Acessibilidade / Reportar erro

RESENHA DO LIVRO ORGANIZANDO ARQUIVOS, PRODUZINDO NEXOS

BOOK REVIEW: ORGANIZANDO ARQUIVOS, PRODUZINDO NEXOS

RESEÑA DEL LIBRO ORGANIZANDO ARQUIVOS, PRODUZINDO NEXOS

Resumo

Apresenta-se uma análise do livro Organizando arquivos, produzindo nexos. Ao abordar o processo de construção e consolidação do Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer, sediado na Universidade Federal de Minas Gerais, a coletânea realiza sua importância a partir de dois traços que lhe são característicos: 1) evidencia a importância e as dificuldades de se organizar um Centro de Memória; e 2) sublinha o valor desse tipo de instituição no fomento de pesquisas históricas atinentes ao campo da Educação Física.

Palavras-chave
Fontes de dados; Historiografia; Arquivos

Abstract

This is an analysis of the book Organizando arquivos, produzindo nexos. It addresses the process of construction and consolidation of the Center for Memory of Physical Education, Sports and Leisure of the Federal University of Minas Gerais (CEMEF/UFMG) by focusing in two important points: 1) it highlights the importance and difficulties of organizing a Memory Center; and 2) it emphasizes the value of this type of institution to promote historical research in the field of Physical Education.

Keywords
Memory; Data sources; Historiography.Archives

Resumen

Se presenta un análisis del libro Organizando arquivos, produzindo nexos. Al abordar el proceso de construcción y consolidación del Centro de Memoria de Educación Física, del Deporte y del Tiempo Libre, con sede en la Universidad Federal de Minas Gerais, la antología es importante por dos rasgos característicos: 1) pone de relieve la importancia y las dificultades de organizar un Centro de Memoria; y 2) hace hincapié en el valor de este tipo de instituciones en el fomento de la investigación histórica relacionada con el campo de la Educación Física.

Palabras clave
Memoria; Fuentes de datos; Historiografía; Archivos

Publicada em 2013, acoletânea Organizando arquivos, produzindo nexos (LINHALES; NASCIMENTO, 2013LINHALES, Meily Assbú; NASCIMENTO, Adalson. (Org.). Organizando arquivos, produzindo nexos: a experiência de um Centro de Memória. Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2013. ) reúne nove capítulos e duas entrevistas, todos voltados à reflexão sobre as experiências de pesquisadores da UFMG na criação e organização do Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer (CEMEF/UFMG). A obra é organizada por dois professores da UFMG: Meily Assbú Linhales, que, além de docente do Departamento de Educação Física e do Programa de Pós-Graduação em Educação e Inclusão Social, é coordenadora do CEMEF/UFMG; e Adalson Nascimento, que atua no Departamento de Organização e Tratamento da Informação.

A intenção maior dos organizadores é “partilhar uma experiência de organização de acervos” (p.7) oferecendo um “convite ao diálogo com pesquisadores de centros congêneres”(p. 9).Na sucessão dos capítulos são abordadas questões teóricas do campo historiográfico e arquivístico, passando pelo processo de criação do CEMEF/UFMG e, também, pelo estudode possibilidades de pesquisa dos diferentes tipos documentais que compõem o acervo da instituição. A organização dessa análise se desdobra em quatro partes: 1) História e Memória; 2) Fontes para a história da educação física, esporte e do lazer: o acervo do CEMEF/UFMG; 3) Diálogo sobre acervos e 4) Leituras da trajetória de um centro de memória.

A parte 1 é composta por dois capítulos: História, memória e documento, redigido por Thais Nívia de Lima e Fonseca; e Escrevendo histórias de educação física, de esportes e de lazer: uma apreciação da produção a partir do CEMEF/UFMG,de Tarcísio Mauro Vago. É interessante que a coletânea tenha seu início com as reflexões de Fonseca, pois, sem desconsiderar a importância de instituições como o CEMEF/UFMG no estímulo a “diversos mecanismos de reavivamento de memória”(p.16), ela nos apresenta uma valiosa provocação ao colocar em relevo o “entusiasmo pelos documentos”(p.21):

A clareza cada vez maior acerca dos procedimentos da pesquisa histórica; o relativo rigor com que se exige a atenção a esses procedimentos, sobretudo na formação acadêmica dos pesquisadores; a crescente organização dos arquivos e a disponibilização cada vez mais ampla de documentos conforme o avanço das tecnologias são elementos que ajudam a alçar essa ‘matéria-prima’ quase que à condição do conhecimento histórico propriamente dito (p.21).

Se agregarmos aos desafios metodológicos a necessidade de se pensar as “razões de produção do documento” (p.22), evidencia-se que espaços institucionais como o CEMEF/UFMG, “dotados de faces museológica e arquivística” (p.23), impactam a formação daqueles que têm seus trabalhos desenvolvidos nesses lugares.

No capítulo 2, Tarcísio Mauro Vago descreve os projetos de pesquisa que cimentaram a construção do CEMEF/UFMG. Lemos no relato da trajetória que a formação de pesquisadores em diferentes níveis, bem como a pesquisa realizada por membros do CEMEF/UFMG em Programas de Pós-Graduação da UFMG, acicatou a consolidação do Centro. Vago fala de uma “mão dupla” (p.29) em que “ciclos de pesquisa” foram primordiais às atividades desse lugar de memória, do mesmo modo em que “as dinâmicas internas do CEMEF/UFMG são fundamentais a essa produção”(p.47). Com efeito, o esmero do autor na descrição das pesquisas realizadas, manifesto no detalhamento tocante às dissertações e teses produzidas no período, coloca em destaque a mútua ação dos empreendimentos investigativos e a expansão do Centro de Memória em tela. É ilustrativa a sucessão dos projetos executados, proporcionando condições de aglutinamento de “novos pesquisadores [...], novos estudos, novas pesquisas, novos projetos [...]” (p.22). Essa abertura de perspectivas analíticas a partir das necessidades colocadas pelo funcionamento do CEMEF/UFMG é apresentada como possível de ser pensada no aprofundamento de três linhas de pesquisa que tem, desde então, orientado os esforços dos pesquisadores que atuam a partir das possibilidades documentais do CEMEF/UFMG: 1) história da Educação Física Escolar; 2) história da educação do corpo e 3) história dos esportes e das práticas corporais (p.46).

A segunda parte do livro é composta por cinco capítulos que descrevem a composição e organização do acervo existente no CEMEF/UFMG. O capítulo intitulado Os Arquivos pessoais do CEMEF/UFMG: memórias de si, memórias da educação física apresenta um estudo dos desafios postos por documentos produzidos por professores que atuaram na Escola de Educação Física da UFMG. Partindo da consideração que esse tipo de documento gera uma “movimento de trocas entre o institucional e o pessoal” (p.71), os autores deixam claras as possibilidades levantadas por esse movimento, sem porem de lado os perigos oriundos daquilo que é chamado de “feitiço”(p.81). Trata-se dos desafios gerados na lida com uma documentação plena de pessoalidade de seus produtores e, por esse motivo, muito cara aos familiares que decidem pela doação. Não há dúvidas sobre o impacto desse fenômeno nos olhares que o pesquisador lança a essas fontes, do mesmo modo que produz “reveses e porquês” (p.79) na constituição dessa parte do acervo.

Pensar objetos e artefatos da Escola de Educação Física da UFMG como documentos é o fulcro de Potencialidades de pesquisa em história das ciências a partir da coleção de objetos do CEMEF/UFMG. Inicialmente são descritos procedimentos concernentes à busca, restauração e registro dos objetos que foram utilizados em diferentes atividades da Escola de Educação Física da UFMG. Depois, há considerações a respeito do potencial analítico existente no acervo, ponderado a partir da ótica operante na história das ciências. O estímulo proposto à pesquisa é cultivado pela assunção de que os objetos são elementos fundamentais para as “características que conformam o que se entende por ciência” (p.92). Subjaz a esse estímulo a constatação de que essa relevância não tem sido considerada pela “subcultura científica que é peculiar ao campo” (p.93) da Educação Física.

No capítulo Sobre fotografias: da coleção à fonte, atenta-se à necessidade de os pesquisadores não negligenciarem o contexto de produção das fotografias. A relevância desses documentos justifica-se, precisamente, no elemento comumente tido como causa da fragilidade das investigações científicas: a subjetividade de quem os produz e de quem os vê. A polissemia das fotografias, um dos produtos da mediação tecnológica que as pressupõem, possibilita questionar a ideia de elas serem um “duplo do real” (p.105), aproximando-as mais da condição de “produtoras de muitas realidades” (p.104), dependentes dos olhares a elas dirigidos. No capítulo, essas ponderações antecedem a descrição dos procedimentos arquivísticos básicos para a higienização, acondicionamento e organização das 2.462 fotografias (p.106) do CEMEF/UFMG.

Os filmes do acervo do CEMEF/UFMG são o alvo do capítulo Imagens em movimento: metodologia de trabalho desenvolvida no acervo fílmico do CEMEF/UFMG. São discutidos procedimentos concernentes à conservação, restauração, acondicionamento e organização dos itens. Por meio de fotos, os autores do capítulo evidenciam as dificuldades encetadas por essas atividades, que demandam o manuseio preciso de variáveis ambientais para que as informações não se percam, perigo iminente se for considerada a fragilidade de seu suporte. Finalmente, são mencionados horizontes analíticos dos filmes à pesquisa histórica, pautados na seguinte reflexão:

Os filmes convidam-nos a olhar, no momento das imagens, os sentimentos culturais a ela conferidos. Há uma sutileza dos gestos, marcas identitárias das diferentes gerações que estudaram, sistematizaram e experimentaram múltiplos movimentos corporais em diálogo com os limites e potencialidades de sua natureza humana (p.132).

Em que pese à importância de todos os capítulos na composição da coletânea, é inegável o papel estruturante às análises que possui Investigando contextos: organização dos arquivos do CEMEF/UFMG. É com ele que se inicia a parte 2, antecedendo, assim, os quatro capítulos imediatamente apresentados acima. Com a mesma intenção de descrever a formação do CEMEF/UFMG que se lê nas considerações de Tarcísio Mauro Vago, igualmente estudadas nos parágrafos anteriores, agora a ênfase é outra: explicar o processo e os pressupostos arquivísticos que sustentaram a organização do acervo. Na primeira reflexão vê-se a advertência sobre o fato dessa organização seguir o princípio de respeito aos fundos, tomado como diretriz “basilar na arquivística” (p.53), pelo qual a origem dos documentos é o grande parâmetro lógico da organização documental, em detrimento da “classificação embasada em assuntos, temas de pesquisa histórica, suportes ou gênero documental” (p.53). São explicadas as razões que levaram os pesquisadores a focarem seus esforços nos fundos documentais produzidos pela Escola de Educação Física da UFMG no período de 1952 a 1979, compondo, assim, dois fundos documentais. O ponto de inflexão administrativo da instituição que levou à composição dos referidos fundos foi sua federalização em 1969, quando “o ensino se manteve como função e a pesquisa e a extensão foram incrementadas” (p.57). Nessa trajetória, as mudanças administrativas encetaram a existência de quatro “instituições diferentes” na mesma Escola, produzindo documentos a partir de suas respectivas estruturas organizacionais para realizar as funçõesde ensino, pesquisa e extensão, funções que são oescopodas variadas estratégias administrativas da Escola de Educação Física da UFMG no transcorrer das décadas. Isso estimulou os pesquisadores a organizar o acervo a partir do que os arquivistas chamam de “arranjo funcional” (p.60)1 1 Nesse arranjo, são as funções que dão existência às instituições o grande marco lógico para se pensar a organização dos documentos por elas produzidos. A outra opção seria o arranjo estrutural, em que a estrutura organizacional da instituição forneceria o suporte analítico de alocação de seus documentos. Essa opção fora considerada pelo CEMEF/UFMG, mas foi recusada. . A riqueza dos procedimentos adotados e os pressupostos que os justificamexplicitam a necessidade de uma reflexão acurada sobre as exigências técnicas de se organizar esse tipo de lugar de memória. Entretanto, longe de se inferir que esse détour dos pesquisadores pela arquivística tenha agregado um trabalho que os desviara de um caminho mais produtivo para suas pesquisas, avalia-se que “Ao revelar a trajetória histórica do órgão que produziu os documentos, tal organização potencializa a pesquisa histórica”(p.67).

Depois de um panorama detalhado sobre a construção e composição do acervo do CEMEF/UFMG, a parte 3, Diálogos sobre acervos, apresenta duas entrevistas conduzidas pelos organizadores da coletânea. Eles entrevistaram Leandro Araújo Nunes e Pedro de Brito Soares, dois assessores do CEMEF/UFMG especialistas em organização de acervos e conservação de documentos. Cada entrevista destacou aspectos diretamente relacionados à atuação de cada um dos entrevistados na formação da instituição, a saber: a “configuração lógica dos fundos e coligações” (p.137) e nas “orientações à conservação material do acervo”(p.157), respectivamente. Muitos foram os assuntos tratados nas 38 páginas que compõem a totalidade das duas entrevistas, impossibilitando, assim, uma análise mais compreensiva da riqueza das discussões nos limites deste texto. Todavia, de modo geral, as questões colocadas e as respostas dos assessores destacam um esforço que merece e pode ser apresentado: a importância do CEMEF/UFMG concretiza-se na ponderação entre a ação estritamente arquivística, caracterizada pelo “conhecimento técnico” necessário para a constituição do Centro, e as possibilidades de abordagem analítica, ligadas à pesquisa histórica no acervo. Leandro Nunes diz que “Uma vez o arquivista fez o papel bem feito, o historiador vai conseguir entender melhor aquele contexto de produção”(p.144). Pedro de Brito Soares afirma que “não é papel do arquivista ficar pensando na pesquisa do consulente […] nosso negócio é montar o organograma da instituição que produziu aquele documento e disponibilizar aquele documento de acordo com daquele organograma” (p.166). O entrevistado reconhece que no CEMEF/UFMG ele encontrou essa preocupação “mais científica e mais lúcida” (p.162). O mesmo reconhecimento é manifesto por Leandro Nunes. Ele fala em “peculiaridade” (p.154) da instituição por ver nela “uma equipe grande e articulada de pesquisadores que coordenam e lidam com o acervo [riso]. Isso não é muito comum”(p.154).

A coletânea se encerra com duas Leituras da trajetória de um centro de memória, parte 4 da análise. A primeira é de autoria de Renato Venâncio. Indo ao encontro das reflexões feitas pelos entrevistados na parte 3, o pesquisador contextualiza o CEMEF/UFMG como um passo importante a “uma política de arquivos para o conjunto da instituição” [da UFMG] (p.181). A preocupação de Venâncio, sem deixar de reconhecer a importância da “iniciativa espontânea de professores e pesquisadores” (p.181), são “grandes desafios de manutenção” (p.181) e a pavimentação de caminhos que levam à “institucionalização desses centros” (p.181). Já Silvana Vilodre Goellner sublinha o valor dos centros de memória no interior do movimento de “renovação historiográfica” (p.189) no campo da Educação Física e a relação desse movimento analítico com a ampliação da “noção de fonte” (p.189). Além disso, a pesquisadora enfatiza o “papel pedagógico” (p.190) dos centros de memória, pois eles fomentam e articulam “ações de formação, produção e divulgação de conhecimentos” (p.190). Ladeando observações elogiosas ao trabalho dos pesquisadores do CEMEF/UFMG, ao avaliar o livro a autora escreve que nele se lê um “ato de generosidade” (p.192) na socialização da experiência de se criar o Centro.

A leitura da coletânea deixa claro o empenho multiplicador dos organizadores e autores. A “abertura da caixa de ferramentas” é plena: o cuidado com que os procedimentos são descritos e os passos dados são narrados instila uma vívida percepção do conjunto de dificuldades e possibilidades com as quais trabalharam os professores no processo de construção do CEMEF/UFMG.

No que tange às possibilidades, salta aos olhos o florescimento de temáticas, sustentado na formação de uma importante base empírica para o fomento de uma grande quantidade de estudos históricos no campo da Educação Física, esporte e lazer, fundamental no incremento dessas pesquisas. É uma posição que percorre o conjunto das análises o fato dos integrantes do CEMEF/UFMG assumirem as atividades descritas estimulados e partícipes que são do já citado e conhecido movimento de “renovação historiográfica” (OLIVEIRA, 2007OLIVEIRA, Marcus Aurelio Taborda de. Renovação historiográfica na educação física brasileira. In: SOARES, Carmen Lucia. (Org.). Pesquisas sobre o corpo. Campinas: Autores Associados , 2007. v.1, p. 112-129.), o que colocou os estudos históricos de nosso campo em outro patamar, ao mesmo tempo quantitativo e qualitativo.

Por outro lado, o mérito da coletânea também é perceptível na clareza com que ela apresenta os desafios enfrentados no alcance do conjunto de intenções de uma coletividade de pesquisadores. A aproximação aos conhecimentos produzidos no âmbito da arquivística, biblioteconomia e museologia evidencia o valor da empreitada de cruzar fronteiras epistemológicas, adentrando em campos desconhecidos carregando a pesada bagagem que se acumula depois de anos dedicados a uma determinada especialidade. Goellner e Macedo (2015GOELLNER, Silvana Vilodre; MACEDO, Christiane Garcia. A educação física e os centros de memória nas universidades brasileiras: produzindo fontes, saberes e tecnologias. In: STIGGER, Marco Paulo (Org.). Educação física + humanas. Campinas: Autores Associados, 2015. p. 217-236.), ao estudarem as “condições de possibilidade que permitiram a emergência dos centros de memórias relacionados à Educação Física nas universidades brasileiras” (GOELLNER; MACEDO, 2015GOELLNER, Silvana Vilodre; MACEDO, Christiane Garcia. A educação física e os centros de memória nas universidades brasileiras: produzindo fontes, saberes e tecnologias. In: STIGGER, Marco Paulo (Org.). Educação física + humanas. Campinas: Autores Associados, 2015. p. 217-236., p.218), concordam que pensar os Centros de Memória tem “demandado dos profissionais que atuam com o apoio desses centros uma busca contínua por conhecimentos interdisciplinares” (GOELLNER; MACEDO, 2015GOELLNER, Silvana Vilodre; MACEDO, Christiane Garcia. A educação física e os centros de memória nas universidades brasileiras: produzindo fontes, saberes e tecnologias. In: STIGGER, Marco Paulo (Org.). Educação física + humanas. Campinas: Autores Associados, 2015. p. 217-236., p.224).

Não menos importante que isso, depreende-se a premência de uma reflexão sistemática sobre os arquivos nas universidades que extrapole os limites dos desejosisolados de pesquisadores, de um lado, e dos arquivistas, do outro. Com isso, almeja-se evidenciar a urgência de uma política institucional de arquivos atentamentediscutida e elaborada (VENÂNCIO, 2012VENÂNCIO, Renato. Arquivos universitários no Brasil: esboço de uma cronologia. In: VENÂNCIO, Renato; NASCIMENTO, Adalson. (Org.). Universidade e arquivos: gestão, ensino e pesquisa. Belo Horizonte: Escola de Ciência da Informação da UFMG, 2012. p.37-58.). No seu conjunto, as reflexões que lemos e as lições que delas podemos tirar podem colocar essa discussão de forma mais sistemática não apenas entre os pesquisadores interessados na história da Educação Física, do esporte e do lazer, mas a todos que têm nos arquivos um locus necessário e privilegiado de reflexão e atuação.

Apoio

CNPq e Fundação Araucária.

REFERÊNCIAS

  • GOELLNER, Silvana Vilodre; MACEDO, Christiane Garcia. A educação física e os centros de memória nas universidades brasileiras: produzindo fontes, saberes e tecnologias. In: STIGGER, Marco Paulo (Org.). Educação física + humanas. Campinas: Autores Associados, 2015. p. 217-236.
  • LINHALES, Meily Assbú; NASCIMENTO, Adalson. (Org.). Organizando arquivos, produzindo nexos: a experiência de um Centro de Memória. Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2013.
  • OLIVEIRA, Marcus Aurelio Taborda de. Renovação historiográfica na educação física brasileira. In: SOARES, Carmen Lucia. (Org.). Pesquisas sobre o corpo. Campinas: Autores Associados , 2007. v.1, p. 112-129.
  • VENÂNCIO, Renato. Arquivos universitários no Brasil: esboço de uma cronologia. In: VENÂNCIO, Renato; NASCIMENTO, Adalson. (Org.). Universidade e arquivos: gestão, ensino e pesquisa. Belo Horizonte: Escola de Ciência da Informação da UFMG, 2012. p.37-58.
  • 1
    Nesse arranjo, são as funções que dão existência às instituições o grande marco lógico para se pensar a organização dos documentos por elas produzidos. A outra opção seria o arranjo estrutural, em que a estrutura organizacional da instituição forneceria o suporte analítico de alocação de seus documentos. Essa opção fora considerada pelo CEMEF/UFMG, mas foi recusada.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jun 2022
  • Data do Fascículo
    Apr-Jun 2018

Histórico

  • Recebido
    09 Dez 2015
  • Aceito
    14 Jun 2016
Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rua Felizardo, 750 Jardim Botânico, CEP: 90690-200, RS - Porto Alegre, (51) 3308 5814 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: movimento@ufrgs.br