007. Análise linguística: refletindo sobre o que há de especial nos gêneros. In: SANTOS, Carmi Ferraz; MENDONÇA, Márcia; CAVALCANTI, Marianne C.B. (org.). Diversidade textual: os gêneros na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica. quando afirma que, muitas vezes, uma perspectiva de trabalho como a denominada gramática contextualizada encobre uma prática de enfoque tradicional. Mas também acreditamos que essa seja uma tentativa de se levar a cabo um ensino como o proposto por Geraldi, Travaglia e tantos outros pesquisadores que discutem sobre a AL. Diríamos, dessa forma, que o chamado ensino de gramática contextualizada parece consistir-se em um ensino que se volta para a seleção de textos com o intuito maior de possibilitar o estudo de determinados conteúdos gramaticais. Dito de outra forma, entendemos e assumimos a defesa de que todo trabalho de AL acaba se constituindo também como um trabalho de gramática contextualizada. Contudo, nem todo trabalho de gramática que se diz contextualizada se configura como AL, o que nos leva a optar por diferenciar os dois termos, a fim de deixar claro que a AL só acontece quando o estudo da gramática vem em decorrência das necessidades do texto (seja pela sua compreensão ou produção).

Por essa razão, julgamos que o ensino que trata a gramática como contextualizada, seja um degrau a ser transposto, com vistas a um ensino de gramática via AL. E a transposição desse degrau exige novas posturas por parte do professor no que concerne às concepções de língua(gem), texto, escrita, ensino, gramática. Exige novas posturas também no que se refere à organização curricular, ao planejamento, à metodologia, de modo que não mais escolhamos os textos em função dos conteúdos gramaticais, mas sim que os conteúdos gramaticais sejam estudados em função das necessidades e características dos textos e do agir linguageiro e praxeológico3 3 . O termo “agir” é definido pelo ISD como “[...] qualquer forma de intervenção orientada de um ou de vários seres humanos”, (Bronckart 2008: 120). O agir linguageiro refere-se à atividade linguageira, que por sua vez, se articula a um agir praxeológico (agir geral). que se pretende.

Fenner e Corbari (2004)FENNER, Any Lamb; CORBARI, Clarice Cistina. 2004. Algumas reflexões sobre o ensino de gramática em Língua Inglesa. Anais do 6º Encontro Celsul - Círculo de Estudos Linguísticos do Sul. Disponível em: <Disponível em: http://www.celsul.org.br/Encontros/06/Coordenadas/06.pdf > Acesso em: 13 de jun. de 2014.
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, ao discutirem sobre o ensino de gramática em língua inglesa, afirmam que o domínio de uma língua vai muito além do simples domínio de regras gramaticais e que o homem constitui-se como um ser capaz de refletir, expressar-se, compreender e interpretar. O ensino de línguas não pode, dessa forma, ficar alheio a essas possibilidades.

A partir, portanto, de um ensino de línguas pautado pela abordagem de gêneros, passamos a conceber o ensino de gramática como vinculado às necessidades e características do texto, sendo ensinada em sala de aula mediante atividades que se voltem para o desenvolvimento das CL dos alunos, as quais não envolvem somente o saber linguístico, mas vão muito além. Envolvem, também, os saberes contextuais abrangendo as Capacidades de Significação - CS e Capacidades de Ação - CA; os saberes discursivos, os quais abrangem as Capacidades Discursivas - CD; e os saberes linguístico-discursivos, compreendendo as Capacidades Linguístico- discursivas - CLD.

Esse cenário nos leva a presumir que a abordagem de gêneros de textos pode vir a ser um caminho para que o ensino da AL, tal qual proposto por Geraldi (1991GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes., 1997______. (Org.). 1997. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática.), se efetive no contexto de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras.

1.2. A AL e o ensino com base em gêneros de textos

Ao optarmos pelo referencial teórico-metodológico do ISD (Bronckart 2006______. 2006. Interacionismo Sócio-discursivo: uma entrevista com Jean Paul Bronckart. Revista Virtual de Estudos da Linguagem - ReVEL. 4(6). Tradução de Cassiano Ricardo Haag & Gabriel de Ávila Othero. Disponível em: < http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/revel_6_entrevista_bronckart_port.pdf>. Acesso em 14 de out. de 2013.
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, 2008______. 2008. O agir nos discursos: das concepções teóricas às concepções dos trabalhadores. Tradução: Anna Rachel Machado & Maria de Lourdes Meirelles Matencio. Campinas, SP: Mercado das Letras., 2012______. 2012. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Tradução: Anna Raquel Machado & Péricles Cunha. São Paulo: EDUC.) para nortear nosso trabalho, adotamos, também, a sua proposta didática para esse ensino - o procedimento SD (Dolz; Noverraz; Schneuwly 2010______; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. 2010. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. 2.ed. Campinas, SP: Mercado de Letras.).

Os autores genebrinos definem uma SD como “[...] um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”, (Dolz; Noverraz; Schneuwly 2010______; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. 2010. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. 2.ed. Campinas, SP: Mercado de Letras.: 82) cujo objetivo é ajudar o aluno a dominar um gênero textual, possibilitando-lhe escrever e/ou falar de uma maneira mais apropriada em uma situação de comunicação, implicando um trabalho que leve ao desenvolvimento das capacidades de linguagem dos alunos. Com relação às capacidades de linguagem, Cristovão e Stutz (2011)______; STUTZ, Lídia. 2011. Sequências didáticas: semelhanças e especificidades no contexto francófono como L1 no contexto brasileiro como LE. In: SZUNDY, Paula Tatianne Carréra et al. (Org.). Linguística Aplicada e Sociedade. Ensino e Aprendizagem de Línguas no Contexto Brasileiro. Campinas, SP: Pontes Editores. esclarecem que elas podem ser consideradas um instrumento, na visão vigotskiana, que promove a transformação do conhecimento. Ao tratar do ensino com base em gêneros, Machado (2005)MACHADO, Anna Rachel. 2005. A perspectiva interacionista sociodiscursiva de Bronckart. In: MEURER, José Luiz; BONINI, Adair; MOTTA-ROTH, Désirée. (org.) Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola Editorial. p. 237-259. alerta que o objeto real de ensino e aprendizagem, nesse contexto, são as operações de linguagem que, sendo dominadas, colaboram para o desenvolvimento das capacidades de linguagem dos alunos, a saber, CA, CD, CLD, CS.

As CA têm por finalidade situar o escritor e o leitor a respeito da função social do texto, a qual é determinada pelo contexto e pelo tema/referente (cf.: Dolz; Schneuwly 2010DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. 2010. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita - elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim et al. Gêneros orais e escritos na escola. 2.ed. Campinas, SP: Mercado de Letras.). As CD referem-se à mobilização de modelos discursivos necessários à compreensão e produção de um texto. As CLD operacionalizam o domínio de unidades linguísticas implicadas na compreensão e produção de um texto. Pelo desenvolvimento dessas capacidades, o aluno será capaz de utilizar conhecimentos da língua inglesa em seus aspectos linguístico-discursivos em situações reais de comunicação (na modalidade oral e na escrita).

Além dessas três capacidades de linguagem trazidas por Dolz e Schneuwly (2010)DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. 2010. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita - elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim et al. Gêneros orais e escritos na escola. 2.ed. Campinas, SP: Mercado de Letras., as quais já vêm sendo utilizadas em vários trabalhos de pesquisa, Cristovão e Stutz (2011)______; STUTZ, Lídia. 2011. Sequências didáticas: semelhanças e especificidades no contexto francófono como L1 no contexto brasileiro como LE. In: SZUNDY, Paula Tatianne Carréra et al. (Org.). Linguística Aplicada e Sociedade. Ensino e Aprendizagem de Línguas no Contexto Brasileiro. Campinas, SP: Pontes Editores. e Cristovão (2013)_______.2013. Para uma expansão do conceito de capacidades de linguagem. In: BUENO, Luzia; LOPES, Maria Angela Paulino Teixeira; CRISTOVÃO, Vera Lúcia Lopes (org.). Gêneros textuais e formação inicial: uma homenagem à Malu Matêncio. Campinas, SP: Mercado das Letras., argumentando a necessidade de haver uma categoria de análise que possibilite o estudo de aspectos mais amplos em termos de atividade geral, apresentam uma nova capacidade de linguagem, a qual as autoras denominam “capacidades de significação (CS)”. De acordo com as referidas autoras:

Capacidades de significação (CS) possibilitam ao indivíduo construir sentido mediante representações e/ou conhecimentos sobre práticas sociais (contexto ideológico, histórico, sociocultural, econômico, etc.) que envolvem esferas de atividade, atividades praxiológicas em interação com conteúdos temáticos de diferentes experiências humanas e suas relações com atividades de linguagem (Cristovão; Stutz 2011______; STUTZ, Lídia. 2011. Sequências didáticas: semelhanças e especificidades no contexto francófono como L1 no contexto brasileiro como LE. In: SZUNDY, Paula Tatianne Carréra et al. (Org.). Linguística Aplicada e Sociedade. Ensino e Aprendizagem de Línguas no Contexto Brasileiro. Campinas, SP: Pontes Editores.: 22).

Apresentadas as quatro capacidades de linguagem, é necessário frisar que elas não são e não podem ser vistas como estanques, como fases/etapas de uma aula em que se propõe um trabalho com base em gêneros de textos. Ao contrário, elas são complementares, são combinadas em busca de significações para o que se lê, se escreve, ouve ou fala.

De acordo com a organização da SD, os conteúdos se voltam, portanto, para o desenvolvimento das capacidades de linguagem dos alunos, dentre elas as CLD, cujo foco recai nos conteúdos linguístico-discursivos, ou seja, a gramática surgiria não só, mas principalmente, durante o trabalho com as questões voltadas para as CLD.

Os autores de Genebra lançam, também, questionamentos sobre como poderia ser promovida uma articulação entre o que está posto em uma SD e o que ainda seria necessário trabalhar com os alunos, tendo em vista outros níveis de estruturação da língua, questionamento para o qual os próprios pesquisadores apontam um possível caminho: “Para tanto, é essencial reservar tempo para um ensino específico de gramática, no qual o objeto principal das tarefas de observação e de manipulação é o funcionamento da língua” (Dolz; Noverraz; Schneuwly 2010______; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. 2010. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. 2.ed. Campinas, SP: Mercado de Letras.: 97).

Parece-nos que o procedimento SD possibilita que a AL seja, de fato, uma prática real durante as aulas de línguas, em que o ponto central do trabalho realizado passa a ser o desenvolvimento das capacidades de linguagem. Nesse processo, a gramática entra em sala de aula por meio de atividades de AL propostas a partir da expressão escrita (compreensão e produção). Dessa forma, num processo que não se fecha, os alunos entram em contato com as gramáticas de uso, reflexiva, teórica (normativa e descritiva), o que implica também o trabalho com atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas, dando-lhes, assim, uma possibilidade de enxergarem um propósito concreto para a gramática.

Ao assumirmos o trabalho com a AL a partir da expressão escrita (compreensão e produção), não sugerimos um trabalho envolvendo apenas uma gramática contextualizada. Mas, para além disso, um trabalho que envolva o estudo da gramática a partir de situações que sejam significativas para os alunos, possibilitando uma prática pedagógica articuladora da compreensão e produção de textos e a AL (Britto 1997BRITTO, Luiz Percival Leme. 1997. A sombra do caos: ensino de língua x tradição gramatical. Campinas: Unicamp. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação. Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.). Essas reflexões nos remetem ao ensino de línguas com base em gêneros de texto como propiciador desse ensino significativo.

Nesse sentido, ao buscarmos embasamento para o trabalho com textos nos estudos de Bronckart (2012)______. 2012. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Tradução: Anna Raquel Machado & Péricles Cunha. São Paulo: EDUC., levamos em conta o caráter dialógico do texto. Tais estudos apontam o texto como sendo uma unidade de produção verbal (oral ou escrita), contendo uma mensagem linguisticamente organizada que visa produzir um efeito de sentido nos destinatários. Trata-se de conceber os textos como produtos da atividade de linguagem em funcionamento nas formações sociais, com características relativamente estáveis, chamados então de gêneros de textos, conforme podemos observar em Bronckart (2012)______. 2012. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Tradução: Anna Raquel Machado & Péricles Cunha. São Paulo: EDUC..

Na se­quência, apresentamos os encaminhamentos metodológicos adotados neste estudo.

2. Metodologia

Este artigo constitui um recorte de um trabalho mais amplo em nível de mestrado4 4 . Dissertação de Mestrado defendida em maio de 2015, sob o título “Gêneros textuais e sequência didática propiciando um ensino significativo de análise linguística e expressão escrita em língua inglesa”, sob a orientação da Profª Drª Vera Lúcia Lopes Cristovão, no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PPGEL) da Universidade Estadual de Londrina. , cujo objetivo geral é investigar como se dá a transposição didática no processo de implementação de uma SD por meio dos gêneros textuais comics, comic strips, political cartoon, abordando as possibilidades de articulação entre o ensino de análise linguística e de expressão escrita (compreensão e produção) no contexto de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa. Os dados da pesquisa foram gerados a partir de um contexto educacional específico: a SD foi elaborada5 5 . Por meio de um processo que teve início em 2009, foi composto, pela Coordenação Geral do CELEM, um grupo de professores de Língua Inglesa, Espanhola e Francesa da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná para que pudessem produzir materiais didáticos das referidas línguas, sob a orientação de professoras consultoras pertencentes a Instituições de Ensino Superior dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. pela pesquisadora no período compreendido entre os anos de 2009 e 2012 para ser utilizada em turmas de 1º ano de Inglês do CELEM e sua implementação foi realizada pela própria pesquisadora, em uma turma de 1º ano do CELEM, durante o 2º semestre do ano letivo de 2013.

O recorte6 6 . As análises aqui apresentadas são recortes de um corpus mais amplo que compõe a Dissertação de Mestrado já mencionada. da pesquisa aqui apresentado contém: I) a análise externa da SD a partir da análise das capacidades de linguagem com base em Cristovão e Stutz (2011)______; STUTZ, Lídia. 2011. Sequências didáticas: semelhanças e especificidades no contexto francófono como L1 no contexto brasileiro como LE. In: SZUNDY, Paula Tatianne Carréra et al. (Org.). Linguística Aplicada e Sociedade. Ensino e Aprendizagem de Línguas no Contexto Brasileiro. Campinas, SP: Pontes Editores.; II) análise da adequação da SD, com foco nos elementos linguístico-discursivos ensináveis dos gêneros comics, comic strips, political cartoon; III) análise das atividades da SD voltadas para o desenvolvimento das CLD relacionando-as aos conceitos de gramática/análise linguística, adotados nesta pesquisa; IV) análise da implementação da SD.

Com a finalidade de melhor compreender a que se referem cada uma das capacidades de linguagem, apresentamos, na sequência, os critérios utilizados por Cristovão e Stutz (2011)______; STUTZ, Lídia. 2011. Sequências didáticas: semelhanças e especificidades no contexto francófono como L1 no contexto brasileiro como LE. In: SZUNDY, Paula Tatianne Carréra et al. (Org.). Linguística Aplicada e Sociedade. Ensino e Aprendizagem de Línguas no Contexto Brasileiro. Campinas, SP: Pontes Editores., baseados em Cristovão et al. (2010______ et al. 2010. Uma proposta de planejamento de ensino de língua inglesa em torno de gêneros textuais. Letras, Santa Maria. 20(40): 191-215. Disponível em: < http://w3.ufsm.br/revistaletras/artigos_r40/artigo_11.pdf>. Acesso em 13 de set. de 2013.
http://w3.ufsm.br/revistaletras/artigos_...
: 194), os quais foram também utilizados por nós como critérios de análise das atividades da SD.

Quadro 1
Critérios para análise das capacidades de linguagem

Com base nos critérios supracitados, dividimos os resultados da análise em duas grandes categorias. A primeira, denominada de “capacidades de linguagem isoladas”, contém as atividades que, de acordo com nossas análises, apresentam a potencialidade de desenvolver uma única capacidade de linguagem. A segunda categoria, denominada “múltiplas capacidades de linguagem7 7 . Destacamos outras pesquisas que também se propuseram a articular as capacidades de linguagem de acordo com o que é identificado nas atividades da SD, para proceder as suas análises, a saber, Cristovão (2001), Labella-Sánchez (2008), Petreche (2008), Lanferdini (2012). ”, engloba as atividades que podem vir a desenvolver mais de uma capacidade de linguagem.

Quanto aos elementos linguístico-discursivos passíveis de serem ensinados, a partir dos gêneros comics, comic strips, political cartoon,Pontara (2015)PONTARA, Claudia Lopes. 2015. Gêneros textuais e sequência didática propiciando um ensino significativo de análise linguística e expressão escrita em língua inglesa. 444 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) - Universidade Estadual de Londrina, PR. apresenta um estudo realizado a partir das considerações de Cristovão, Durão e Nascimento (2007)______; DURÃO, A. B.; NASCIMENTO, Elvira L. 2007. História em quadrinhos em inglês e em espanhol: um gênero a ser desconstruído e descrito. In: CRISTOVÃO, Vera Lúcia L. (org.). Modelos didáticos de gênero: uma abordagem para o ensino de língua estrangeira. Londrina, PR: UEL., Mattar (2010)MATTAR, Marileize França. 2010. A Construção do processo de leitura do gênero tiras em quadrinhos em língua inglesa no 7º ano do ensino fundamental. 189f. Dissertação (Mestrado em Linguagem e Identidade). Universidade Federal do Acre. Rio Branco: UFAC. Disponível em: <Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/profs/reinildes/dados/arquivos/marileizemattar.pdf > Acesso em: 13 de jun. 2014.
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e Leal (2011)LEAL, Audria Albuquerque. 2011. A organização textual do gênero cartoon: aspectos lingüísticos e condicionamentos não linguísticos. Tese (Doutorado em Linguística - Teoria do Texto). Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. Disponível em: <Disponível em: file:///C:/Users/User/Downloads/Tese%20final%20com%20capa%20(1).pdf > Acesso em: 13 de janeiro de 2015., as quais seguem sintetizadas no Quadro 2:

Quadro 2
Elementos linguístico-discursivos dos gêneros dos quadrinhos

Para procedermos à análise das dimensões ensináveis com foco na dimensão linguístico-discursiva em relação às atividades propostas na SD utilizamos como critérios os mesmos apresentados por Stutz (2012)STUTZ, Lídia. 2012. Sequências didáticas, socialização de diários e autoconfrontação: instrumentos para a formação inicial de professores de inglês. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem). Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:< Disponível em:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000178953 >Acesso em: 13 de jan. de 2015.
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, a saber:

NC - quando o conteúdo não foi contemplado na SD;

C - quando o conteúdo foi contemplado, ou seja, a atividade o apresenta e o desenvolve a partir das especificidades do gênero em estudo;

CP - quando o conteúdo foi contemplado perifericamente, ou seja, é apresentado, porém a atividade não o toma como objeto central de ensino, não o desenvolvendo satisfatoriamente;

CI - quando o conteúdo foi contemplado indiretamente, ou seja, a atividade o menciona, mas não o toma como objeto ensinável.

O último conjunto de análises da SD, parte dos conceitos sobre gramática e AL sintetizados na Figura 1:

Figura 1
Os tipos de gramática e a AL

A partir das discussões sobre AL já apresentadas, a Figura 1 contempla as categorias utilizadas por nós para proceder a análise das atividades da SD voltadas para o desenvolvimento das CLD. Ou seja, consideramos AL o trabalho que parte das práticas de leitura e escrita (expressão escrita) e possibilitam a realização de atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas, o que envolve as gramáticas de uso, reflexiva e teórica.

Por fim, para as análises referentes à implementação da SD, nos utilizamos de transcrições de alguns momentos das aulas em que a SD foi implementada, bem como análises de materiais extras à SD, inseridos pelo professor durante a implementação, ambos com enfoque nas atividades voltadas para o desenvolvimento das CLD.

3. Análises e discussão

3.1. A organização da SD

Apresentamos, a seguir, a forma como a SD está organizada, descrevendo as partes que a compõem, de modo a estabelecer uma relação com o ensino de gramática via AL. Enfatizamos que, por se tratar de uma SD voltada para o ensino de língua estrangeira (neste caso, a língua inglesa), adaptações foram feitas quanto à organização do material em relação ao proposto pelos autores genebrinos.

Organizada em 21 páginas e com o título “Comics and cartoons: a funny way of seeing the real life - Comprehending the implicit through comics8 8 . Histórias em quadrinhos e charges: uma maneira engraçada de ver a vida real – compreendendo o implícito através das histórias em quadrinhos. , a SD explora os gêneros de texto comics, comic strips, political cartoon, os quais estão voltados para um agir dos alunos visando à realização de uma campanha de trabalho voluntário com enfoque local (escolar ou da comunidade). A primeira página da SD apresenta o material e suas especificidades: o título, os gêneros de textos que serão abordados e os conteúdos advindos de tais gêneros, a justificativa para esse estudo, os objetivos, o tema principal norteador do agir geral (praxeológico) e linguageiro dos alunos e também a proposta de produção escrita solicitada.

Constituída por 16 seções, a SD é composta de 68 atividades, subdivididas em 117 questões9 9 . Chamamos de atividades os enunciados que indicam um exercício mais amplo; e de questões, as subdivisões encontradas nessas atividades, quando elas nos remetem a diferentes capacidades de linguagem. Por exemplo, na atividade nº 1 da seção 1, encontramos quatro questões. Já na atividade nº 3 também da seção 1, embora haja subdivisões em A e B, consideramos como sendo apenas uma questão pelo fato de ambas estarem relacionadas à mesma capacidade de linguagem. , conforme descrito no Quadro 3:

Quadro 3
Organização interna da SD

Há, na SD em estudo, a presença de três textos em vídeos (animated cartoons) e nove textos escritos dos gêneros enfocados (comics, comic strips, political cartoons), um curta biografia do autor de Garfield, nove textos explicativos sobre os gêneros enfocados e suas características, um artigo de divulgação sobre o tema voluntariado, um artigo de divulgação sobre o tema (biodiesel) tratado nos political cartoons. Constam, também, um jogo (na seção Fun and games), uma lista de constatação da produção escrita (na seção Working on your final text production - evaluation and self-check), duas atividades de análise crítica geral da unidade (na seção Critical Thinking). Além disso, a produção escrita aparece em três momentos: a primeira, sendo uma produção inicial de tema livre, do gênero dos quadrinhos; a segunda, continuando com o mesmo gênero, mas já definindo o tema, o suporte, o objetivo do texto; e o terceiro momento - a produção final - em que se dá a reescrita do texto produzido no segundo momento.

3.2. Análise externa da SD a partir das capacidades de linguagem

Com o objetivo de identificar como as CL podem ser desenvolvidas a partir do trabalho com a SD, realizamos a análise do referido material, e encontramos, dentro da categoria “múltiplas capacidades”, questões com a potencialidade de desenvolver: CLD+CA (01 questão), CA+CS (12 questões), CA+CD (15 questões), CLD+CD (24 questões), CD+CS (3 questões), CLD+CS (2 questões), CA+CD+CLD (12 questões), CA+CD+CS (3 questões), CD+CS+CLD (2 questões), CS+CLD+CA (3 questões), CLD+CS+CD+CA (16 questões). Assim, das 117 questões que formam a SD, 79,5% (93 questões) foram propostas de forma a abordar duas ou mais capacidades de linguagem.

As questões restantes (24) foram analisadas como apresentando a possibilidade de desenvolver uma única capacidade de linguagem: CS (0), CA (4), CD (11), CLD (9), resultando em um percentual de 20,5%.

A título de exemplificação da categoria “múltiplas capacidades” apresentamos o Quadro 4 contendo a atividade N°12 da SD e as capacidades de linguagem mobilizadas:

Quadro 4
Múltiplas capacidades de linguagem

Consideramos essas questões presentes no Quadro 4 como possibilitadoras de envolver as quatro capacidades de linguagem, pois demandam que o aluno mobilize conhecimentos de mundo para compreensão do texto (CA), que (re)conheça a sócio-história do gênero (CS), que domine operações que contribuam para a coerência do texto e identifique a relação entre os enunciados, as frases, a linguagem não verbal (CLD); que perceba a diferença entre formas de organização diversas dos conteúdos mobilizados (CD).

Segue o Gráfico 1, que apresenta o resultado das análises da questões da SD, quanto às capacidades de linguagem.

Gráfico 1
As capacidades de linguagem na SD

Entendemos que seja esperado e até mesmo necessário, de certa forma, que essa articulação entre as capacidades de linguagem, em especial com as CLD, aconteça nas SD em Língua Estrangeira, em função da pouca proficiência dos alunos em relação à língua alvo. Assim, temos que, das 117 questões, 69 mobilizaram as CLD, isoladamente ou agrupadas a outras capacidades.

3.3. Adequação da SD aos elementos linguístico-discursivos

Explicitamos, a seguir, as dimensões linguístico-discursivas ensináveis dos gêneros comics, comic strips, political cartoons, as quais seguem no Quadro 5. Neste mesmo Quadro, com base em Stutz (2012)STUTZ, Lídia. 2012. Sequências didáticas, socialização de diários e autoconfrontação: instrumentos para a formação inicial de professores de inglês. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem). Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:< Disponível em:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000178953 >Acesso em: 13 de jan. de 2015.
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, apresentamos uma análise das dimensões ensináveis em relação às atividades propostas na SD.

Quadro 5
Aspectos ensináveis da dimensão linguístico-discursiva na SD

Dentre os conteúdos contemplados parcialmente estão: o léxico relacionado ao tema “voluntariado”, as expressões idiomáticas, os adjetivos, as anáforas pronominal e nominal. As atividades referentes às vozes (dos personagens, autor, narrador) foram analisadas como contempladas indiretamente. E, como não contemplados, temos: os conectivos temporais e espaciais, as reduções vocabulares, os tempos verbais, as interjeições, os sintagmas nominais e os sinais de pontuação.

Retomamos, neste momento, a citação de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2010______; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. 2010. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. 2.ed. Campinas, SP: Mercado de Letras.: 96) quando discutem sobre o dispositivo SD e suas articulações com atividades de estruturação da língua:

Ao mesmo tempo em que constituem um lugar de intersecção entre atividades de expressão e de estruturação, as sequências não podem assumir a totalidade do trabalho necessário para levar os alunos a um melhor domínio da língua e devem apoiar-se em certos conhecimentos, construídos em outros momentos.

Concluímos, a partir das considerações dos referidos autores, assim como a partir dos resultados apresentados no Quadro 5 que, ao mesmo tempo em que uma SD apresenta uma seleção de conteúdos (escolhidos dentre os conteúdos da dimensão linguístico-discursiva) voltados para o desenvolvimento das CLD dos alunos face às especificidades dos gêneros de textos focalizados, ela também pode e deve abrir possibilidades para que os conteúdos não contemplados sejam tratados durante as aulas, por meio de outros encaminhamentos. Essa abertura, a nosso ver, contribui para que o trabalho com a gramática via AL se solidifique.

3.4. As atividades da SD e sua relação com a AL

Reiteramos, apoiados nos estudos de Geraldi (1991GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes., 1997______. (Org.). 1997. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática.), que a AL se efetiva em sala de aula mediante a realização de atividades interativas efetivas que se dão por meio da produção e leitura de textos:

Com a expressão “análise linguística” pretendo referir precisamente este conjunto de atividades que tomam uma das características da linguagem como seu objeto: o fato de ela poder remeter a si própria, ou seja, com a linguagem não só falamos sobre o mundo ou sobre nossa relação com as coisas, mas também falamos sobre como falamos (Geraldi 1991GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes.: 190).

Entendemos que, para se efetivar o trabalho de AL, é preciso extrapolar os limites de organização dos conteúdos linguísticos por ordem de grau de dificuldade, geralmente presente e ditada pelos livros de gramática e, por consequência, pelos livros didáticos. Isso não significa abolir o ensino de gramática das aulas de Línguas Estrangeiras. Ao contrário, defendemos que a gramática pode e deve estar presente no processo de ensino-aprendizagem de Línguas Estrangeiras, contudo, com um novo enfoque.

Como meio de explicitar o nosso entendimento quanto ao trabalho com a AL, apresentamos o Quadro 6, que relaciona as atividades da SD e seus conteúdos aos tipos de atividade10 10 . Atividades linguísticas, epilinguísticas, metalinguísticas tratadas em Geraldi (1991) e Travaglia (2000). que envolvem o trabalho de AL, indicando o tipo de gramática11 11 . Trazemos de Travaglia (2000) essa relação entre as atividades constitutivas da análise linguística e os tipos de gramática. enfatizada.

Quadro 6
Atividades da SD, seus conteúdos e a relação com a AL

As 19 atividades descritas no Quadro 6 foram organizadas em torno de conteúdos ensináveis relacionados à dimensão linguístico-discursiva. Essas atividades foram propostas em função da necessidade de melhor entendimento dos textos dos gêneros comics, comic strip e political cartoon, propostos para compor a SD, com vistas a um agir linguageiro motivado por um agir praxeológico.

A esse agir linguageiro associamos o que Geraldi (1991)GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes. e Travaglia (2000)TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez. denominam de atividades linguísticas, ou seja, são aquelas atividades que fazemos “ao buscar uma interação comunicativa por meio da língua e que nos permite ir construindo o nosso texto de modo adequado à situação [...]” (Travaglia 2000TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez.: 34). Entendemos, portanto, a atividade linguística como a mais ampla dentro de um sistema (o linguístico) que envolve também as atividades epilinguísticas e metalinguistícas, de forma que as três atividades (linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas) se interrelacionam, construindo, assim, o que defendemos, neste estudo, como sendo o trabalho com a AL.

Ainda ao analisar os dados do Quadro 6, levando em consideração que uma mesma atividade pode ter sido relacionada a mais de um tipo de gramática, observamos que, em um total de 19 atividades, duas delas (atividade 4b da seção 7, atividade 9 da seção 14) apresentam a potencialidade de propiciarem o trabalho com a gramática de uso ou implícita. De acordo com Travaglia (2013______. 2013. Na trilha da gramática: Conhecimento linguístico na alfabetização e letramento. São Paulo: Cortez.: 28), a gramática de uso:

[...] é um tipo de atividade em que se leva os alunos a utilizar os recursos linguísticos em frases, mas principalmente em textos, tanto na produção quanto na compreensão. [...] Esse tipo de atividade afeta diretamente os mecanismos da língua que o aluno tem internalizados e que usa automaticamente.

Sendo assim, consideramos que as atividades nas quais foi solicitado ao aluno que realizasse uma produção a partir dos conhecimentos estudados apresentam a potencialidade de se configurar como uma atividade do tipo linguística envolvendo a gramática de uso.

A maior parte das atividades (17 delas) foram consideradas como constitutivas de um trabalho com a possibilidade de se voltar para a gramática reflexiva, constituindo as atividades denominadas de epilinguísticas, as quais se referem mais ao processo de construção de signficados do que de um produto advindo de uma regra gramatical. Segundo Soares (1979 apudTravaglia 2000TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez.: 142), a gramática reflexiva “é uma gramática em explicitação, que surge da reflexão com base no conhecimento intuitivo dos mecanismos da língua e será usada para o domínio consciente de uma língua que o aluno já domina inconscientemente”.

Outras seis atividades (atividade 2 da seção 7, atividades 3, 6, 7, 10 e 11 da seção 14) foram relacionadas como apresentando a potencialidade de propiciar um trabalho com a gramática teórica, a qual consiste em uma “sistematização teórica a respeito da língua, dos conhecimentos a seu respeito, construída utilizando-se uma metalinguagem apropriada estabelecida segundo as teorias e modelos da ciência linguística para esse fim”. (Travaglia 2000TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 2000. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o. e 2o. graus. São Paulo: Cortez., p. 215). É, portanto, a sistematização (por meio de atividades metalinguísticas) do que, a priori, foi trabalhado por meio da gramática reflexiva.

Além dessas 19 atividades do Quadro 6 que se voltam especificamente para o trabalho com conteúdos de ordem linguístico-discursiva, e que, portanto, contribuem para o desenvolvimento das CLD dos alunos, há, ao longo de toda a SD, inúmeras outras atividades que também colaboram para o desenvolvimento de tais capacidades, conforme já demonstrado no Gráfico 1, que apresenta o resultado da análise das CL nas atividades da SD.

Essas atividades, no nosso entender, podem vir a contribuir para que outras atividades (linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas) possam ser realizadas, o que implica em trazer a gramática (seja ela de uso, teórica ou reflexiva) para a sala de aula durante vários momentos de contato com o texto, ou seja, a gramática entra na sala de aula via atividades de leitura e escrita.

3.5. A implementação da SD em relação à expressão escrita

A SD apresenta, já em sua página de abertura, a indicação para o agir linguageiro e praxeológico que permeará todo o trabalho a ser desenvolvido. Além disso, consideramos haver, ao longo de todo o material, várias outras atividades com potencial de levar o aluno a um agir com a língua(gem). Consideramos, também, que os três momentos específicos em que aconteceram as orientações para a produção escrita se constituem em atividades que possibilitam o agir linguageiro.

Como exemplos de atividades que apresentam o potencial de instrumentalizar o aluno para um agir com a língua(gem), trazemos o Quadro 7, que contém algumas dessas atividades retiradas da SD.

Quadro 7
Expressão escrita na SD

Trataremos, a seguir, das possibilidades de trabalho com a AL decorrentes das atividades de escrita, que julgamos como altamente significativas, justamente por partirem das dificuldades reais apresentadas pelos alunos, levando a um processo de ensino-aprendizagem de gramática que não acontece de forma isolada e pré-determinada. Também não consideramos que as atividades tenham ficado no nível da denominada gramática contextualizada. O que estamos intencionando demonstrar é que a análise linguística surge a partir das reflexões que se fazem com a língua em uso, para, a partir daí, iniciar um trabalho que se volte para as explicações sobre a língua. Na gramática contextualizada, esse processo nem sempre ocorre, pois os conteúdos de gramática continuam sendo tratados de forma desvinculada das atividades de expressão escrita, ou seja, esses conteúdos acabam sendo elencados em função de uma lista de conteúdos gramaticais selecionados por grau de dificuldade, tal qual aparecem em livros de gramática e/ou livros didáticos.

O processo de produção escrita dos alunos, resultante da implementação da SD, permitiu que a professora detectasse vários pontos de ordem gramatical que precisavam ser retomados, sendo impossível abordar todos naquele momento. A escolha, portanto, sobre com o que trabalhar diante de tantas possibilidades que os textos dos alunos demonstravam, se deu com base nos problemas recorrentes em tais textos. Dessa forma, a professora organizou atividades extras ao que já estava proposto na SD voltando-se para o trabalho com o uso de vocabulário coerente ao tema, do adjetivo e da interjeição.

Devido à natureza deste trabalho, apresentamos a seguir, somente alguns exemplos de como ocorreu o trabalho com o vocabulário e com o uso do adjetivo e da interjeição.

Na aula do dia 11 de novembro, após orientar os alunos para que relessem e reescrevessem seus textos, a professora entregou-lhes um material extra, organizado pela própria docente a partir dos textos produzidos pelos alunos em suas produções iniciais, contendo diversas atividades que se voltavam para o trabalho com o léxico.

Observamos, a partir do Excerto 1, que a professora situa os alunos em relação aos problemas de seus textos, esclarecendo que alguns desses problemas serão tratados durante a aula. A Figura 2 apresenta uma das atividades constantes nesse material extra.

Excerto:1

Figura 2
Atividade extra de AL - léxico

Esse exemplo de atividade mostra a relação entre um trabalho com o léxico e os textos dos alunos (produção inicial), em que a professora trouxe a frase que continha problemas para que os alunos a analisassem e a reescrevessem. Para tanto, a docente traz subsídios para auxiliar os alunos nessa tarefa. Ou seja, temos, nesse exemplo, um trabalho de reescrita coletiva, originado por meio de atividades linguísticas, possibilitando o trabalho com atividades epilinguísticas. Em suma, a AL acontecendo.

Outro exemplo diz respeito ao uso dos adjetivos. Segue um excerto demonstrando o momento em que esse trabalho foi realizado.

Observamos, pelo Excerto 2, que os alunos já reconhecem que o exemplo trazido pela professora (linha 3) não está correto, uma vez que correções em torno desse problema foram trazidas ao longo do processo de reescrita, assim como ao longo das atividades propostas na SD.

Excerto: 2

Outro elemento linguístico característico dos gêneros dos quadrinhos é a interjeição. E, embora não tenha sido contemplado nas atividades propostas na SD, esse conteúdo foi trazido, pela professora, após a análise das produções iniciais dos alunos. Segue, no Quadro 8, um exemplo de atividade extra preparada pela docente.

Quadro 8
Atividade extra de AL – interjeição

No dia 22 de novembro, a aula enfocou o conteúdo interjeição, que não estava previsto na SD e nem tão pouco no Plano de Trabalho Docente12 12 . Plano de Trabalho Docente (PTD) é o nome dado ao planejamento elaborado pelo professor das escolas públicas estaduais do Paraná. da professora. Mas, nem por isso deixou de ser trabalhado. Sendo que, a justificativa para tal inserção veio a partir das dificuldades demonstradas pelos alunos ao produzirem seus textos.

É esse justamente o diferencial entre um trabalho com gramática isolada ou até mesmo a gramática contextualizada e o trabalho com AL. Ou seja, entendemos que em um trabalho que propõe o estudo da gramática via AL, alguns conteúdos surgem a partir das necessidades dos alunos, as quais são demonstradas em suas produções iniciais (escritas/orais), outros já estão propostos na SD em decorrência das próprias características dos gêneros. Enfim, o conteúdo gramatical não é a finalidade das aulas de línguas, mas sim um meio pelo qual os alunos podem desenvolver suas capacidades de linguagem com vistas a um agir linguageiro requerido em função de um agir praxeológico (geral).

Finalizando as discussões

Observamos que o procedimento SD não inviabiliza o trabalho com a gramática; pelo contrário, permite que a gramática seja trabalhada em sala de aula na perspectiva da AL, o que torna esse estudo muito mais significativo e real para o aluno. Além disso, a SD com base em gêneros de textos não minimiza o trabalho com a língua estrangeira. Muito contrariamente a isso, a SD é um artefato13 13 . De acordo com Rabardel (1995, 1999 apud Stutz 2012: 105), ”O artefato é utilizado para nomear de forma neutra tudo aquilo que tem uma finalidade de procedência humana. [...] A origem dos artefatos pode ser tanto material (máquina, objeto), imaterial (a internet ou programas de computador), quanto simbólica (signos, regras, conceitos, metodologias). O instrumento é utilizado para nomear o processo de apropriação do artefato quando o indivíduo desenvolve a ação. [...] O instrumento é o resultado da apropriação do artefato pelo indivíduo”. que, ao ser assumido pelo professor como um instrumento, torna-se um mediador para o ensino de línguas.

Os dados aqui apresentados, por se constituírem um recorte de um trabalho mais complexo de Dissertação de Mestrado (Pontara 2015PONTARA, Claudia Lopes. 2015. Gêneros textuais e sequência didática propiciando um ensino significativo de análise linguística e expressão escrita em língua inglesa. 444 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) - Universidade Estadual de Londrina, PR.), demonstram, parcialmente, que o procedimento SD, voltado para o ensino de línguas estrangeiras com base em gêneros de textos, permite e abre espaços para que o ensino da gramática continue acontecendo. Fato que comprovamos, por exemplo, ao termos, nas atividades que compõem a SD, a presença de elementos linguístico-discursivos dos gêneros comics, comic strips, political cartoon. Além disso, o Quadro 6 intenciona demonstrar que tais atividades se voltam para os diferentes tipos de gramática (de uso, teórica e reflexiva), que concebidas em um conjunto mais amplo constituem-se em atividades de AL.

Ainda, procuramos demonstrar que o trabalho com a escrita (escrita como um processo e não como um produto final), tal qual proposto pelo procedimento SD, também abre possibilidades de expansão dos conteúdos linguístico-discursivos previamente propostos no material. As produções iniciais dos alunos são utilizadas como reguladoras dos conteúdos a serem tratados. E, mesmo que certos conteúdos não tenham sido propostos na SD, ou ainda, que tenham sido propostos parcialmente, as produções dos alunos evidenciarão a necessidade de serem mais enfatizados, tal qual ocorreu com os exemplos trazidos por nós na Figura 2 e no Quadro 8.

Defendemos, portanto, que o trabalho de AL, proposto por Geraldi há mais de 30 anos e que, a nosso ver, suplanta o trabalho denominado de gramática contextualizada pode se efetivar no contexto de ensino de línguas estrangeiras ao propiciarmos que esse ensino seja mediado pelo procedimento SD o qual possibilita o ensino de gramática/análise linguística articulado com o ensino da expressão escrita.

Para tanto, há que se desamarrar de antigas crenças, concepções, o que se dará a partir de uma busca pelo conhecimento, de forma constante e consciente, por parte do professor. O que se dará também mediante iniciativas governamentais em prol de uma educação pública de qualidade. Essas iniciativas vão desde a elaboração de documentos orientadores para o ensino de línguas que sejam mais claros e coerentes até ao entendimento de que é preciso que o professor e a escola tenham condições objetivas e subjetivas para poderem realizar práticas inovadoras.

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  • ______. 2013. Na trilha da gramática: Conhecimento linguístico na alfabetização e letramento. São Paulo: Cortez.
  • 1
    . “The transition from knowledge regarded as a tool to be put to use, to knowledge as something to be taught and learnt, is precisely what I have termed the didactic transposition of knowledge”.
  • 2
    . “Ao analisar os 164 resumos oriundos dessa busca, detectamos que 163 não focavam a língua inglesa ou não tratavam das questões do ensino da gramática de um modo mais amplo, mas sim de questões pontuais e específicas de um determinado conteúdo gramatical, ou ainda, referiam-se a outros contextos que não o da Educação Básica das escolas públicas; restando-nos apenas uma pesquisa, a partir das palavras-chave análise linguística, língua inglesa e ensino. ” (Pontara 2015PONTARA, Claudia Lopes. 2015. Gêneros textuais e sequência didática propiciando um ensino significativo de análise linguística e expressão escrita em língua inglesa. 444 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) - Universidade Estadual de Londrina, PR.). A referida pesquisa constitui-se de uma Dissertação de Mestrado de Terruggi-Martinez (2011)TERRUGGI-MARTINEZ, Fernanda Cristina. 2011. O ensino-aprendizagem de inglês na escola pública paulista: o papel da gramática em proposta pedagógica para o 6º ano. Dissertação (Mestrado em Linguística). São Carlos, SP: Universidade Federal de São Carlos. 125 f. Disponível em: <Disponível em: http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=429 >. Acesso em: 10 de maio, 2014.
    http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSim...
    , em que a autora discute o papel do ensino da gramática nas aulas de língua inglesa do Ensino Fundamental das escolas públicas do Estado de São Paulo. Para essa discussão a pesquisadora, defendendo o ensino de gramática como habilidade, pautou-se em Batstone (1994)BATSTONE, Rob .1994. Grammar. Oxford University Press. e Larsen-Freeman (2003)LARSEN-FREEMAN, Diane. 2003. Teaching Language: From Grammar to Grammaring. Boston: Heinle & Heinle..
  • 3
    . O termo “agir” é definido pelo ISD como “[...] qualquer forma de intervenção orientada de um ou de vários seres humanos”, (Bronckart 2008______. 2008. O agir nos discursos: das concepções teóricas às concepções dos trabalhadores. Tradução: Anna Rachel Machado & Maria de Lourdes Meirelles Matencio. Campinas, SP: Mercado das Letras.: 120). O agir linguageiro refere-se à atividade linguageira, que por sua vez, se articula a um agir praxeológico (agir geral).
  • 4
    . Dissertação de Mestrado defendida em maio de 2015, sob o título “Gêneros textuais e sequência didática propiciando um ensino significativo de análise linguística e expressão escrita em língua inglesa”, sob a orientação da Profª Drª Vera Lúcia Lopes Cristovão, no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PPGEL) da Universidade Estadual de Londrina.
  • 5
    . Por meio de um processo que teve início em 2009, foi composto, pela Coordenação Geral do CELEM, um grupo de professores de Língua Inglesa, Espanhola e Francesa da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná para que pudessem produzir materiais didáticos das referidas línguas, sob a orientação de professoras consultoras pertencentes a Instituições de Ensino Superior dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.
  • 6
    . As análises aqui apresentadas são recortes de um corpus mais amplo que compõe a Dissertação de Mestrado já mencionada.
  • 7
    . Destacamos outras pesquisas que também se propuseram a articular as capacidades de linguagem de acordo com o que é identificado nas atividades da SD, para proceder as suas análises, a saber, Cristovão (2001)CRISTOVÃO, Vera Lúcia Lopes. 2001. Gêneros e ensino de leitura em LE: os modelos didáticos de gêneros na construção e avaliação de material didático. Tese (Doutorado em Linguistica Aplicada e Estudos da Linguagem) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo., Labella-Sánchez (2008)LABELLA-SÁNCHEZ, Natália. 2008. Capacidades de linguagem: um meio para avaliação da leitura em língua espanhola. In: CRISTOVÃO, Vera Lúcia L. (Org.). Estudos da linguagem à luz do interacionismo sociodiscursivo. Londrina, PR: UEL., Petreche (2008)PETRECHE, Célia Regina Capellini. 2008. A sequência didática nas aulas de língua inglesa do ensino médio e o desenvolvimento de capacidades de linguagem. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem). Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: < Disponível em: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000144668 > Acesso em 20 de abr. de 2014.
    http://www.bibliotecadigital.uel.br/docu...
    , Lanferdini (2012)LANFERDINI, Priscila Azevedo da Fonseca. 2012. O trabalho (agir) docente no processo coletivo de planejamento e elaboração de uma sequência didática para o ensino de língua inglesa. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem). Paraná: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: < Disponível em: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000177959 > Acesso em: 20 de mar. de 2014.
    http://www.bibliotecadigital.uel.br/docu...
    .
  • 8
    . Histórias em quadrinhos e charges: uma maneira engraçada de ver a vida real – compreendendo o implícito através das histórias em quadrinhos.
  • 9
    . Chamamos de atividades os enunciados que indicam um exercício mais amplo; e de questões, as subdivisões encontradas nessas atividades, quando elas nos remetem a diferentes capacidades de linguagem. Por exemplo, na atividade nº 1 da seção 1, encontramos quatro questões. Já na atividade nº 3 também da seção 1, embora haja subdivisões em A e B, consideramos como sendo apenas uma questão pelo fato de ambas estarem relacionadas à mesma capacidade de linguagem.
  • 10
    . Atividades linguísticas, epilinguísticas, metalinguísticas tratadas em Geraldi (1991)GERALDI, João Wanderley. 1991. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes. e Travaglia (2000).
  • 11
    . Trazemos de Travaglia (2000) essa relação entre as atividades constitutivas da análise linguística e os tipos de gramática.
  • 12
    . Plano de Trabalho Docente (PTD) é o nome dado ao planejamento elaborado pelo professor das escolas públicas estaduais do Paraná.
  • 13
    . De acordo com Rabardel (1995, 1999 apud Stutz 2012STUTZ, Lídia. 2012. Sequências didáticas, socialização de diários e autoconfrontação: instrumentos para a formação inicial de professores de inglês. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem). Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:< Disponível em:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000178953 >Acesso em: 13 de jan. de 2015.
    http://www.bibliotecadigital.uel.br/docu...
    : 105), ”O artefato é utilizado para nomear de forma neutra tudo aquilo que tem uma finalidade de procedência humana. [...] A origem dos artefatos pode ser tanto material (máquina, objeto), imaterial (a internet ou programas de computador), quanto simbólica (signos, regras, conceitos, metodologias). O instrumento é utilizado para nomear o processo de apropriação do artefato quando o indivíduo desenvolve a ação. [...] O instrumento é o resultado da apropriação do artefato pelo indivíduo”.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2017

Histórico

  • Recebido
    01 Mar 2015
  • Aceito
    01 Ago 2015
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