Acessibilidade / Reportar erro

Mídia e desastres: panorama da produção científica internacional de 1996 a 2016

Medios de comunicación y desastres: panorama de la producción científica internacional de 1996 y 2016

Resumo

O presente artigo apresenta as tendências e padrões na pesquisa de mídia e desastres nos últimos 20 anos. A análise centrou-se em identificar as principais referências teóricas e metodológicas; as temáticas fundamentais abordadas nos estudos selecionados; e o papel da mídia na gestão de risco de desastres. A pesquisa demonstrou que existe um alto interesse da comunidade científica internacional nesta área, sinalizando uma busca pelo aprofundamento dos conhecimentos e da base conceitual sobre o tema. Desse modo, este trabalho fornece pistas sobre as oportunidades e direções para as próximas décadas de pesquisa neste campo de estudos.

Palavras-chaves
Mídia; Desastres; Comunicação; Gestão de risco de desastres; Desenvolvimento regional

Resumen

Este artículo presenta las tendencias y padrones en la investigación de medios de comunicación y desastres en los últimos 20 años. El análisis se centró en la identificación de las principales referencias teóricas y metodológicas; los temas claves abordados en los estudios seleccionados; y el papel de los medios de comunicación en la gestión del riesgo de desastres. La investigación ha demostrado que existe un alto interés de la comunidad científica internacional en esta área, lo que indica una búsqueda por la profundización de los conocimientos y la base conceptual sobre el tema. Por lo tanto, este trabajo proporciona pistas sobre las oportunidades y orientaciones para las próximas décadas de investigación en este campo de estudio.

Palabras claves
Medios de comunicación; Desastres; Comunicación; Gestión del riesgo de desastres; Desarrollo regional

Abstract

This article presents the trends and patterns in media and disasters research over the last 20 years. The analysis focused on identifying the main theoretical and methodological references; the fundamental themes addressed in the selected studies; and the role of the media in disaster risk management. The research demonstrated that there is a high interest of the international scientific community in this area, signaling a search for the deepening of knowledge and the conceptual basis on the subject. Thus, this paper provides clues about the opportunities and directions for the next decades of research in this field of study.

Keywords
Media; Disasters; Communication; Disaster risk management; Regional development

Introdução

Nas últimas décadas, o estudo dos desastres ambientais ganhou destaque na pesquisa acadêmica adotando diferentes perspectivas de investigação e dando origem a uma série de métodos para a avaliação de múltiplos aspectos da tragédia (HUANG; LIU; MA, 2011HUANG, J.; LIU, Y.; MA, L. Assessment of regional vulnerability to natural hazards in China using a DEA Model. International Journal of Disaster Risk; v.2, n.2, p.41-48, 2011.). De fato, desastres ambientais como tsunamis, furacões, tornados, tempestades, enchentes e terremotos constituem episódios críticos, que segundo Reis, Zucco e Darolt (2013)REIS, C.; ZUCCO, F. D.; DAROLT, E. La comunicación del ayuntamiento de Blumenau (Brasil) durante el desastre natural de noviembre de 2008: El reto de la planificación a largo plazo. Anuario Estudios en Comunicación Social Disertaciones, v.6, n.1, p.86-105, 2013., afetam diretamente o diálogo e a interação do poder público com a população. Nesse sentido, a questão principal gira em torno da adequação dos procedimentos técnicos e políticos para a confrontação do problema (MATTEDI, 2000MATTEDI, M. Subsídios para a análise das relações da sociedade: natureza no Vale do Itajaí. In: THEIS, I. M.; MATTEDI, M. A.; TOMIO, F. R. L. (Orgs.). Nosso passado (in) comum. Contribuições para o debate sobre a história e a historiografia de Blumenau. Blumenau: Edifurb/Ed. Cultura em Movimento, p.215-241, 2000.).

De acordo com Spence, Lachlan e Griffin (2007)SPENCE, P. R.; LACHLAN, K. A.; GRIFFIN, D. R. Crisis communication, race, and natural disasters. Journal of Black Studies, v.37, n.4, p.539-562, 2007., a comunicação em tempos de crise busca prevenir ou diminuir os resultados negativos de um episódio em concreto e cumpre, sobretudo, duas funções: uma informativa e outra persuasiva. Em primeiro lugar, as mensagens devem criar uma compreensão racional do risco e, depois, incentivar o público a adotar medidas que evitem uma possível ameaça ou atenuem as consequências de tais acontecimentos. A gestão da crise exige planejamento, mobilização e integração do poder público e de instituições privadas, do corpo de agentes voluntários, das comunidades afligidas e da mídia. A informação ou a falta dela pode influenciar de maneira positiva ou negativa todas as fases do desastre. Nesse sentido, a mídia desempenha um papel crítico na comunicação e compreensão das catástrofes e as suas implicações (PANTTI; WAHL-JORGESSEN; COTTLE, 2012PANTTI, M.; WAHL-JORGESSEN, K.; COTTLE, S. Disasters and the media. New York: Peter Lang Publishing, 2012.).

Os meios de comunicação ganham protagonismo nas tarefas de envolver os diferentes atores, impulsionar as ações de socorro e apoio às vítimas, e gerar confiança entre os atingidos. Tal perspectiva se funda na percepção de uma série de trabalhos precedentes segundo os quais, durante um desastre, a mídia é a mais importante ferramenta de mitigação à disposição das autoridades porque a sua atuação cria a percepção pública sobre os riscos do evento (MILES; MORSE, 2007MILES, B.; MORSE, S. The role of news media in natural disaster risk and recovery. Ecological Economics, v.63, n.2-3, p.365-373, 2007.; PÉREZ-LUGO, 2001PÉREZ-LUGO, M. The mass media and disaster awareness in Puerto Rico. A case study of the floods in Barrio Tortugo. Organization Environment, v.14, n.1, p.55-73, 2001.).

Nesse contexto, o presente trabalho soma-se aos esforços anteriores do Grupo de Pesquisa Estudos Midiáticos Regionais – Linha de pesquisa Mídia e Desenvolvimento Regional, voltados à compreensão do papel da mídia durante os desastres, tais como os trabalhos de Reis e Cardoso (2014)REIS, C.; CARDOSO, M. O histórico papel do Jornal de Santa Catarina na cobertura das enchentes do Vale do Itajaí. In: ENCONTRO REGIONAL SUL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, Florianópolis/Brasil, 2014. Anais..., Reis, Zucco e Darolt (2013)REIS, C.; ZUCCO, F. D.; DAROLT, E. La comunicación del ayuntamiento de Blumenau (Brasil) durante el desastre natural de noviembre de 2008: El reto de la planificación a largo plazo. Anuario Estudios en Comunicación Social Disertaciones, v.6, n.1, p.86-105, 2013., Reis e Zucco (2012)REIS, C.; ZUCCO, F. D. The relationship between the crisis committee and the media during the disaster of November 2008 in Blumenau (SC): Implications for dialogue with the community. In: BRASIL-USA MASS COMMUNICATION CONFERENCE, Chicago/USA, 2012. Anais...., entre outros. Para abordar essas preocupações, o objetivo deste artigo é explorar as tendências e padrões na pesquisa de mídia e desastres nos últimos 20 anos (1996-2016), por meio de uma análise bibliométrica na base de dados EBSCO1 1 EBSCO é um banco de dados de informações científicas sobre diversos campos. O seu sistema de busca de informações científicas fornece o texto e/ou resumos de artigos de revistas científicas, livros de referência e outras publicações de diversas disciplinas. Esta aplicação tem uma interface online através da qual se pode acessar outros dados públicos, bancos de dados e faculdades, universidades, bibliotecas, escolas, instituições médicas, agências e corporações privadas (Fonte: https://www.ebsco.com. Acesso em: 3 fev.2017). . Esta base de dados é bem respeitada, confiável e possibilita o acesso rápido e fácil aos estudos científicos (OZDAL, 2017OZDAL, H. Overview of social media research: a content analysis study. International Journal of New Trends in Arts, Sports and Science Education, v.6, n.1, 2017.) de um conjunto diversificado de disciplinas atualizado regularmente.

O estudo busca fornecer indicadores de como esse campo da pesquisa se desenvolveu nas últimas décadas, tendo em conta o cumprimento dos seguintes objetivos: 1) identificar as principais referências teóricas e metodológicas utilizadas na pesquisa de mídia e desastres; 2) classificar os temas principais na pesquisa de mídia e desastres; e 3) analisar o papel da mídia na prevenção e redução de risco de desastres. A partir dos resultados, são tiradas conclusões sobre tendências e padrões da atualidade em pesquisa sobre o papel da mídia antes, durante e depois dos desastres, o que, por sua vez, fornece pistas sobre as oportunidades e direções para as próximas décadas de pesquisa neste campo particular de estudos.

Mídia e desastres

Durante o processo de calamidade, a direção eficaz da comunicação é um dos principais desafios do poder público. A escassez de dados essenciais entre os principais interessados constitui um problema associado às dificuldades de gestão da crise, contribuindo para a proliferação de mitos dos mais variados gêneros, incluindo aqueles relacionados a saques, desorganização social e outros comportamentos criminosos (TIERNEY; BEVC; KULIGOWSKI, 2006TIERNEY, K.; BEVC, C.; KULIGOWSKI, E. Metaphors matter: disaster myths, media frames, and their consequences in Hurricane Katrina. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, v.604, n.1, p.57-81, 2006.). Nesse sentido, a qualidade da informação incide sobre o alerta antecipado da iminência de um desastre, o planejamento do trabalho de socorro e apoio às vítimas, a reabilitação e a reconstrução das áreas atingidas.

Mattedi e Ludwig (2016)MATTEDI, M.; LUDWIG, L. Dos desastres do desenvolvimento ao desenvolvimento dos desastres: a expressão territorial da vulnerabilidade. Desenvolvimento e Meio ambiente. v.39, p.23-42, 2016. afirmam que a ocorrência e a intensidade dos desastres dependem mais do grau de vulnerabilidade dos cenários de desastres e das comunidades afetadas do que da magnitude dos eventos adversos. Para Moe e Pathranarakul (2006)MOE, T. L.; PATHRANAKUL, P. An integrated approach to natural disaster management. Disaster Prevention and Management, v.15, n.3, p.396-413, 2006., o êxito da administração de uma catástrofe está diretamente associado às características do sistema de emissão, distribuição e recepção das mensagens. O sucesso de um projeto de comunicação em situações de crise depende verdadeiramente da comunicação e cooperação entre as partes afetadas. A confiança resultante do diálogo entre o poder público e a comunidade é um elemento-chave, do mesmo modo que a interação entre os membros da equipe de coordenação. Nesse sentido, precisa-se de um trabalho colaborativo, que envolve diferentes atores e que, por isso, exige o máximo planejamento.

Fundamentalmente, a perspectiva aqui assumida coincide com o postulado de Baker (2009)BAKER, S. M. Vulnerability and resilience in natural disasters: a marketing and public policy perspective. Journal of Public Policy & Marketing, v.28, n.1, p.114-123, 2009., no sentido de que as tragédias são eventos socialmente construídos e a vulnerabilidade ao risco se configura como um processo dinâmico que depende de uma série de fatores contextuais. Deste modo, Barnes et al (2008)BARNES, M. D. et al. Analysis of media agenda setting during and after Hurricane Katrina: implications for emergency preparedness, disasters response, and disaster policy. American Journal of Public Health, v.98, n.4, p.604-610, 2008. consideram de fundamental importância o conhecimento sobre os critérios que os veículos empregam para publicação de notícias sobre as catástrofes, o enquadramento dos temas, como a cobertura impacta a opinião pública nas diferentes etapas de um desastre e como a agenda informativa contribui para a definição das políticas na área.

Metodologia

Percebendo que os desastres podem ser definidos como eventos que impactam a sociedade, que a gestão dos desastres é também a gestão da informação, e que a cobertura da mídia pode influenciar a percepção e o entendimento do público sobre os riscos de desastres, buscou-se uma compreensão da sua abordagem no debate científico nas últimas décadas. Assim, foi realizado um levantamento bibliométrico no banco de dados da EBSCO. Segundo Pritchard (1969)PRITCHARD, Alan. Statistical bibliography or bibliometrics? Journal of Documentation, v.25, n.4, p.348-349, 1969., a bibliometria é a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos para analisar a comunicação escrita e a literatura de caráter científico, identificar os autores e instituições mais produtivos, bem como as revistas do núcleo de cada área do conhecimento.

Para a análise dos dados os critérios de seleção foram: textos completos em idioma português, publicados em revistas acadêmicas, analisados por especialistas e com data de publicação entre 1996 e 2016. A pesquisa foi atualizada para o mês de janeiro de 2017, adotando as etapas apresentadas na Tabela 1. Com o fim de refinar a busca, optou-se por incluir “mídia” como termo thesaurus, o que limitou os resultados para só seis artigos.

Tabela 1
Pesquisa bibliométrica sobre mídia e desastres

Foi realizada uma análise de conteúdo dos seis artigos. As pesquisas estavam relacionadas com: Promoção midiática de consciência ecológica (CORREA DE BARROS; ICHTER, 2013CORREA DE BARROS, B.; RICHTER, D. M. A mídia e a sustentabilidade social: os entraves econômico-financeiros e a necessidade de promoção de uma consciência ecológica. Revista Thesis Juris, v.2, n.2, p.404-420, 2013.); Mídia e educação científica (MORAES; BONATO, 2012MORAES, E; BONATO, J.A. A mídia e a educação científica. Revista Educação: Teoria e Prática, v.22, n.40, p.202-222, 2012.); Mídia e psicologia social (HENNIGEN, 2010HENNIGEN, I. Superendividamento dos consumidores: uma abordagem a partir da Psicologia Social. Revista Mal-estar e Subjetividade. v.10, n.4, p.1173-1201, 2010.; ZAMBENEDETTI, 2012ZAMBENEDETTI, G. A mídia e o processo de pulverização da figura do sujeito cerebral. Revista Mal-estar e Subjetividade. v.12, n.1/2, p.73-99, 2012.); Mídia e religião (TÚLIO; RODRIGUES, 2015TÚLIO, M; RODRIGUES, D. O sexto sentido e a sexta-feira 13: narrativas da Igreja Universal em um programa televisivo da Rede Record em Portugal. Revista Palabra Clave, v.18, n.2, p.563-587, 2015.); Mídia e a morte (SILVA, 2012SILVA, G. Imaginários da morte, o acontecimento noticioso primordial. Revista Estudos em Jornalismo e Mídia. v.9, n.2, p.462-473, 2012.). Tendo em conta que tais estudos não resultaram significativos para a análise, a busca foi estendida para o idioma inglês, seguindo as etapas expostas na Tabela 2. Os critérios de seleção seguiram a mesma orientação que em português e foi incluso o termo “media” como segundo filtro. Tendo em conta o maior número de publicações resultantes, optou-se por adicionar o termo thesaurusdisaster” como terceiro filtro, permitindo limitar os resultados para 56 artigos. A pesquisa foi atualizada para o mês de janeiro de 2017.

Tabela 2
Pesquisa bibliométrica sobre “media” e “disaster”

Dos 56 artigos resultantes da pesquisa, o sistema da EBSCO disponibilizou 30, retirando os estudos repetidos automaticamente. Deles, três publicações foram retiradas no refinamento manual por aparecer repetidas, e duas foram excluídas por não estarem disponíveis os arquivos. A partir dos dados levantados, foi elaborada uma planilha utilizando-se o software Excel da Microsoft, estruturada com os seguintes campos: autor, título, ano, revista científica, palavras-chave, objetivos, referências e principais temáticas abordadas. Esta planilha serviu de base para o fichamento e análise de conteúdo dos 25 artigos, resultando nos dados que serão apresentados no seguinte tópico. Uma vez coletados os dados, foi analisado cada artigo para determinar se os objetivos ou resultados estavam de fato focados no tema de mídia e desastres.

Verificou-se que sete dos documentos não estavam relacionados com o tema e, assim, foram descartados. As outras 18 publicações foram fichadas para os propósitos deste estudo. A análise centrou-se em identificar: as principais referências teóricas e metodológicas (Objetivo 1); as temáticas fundamentais abordadas nos artigos (Objetivo 2); e o papel da mídia na prevenção e redução de risco de desastres (Objetivo 3).

Abordagens teóricas e metodológicas

Os 18 artigos selecionados utilizaram um total de 763 referências. Os autores com maior número de citações foram: Betty Pfefferbaum (1999PFEFFERBAUM, B.; TUCKER, P. Trauma and Recovery Among Adults Highly Exposed to a Community Disaster. Psychiatric Annals, v.29, n.2, p.78-83, 1999., 2001PFEFFERBAUM, B.; CALL, J.; DICKSON, W. Traumatic grief in a convenience sample of victims seeking support services after a terrorist incident. Annals of Clinical Psychiatry, v.13, n.1, p.19-24, 2001., 2013)PFEFFERBAUM, B. et al. The Communities Advancing Resilience Toolkit (CART): an intervention to build community resilience to disasters. Journal of public health management and practice, v.19, n.3, p.250-258, 2013.; Brian Walker (2002WALKER, B., et al. Resilience management in social ecological systems: a working hypothesis for a participatory approach. Conservation Ecology, v.6, n.1, 2002., 2004WALKER, B. et al. Resilience, adaptability and transformability in social ecological systems. Ecology and Society, v.9, n.2, 2004., 2006COHEN, E.; HUGHES, P.; WHITE, P. B. Bushfires and the Media. Reporting Bushfires. What Motivates the Media? Melbourne: Bushfire Cooperative Research Centre, 2006., 2011)WALKER, B., WESTLEY, F. Perspectives on resilience to disasters across sectors and cultures. Ecology and Society, v.16, n.2, 2011.; Lance H. Gunderson (2002GUNDERSON, L.H., HOLLING, C.S. Panarchy: Understanding Transformations in Human and Natural Systems. Washington, DC: Island Press, 2002., 2006GUNDERSON, L.H. et al. Water RATs (resilience, adaptability, and transformability) in lake and wetland social–ecological systems. Ecology and Society, v.11, n.1, 2006., 2010GUNDERSON, L.H., Ecological and human community resilience in response to natural disasters. Ecology and Society. v.15, n.2, 2010., 2011)GUNDERSON, L.H., FOLKE, C. Resilience 2011: leading transformational change. Ecology and Society, v.16, n.2, 2011.; Anabela Carvalho (2000CARVALHO, A. Discourse analysis and media texts: a critical reading of analytical tools. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LOGIC AND METHODOLOGY, RC 33 MEETING (INTERNATIONAL SOCIOLOGY ASSOCIATION), Cologne, 2000. Anais..., 2007______. Ideological cultures and media discourses on scientific knowledge: re-reading news on climate change. Public Understanding of Science, v.16, p.223-243, 2007., 2008)______. Media (ted) discourse and society: rethinking the framework of critical discourse analysis. Journalism Studies. v.9, n.2, p.161-177, 2008.; Erez Cohen (2006COHEN, E.; HUGHES, P.; WHITE, P. B. Bushfires and the Media. Reporting Bushfires. What Motivates the Media? Melbourne: Bushfire Cooperative Research Centre, 2006., 2007)______. Ideological cultures and media discourses on scientific knowledge: re-reading news on climate change. Public Understanding of Science, v.16, p.223-243, 2007.; Enrico Quarantelli (1966QUARANTELLI, E. Organization under stress. In: SYMPOSIUM ON EMERGENCY OPERATIONS, Santa Monica, 1966. Anais..., 1984______. Emergent behavior at the emergency time period of disasters: Final report. Newark, NJ: Disaster Research Center/University of Delaware, 1984., 1991______. Lessons from research: findings on mass communication system behavior in the pre, trans, and postimpact periods of disasters. Newark, NJ: Disaster Research Center, University of Delaware. 1991., 1997______. Non-medical difficulties during emergency medical services delivery at the time of disasters. BC Medical Journal v.39, p.593-95, 1997., 2005)______. Catastrophes are different from disasters: some implications for crisis planning and managing drawn from Katrina. Disponível em: <http://understandingkatrina.ssrc.org/Quarantelli/>. 2005. Acesso em: 10 nov. 2016.
http://understandingkatrina.ssrc.org/Qua...
e Robert M. Entman (1990ENTMAN, R. Modern racism and the images of blacks in local television news. Critical Studies in Media Communication, v.7, n.4, p.332-345, 1990., 1993)______. Framing: toward clarification of a fractured paradigm. Journal of Communication, v.43, n.4, p.51-58, 1993.. A produção científica concentrou-se nas seguintes publicações: Public Relations Review; Ecology and Society; Cultural Studies; Journal of Communication; Critical Studies in Mass Communications; Disasters; Journalism & Mass Communication Quarterly; Risk Analysis.

As principais revistas acadêmicas do campo têm uma forte ênfase no desenvolvimento teórico, conceitual e metodológico sobre mídia e desastres. Cada um dos artigos identificados foi avaliado pela sua abordagem teórica ou metodológica. A maior proporção de artigos publicados sobre mídia e desastres durante o período de análise foram estudos de caso (EWART; McLEAN, 2014EWART, J.; McLEAN, H. Ducking for cover in the ‘blame game’: news framing of the findings of two reports into the 2010–11 Queensland floods. Disasters. v.39, n.1, p.166-184, 2014.; LAITURI; KODRICH, 2008LAITURI, M.; KODRICH, K. On Line Disaster Response Community: People as Sensors of High Magnitude Disasters Using Internet GIS. Sensors, v.8, 2008.; LEITCH; BOHENSKY, 2014LEITCH, A.; BOHENSKY, E. Return to ‘a new normal’: Discourses of resilience to natural disasters in Australian newspapers 2006–2010. Global Environmental Change, v.26, p.14–26, 2014.; MACIAS; HILYARD; FREIMUTH, 2009MACIAS, W.; HILYARD, K.; FREIMUTH, V. Blog functions as risk and crisis communication during Hurricane Katrina. Journal of Computer-Mediated Communication, v.15, p.1-31, 2009.; PFEFFERBAUM et al, 2003PFEFFERBAUM, B. et al. Media exposure in children one hundred miles from a terrorist bombing. Annals of Clinical Psychiatry, v.15, n.1, 2003.; PRINCIPE, 2015PRINCIPE, J. Writing the disaster: a philippine case study of the challenge to traditional theodicy in popular media. Journal for the Study of Religions and Ideologies, v.14, n.42, p.172-197, 2015.; RODRIGUEZ; TRIANOR; QUARANTELLI, 2006RODRIGUEZ, H.; TRAINOR, J.; QUARANTELLI, E. Rising to the challenges of a catastrophe: the emergent and prosocial behavior following Hurricane Katrina. The Annals of the American Academy. v.604, n.1, p.82-101, 2006.; ZAVESTOSKI et al, 2004ZAVESTOSKI, S. et al. Issue framing and citizen apathy toward local environmental contamination. Sociological Forum, v.19, n.2, p.255-283, 2004.), seguidos por estudos de caso comparativo (CUPPLES; GLYNN, 2014CUPPLES, J.; GLYNN, K. The mediation and remediation of disaster: Hurricanes Katrina and Felix in/and the new media environment. Antipode, v.46, n.2, p.359-381, 2014.; HOUSTON; EFFERBAUM; ROSENHOLTZ, 2012HOUSTON, J.B.; PFEFFERBAUM, B.; ROSENHOLTZ, C.E. Disaster News: framing and frame changing in coverage of Major U.S. natural disasters, 2000-2010. Journalism and Mass Communication Quaterly. v.89, n.4, p.606-623, 2012.; McLAUGHLIN, 2016McLAUGHLIN, L. Hard lessons learned. Tracking changes in media presentations of religion and religious aid mobilization after the 1995 and 2011 disasters in Japan. Asian Ethnology, v.75, n.1, 2016.; PARK; WANG; PINTO, 2016PARK, D.; WANG, W.; PINTO, J. Beyond Disaster and Risk: Post-Fukushima Nuclear News in U.S. and German Press. Communication, Culture & Critique v.9, p.417-437, 2016.; SONNETT; JOHNSON; DOLAN, 2015SONNETT, J.; JOHNSON, K.; DOLAN, M. Priming implicit racism in television news: visual and verbal limitations on diversity. Sociological Forum, v.30, n.2, 2015.); revisão de literatura (HOUSTON et al, 2015HOUSTON, J.B. et al. The Centrality of Communication and Media in Fostering Community Resilience: A Framework for Assessment and Intervention. American Behavioral Scientist, v.59, n.2, p.270-283, 2015.; McLEAN; POWER, 2013McLEAN, H.; POWER, M. When minutes count: Tension and trust in the relationship between emergency managers and the media. Journalism. v.15, n.3, p.307-325, 2014.; PFEFFERBAUM et al, 2014PFEFFERBAUM, B. et al. Disaster media coverage and psychological outcomes: descriptive findings in the extant research. Current Psychiatry Reports, v.16, n.9, p.1-7, 2014.; PFEFFERBAUM et al, 2015PFEFFERBAUM, B. et al. Children’s disaster reactions: the influence of family and social factors. Current Psychiatry Reports v.17, n.7, p.1-6, 2015.); e construção de modelos teóricos (SUSMAYADI et al, 2014SUSMAYADI, I. M. et al. Sustainable disaster risk reduction through effective risk communication media in Parangtritis tourism area Yogyakarta. Procedia Environmental Sciences. v.20, p.684-692, 2014.).

Os debates sobre mídia e desastres, tendo em conta o tipo de desastres, se concentraram nas categorias de: Desastres ambientais (CUPPLES; GLYNN, 2014CUPPLES, J.; GLYNN, K. The mediation and remediation of disaster: Hurricanes Katrina and Felix in/and the new media environment. Antipode, v.46, n.2, p.359-381, 2014.; EWART; McLEAN, 2014EWART, J.; McLEAN, H. Ducking for cover in the ‘blame game’: news framing of the findings of two reports into the 2010–11 Queensland floods. Disasters. v.39, n.1, p.166-184, 2014.; HOUSTON; PFEFFERBAUM; ROSENHOLTZ, 2012HOUSTON, J.B.; PFEFFERBAUM, B.; ROSENHOLTZ, C.E. Disaster News: framing and frame changing in coverage of Major U.S. natural disasters, 2000-2010. Journalism and Mass Communication Quaterly. v.89, n.4, p.606-623, 2012.; LAITURI; KODRICH, 2008LAITURI, M.; KODRICH, K. On Line Disaster Response Community: People as Sensors of High Magnitude Disasters Using Internet GIS. Sensors, v.8, 2008.; LEITCH; BOHENSKY, 2014LEITCH, A.; BOHENSKY, E. Return to ‘a new normal’: Discourses of resilience to natural disasters in Australian newspapers 2006–2010. Global Environmental Change, v.26, p.14–26, 2014.; MACIAS; HILYARD; FREIMUTH, 2009MACIAS, W.; HILYARD, K.; FREIMUTH, V. Blog functions as risk and crisis communication during Hurricane Katrina. Journal of Computer-Mediated Communication, v.15, p.1-31, 2009.; McLAUGHLIN, 2016McLAUGHLIN, L. Hard lessons learned. Tracking changes in media presentations of religion and religious aid mobilization after the 1995 and 2011 disasters in Japan. Asian Ethnology, v.75, n.1, 2016.; PRINCIPE, 2015PRINCIPE, J. Writing the disaster: a philippine case study of the challenge to traditional theodicy in popular media. Journal for the Study of Religions and Ideologies, v.14, n.42, p.172-197, 2015.; RODRIGUEZ; TRIANOR; QUARANTELLI, 2006RODRIGUEZ, H.; TRAINOR, J.; QUARANTELLI, E. Rising to the challenges of a catastrophe: the emergent and prosocial behavior following Hurricane Katrina. The Annals of the American Academy. v.604, n.1, p.82-101, 2006.; SONNETT; JOHNSON; DOLAN, 2015SONNETT, J.; JOHNSON, K.; DOLAN, M. Priming implicit racism in television news: visual and verbal limitations on diversity. Sociological Forum, v.30, n.2, 2015.), sendo o Furação Katrina o desastre natural mais investigado; Desastres antropogênicos (PARK; WANG; PINTO, 2016PARK, D.; WANG, W.; PINTO, J. Beyond Disaster and Risk: Post-Fukushima Nuclear News in U.S. and German Press. Communication, Culture & Critique v.9, p.417-437, 2016.; PFEFFERBAUM et al, 2003PFEFFERBAUM, B. et al. Media exposure in children one hundred miles from a terrorist bombing. Annals of Clinical Psychiatry, v.15, n.1, 2003.; ZAVESTOSKI et al, 2004ZAVESTOSKI, S. et al. Issue framing and citizen apathy toward local environmental contamination. Sociological Forum, v.19, n.2, p.255-283, 2004.), com especial ênfase no atentado terrorista às Torres Gêmeas nos Estados Unidos em 2001 e ao acidente nuclear de Fukushima em 2011; e por último a categoria de Desastres (HOUSTON et al, 2015HOUSTON, J.B. et al. The Centrality of Communication and Media in Fostering Community Resilience: A Framework for Assessment and Intervention. American Behavioral Scientist, v.59, n.2, p.270-283, 2015.; McLEAN; POWER, 2013McLEAN, H.; POWER, M. When minutes count: Tension and trust in the relationship between emergency managers and the media. Journalism. v.15, n.3, p.307-325, 2014.; PFEFFERBAUM et al, 2014PFEFFERBAUM, B. et al. Disaster media coverage and psychological outcomes: descriptive findings in the extant research. Current Psychiatry Reports, v.16, n.9, p.1-7, 2014.; PFEFFERBAUM et al, 2015PFEFFERBAUM, B. et al. Children’s disaster reactions: the influence of family and social factors. Current Psychiatry Reports v.17, n.7, p.1-6, 2015.; SUSMAYADI et al, 2014SUSMAYADI, I. M. et al. Sustainable disaster risk reduction through effective risk communication media in Parangtritis tourism area Yogyakarta. Procedia Environmental Sciences. v.20, p.684-692, 2014.), que concentra pesquisas dos dois grupos anteriores.

Os trabalhos selecionados na pesquisa bibliométrica abrangeram como tópicos principais:

a) Cobertura midiática de desastres. Estas pesquisas dedicaram-se a examinar como os desastres são enquadrados na cobertura de notícias da mídia (CUPPLES; GLYNN, 2014CUPPLES, J.; GLYNN, K. The mediation and remediation of disaster: Hurricanes Katrina and Felix in/and the new media environment. Antipode, v.46, n.2, p.359-381, 2014.; EWART; McLEAN, 2014EWART, J.; McLEAN, H. Ducking for cover in the ‘blame game’: news framing of the findings of two reports into the 2010–11 Queensland floods. Disasters. v.39, n.1, p.166-184, 2014.; HOUSTON; PFEFFERBAUM; ROSENHOLTZ, 2012HOUSTON, J.B.; PFEFFERBAUM, B.; ROSENHOLTZ, C.E. Disaster News: framing and frame changing in coverage of Major U.S. natural disasters, 2000-2010. Journalism and Mass Communication Quaterly. v.89, n.4, p.606-623, 2012.; PARK; WANG; PINTO, 2016PARK, D.; WANG, W.; PINTO, J. Beyond Disaster and Risk: Post-Fukushima Nuclear News in U.S. and German Press. Communication, Culture & Critique v.9, p.417-437, 2016.; SONNETT; JOHNSON; DOLAN, 2015SONNETT, J.; JOHNSON, K.; DOLAN, M. Priming implicit racism in television news: visual and verbal limitations on diversity. Sociological Forum, v.30, n.2, 2015.). De forma geral, os estudos mostraram que a cobertura de notícias de um desastre tem um caráter temporal, que os meios de comunicação dependem geralmente de fontes oficiais durante as catástrofes, e que a mídia usualmente se concentra nas qualidades dramáticas e descritivas dos eventos, ou seja, no impacto dos desastres em seres humanos, no ambiente construído ou natural, e não nas suas explicações causais (HOUSTON; PFEFFERBAUM; ROSENHOLTZ, 2012HOUSTON, J.B.; PFEFFERBAUM, B.; ROSENHOLTZ, C.E. Disaster News: framing and frame changing in coverage of Major U.S. natural disasters, 2000-2010. Journalism and Mass Communication Quaterly. v.89, n.4, p.606-623, 2012.).

O levantamento bibliométrico apontou temas de interesse relacionados com o uso da Internet e das novas mídias para a cobertura jornalística durante os desastres (LAITURI; KODRICH, 2008LAITURI, M.; KODRICH, K. On Line Disaster Response Community: People as Sensors of High Magnitude Disasters Using Internet GIS. Sensors, v.8, 2008.; MACIAS; HILYARD; FREIMUTH, 2009MACIAS, W.; HILYARD, K.; FREIMUTH, V. Blog functions as risk and crisis communication during Hurricane Katrina. Journal of Computer-Mediated Communication, v.15, p.1-31, 2009.). As catástrofes, ambientais ou antropogênicas, têm proporcionado um cenário único na consolidação dos avanços tecnológicos e novas mídias sociais que operam fora dos tradicionais intermediários de informação e ajuda. Para Cooper et al (2015)COOPER, G. P. et al. Twitter as a potential disaster risk reduction tool. Part I: Introduction, terminology, research and operational applications. PLOS Currents Disasters, v.7, p.1-19, 2015., estas mídias sociais representam uma valiosa oportunidade para promover os objetivos da gestão de risco de desastres relacionados com a mitigação, preparação, resposta e recuperação. Laituri e Kodrich (2008)LAITURI, M.; KODRICH, K. On Line Disaster Response Community: People as Sensors of High Magnitude Disasters Using Internet GIS. Sensors, v.8, 2008. indicam que a mídia online tem sido particularmente eficaz em facilitar a comunicação interativa de informações relevantes, conectando-se a um público maior que pode participar de forma indireta no desastre.

Outros estudos (HOUSTON et al, 2015HOUSTON, J.B. et al. The Centrality of Communication and Media in Fostering Community Resilience: A Framework for Assessment and Intervention. American Behavioral Scientist, v.59, n.2, p.270-283, 2015.; LEITCH; BOHENSKY, 2014LEITCH, A.; BOHENSKY, E. Return to ‘a new normal’: Discourses of resilience to natural disasters in Australian newspapers 2006–2010. Global Environmental Change, v.26, p.14–26, 2014.; McLAUGHLIN, 2016McLAUGHLIN, L. Hard lessons learned. Tracking changes in media presentations of religion and religious aid mobilization after the 1995 and 2011 disasters in Japan. Asian Ethnology, v.75, n.1, 2016.; PRINCIPE, 2015PRINCIPE, J. Writing the disaster: a philippine case study of the challenge to traditional theodicy in popular media. Journal for the Study of Religions and Ideologies, v.14, n.42, p.172-197, 2015.; SONNETT; JOHNSON; DOLAN, 2015SONNETT, J.; JOHNSON, K.; DOLAN, M. Priming implicit racism in television news: visual and verbal limitations on diversity. Sociological Forum, v.30, n.2, 2015.) deram particular atenção às narrativas da cobertura midiática dos desastres. Temas como a religião, a questão racial e a resiliência constituem um ponto de interesse nos relatos produzidos pela mídia. Sonnett, Johnson e Dolan (2015)SONNETT, J.; JOHNSON, K.; DOLAN, M. Priming implicit racism in television news: visual and verbal limitations on diversity. Sociological Forum, v.30, n.2, 2015. destacam que na cobertura posterior ao Furação Katrina muitos estudos apresentaram representações racialmente tendenciosas e estereotipadas da população afetada. Por outra parte, McLaughlin (2016)McLAUGHLIN, L. Hard lessons learned. Tracking changes in media presentations of religion and religious aid mobilization after the 1995 and 2011 disasters in Japan. Asian Ethnology, v.75, n.1, 2016. indica que depois dos desastres (terremoto, tsunami e acidente nuclear) de março de 2011 no Japão, a narrativa da mídia concentrou-se em transmitir uma imagem favorável dos ativistas religiosos que forneceram ajuda nas regiões afetadas pelos desastres.

b) Exposição midiática aos desastres. A análise destes estudos se centrou no impacto da cobertura da mídia e a relação entre o consumo midiático e as reações das pessoas em situações de desastres (PFEFFERBAUM et al, 2003PFEFFERBAUM, B. et al. Media exposure in children one hundred miles from a terrorist bombing. Annals of Clinical Psychiatry, v.15, n.1, 2003.; PFEFFERBAUM et al, 2014PFEFFERBAUM, B. et al. Disaster media coverage and psychological outcomes: descriptive findings in the extant research. Current Psychiatry Reports, v.16, n.9, p.1-7, 2014.; PFEFFERBAUM et al, 2015PFEFFERBAUM, B. et al. Children’s disaster reactions: the influence of family and social factors. Current Psychiatry Reports v.17, n.7, p.1-6, 2015.; RODRIGUEZ; TRIANOR; QUARANTELLI, 2006RODRIGUEZ, H.; TRAINOR, J.; QUARANTELLI, E. Rising to the challenges of a catastrophe: the emergent and prosocial behavior following Hurricane Katrina. The Annals of the American Academy. v.604, n.1, p.82-101, 2006.). Em um estudo de Pfefferbaum et al (2014)PFEFFERBAUM, B. et al. Disaster media coverage and psychological outcomes: descriptive findings in the extant research. Current Psychiatry Reports, v.16, n.9, p.1-7, 2014., os autores indicam que o impacto psicológico do consumo midiático na cobertura de jornais, emissoras de rádio e Internet não é tão significativo como as reações do público às notícias e reportagens difundidos pela televisão. Em outra pesquisa, Pfefferbaum et al (2015)PFEFFERBAUM, B. et al. Children’s disaster reactions: the influence of family and social factors. Current Psychiatry Reports v.17, n.7, p.1-6, 2015. revelaram uma possível relação entre a visualização da cobertura de desastres e uma variedade de resultados psicológicos que, em alguns casos, especialmente em crianças, pode contribuir para o stress pós-traumático.

Os resultados destes estudos indicam que para aqueles que estão diretamente expostos ao desastre ou relacionados com as vítimas, a cobertura da mídia constitui uma fonte adicional de contato na busca de informação confiável e segura. Porém, estes indivíduos podem ter reações mais fortes à exposição midiática e manter um estado elevado de excitação (PFEFFERBAUM et al, 2003PFEFFERBAUM, B. et al. Media exposure in children one hundred miles from a terrorist bombing. Annals of Clinical Psychiatry, v.15, n.1, 2003.).

c) Relação marco institucional e mídia. De maneira geral, estas pesquisas dedicaram-se a examinar e avaliar como em situações de crise e desastre, a precisão, o escopo, a credibilidade e a oportunidade da informação da mídia dependem da relação sólida e confiável entre jornalistas e gerentes de emergência (McLEAN; POWER; 2013McLEAN, H.; POWER, M. When minutes count: Tension and trust in the relationship between emergency managers and the media. Journalism. v.15, n.3, p.307-325, 2014.; ZAVESTOSKI et al, 2004ZAVESTOSKI, S. et al. Issue framing and citizen apathy toward local environmental contamination. Sociological Forum, v.19, n.2, p.255-283, 2004.). Quando o desastre surge as pessoas recorrem a várias fontes de informação, e como a mídia tradicional (rádio, televisão e jornais, incluindo seus componentes online) continua sendo uma fonte-chave de informação pública em um desastre, os gerentes de crises precisam da mídia para difundir as informações.

McLean e Power (2013)McLEAN, H.; POWER, M. When minutes count: Tension and trust in the relationship between emergency managers and the media. Journalism. v.15, n.3, p.307-325, 2014. argumentam que as relações entre os gerentes de emergência e os meios de comunicação são baseadas na confiança, mas também identificam ameaças nessa relação: o desconhecimento dos gerentes de emergência sobre como os meios de comunicação operam em termos de técnicas de coleta de notícias rotineiras; e como as abordagens de cada um sobre o desastre precisam ser negociadas posto que a mídia fornece tanto informação quanto entretenimento. Nesse sentido, é imprescindível que o gestor de crises e a mídia consigam desenvolver uma melhor compreensão das perspectivas e necessidades dos outros, de forma que se promova uma relação de confiança, familiaridade e respeito antes de uma situação de crise ou desastre. Construir confiança envolve o reconhecimento de um objetivo comum compartilhado: servir o público (McLEAN; POWER, 2013McLEAN, H.; POWER, M. When minutes count: Tension and trust in the relationship between emergency managers and the media. Journalism. v.15, n.3, p.307-325, 2014.). A partir de uma estrutura de intercâmbio social, os relacionamentos florescerão quando as partes perceberem benefícios mútuos.

Papel da mídia na prevenção e redução de riscos

Segundo Quarantelli (1991)______. Lessons from research: findings on mass communication system behavior in the pre, trans, and postimpact periods of disasters. Newark, NJ: Disaster Research Center, University of Delaware. 1991., a maioria do que as pessoas sabem sobre desastres é o que aprendem por meio da mídia. Nesse sentido, o papel da mídia em desastres não pode ser entendido apenas como ferramenta para comunicar e descrever o que aconteceu e manter o público informado. Guion, Scammon e Borders (2007)GUION, D.; SCAMMON, D. L.; BORDERS, A. L. Weathering the storm: a social marketing perspective on disaster preparedness and response with lessons from hurricane Katrina. Journal of Public Policy & Marketing, v.26, n.1, p.20-32, 2007. argumentam que a mídia, além de ser um dos mais importantes veículos para a distribuição de informações sobre determinados riscos e perigos para as pessoas, é utilizada extensivamente durante as diversas fases de uma tragédia. Nesse sentido, Leitch e Bohensky (2014)LEITCH, A.; BOHENSKY, E. Return to ‘a new normal’: Discourses of resilience to natural disasters in Australian newspapers 2006–2010. Global Environmental Change, v.26, p.14–26, 2014. indicam que os meios de comunicação devem também contribuir para a preparação individual e comunitária, ajudar a identificar ameaças potenciais, permitir que as comunidades aproveitem o potencial e experiências locais para se adaptarem diante de crises, desastres e outros desafios, bem como fornecer um fórum para o planejamento da comunidade sobre a reconstrução pós-desastre.

A cobertura da mídia pode promover uma política de prevenção e redução de risco de desastres na agenda pública e política (QUARANTELLI, 1991______. Lessons from research: findings on mass communication system behavior in the pre, trans, and postimpact periods of disasters. Newark, NJ: Disaster Research Center, University of Delaware. 1991.). A dinâmica da mídia leva a abordar o desastre relacionando a notícia com as experiências e preocupações da audiência. Mas por trás do imperativo jornalístico para fazer a cobertura midiática, deve estar o interesse de criar e definir uma agenda que coloque a redução do risco de desastres na atenção local, uma vez que os meios de comunicação servem para difundir informações, orientar, educar, persuadir e reduzir a preocupação das pessoas (SUSMAYADI et al, 2014SUSMAYADI, I. M. et al. Sustainable disaster risk reduction through effective risk communication media in Parangtritis tourism area Yogyakarta. Procedia Environmental Sciences. v.20, p.684-692, 2014.).

Para Quarantelli (1991)______. Lessons from research: findings on mass communication system behavior in the pre, trans, and postimpact periods of disasters. Newark, NJ: Disaster Research Center, University of Delaware. 1991., é preciso incluir a mídia no desenvolvimento de planos nacionais/locais de redução e prevenção de risco de desastre. Enquanto as autoridades veem a mídia como parte do esforço de resposta, geralmente não a incluem no planejamento ou em qualquer exercício prático de prevenção. Parte da responsabilidade desta dificuldade reside com funcionários locais de gestão de emergência que, segundo Quarantelli (1991)______. Lessons from research: findings on mass communication system behavior in the pre, trans, and postimpact periods of disasters. Newark, NJ: Disaster Research Center, University of Delaware. 1991., quase sempre têm sentimentos mistos sobre como incluir os meios de comunicação de massa no planejamento.

Os resultados da presente pesquisa indicam, de maneira geral, que a cobertura de desastres tem uma grande variedade e magnitude de efeitos sobre vários públicos, agendas, políticas e comportamentos. Os estudos pesquisados deram pouca atenção aos desastres antes que eles ocorressem, concentrando a maior parte da sua cobertura na própria catástrofe e ignorando as questões de longo prazo, apesar de reconhecerem a importância do papel da mídia na prevenção e redução de ricos de desastres.

A pesquisa identificou uma aberta predominância da língua inglesa em detrimento do português (99.182 artigos em inglês vs. 502 artigos em português). Essa dominação é decorrente da tendência da comunidade científica em publicar em revistas de alto impacto, que depende diretamente da quantidade de vezes que os artigos nela publicados são citados em outros trabalhos, ampliando as publicações em inglês e as possibilidades de ser usados como referência. Em um estudo feito por Rosa e Alves (2011)ROSA, A. R.; ALVES, M. A. Pode o conhecimento em gestão e organização falar português? Revista de Administração de Empresas, v.51, n.3, p.255-264, 2011. sobre os periódicos classificados no sistema Qualis da CAPES, concluiu-se que entre os periódicos mais valorizados, 97% deles são editados em língua inglesa e apenas 3% em outras línguas. Nesse sentido, percebe-se a dificuldade de que uma pesquisa feita em outra língua possa circular no circuito acadêmico.

É preciso registrar o expressivo incremento percentual ao longo dos anos 2000 dos estudos realizados sobre mídia e desastres (80% das publicações concentram-se na década 2006-2016). Certamente, com o aumento das catástrofes naturais e antropogênicas e o desenvolvimento dos meios de comunicação social nos últimos anos, os pesquisadores da área têm se preocupado em refletir e aprofundar os estudos sobre o tema. A comunidade científica pode desempenhar um papel ainda mais relevante no futuro ajudando a desenvolver as tecnologias da comunicação em função da gestão do risco de desastres e da criação de melhores estratégias de resiliência.

Pode-se apontar que a pesquisa dos últimos 20 anos se centrou principalmente nos desastres naturais (80% dos artigos) e na análise dos estudos de caso (70% dos artigos). Os pesquisadores observaram a propensão da mídia a relatar o dramatismo da situação e expor o lado humano das catástrofes além de nosso controle, tentando amenizar o caos por meio de imagens das equipes de socorro e informação sobre ajuda e assistência prestadas. Em contraste, a cobertura dos desastres antropogênicos busca mais frequentemente atribuir culpa e julga com severidade a situação pelo número de vítimas, pelos danos às propriedades e pelo alcance geográfico (BARNES et al, 2008BARNES, M. D. et al. Analysis of media agenda setting during and after Hurricane Katrina: implications for emergency preparedness, disasters response, and disaster policy. American Journal of Public Health, v.98, n.4, p.604-610, 2008.).

Os casos analisados sugerem que o desempenho das autoridades e instituições do governo em situações de desastre, bem como a relação sólida e confiável entre jornalistas e gerentes de emergência têm que ser analisados de forma diferente. Há várias decisões políticas e administrativas que devem ser tomadas antes de qualquer catástrofe, com o fim de que tenham um impacto significativo na capacidade coletiva de responder eficazmente aos desastres. O grande desafio é ter os meios de comunicação como aliados, e que essa relação promova a minimização dos riscos, garantindo a preparação e participação da sociedade de forma preventiva.

A cobertura midiática dos desastres naturais ou antropogênicos não deve ser instantânea nem episódica, nem se concentrar na sobrevivência ou avaliações dos serviços de emergência. Isto enfraquece a resiliência comunitária e a capacidade de refletir mais seriamente sobre a importância da educação coletiva de redução de riscos de desastres. Abordagens participativas proporcionam uma oportunidade para aumentar o número de iniciativas locais, nacionais e regionais inovadoras para desenvolver a resiliência. Um fator importante é o fortalecimento da relação entre as estruturas do governo, a mídia – como agente de comunicação – e aqueles que são mais vulneráveis ao perigo. Porém, precisam-se políticas públicas que fomentem o papel da mídia e da participação cidadã ativa no investimento da gestão de riscos de desastres.

Com base nos procedimentos de análise aplicados neste trabalho, se pode afirmar que a variação identificada na bibliografia sobre mídia e desastres está relacionada a quatro fatores principais:

  • - Tipos de desastre: os desastres ambientais apresentam uma grande variação em função da previsibilidade, o que significa que cobrir o impacto de um terremoto é diferente de acompanhar o transcurso de uma enchente.

  • - Tipos de mídia: os dispositivos técnicos estabelecem diferenças significativas na dinâmica das atividades, o que indica que relatar o impacto por meio de um tweet é diferente da produção de uma reportagem televisiva.

  • - Tipos de regiões impactadas: um fator importante que afeta a relação entre mídia e desastres é o país impactado, pois algumas regiões despertam mais interesses que outras na mídia.

  • - Fase do desastre: outro elemento-chave na relação entre mídia e desastre diz respeito à fase do desastre, na medida em que o período pós-impacto atrai mais atenção pela destruição.

O efeito combinado destes fatores faz com se estabeleça, por consequência, uma grande variação temática e metodológica nos estudos a respeito de mídia e desastres.

Considerações finais

O foco central deste artigo esteve na avaliação da evolução da pesquisa em mídia e desastres nas últimas décadas, visando identificar as tendências e padrões da área, o estado atual das pesquisas, bem como traçar perspectivas futuras para este campo particular de estudos. Dessa forma, foi realizada uma análise bibliométrica na base de dados EBSCO sobre a pesquisa em mídia e desastres dos últimos 20 anos (1996 a 2016). Em termos gerais, pode-se concluir que existe um alto interesse nesta área na comunidade científica, sinalizando uma busca pelo aprofundamento dos conhecimentos e da base conceitual sobre o tema.

Devem-se distinguir como limitações desta pesquisa que, dada a necessidade de circunscrever o período do estudo, as conclusões estão restritas ao tempo considerado e alguma mudança ou assunto relevante podem não ter sido analisados. A segunda limitação tem que ver com a falta de pesquisas com o mesmo objetivo. O caráter exploratório do estudo o limitou em termos de comparação de resultados com outros estudos realizados. A terceira limitação está relacionada com a dificuldade em obter uma amostra mais significativa para a análise (somente 18 artigos foram selecionados para o fichamento). Algumas publicações não foram consideradas na análise por saírem do escopo deste trabalho.

A partir dos resultados deste estudo, sugere-se que pesquisas futuras examinem questões relacionadas com as implicações da cobertura de desastres em conversas políticas dirigidas a temas como a proteção ambiental, mudanças climáticas globais ou custos de desenvolvimento humano em áreas propensas a desastres naturais. Além disso, seria interessante expandir a compreensão do risco de desastres, reforçando a preparação com base na colaboração efetiva entre as partes interessadas (nível local, regional e global), objetivando melhorar a resiliência.

  • 1
    EBSCO é um banco de dados de informações científicas sobre diversos campos. O seu sistema de busca de informações científicas fornece o texto e/ou resumos de artigos de revistas científicas, livros de referência e outras publicações de diversas disciplinas. Esta aplicação tem uma interface online através da qual se pode acessar outros dados públicos, bancos de dados e faculdades, universidades, bibliotecas, escolas, instituições médicas, agências e corporações privadas (Fonte: https://www.ebsco.com. Acesso em: 3 fev.2017).

Referências

  • BAKER, S. M. Vulnerability and resilience in natural disasters: a marketing and public policy perspective. Journal of Public Policy & Marketing, v.28, n.1, p.114-123, 2009.
  • BARNES, M. D. et al. Analysis of media agenda setting during and after Hurricane Katrina: implications for emergency preparedness, disasters response, and disaster policy. American Journal of Public Health, v.98, n.4, p.604-610, 2008.
  • CARVALHO, A. Discourse analysis and media texts: a critical reading of analytical tools. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LOGIC AND METHODOLOGY, RC 33 MEETING (INTERNATIONAL SOCIOLOGY ASSOCIATION), Cologne, 2000. Anais...
  • ______. Ideological cultures and media discourses on scientific knowledge: re-reading news on climate change. Public Understanding of Science, v.16, p.223-243, 2007.
  • ______. Media (ted) discourse and society: rethinking the framework of critical discourse analysis. Journalism Studies v.9, n.2, p.161-177, 2008.
  • COHEN, E.; HUGHES, P.; WHITE, P. B. Bushfires and the Media Reporting Bushfires. What Motivates the Media? Melbourne: Bushfire Cooperative Research Centre, 2006.
  • ______. Media and bushfires: a community perspective of the media during the Grampians Fires 2006. Environmental Hazards, v.7, n.2, p.88-96, 2007.
  • COOPER, G. P. et al. Twitter as a potential disaster risk reduction tool. Part I: Introduction, terminology, research and operational applications. PLOS Currents Disasters, v.7, p.1-19, 2015.
  • CORREA DE BARROS, B.; RICHTER, D. M. A mídia e a sustentabilidade social: os entraves econômico-financeiros e a necessidade de promoção de uma consciência ecológica. Revista Thesis Juris, v.2, n.2, p.404-420, 2013.
  • CUPPLES, J.; GLYNN, K. The mediation and remediation of disaster: Hurricanes Katrina and Felix in/and the new media environment. Antipode, v.46, n.2, p.359-381, 2014.
  • ENTMAN, R. Modern racism and the images of blacks in local television news. Critical Studies in Media Communication, v.7, n.4, p.332-345, 1990.
  • ______. Framing: toward clarification of a fractured paradigm. Journal of Communication, v.43, n.4, p.51-58, 1993.
  • EWART, J.; McLEAN, H. Ducking for cover in the ‘blame game’: news framing of the findings of two reports into the 2010–11 Queensland floods. Disasters v.39, n.1, p.166-184, 2014.
  • GUION, D.; SCAMMON, D. L.; BORDERS, A. L. Weathering the storm: a social marketing perspective on disaster preparedness and response with lessons from hurricane Katrina. Journal of Public Policy & Marketing, v.26, n.1, p.20-32, 2007.
  • GUNDERSON, L.H., HOLLING, C.S. Panarchy: Understanding Transformations in Human and Natural Systems. Washington, DC: Island Press, 2002.
  • GUNDERSON, L.H. et al. Water RATs (resilience, adaptability, and transformability) in lake and wetland social–ecological systems. Ecology and Society, v.11, n.1, 2006.
  • GUNDERSON, L.H., Ecological and human community resilience in response to natural disasters. Ecology and Society v.15, n.2, 2010.
  • GUNDERSON, L.H., FOLKE, C. Resilience 2011: leading transformational change. Ecology and Society, v.16, n.2, 2011.
  • HENNIGEN, I. Superendividamento dos consumidores: uma abordagem a partir da Psicologia Social. Revista Mal-estar e Subjetividade v.10, n.4, p.1173-1201, 2010.
  • HOUSTON, J.B. et al. The Centrality of Communication and Media in Fostering Community Resilience: A Framework for Assessment and Intervention. American Behavioral Scientist, v.59, n.2, p.270-283, 2015.
  • HOUSTON, J.B.; PFEFFERBAUM, B.; ROSENHOLTZ, C.E. Disaster News: framing and frame changing in coverage of Major U.S. natural disasters, 2000-2010. Journalism and Mass Communication Quaterly v.89, n.4, p.606-623, 2012.
  • HUANG, J.; LIU, Y.; MA, L. Assessment of regional vulnerability to natural hazards in China using a DEA Model. International Journal of Disaster Risk; v.2, n.2, p.41-48, 2011.
  • LAITURI, M.; KODRICH, K. On Line Disaster Response Community: People as Sensors of High Magnitude Disasters Using Internet GIS. Sensors, v.8, 2008.
  • LEITCH, A.; BOHENSKY, E. Return to ‘a new normal’: Discourses of resilience to natural disasters in Australian newspapers 2006–2010. Global Environmental Change, v.26, p.14–26, 2014.
  • MACIAS, W.; HILYARD, K.; FREIMUTH, V. Blog functions as risk and crisis communication during Hurricane Katrina. Journal of Computer-Mediated Communication, v.15, p.1-31, 2009.
  • MATTEDI, M. Subsídios para a análise das relações da sociedade: natureza no Vale do Itajaí. In: THEIS, I. M.; MATTEDI, M. A.; TOMIO, F. R. L. (Orgs.). Nosso passado (in) comum. Contribuições para o debate sobre a história e a historiografia de Blumenau Blumenau: Edifurb/Ed. Cultura em Movimento, p.215-241, 2000.
  • MATTEDI, M.; LUDWIG, L. Dos desastres do desenvolvimento ao desenvolvimento dos desastres: a expressão territorial da vulnerabilidade. Desenvolvimento e Meio ambiente v.39, p.23-42, 2016.
  • McLAUGHLIN, L. Hard lessons learned. Tracking changes in media presentations of religion and religious aid mobilization after the 1995 and 2011 disasters in Japan. Asian Ethnology, v.75, n.1, 2016.
  • McLEAN, H.; POWER, M. When minutes count: Tension and trust in the relationship between emergency managers and the media. Journalism v.15, n.3, p.307-325, 2014.
  • MILES, B.; MORSE, S. The role of news media in natural disaster risk and recovery. Ecological Economics, v.63, n.2-3, p.365-373, 2007.
  • MOE, T. L.; PATHRANAKUL, P. An integrated approach to natural disaster management. Disaster Prevention and Management, v.15, n.3, p.396-413, 2006.
  • MORAES, E; BONATO, J.A. A mídia e a educação científica. Revista Educação: Teoria e Prática, v.22, n.40, p.202-222, 2012.
  • OZDAL, H. Overview of social media research: a content analysis study. International Journal of New Trends in Arts, Sports and Science Education, v.6, n.1, 2017.
  • PANTTI, M.; WAHL-JORGESSEN, K.; COTTLE, S. Disasters and the media New York: Peter Lang Publishing, 2012.
  • PARK, D.; WANG, W.; PINTO, J. Beyond Disaster and Risk: Post-Fukushima Nuclear News in U.S. and German Press. Communication, Culture & Critique v.9, p.417-437, 2016.
  • PÉREZ-LUGO, M. The mass media and disaster awareness in Puerto Rico. A case study of the floods in Barrio Tortugo. Organization Environment, v.14, n.1, p.55-73, 2001.
  • PFEFFERBAUM, B.; TUCKER, P. Trauma and Recovery Among Adults Highly Exposed to a Community Disaster. Psychiatric Annals, v.29, n.2, p.78-83, 1999.
  • PFEFFERBAUM, B.; CALL, J.; DICKSON, W. Traumatic grief in a convenience sample of victims seeking support services after a terrorist incident. Annals of Clinical Psychiatry, v.13, n.1, p.19-24, 2001.
  • PFEFFERBAUM, B. et al. Media exposure in children one hundred miles from a terrorist bombing. Annals of Clinical Psychiatry, v.15, n.1, 2003.
  • PFEFFERBAUM, B. et al. The Communities Advancing Resilience Toolkit (CART): an intervention to build community resilience to disasters. Journal of public health management and practice, v.19, n.3, p.250-258, 2013.
  • PFEFFERBAUM, B. et al. Disaster media coverage and psychological outcomes: descriptive findings in the extant research. Current Psychiatry Reports, v.16, n.9, p.1-7, 2014.
  • PFEFFERBAUM, B. et al. Children’s disaster reactions: the influence of family and social factors. Current Psychiatry Reports v.17, n.7, p.1-6, 2015.
  • PRINCIPE, J. Writing the disaster: a philippine case study of the challenge to traditional theodicy in popular media. Journal for the Study of Religions and Ideologies, v.14, n.42, p.172-197, 2015.
  • PRITCHARD, Alan. Statistical bibliography or bibliometrics? Journal of Documentation, v.25, n.4, p.348-349, 1969.
  • QUARANTELLI, E. Organization under stress. In: SYMPOSIUM ON EMERGENCY OPERATIONS, Santa Monica, 1966. Anais...
  • ______. Emergent behavior at the emergency time period of disasters: Final report. Newark, NJ: Disaster Research Center/University of Delaware, 1984.
  • ______. Lessons from research: findings on mass communication system behavior in the pre, trans, and postimpact periods of disasters. Newark, NJ: Disaster Research Center, University of Delaware. 1991.
  • ______. Non-medical difficulties during emergency medical services delivery at the time of disasters. BC Medical Journal v.39, p.593-95, 1997.
  • ______. Catastrophes are different from disasters: some implications for crisis planning and managing drawn from Katrina. Disponível em: <http://understandingkatrina.ssrc.org/Quarantelli/>. 2005. Acesso em: 10 nov. 2016.
    » http://understandingkatrina.ssrc.org/Quarantelli/
  • REIS, C.; CARDOSO, M. O histórico papel do Jornal de Santa Catarina na cobertura das enchentes do Vale do Itajaí. In: ENCONTRO REGIONAL SUL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, Florianópolis/Brasil, 2014. Anais...
  • REIS, C.; ZUCCO, F. D. The relationship between the crisis committee and the media during the disaster of November 2008 in Blumenau (SC): Implications for dialogue with the community. In: BRASIL-USA MASS COMMUNICATION CONFERENCE, Chicago/USA, 2012. Anais....
  • REIS, C.; ZUCCO, F. D.; DAROLT, E. La comunicación del ayuntamiento de Blumenau (Brasil) durante el desastre natural de noviembre de 2008: El reto de la planificación a largo plazo. Anuario Estudios en Comunicación Social Disertaciones, v.6, n.1, p.86-105, 2013.
  • RODRIGUEZ, H.; TRAINOR, J.; QUARANTELLI, E. Rising to the challenges of a catastrophe: the emergent and prosocial behavior following Hurricane Katrina. The Annals of the American Academy v.604, n.1, p.82-101, 2006.
  • ROSA, A. R.; ALVES, M. A. Pode o conhecimento em gestão e organização falar português? Revista de Administração de Empresas, v.51, n.3, p.255-264, 2011.
  • SILVA, G. Imaginários da morte, o acontecimento noticioso primordial. Revista Estudos em Jornalismo e Mídia v.9, n.2, p.462-473, 2012.
  • SONNETT, J.; JOHNSON, K.; DOLAN, M. Priming implicit racism in television news: visual and verbal limitations on diversity. Sociological Forum, v.30, n.2, 2015.
  • SPENCE, P. R.; LACHLAN, K. A.; GRIFFIN, D. R. Crisis communication, race, and natural disasters. Journal of Black Studies, v.37, n.4, p.539-562, 2007.
  • SUSMAYADI, I. M. et al. Sustainable disaster risk reduction through effective risk communication media in Parangtritis tourism area Yogyakarta. Procedia Environmental Sciences v.20, p.684-692, 2014.
  • TIERNEY, K.; BEVC, C.; KULIGOWSKI, E. Metaphors matter: disaster myths, media frames, and their consequences in Hurricane Katrina. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, v.604, n.1, p.57-81, 2006.
  • TÚLIO, M; RODRIGUES, D. O sexto sentido e a sexta-feira 13: narrativas da Igreja Universal em um programa televisivo da Rede Record em Portugal. Revista Palabra Clave, v.18, n.2, p.563-587, 2015.
  • WALKER, B., et al. Resilience management in social ecological systems: a working hypothesis for a participatory approach. Conservation Ecology, v.6, n.1, 2002.
  • WALKER, B. et al. Resilience, adaptability and transformability in social ecological systems. Ecology and Society, v.9, n.2, 2004.
  • WALKER, B.; SALT, D. Between a (salt) rock and a hard place: the Goulburn Broken Catchment, Australia. In: WALKER, B.; SALT, D. Resilience Thinking: Sustaining Ecosystems and People in a Changing World, Washington, DC: Island Press, 2006. p.39-52
  • WALKER, B., WESTLEY, F. Perspectives on resilience to disasters across sectors and cultures. Ecology and Society, v.16, n.2, 2011.
  • ZAMBENEDETTI, G. A mídia e o processo de pulverização da figura do sujeito cerebral. Revista Mal-estar e Subjetividade v.12, n.1/2, p.73-99, 2012.
  • ZAVESTOSKI, S. et al. Issue framing and citizen apathy toward local environmental contamination. Sociological Forum, v.19, n.2, p.255-283, 2004.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Aug 2017

Histórico

  • Recebido
    14 Mar 2017
  • Aceito
    06 Jul 2017
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM) Rua Joaquim Antunes, 705, 05415-012 São Paulo-SP Brasil, Tel. 55 11 2574-8477 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: intercom@usp.br