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Mundos à parte - Museu da Revolução, de Borges Coelho, e a escrita em (e de) um mundo em mudança

RESUMO

Partindo da posição de Said acerca da mundanidade dos textos e das reflexões de Pheng Cheah sobre literatura pós-colonial como literatura-mundo (2016), o seguinte artigo empreenderá uma leitura do romance Museu da Revolução (2021), por João Paulo Borges Coelho. O posicionamento de Borges Coelho no tocante à articulação entre história, política e literatura, assim como quanto ao propósito da literatura enquanto meio de transformar o “local concreto” sem perder de vista o universal, permitirá explorar de que modo o romance aborda a “desmundialização” causada pela globalização. Ao encenar uma democratização ficcional (RANCIÈRE), Museu da Revolução inscreve novos horizontes ético-políticos enquanto “texto que tenta gerar o contexto” (BORGES COELHO), incluindo necessariamente aqueles que foram esquecidos pelas narrativas (históricas, políticas, de memória) consensuais e dominantes. Por fim, ao propor um poder transformativo de imaginação, o romance ajudará a destrinçar os modos através dos quais a “performatividade poético-literária” dos textos (DERRIDA) poderão inscrever novos horizontes ético-políticos e abrir o mundo (CHEAH), particularmente em face do cancelamento do futuro (BERARDI) implicado na ideologia neoliberal.

Palavras-Chave:
Literatura-Mundo; Pós-Colonialismo; Mundanidade; Performatividade poético-literária; Democracia ficcional

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