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Incidência de fistulas em seguida ao tratamento de abscesso perianal

RESUMO

Experiência:

A fistula perianal está entre as mais comuns doenças anorretais observadas em adultos; os homens demonstram maior tendência para serem afetados, em comparação com as mulheres. Existe íntima relação entre abscessos e fistulas em termos e etiologia, anatomia, fisiopatologia, tratamento, complicações e morbidade; assim, é cabível considerá-los como uma mesma entidade.

Objetivo do estudo:

Determinar a incidência de formação de fístulas e de abscesso recorrente em uma amostra de pacientes iraquianos em Bagdá, e decidir se a fistulotomia primária deve ser realizada por ocasião da incisão e drenagem de abscessos perianais.

Pacientes e métodos:

Estudo retrospectivo de 68 pacientes com operações para abscesso perianal realizadas em Bagdá. Foi realizada incisão e drenagem sob anestesia local ou geral no Hospital-Escola Al-Kindy e em hospitais privados ao longo de um período de 15 anos, de janeiro de 2000 até dezembro de 2015. As idades variavam de 20 a 68 (40,21 ± 1,34) anos. Havia maior número de homens (63/68) (92,64%) do que de mulheres (5/68)(7,35%). Os pacientes tiveram o abscesso tratado sob anestesia, e foi realizada a drenagem do abscesso. Os pacientes foram monitorados, em média, durante 18 meses (variação, 12-24 meses) após a drenagem do abscesso, ou até o surgimento de uma fístula e recorrência do abscesso.

Resultados:

O grupo de estudo compreendeu 68 (92,64%) pacientes com abscesso perianal, com idade mediana de 39 anos (variação, 20-68 anos). O período médio de seguimento foi de 18 meses (variação, 12-24 meses). Havia maior número de homens (63/68) (92,64%) versus mulheres (5/68) (7,35%). No seguimento, a incidência de formação de fístula nos pacientes com abscesso perianal após a incisão e drenagem foi de 31/68 (45,58%), e os homens foram mais afetados (30/31) (44,11%) versus mulheres (1/31) (1,47%). O local mais comum foi a posição posterior e, em seguida, a lateral esquerda. O percentual de pacientes com abscesso recorrente (6, 8,82%) foi mais baixo do que o percentual para pacientes com formação de fístula (31, 45,58%). O percentual de homens (4/6, 5,88%) foi maior versus mulheres (2/6, 2,94%).

Conclusões:

A incidência de fístula anal em uma amostra de pacientes iraquianos com abscesso perianal foi de 45,58% e o percentual de recorrência de abscesso perianal foi de 8,82%. Para evitar a divisão do músculo esfinctérico anal, é aconselhável fazer uma fistulotomia secundária mais tarde, quando a fístula anal já estiver formada.

Palavras-chave:
Fístula; Perianal; Abscesso

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