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Invasion risks posed by ornamental freshwater fish trade to southeastern Brazilian rivers

Um modelo foi desenvolvido para avaliar o risco de invasão de peixes ornamentais não-nativos em seis rios do estado de Minas Gerais, sudeste do Brasil, com foco na popularidade das espécies. Trinta e nove lojas de aquário em seis cidades foram visitadas mensalmente de janeiro a dezembro de 2007. Em cada cidade, as espécies foram identificadas e suas biologias e histórias de invasão foram obtidas da literatura. Calculou-se a frequência de ocorrência anual e quantidade média mensal de exemplares disponíveis nas lojas. Foram obtidas temperaturas trimestrais da água e dados de oxigênio dissolvido de 1997 a 2007 dos rios Velhas, Muriaé, Uberabinha, Sapucaí-Mirim, Doce e Todos os Santos a partir de bases de dados públicas. O risco de invasão de cada espécie foi avaliado através de um modelo composto por nove parâmetros agrupados em quatro variáveis: (i) Invasividade (limite de alcance térmico/oxigênio dissolvido, dieta, cuidado parental ou fecundidade), (ii) Histórico de invasões (estabelecimento), (iii) Pressão de propágulos (sucesso comercial, composto pela frequência de ocorrência anual e número de exemplares disponíveis mensalmente nas lojas), e (iv) Invasibilidade (temperatura da água/oxigênio dissolvido dos rios compatível com o limite de alcance térmico/ oxigênio dissolvido das espécies). Das 345 espécies de peixes ornamentais para venda, 332 são não-nativos para Minas Gerais (n = 151) ou Brasil (n = 194). Com base nos valores de corte propostos, cinco espécies de peixes ornamentais não-nativos (Cyprinus rubrofuscus, Carassius auratus, Xiphophorus hellerii, Poecilia reticulata e P. latipinna) podem potencialmente invadir os rios Velhas e Muriaé, quatro espécies (C. rubrofuscus, C. auratus, X. helleri, P. reticulata) podem invadir o rio Uberabinha, quatro espécies selecionadas (Cyprinus rubrofuscus, Carassius auratus, X. maculatus e P. reticulata) podem invadir o rio Sapucaí-Mirim, três espécies (Carassius auratus, X. hellerii e P. reticulata) podem invadir o rio Doce, e três espécies (Cyprinus rubrofuscus, P. reticulata e Amatitlania nigrofasciata) podem potencialmente invadir o rio Todos os Santos. Seis recomendações são sugeridas para reduzir o risco de invasão por peixes não-nativos nos rios pesquisados, representado pelo comércio de peixes ornamentais


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