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O que esperamos das revistas da SBQ?

EDITORIAL

As publicações da SBQ representam um patrimônio importante para os seus membros e esta reunião teve como objetivo afinar os procedimentos, editoriais, captação de recursos, inovação e, principalmente, o que queremos no futuro para as nossas revistas. Apesar de ser uma área que pode causar conflito entre quem submete trabalho e as editorias, apresenta baixo índice de reclamações na Diretoria da SBQ. Isso significa que as revistas estão trabalhando bem.

Cada editoria teve oportunidade de indicar os pontos que achava mais importantes para discussão. Neste editorial vamos rapidamente mostrar o que foi discutido e as perspectivas que foram colocadas pela QN.

Não há dúvida que QN se tornou um respeitável fórum de discussão da comunidade química e a que está mais associada ao perfil da SBQ. A QN tem um forte corpo editorial, editores associados escolhidos de acordo com a distribuição geopolítica e as subáreas da Química, todos os artigos passam por assessores ad hoc e disponibiliza os trabalhos no prelo, meses antes que sejam publicados na versão impressa da revista. Publica aproximadamente 33% dos trabalhos recebidos por ano, mais especificamente, em 2010 foram publicados 24% dos artigos, 39% foram recusados e 26% estavam foram do escopo da revista. Em 2010 foram publicadas 2287 páginas, num total de 397 artigos, enquanto que em 2011 foram 1891 páginas, referentes a 186 artigos. Dos artigos considerados fora de escopo da revista, a maioria não tem consistência química e as áreas de Engenharia Química e Alimentos foram as que mais incidiram nessa classificação. O índice de impacto da revista tem permanecido e ela se situa como uma das publicações em Química com maior fator de impacto da América Latina, apesar do aumento do número de trabalhos publicados. Considerando-se que os artigos são escritos majoritariamente em português, os índices alcançados são excelentes e mostram sua inserção internacional.

Aproximadamente 850 artigos são oriundos do país e 120 do exterior (aumento de 15%). Deve-se ressaltar que os trabalhos oriundos do exterior têm melhorado de qualidade em relação aos que eram submetidos anos atrás. Os manuscritos com trabalhos de pesquisa originais são os que representam maior porcentagem de submissão e, também, os mais rejeitados. Em 2010, foram submetidos 1001 manuscritos e em 2011, 1010 trabalhos. As notas técnicas também aumentaram nos últimos anos, sendo que os artigos mais citados da revista são as revisões. A maioria dos trabalhos nacionais submetidos é da região sudeste, com liderança do Estado de São Paulo, mas a região sul vem aumentando consideravelmente sua presença na revista.

A plataforma que gerencia todo o processo editorial, como está hoje, apresenta alguns problemas e, portanto, o sistema terá que ser modificado para se adequar às modernas ferramentas de tecnologia da informação e ampliar sua inserção nas redes sociais.

Como meta, se pretende diminuir o tempo médio entre submissão e aceite, que tem estado em 4,2 meses. O grande entrave na diminuição deste tempo ainda são os assessores ad hoc e os próprios autores, que demoram em retornar as versões corrigida e/ou final.

Como consequência da qualidade e do desempenho de QN, ela está classificada no Qualis CAPES como B2 e indexada no ISI (Thomson Co.), Scopus (Elsevier), SciELO (Brasil) e no Chemical Abstract (American Chemical Society).

As apresentações foram bastante esclarecedoras e a troca de experiências entre os editores certamente resultará em maior qualidade das nossas revistas, pois suas necessidades são diferenciadas. Existem problemas pontuais que precisam ser resolvidos ou minimizados ao máximo, podendo-se citar os mais proeminentes: entrosamento entre as revistas, fontes de financiamento, internacionalização do corpo editorial e indexação.

Algumas perspectivas foram bem acolhidas pelos editores: a ideia de uma reinvenção constante, agregação de nossos sócios e espaços para novas publicações eletrônicas.

O futuro das publicações das sociedades científicas com open acess não está totalmente garantido. As grandes editoras têm adquirido os direitos de muitas delas e comercializam para a própria comunidade que criou tais revistas, com grande margem de lucro. Ressalte-se o recente boicote promovido pelo matemático Timothy Gowers, da Universidade de Cambridge, contra a editora Elsevier, devido aos altos custos das assinaturas dos periódicos, policiamento na livre circulação de artigos entre os cientistas e ao absurdo da não concessão de, pelo menos, uma cópia em pdf para os próprios autores. O resultado foi um expressivo número de cientistas que se comprometeram em parar de submeter seus trabalhos às publicações dessa editora que, lamentavelmente, anunciou a redução do preço de artigos só da área de matemática.

Em nossa opinião, as revistas das sociedades científicas são importantíssimas para equilibrar o avanço das grandes corporações editoriais, para que não se apropriem do conhecimento e da alma dos cientistas. Para isso temos que ter o respaldo da comunidade que atendemos de forma responsável e procurar melhorar a qualidade dos trabalhos publicados.

A QN e a comunidade científica no Brasil têm a missão de criar e influenciar nas decisões políticas internas através de publicações que valorizem a Química, os autores e os conteúdos disponibilizados, além de evitar fraudes, plágios e submissões duplas. Essas são tarefas árduas que envolvem toda a comunidade.

Susana I. Córdoba de Torresi

Vera L. Pardini

Vitor F. Ferreira

Editores de QN

  • O que esperamos das revistas da SBQ?

    Em 7 de fevereiro p.p., ocorreu na UNICAMP uma reunião com os Editores das revistas científicas da Sociedade, por solicitação da Diretoria da Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Desta reunião participaram o presidente da SBQ e os editores do JBCS, RVQ, QN, QNESC e QNINT.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      03 Abr 2012
    • Data do Fascículo
      2012
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