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Editorial

Editorial

Em setembro de 1987, representantes de 24 países reuniram-se em Montréal para limitar a produção de CFCs e de halons, duas das principais substâncias responsáveis pela destruição da camada de ozônio que protege a terra da radiação de alta energia emitida pelo sol, no que ficou conhecido pelo Protocolo de Montréal. Pelo Acordo, os países em desenvolvimento não deverão interromper, por razões econômicas e porque sua contribuição é pequena, a produção de CFCs até 2010.

Em dezembro de 1997, dez anos depois do Protocolo de Montréal, reuniram-se na cidade de Kioto representantes de 159 países, dentre os quais o atual Ministro de Ciência e Tecnologia brasileiro, para firmarem um acordo para a redução das emissões dos gases que provocam o efeito estufa que vem aumentando o aquecimento global da terra. Pelo acordo de Kioto ficou definido que os EUA cortarão 7%, a União Européia 8%, o Japão e o Canadá 6%, a Austrália 8% e a Noruega 1% de suas emissões, com base nos níveis de 1990. Estes cortes se aplicam a seis gases, a saber: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluorocarbonos, perfluorocarbonos e hexafluoreto de enxofre. Apesar do Senado dos EUA ainda não ter ratificado as decisões de Kioto, algumas destas com o apoio do governo norteamericano, foram muito favoráveis aos países em desenvolvimento, como por exemplo:

• A manutenção da integridade do Mandato de Berlim, que livrou o protocolo de compromissos vinculantes de redução de gases de efeito estufa para os países em desenvolvimento.

• A aprovação, pela Conferência, da proposta brasileira que permite atribuir, a cada país, a respectiva responsabilidade pelo aquecimento do planeta, com base em suas emissões acumuladas.

Apesar dos avanços da diplomacia, os protocolos de Montréal e de Kioto deixam, no entanto, bem claro que a existência das futuras gerações no nosso planeta está ameaçada, e que a sua manutenção depende cada vez mais dos governos e dos cientistas.

As posições firmes, em defesa das nações em desenvolvimento, levadas pelo governo brasileiro à Kioto e a outras reuniões internacionais, têm, para serem coerentes de vir acompanhadas de políticas governamentais que privilegiem a Ciência e a Tecnologia brasileira, em busca do desenvolvimento do País, sem que para isto seja necessário o sacrifício do meio ambiente.

Angelo C. Pinto

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Mar 2008
  • Data do Fascículo
    Fev 1998
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