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Editorial

EDITORIAL

Em 1997, serão defendidas no Brasil aproximadamente 200 teses de Doutorado. Este é um número ainda modesto, se a pós-graduação brasileira for comparada, por exemplo, com a do Reino Unido, onde se formam 1500 pós-graduandos por ano. No entanto, 200 teses de Doutorado não é nada desprezível, ainda mais para uma nação em desenvolvimento, cuja pós-graduação formal começou em 1963, com os Cursos de Mestrado e de Doutorado do Instituto de Química da UFRJ.

Apesar de todos os defeitos, por sinal muitos, a PG brasileira evoluiu e ganhou qualidade, hoje muito superior à de 20 anos atrás. Não se quer dizer com isto que nada deva ser feito, até porque há muito, ainda, por fazer.

A experiência mostra que, normalmente, uma cópia, por melhor que seja, raramente tem a qualidade do original. O mesmo é verdadeiro para muitos doutores formados no exterior que, ao retornarem ao Brasil, aqui continuaram trabalhando nas linhas de pesquisas de seus orientadores, que muitas das vezes estavam voltadas para a solução de problemas específicos dos lugares onde vinham se desenvolvendo.

A maioria dos estudantes que vai para o exterior fazer o Doutoramento escolhe o orientador, muitas vezes, por que o seu orientador no Mestrado fez sua tese de Doutorado ou realizou seu Pós-Doutorado com aquele pesquisador. Não se levam em consideração as taxas acadêmicas cobradas pela universidade para a qual deseja ir, muitas vezes exorbitantes para universidades que nem sempre estão entre as melhores de seus países.

Como a Pós-graduação brasileira ganhou qualidade e vem aumentando sua massa crítica, o Doutorado no exterior deve ser privilégio dos estudantes mais diferenciados, e estes têm de se dirigir às melhores universidades estrangeiras para desenvolverem pesquisas de ponta. Se possível, para universidades que não cobrem taxas acadêmicas. Ao governo, deveria caber o amparo com recursos adequados aos ex-bolsistas que voltam. Afinal, o Doutorado no exterior é um investimento muito caro e se não houver planejamento, é dinheiro jogado fora. O mesmo, aliás, se aplica aos doutores formados no Brasil.

Os Editores

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Set 2008
  • Data do Fascículo
    Out 1997
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