RESUMO
O objetivo deste artigo é elucidar a base filosófica do paradigma pós-laboral por meio da cultura técnica-psiquica-coletiva transindividual de Gilbert Simondon e Bernard Stiegler. Simondon prediz que o problema da alienação laboral surgido da industrialização mecânica pode ser vencido mediante a expansão da cultura técnica pós-industrial baseada tanto na mentalidade técnica quanto na tecnologia da informação (TI). Em contraste, Stiegler afirma que, além das redes de informação, a hiper-industrialização se estabeleceu para além da pós-industrialização e que, para recuperar valores humanos em um império das máquinas sem carinho, é necessário o fortalecimento da capacidade de não automação baseada em automatismo. Entretanto, a cultura técnica além do trabalho de Simondon implica uma visão pós-humanista em que se presume a capacidade da tecnologia em mediar entre o pré-individual e o transindividual, que é antropocêntrico, e inaugura relações transdutivas entre humanos e não humanos. Defendo que a proposta urgente de Stiegler busca salvar a vida humana do controle de um sistema de tecno-capital, como a reinvenção do trabalho transcendendo o emprego deve ser concretizada dentro do projeto pós-humanista simondoniano.
Palavras-chave
Simondon; Stiegler; Pós-labor; Transindividualidade; Tecnologia