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Estudo de validação do Partner Interaction Questionnaire para fumantes e ex-fumantes

Partner Interaction Questionnaire: Validation study for smokers and former smokers

Estudio de validación del Partner Interaction Questionnaire para los fumantes y ex fumantes

Resumos

O presente artigo tem por objetivo validar uma versão adaptada do Partner Interaction Questionnaire (PIQ), instrumento que avalia o suporte para deixar de fumar dado pelo parceiro. É apresentada uma versão adaptada do PIQ para fumantes e abstinentes. Participaram no estudo 224 fumantes (52.7% do sexo feminino e 47.3% do sexo masculino; média de idades=28.6 anos; DP=8.69) e 169 ex-fumantes (68.6% do sexo masculino e 31.4% do sexo feminino; média de idades= 43.1 anos; DP=13.02). O instrumento apresentou boa fidelidade (alfa de Cronbach: 0.73) para a subescala positiva e para a subescala negativa (alfa de Cronbach: 0.77). O estudo de validade revelou a presença de dois fatores que explicam 43.36% da variância. O instrumento apresenta boa validade de construto, correlacionando-se positivamente com o ajustamento de casais e a qualidade de vida mental, e negativamente com a depressão. Esta versão adaptada do PIQ reuniu as condições necessárias para a sua aplicação em fumantes e ex-fumantes, podendo ser uma escala útil em programas de intervenção de cessação tabágica e de manutenção da abstinência.

Validação; tabagismo; questionário


The aim of this present study is to validate an adapted version of the Partner Interaction Questionnaire (PIQ), an instrument that assesses the support, to stop smoking, provided by the partner. An adapted version of the PIQ for smokers and former smokers is presented. Participants were 224 smokers (52.7% female and 47.3% male and 31.4% female; mean age: 28.6 years; DP=8.69) and 169 former-smokers (68.6% male; mean age=43.10 years; DP=13.02). Results showed a good internal consistency for positive scale (Cronbach's alfa: 0.73) and the negative scale (Cronbach's alfa: 0.77). The validation study revealed the presence of two factors explaining 43.36% of the variance. The instrument presents good construct validity, with positive correlations with dyadic adjustment and mental quality of life and negatively with depression. The adapted version of PIQ seems to be a good indicator of partner s’ support presenting the necessary conditions for its application in smokers and former-smokers with the potential of being useful in intervention programs targeted for smoking cessation and abstinence maintenance.

Adaptation; smoking; questionnaire


El presente artículo tiene como objetivo validar una versión adaptada del Partner Interaction Questionnaire (PIQ), un instrumento que evalúa el apoyo, para dejar de fumar, dado por el compañero. Es presentada una versión adaptada del PIQ para fumadores y ex fumadores. Participaron en el estudio 224 fumadores (52.7% del sexo femenino y 47.3% del sexo masculino; promedio de edades= 28.58 años; DP=8.69) y 169 ex fumadores (68.6% del sexo masculino y 31.4% del sexo femenino; promedio de edades= 43.10 años; DP=13.02). El instrumento presentó una buena fiabilidad (alfa de Cronbach: 0.73) para la subescala positiva y la subescala negativa (alfa de Cronbach: 0.77). El estudio de validez reveló la presencia de dos factores que explican el 43.36% de la varianza. El instrumento presenta buena validez de constructo, correlacionándose positivamente con el ajuste de la pareja y calidad de vida mental, y negativamente con la depresión. Esta versión adaptada del PIQ reunió las condiciones necesarias a su aplicación en fumadores y ex fumadores, pudiendo ser una escala útil en programas de intervención para dejar de fumar y de mantenimiento de la abstinencia.

Validación; tabaquismo; cuestionario


ARTIGOS

Estudo de validação do Partner Interaction Questionnaire para fumantes e ex-fumantes

Partner Interaction Questionnaire: Validation study for smokers and former smokers

Estudio de validación del Partner Interaction Questionnaire para los fumantes y ex fumantes

Maria da Graça PereiraI; Fernanda AfonsoII

IProfessora associada da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, Portugal

IIDoutora em Psicologia da Saúde, investigadora na área do Tabagismo, cessação tabágica e variáveis familiares, Escola de Psicologia da Universidade do Minho, Portugal

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Universidade do Minho - Escola de Psicologia. Campus de Gualtar, Braga, 4710-057 – Portugal. E-mail: gracep@psi.uminho.pt

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo validar uma versão adaptada do Partner Interaction Questionnaire (PIQ), instrumento que avalia o suporte para deixar de fumar dado pelo parceiro. É apresentada uma versão adaptada do PIQ para fumantes e abstinentes. Participaram no estudo 224 fumantes (52.7% do sexo feminino e 47.3% do sexo masculino; média de idades=28.6 anos; DP=8.69) e 169 ex-fumantes (68.6% do sexo masculino e 31.4% do sexo feminino; média de idades= 43.1 anos; DP=13.02). O instrumento apresentou boa fidelidade (alfa de Cronbach: 0.73) para a subescala positiva e para a subescala negativa (alfa de Cronbach: 0.77). O estudo de validade revelou a presença de dois fatores que explicam 43.36% da variância. O instrumento apresenta boa validade de construto, correlacionando-se positivamente com o ajustamento de casais e a qualidade de vida mental, e negativamente com a depressão. Esta versão adaptada do PIQ reuniu as condições necessárias para a sua aplicação em fumantes e ex-fumantes, podendo ser uma escala útil em programas de intervenção de cessação tabágica e de manutenção da abstinência.

Palavras-chave: Validação; tabagismo; questionário.

ABSTRACT

The aim of this present study is to validate an adapted version of the Partner Interaction Questionnaire (PIQ), an instrument that assesses the support, to stop smoking, provided by the partner. An adapted version of the PIQ for smokers and former smokers is presented. Participants were 224 smokers (52.7% female and 47.3% male and 31.4% female; mean age: 28.6 years; DP=8.69) and 169 former-smokers (68.6% male; mean age=43.10 years; DP=13.02). Results showed a good internal consistency for positive scale (Cronbach's alfa: 0.73) and the negative scale (Cronbach's alfa: 0.77). The validation study revealed the presence of two factors explaining 43.36% of the variance. The instrument presents good construct validity, with positive correlations with dyadic adjustment and mental quality of life and negatively with depression. The adapted version of PIQ seems to be a good indicator of partner s’ support presenting the necessary conditions for its application in smokers and former-smokers with the potential of being useful in intervention programs targeted for smoking cessation and abstinence maintenance.

Key words: Adaptation; smoking; questionnaire.

RESUMEN

El presente artículo tiene como objetivo validar una versión adaptada del Partner Interaction Questionnaire (PIQ), un instrumento que evalúa el apoyo, para dejar de fumar, dado por el compañero. Es presentada una versión adaptada del PIQ para fumadores y ex fumadores. Participaron en el estudio 224 fumadores (52.7% del sexo femenino y 47.3% del sexo masculino; promedio de edades= 28.58 años; DP=8.69) y 169 ex fumadores (68.6% del sexo masculino y 31.4% del sexo femenino; promedio de edades= 43.10 años; DP=13.02). El instrumento presentó una buena fiabilidad (alfa de Cronbach: 0.73) para la subescala positiva y la subescala negativa (alfa de Cronbach: 0.77). El estudio de validez reveló la presencia de dos factores que explican el 43.36% de la varianza. El instrumento presenta buena validez de constructo, correlacionándose positivamente con el ajuste de la pareja y calidad de vida mental, y negativamente con la depresión. Esta versión adaptada del PIQ reunió las condiciones necesarias a su aplicación en fumadores y ex fumadores, pudiendo ser una escala útil en programas de intervención para dejar de fumar y de mantenimiento de la abstinencia.

Palabras-clave: Validación; tabaquismo; cuestionario

Apesar de os meios de comunicação social abordarem o consumo de tabaco como prejudicial para a saúde, deixar de fumar continua a ser uma batalha muito difícil para o fumante no que respeita a adotar estratégias eficazes para a manutenção do comportamento sem fumo. Quanto à situação, tanto nacional quanto internacional, verifica-se um número cada vez mais crescente de mortes provocadas pelo tabaco (Inquérito Nacional de Saúde, 2008; Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2010), bem como o desenvolvimento de doenças associadas, como a diabetes tipo II, doença oncológica, doenças cardiovasculares e perturbações respiratórias (Doherty, Grabowski, Hoffman, & Zelikoff, 2009). O consumo de tabaco se torna assim um foco de intervenção urgente, em que a participação de elementos da rede social do fumante pode ser benéfica para o sucesso em deixar de fumar (Rüge, Ulbricht, Schumann, Rumpf, John & Meyer, 2008; Afonso & Pereira, 2013).

O comportamento tabágico se carateriza por três fases - iniciação, manutenção e eventual cessação -, as quais podem ser fortemente influenciadas por familiares (Prochasca & DiClemente, 1982). Por exemplo, Park, Tudiver, Schultz e Campbell (2004) referem que pessoas que fumam tendem a se casar com fumantes, fumar o equivalente ao cônjuge e até deixar de fumar ao mesmo tempo que o parceiro fumante. Também se verificou que o parceiro pode influenciar a intenção do fumante de deixar de fumar, e até ter um papel decisivo na mudança de comportamento tabágico (Rüge et al., 2008). Além disso, pessoas que fumam e se casam com não fumantes têm maior probabilidade de deixar de fumar quando comparadas com fumantes solteiros, viúvos e divorciados (Park et al., 2004). Estes estudos parecem sublinhar a importância do suporte do parceiro na desabituação tabágica, que se carateriza pelo apoio fornecido pelo parceiro ao fumante para este deixar de fumar, sendo um dos melhores preditores da abstinência tabágica (Lawhon, Humfleet, Hall, Reus, & Muñoz, 2009).

Os fumantes que vivem com um parceiro que não fuma têm dificuldades em esconder o seu comportamento devido à presença de odores e a rituais associados ao tabaco, como, por exemplo, fumar em determinados momentos do dia. Esta conduta ser severamente criticada pelos parceiros pode se traduzir numa dificuldade acrescida ao nível da cessação tabágica (Mermelstein, Lichtenstein, & McIntyre, 1983). Estes mesmos autores verificaram que comportamentos tidos como positivos (apoio verbal, reforço positivo para não fumar) por parte do parceiro, ajudam no sucesso em deixar de fumar, ao contrário de outros comportamentos (atitudes de perseguição e vigilância), que são pouco úteis e mesmo negativos para se vencer o tabagismo. A investigação evidencia que ter um parceiro que fuma é um risco acrescido para continuar a fumar e falhar em tentativas de deixar de fumar (Rüge et al., 2008).

As mulheres que continuam a fumar, apesar dos problemas de saúde, recebem menos suporte dos seus parceiros para deixar de fumar quando comparadas com os homens (Rohrbaugh, Shoham, Butler, Hasler, & Berman, 2009). Ao mesmo tempo, a qualidade do apoio que os fumantes recebem dos seus parceiros parece surtir mais efeitos em mulheres do que em homens (Saxbe, Repetti, & Nishina, 2008; Rohrbaugh et al., 2009). O consumo de tabaco pode ser considerado um fator de identificação entre casais, uma vez que indivíduos fumantes podem iniciar relações afetivas com outros fumantes e se verificarem semelhanças entre os seus hábitos tabágicos, com implicações no estilo de vida da díade (Rohrbaugh et al., 2009).

Com vista à mudança do comportamento tabágico, investigadores da área da cessação tabágica têm estudado a importância de aspetos que influenciam a mudança do comportamento tabágico, bem como a importância do papel do apoio social na cessação tabágica (e.g. Mermelstein, Lichtenstein & McIntyre, 1983; Cohen & Lichtenstein, 1990).

Assim, a literatura tem evidenciado o caráter motivador do apoio fornecido ao fumante pelo parceiro, de forma a evitar comportamentos negativos (e.g., dizer que não consegue deixar de fumar, perseguir), que podem impedir o sucesso da desabituação tabágica. Um estudo realizado por Thomas et al. (2009), avaliando fumantes que foram atendidos em consulta de cessação tabágica, acompanhados dos respetivos parceiros, verificou que uma alta porcentagem (84%) expressou vontade em ajudar os parceiros fumantes e 90% mostraram interesse em saber como fazê-lo. Por sua vez, os indivíduos que querem deixar de fumar, mas encontram no ambiente social e familiar uma fonte de desmotivação, parecem estar mais expostos ao fumo e consideraram mais difícil deixar de fumar (Rebelo, 2011).

O suporte do parceiro é altamente preditivo do sucesso da desabituação tabágica, principalmente se a ajuda for positiva – como, por exemplo, pedir que não fume, reforçar a intenção de deixar de fumar, participar em comportamentos que visem à desabituação tabágica (Park et al., 2004). As intervenções ao nível familiar, em relação a comportamentos aditivos (e.g. fumar), em que se aposta no suporte do casal, têm-se tornado uma prática comum com resultados positivos (Mermelstein et al., 1986; Broszkiewicz, Szymanska Pikala, & Drygas, 2004). Do ponto de vista do casal, quando um dos parceiros começa o tratamento de cessação tabágica, o que ainda fuma pode ser considerado uma ameaça. Assim, o papel do parceiro no comportamento tabágico se revela decisivo enquanto fonte de suporte (McBride, 2012).

O ajustamento marital se revela uma variável importante na adesão à desabituação tabágica, pois realça a importância de o parceiro ajudar o fumador a deixar de fumar (Afonso, 2013). Para Spanier (1976), ajustamento marital está relacionado a "comunicação, felicidade, integração e satisfação entre o casal". Assim, o ajustamento de casal vai depender da capacidade do casal em usar determinados estratégias para que o equilíbrio da díade não seja afetado pelo consumo de tabaco (Afonso & Pereira, 2013).

Estudos de Rohrbaugh et al. (2001) e Ranby, Lewis, Toll, Rohrbaugh e Lipkus (2013) enfatizaram o papel ativo dos parceiros no sucesso em superar o tabagismo, enfatizando que o sucesso para a cessação tabágica implica uma relação intrínseca entre o comportamento tabágico e a relação entre o casal, ao nível da manutenção do esforço para não fumar. Assim, torna-se fundamental incluir no tratamento os parceiros como intervenientes ativos, uma vez que desempenham um papel dinâmico na mudança de comportamento tabágico e na manutenção da abstinência (Mermelstein et al., 1983, 1986; Fiore, Bailey, & Cohen, 2000).

Em contextos de saúde, o termo qualidade de vida engloba uma análise subjetiva do bem-estar, na qual a saúde é considerada como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença (McClave, Dube Strine, & Mokdad, 2009). Quando se fala em qualidade de vida avaliada pelo instrumento Medical Outcomes Study (SF-36), podem-se referir dois conceitos: qualidade de vida mental, que engloba a saúde mental, o desempenho emocional, a função social e a vitalidade: e qualidade de vida física, que engloba a função física, o desempenho físico, a dor física e a saúde em geral (Ware & Sherbourne, 1992). A relação entre a qualidade de vida e o consumo de tabaco se relaciona ao desenvolvimento, a longo termo, de várias doenças crónicas, sendo um fator de risco com consequências graves para a saúde do indivíduo, contribuindo para uma pior qualidade de vida (Efstratiadis, Kennard, Kelsey, & Michaels, 2008). De acordo com a literatura (Sarna, Bialous, Cooley, Jun, & Feskanich, 2008), os fumadores apresentam pior qualidade de vida em suas duas dimensões, quando comparados com indivíduos que não fumam. Por sua vez, o não consumo de tabaco relaciona-se com uma melhor qualidade de vida física e mental (Sales, Oliveira, Mattos, Viana, & Pereira, 2009).

No que diz respeito à morbilidade psicológica (depressão, ansiedade e estresse), a literatura nos mostra uma relação com o consumo de algumas substâncias, entre elas a nicotina (Aubin et al., 2008), bem como uma relação entre o consumo de tabaco e a presença de sintomas relacionados com a depressão (Aubin et al., 2008), ansiedade (Calheiros, Andretta, & Oliveira, 2006) e stress (Magid, Craig, Colder, Stroud, Nichter, & Nichter, 2009). Além disso, também tem sido bem documentada uma associação entre sintomas depressivos e dependência de nicotina e entre consumo diário de tabaco e progressão para a dependência (Aubin et al., 2008). Em relação à ansiedade, o uso do tabaco tem sido relacionado com uma redução da ansiedade do fumante (Machain et al., 2008). Em relação ao estresse, o consumo do tabaco pode ser um meio específico ou uma estratégia de coping para lidar com situações consideradas estressantes para o fumador (Chiapetti & Serbena, 2007).

O Partner Interaction Questionnaire é um questionário que avalia o tipo de suporte recebido na cessação tabágica. Originalmente foi criado por Mermelstein et al., em 1983, para fumantes preparados para deixar de fumar que tinham uma relação afetiva estável. O questionário era constituído por 76 itens, que incluíam comportamentos positivos (cooperação e reforço) e negativos (vigiar, chatear, insistir) para com o membro do casal que estava a deixar de fumar. O questionário se integrava num programa de desabituação tabágica em que era avaliado o apoio percebido e recebido. A amostra estudada foi recolhida nos Estados Unidos da América e era constituída por 25 homens e 21 mulheres casados, cuja média de idade era de 37,4 anos, cujo consumo médio diário de cigarros era de 23.9 e cuja média de anos de consumo era de 20.3 anos.

Posteriormente esta versão foi reduzida a 61 itens. O questionário era constituído de duas escalas, a positiva e a negativa, as quais se referiam a comportamentos positivos e negativos promovidos pelo parceiro. A escala era cotada de zero a três pontos, sendo que para esta versão não são apresentados estudos de fidelidade ou validade. Posteriormente, num estudo realizado por Cohen e Lichtenstein (1990), com o objetivo de estudar o tipo de suporte dado pelos parceiros a fumantes que estavam a deixar de fumar e a manter abstinência, foi desenvolvida uma versão reduzida de 20 itens, que incluíam duas subescalas: uma positiva e uma negativa.

Este estudo teve em consideração a aplicação do instrumento a uma amostra inscrita num programa de desabituação tabágica para avaliar o apoio recebido do parceiro na qual os fumantes preenchiam o questionário num primeiro momento e depois de um, três, seis e doze meses. A amostra estudada revelou um consumo médio diário de 26,8 cigarros, sendo que a média de idade era de 23,3 anos e 70% dos participantes eram mulheres. Nesta amostra não foram consideradas diferenças inter-raciais ou étnicas. Esta versão reduzida de vinte itens é constituída por itens que avaliam comportamentos positivos e negativos, em que se pedia ao fumante que indicasse quantas vezes o item tinha ocorrido, por parte do parceiro, nos últimos três meses. O modo de resposta a cada um dos itens tem a forma de Gutman, ou seja, são apresentadas quatro frases e destas o sujeito terá de escolher a que melhor descreva a forma como se tem sentido apoiado pelo parceiro nos últimos três meses (0=nunca, 1=quase nunca, 2=algumas vezes, 3=várias vezes, 4=muitas vezes). O resultado total vai de zero a oitenta pontos. A escala positiva é constituída pelos itens 1, 7, 8, 10, 14, 15, 16, 17, 18, 19 (dez itens), e a escala negativa, pelos itens 2, 3, 4, 5, 6, 9, 11, 12, 13, 20 (dez itens). Resultados elevados nas escalas negativa e positiva indicam, respectivamente, mais suporte negativo e mais suporte positivo recebido do parceiro. Os itens 1, 6 e 7 são cotados de forma invertida. No que diz respeito às características psicométricas, segundo estudos de Cohen e Lichtenstein (1990), os valores da fidelidade (alfa de Cronbach) para a subescala positiva foram de 0.89 e 0.82 para a subescala negativa. Estas duas subescalas derivam de uma análise fatorial da escala original.

Cumpre referir que o PIQ comtempla o suporte positivo e o suporte negativo. Embora com características diferentes (como já descrito) ambos se tornam importantes no processo de cessação tabágica do fumante. O suporte positivo, por ser um conjunto de reforços positivos, tem como objetivo motivar o fumante a deixar de fumar; por sua vez, o suporte negativo refere-se a uma atitude de indiferença ou de reforço negativo do parceiro com o objetivo de vigiar e insistir com o fumante para deixar de fumar (Mermelstein, Lichtenstein, & McIntyre, 1986; Cohen & Lichtenstein, 1990).

O objetivo do presente estudo foi adaptar para a língua portuguesa o Partner Interaction Questionnaire, numa versão que pudesse ser utilizada por fumantes e ex-fumantes em futuros programas de intervenção.

MÉTODO

Participantes

Participaram no estudo 224 fumantes (52.7% do sexo feminino e 47.3% do sexo masculino). A idade dos fumantes variou entre 18 e 58 anos (média= 28.58 anos; DP=8.69). A maioria dos fumantes fumava havia mais de três anos (76.8%). Dos fumantes, 37,9% não haviam feito nenhuma tentativa de deixar de fumar, enquanto 35,9% tinham feito pelo menos uma tentativa e 84% nunca haviam frequentado algum tratamento para deixar de fumar. É de referir que 52.9% eram casados, 65.1% tinham um parceiro que não fumava, 51.9% tinham como habilitações literárias o Ensino Médio e 54.2% provinham de meio urbano.

Em relação aos ex-fumantes, participaram 169 (68,6% do sexo masculino e 31,4% do sexo feminino). A idade dos ex-fumantes variou entre 19 e 63 anos (média= 43,10 anos; DP=13,02). Neste grupo, 22,5% referiram ter fumado cerca de 20 cigarros/dia quando eram fumadores, 54.4% haviam feito pelo menos uma tentativa de deixar de fumar e 68% nunca tinham frequentado algum tratamento para deixar de fumar. Cumpre referir que 52,9% eram casados, 65,1% tinham um parceiro que não fumava, 51,9% tinham como habilitação literária o Ensino Médio e 54,2% provinham de meio urbano.

Os critérios de inclusão foram: ser maior de dezoito anos (fumantes e ex-fumantes), ser fumante diário (para os fumantes), ser ex-fumante há pelo menos três meses (considerando-se que os ex-fumantes fumavam diariamente antes de terem deixado de fumar); e como critério de exclusão, o fato de não ter parceiro(a).

Instrumentos

Revised Diadic Adjustment Scale (R-DAS) (Busby, Christensen, Crabe & Larson, 1995; Versão de Investigação de Pereira, 2003): consiste numa versão constituída por catorze itens que avaliou o ajustamento de casais. Esses itens estão subdivididos em três subescalas: satisfação (seis itens), coesão (quatro itens) e consenso (quatro itens). Para a amostra em estudo utilizou-se o valor do alfa de Cronbach. Para a escala total foi de 0.84; para a subescala consenso, 0.81; para a subescala satisfação, 0.81; e para a subescala coesão, 0.79. Um resultado total elevado e em cada subescala indica maior ajustamento de casal.

• Escala de Ansiedade, Depressão e estresse (EADS) (Lovibond e Lovibond, 1995; Versão Portuguesa de Pais-Ribeiro, Honrado & Leal, 2004). É composta por vinte e um itens, organizados em três subescalas, que avaliam ansiedade, depressão e estresse. Para a amostra em estudo, o valor do alfa de Cronbach para a escala total foi de 0.91; para a subescala ansiedade, 0.76; para a subescala depressão, 0.85; e para a subescala estresse, 0.82. Um resultado elevado total indica maior morbilidade psicológica e em cada subescala indica, respectivamente, maior ansiedade, depressão e estresse.

Medical Outcomes Study-Short Form 36 (MOS SF-36) (Ware & Sherbourne, 1992; versão adaptada de Ferreira, 2000): é composto de 36 itens e avalia as dimensões funcionamento físico, desempenho físico, dor corporal, perceção de saúde geral, vitalidade, funcionamento social, desempenho emocional, e saúde mental. Para a amostra em estudo, o valor do alfa de Cronbach foi de 0.86, 0.85, 0.84, 0.76, 0.82, 0.72, 0.88, 0.50, 0.88 e 0.87 para as subescalas respetivas. Estas dimensões podem ser agrupadas em duas componentes: qualidade de vida física e qualidade de vida mental. Um resultado elevado em cada uma destas subescalas indica melhor qualidade de vida.

Partner Interaction Questionnaire (Cohen & Lichtenstein, 1990, versão de investigação de Pereira & Afonso, 2006): avalia o tipo de suporte dado pelos parceiros a fumantes que estão a deixar de fumar e a manter abstinência e essa validação foi alvo do presente estudo.

Procedimento

O processo de tradução e de adaptação necessário para a utilização do Partner Interaction Questionnaire iniciou-se, após autorização da autora, de acordo com os seguintes procedimentos:

a) tradução pelo investigador a partir da língua original (inglês) e, simultaneamente, por tradutor independente para a língua portuguesa;

b) confronto das versões para elaboração da versão portuguesa;

c) retroversão por tradutor independente para a língua original;

d) versão piloto do questionário com reflexão falada em 10 participantes para avaliar a adequação e compreensão dos itens

e) elaboração da versão final do questionário.

Este questionário foi aplicado a uma amostra por fumantes e a ex-fumantes em fase de manutenção da abstinência. Uma vez que estas duas amostras apresentam diferenças, dado que o comportamento tabágico está presente nos fumantes e pertence ao passado nos ex-fumantes, consideraram-se algumas modificações ao nível da tradução de quatro itens. O item 1 (Complimented my not smoking) foi adaptado e passou a ser: Mostrou-se indiferente ao meu consumo de tabaco. Este item foi traduzido desta forma, e é cotado inversamente, no sentido de poder ser usado por fumantes e abstinentes de modo a não colocar em causa o sentido do item, i.e., avaliação do apoio do parceiro positivo para deixar de fumar. O item 6 (Refused to let me smoke in the house) foi traduzido para Enquanto fumante deixava-me fumar dentro de casa, tendo em conta o processo de reflexão falada na versão piloto do questionário. Dado este questionário ser uma versão adaptada para fumantes e abstinentes, tornou-se necessário, por razões culturais, adaptar o seu significado. Na verdade, os participantes compreenderam o item na tradução original como estando a avaliar o suporte positivo e não o negativo, como preconizam os autores originais. O item 7 (Congratulated me for my decision to quit smoking) foi traduzido para: Não acredita que algum dia tome a decisão de deixar de fumar. Finalmente, o item 10 (Celebrated my quitting with me) foi traduzido como Não fez comentários negativos quando me via a fumar. Os itens 7 e 10 foram traduzidos de forma a poderem ser aplicados aos fumantes e abstinentes. Os restantes itens não foram alterados. Neste sentido, tanto fumantes quanto ex-fumantes responderam aos mesmos itens do questionário.

Coleta dos dados

A recolha de dados realizou-se num hospital central, numa empresa privada e numa universidade pública situados no Norte de Portugal. A coleta de dados foi realizada de forma individual. O questionário foi aplicado, tal como no estudo original, a uma amostra de conveniência constituída por fumantes; contudo, consideramos que seria também importante poder utilizar o questionário em ex-fumantes em processo de manutenção da abstinência, com vista a avaliar o tipo de apoio recebido dos parceiros para terem deixado de fumar. Assim, a aplicação dos instrumentos foi precedida de um pedido de autorização à Comissão de Ética do Hospital, aos Recursos Humanos da Empresa (ambos com consulta de cessação tabágica) e ao reitor da universidade. Sem conflito de interesse, a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética de cada local de recolha dos dados. A participação foi voluntária após o preenchimento do consentimento informado. O preenchimento dos instrumentos efetuou-se num momento único.

Análise dos dados

A análise da consistência interna foi realizada com recurso ao coeficiente alfa de Cronbach. Para o estudo da validade, foi realizada uma análise fatorial utilizando-se o método dos Componentes Principais com rotação varimax. Para avaliar a validade de construto foi avaliada a relação entre as subescalas do PIQ e o ajustamento conjugal, a morbilidade psicológica e a qualidade de vida através do coeficiente de correlação de Pearson. Finalmente, para avaliar as diferenças entre o suporte recebido para deixar de fumar (positivo e negativo) pelos fumantes versus ex-fumantes, foi realizada uma Mancova controlando as variáveis idade, habilitações literárias e sexo, dado os grupos apresentarem diferenças nestas variáveis.

RESULTADOS

Estudo da fidelidade

Para a subescala positiva obteve-se um alfa de 0.70 e os itens da escala apresentaram correlações com a escala total que variaram entre 0.890 e 0.573 (p ≤ 0.05). A subescala negativa apresentou um alfa de 0.76 e os itens da escala apresentaram correlações com a escala total, que variaram entre 0.122 e 0.695 (p ≤ 0.05). A média obtida na nossa amostra foi de 17.55 (DP=6.40) para a subescala positiva e de 20.23 (DP=8.72) para a subescala negativa.

Estudo da Validade

Os resultados obtidos revelaram que a melhor solução incluía a distribuição dos itens em dois fatores explicando 42.55% da variância total dos resultados (Tabela 1). A organização dos itens foi muito semelhante à versão original, sendo a subescala positiva composta pelos itens 1, 8, 14, 15, 16, 17, 18 e 19, num total de oito itens, e a subescala negativa, composta pelos itens 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 11, 12, 13 e 20, num total de onze itens. As alterações resultantes da versão adaptada foram os seguintes: o item 1, que originalmente pertencia à subescala positiva, após tradução se mantém, pois é cotado inversamente; o item 6, que, no instrumento original pertencia à subescala negativa, após tradução se mantém; o item 7 originalmente pertencia à subescala positiva, mas devido á nova reformulação, como seria expectável, tendo-se em conta o seu conteúdo, passou a pertencer à subescala negativa; o item 10 foi eliminado, devido à sua saturação ser abaixo de 0.30 (Nunnaly & Bernstein, 1994).

Em seguida calcularam-se os coeficientes de consistência interna das novas subescalas, positiva e negativa, e o resultado final revelou um alfa de 0.73 e 0.77 respetivamente (Tabelas 2 e 3).

Validade de construto

Para avaliar a validade de construto foi estudada a relação entre as subescalas do PIQ e o R-DAS. Verificam-se correlações significativas ao nível do ajustamento de casal total e a subescala positiva (r=0.136, p<0.01), indicando que quanto maior o ajustamento no casal, maior a percepção que o fumante e abstinente possuem sobre o apoio recebido/dado pelo parceiro, no primeiro caso, para deixar de fumar, e no segundo, para continuar sem fumar. A subescala coesão também se correlacionou com a subescala positiva do suporte do parceiro (r=0.149, p<0.01).

Verificou-se, ao nível da morbilidade psicológica, que a depressão se correlacionava negativamente com o suporte positivo do parceiro (r= -0.113, p≤0.05) e que o suporte negativo do parceiro se correlacionava positivamente com a qualidade de vida mental (r= 0.159, p ≤ 0.001). Não foram encontrados resultados significativos entre qualidade de vida física e suporte do parceiro (Tabela 4).

No sentido de avaliar o suporte do parceiro recebido nos fumantes versus ex-fumantes para deixar de fumar, foi realizado um teste de diferenças que permitiu verificar que os ex-fumantes consideraram ter recebido mais suporte positivo do parceiro para deixar de fumar (F(1,393)= 28.796; p ≤ 0.000) e mais suporte negativo (F(1,393)= 69.130; p ≤ 0.000) quando comparados com os fumantes.

DISCUSSÃO

De acordo com os resultados obtidos, a subescala positiva é composta por oito itens (itens 1, 8, 14, 15, 16, 17, 18 e 19) e apresentou um alfa de 0.73. A subescala negativa é composta por onze itens (itens 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 11, 12, 13 e 20) e apresentou um alfa de 0.77. Assim, o instrumento apresentou qualidades psicométricas sustentáveis para ser utilizado em fumantes e ex-fumantes, para avaliar o suporte dado pelo parceiro para deixar de fumar.

Ao nível da validade de construto, verificou-se uma correlação positiva entre o ajustamento de casal e a escala positiva de suporte do parceiro, revelando que quanto maior o ajustamento do casal, mais apoio positivo é dado pelo parceiro na desabituação tabágica. Estes dados vão ao encontro da literatura, que demonstra que o suporte do parceiro é altamente preditivo de sucesso da desabituação tabágica, em particular, se o apoio for positivo (Thomas et al., 2009; Rebelo, 2011). Verificou-se que a depressão se correlacionou negativamente com o suporte positivo do parceiro, indicando que, à medida que aumenta o suporte do parceiro, diminui a depressão no fumante (Thomas et al., 2009). Por sua vez, o suporte negativo do parceiro se correlaciona positivamente com a qualidade de vida mental, indicando que à medida que aumenta o suporte negativo do parceiro aumenta a qualidade vida mental. À primeira vista esses dados podem parecer incongruentes, mas talvez possam ser explicados pelo facto de o suporte negativo incluir também reforço negativo, que se manifesta numa atitude de vigilância e insistência com o fumante para este deixa de fumar. Esta atitude pode ser interpretada pelo fumante como preocupação e cuidado por parte do parceiro, o qual pode sentir-se mais apoiado emocionalmente e motivado para deixar de fumar, o que se reflete em sua qualidade de vida mental (Afonso, 2013). Pensamos que o facto de não se ter encontrado relação entre qualidade de vida física e suporte do parceiro se deveu ao facto de a amostra de ex-fumantes ter deixado de fumar, em média, há menos de seis meses e ainda não serem muito visíveis os benefícios, na saúde física. Os ex-fumantes, quando comparados com os fumantes, reportaram ter recebido mais apoio do parceiro para deixar de fumar. Os resultados encontrados na nossa amostra vão ao encontro da literatura (Afonso & Pereira, 2013), em que se sublinha a importância do apoio do parceiro ao fumante apara deixar de fumar. A relação positiva encontrada entre o suporte positivo e negativo do parceiro se pode interpretar pelo facto de o parceiro que promove o suporte positivo para que o fumante deixe de fumar, no sentido do reforço positivo, também pode promover o suporte negativo no sentido do reforço negativo (Afonso, 2013). Aliás, este resultado pode também ser cultural, dado que em estudos com pacientes diabéticos portugueses em que foi avaliado o apoio positivo e negativo do parceiro, ambos se correlacionaram positivamente um com o outro e ambos foram preditores positivos da adesão aos autocuidados (Pereira, Pedras & Machado, no prelo). Assim, de acordo com os resultados, os suportes positivo e negativo do parceiro parecem ser ambos relevantes no comportamento tabágico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O facto de a amostra ser de conveniência limita a generalização dos resultados. A aplicação de medidas de autorrelato é também considerada uma limitação. O facto de os abstinentes terem respondido aos instrumentos de forma retrospetiva em relação ao seu comportamento de fumar é também um aspeto a ter em consideração na interpretação dos resultados.

A versão adaptada do PIQ comportou-se como um bom instrumento de avaliação do suporte fornecido pelo parceiro, por apresentar uma consistência interna satisfatória e validade convergente, correlacionando-se positivamente com o ajustamento conjugal e a qualidade de vida, e negativamente com a morbilidade psicológica. Assim, esta versão adaptada do PIQ parece reunir as condições necessárias para a sua aplicação em fumantes e ex-fumantes, podendo ser uma escala útil em programas de intervenção de cessação tabágica e de manutenção da abstinência.

Em termos de investigação futura, seria interessante avaliar a perceção do apoio dado pelo parceiro e a perceção do apoio que o fumante diz ter recebido, no sentido de avaliar se perceções discrepantes ou concordantes influenciam o comportamento de deixar de fumar. Seria também interessante avaliar o papel do apoio do parceiro para o fumante deixar de fumar. Finalmente, seria importante avaliar o papel moderador da dependência tabágica na relação entre o apoio do parceiro e a intenção de deixar de fumar.

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Recebido em 06/05/2013

Aceito em 09/02/2014

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Out 2014
    • Data do Fascículo
      Mar 2014

    Histórico

    • Aceito
      09 Fev 2014
    • Recebido
      06 Maio 2013
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