Embora estudos científicos recentes comprovem correlação positiva entre espiritualidade e saúde, outros apontam a espiritualidade do psicólogo como menor que a da população em geral. Visando analisar a espiritualidade de acadêmicos de psicologia, foram investigados 1.064 estudantes (672 calouros e 392 formandos) de todas as universidades gaúchas com formandos em 2009. Foram aplicados questionário biossociodemográfico, questionário sobre valores e aspectos espirituais e religiosos, Escala de Bem-Estar Espiritual e Subescala de espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais do World Health Organization Quality of Life Group-100. Os resultados revelaram que formandos apresentam índices significativamente menores de Bem-Estar Espiritual (t = 3,769; p < 0,001). Eles também referem acreditar significativamente menos em Deus, força superior e/ou energia (χ² = 10,03; p < 0,001). Além disso, a importância da espiritualidade na clínica psicológica e no enfrentamento de situações cotidianas também é menor para os formandos (p < 0,001). Esses dados indicam que provavelmente o curso de psicologia contribua para o declínio da espiritualidade, o que revela a necessidade de reavaliação sobre como a espiritualidade está sendo abordada na graduação.
Bem-estar espiritual; Espiritualidade; Formação acadêmica; Psicologia transpessoal