Os efeitos de práticas culturais e resistência genética na intensidade ao cancro-da-haste da soja (Diaporthe phaseolorum f.sp. meridionalis - Dpm) foram examinados na safra 1995-96 em áreas de produção comercial, que haviam sido severamente atacadas na safra anterior (1994-95). Um experimento investigou os efeitos de cultivo mínimo (MT) e do plantio direto (NT) no desenvolvimento da doença e produtividade das cultivares FT-Cristalina e FT-Seriema. Em outro experimento, semeado em plantio direto, estudou-se o efeito da densidade de plantas (8, 15, 21 e 36 plantas/m) no desenvolvimento da doença e produtividade das cvs. FT-Cristalina (suscetivel), FT-101 (moderadamente resistente) e FT-104 (resistente). Incidência e severidade da doença foram menores em NT do que em MT. A produtividade aumentou no sistema NT (23% para 'FT-Cristalina' e 14% para 'FT-Seriema'), comparada com as produtividades em MT. As curvas de progresso da doença foram melhor descritas pelos modelos de Gompertz e logístico. A severidade do cancro aumentou proporcionalmente ao aumento das densidades de plantio nas cvs. suscetível e moderadamente resistente. No final do ciclo, 100% das plantas da cv. FT-Cristalina estavam infetadas por Dpm, em todas as densidades de plantio. Níveis intermediários de doença foram observados na cv. FT-101, enquanto apenas níveis muito baixos de doença ocorreram na cv. FT-104. Estabeleceu-se uma correlação negativa entre severidade de cancro-da-haste e produção. Algumas das práticas estudadas demonstraram potential para aplicação direta no controle da doença, e poderiam ser combinadas considerando-se seus efeitos aditivos.
