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Relatório de Gestão da Revista de Administração Contemporânea 2018-2021, e Farewell

Este é o último editorial que escrevo como editor-chefe (EIC) da nossa Revista de Administração Contemporânea (RAC), em cumprimento a um mandato voluntário pro bono com duração definida (2018-2021). Nesta oportunidade eu devo agradecer e reconhecer o trabalho profissional de algumas pessoas com as quais tive a grata oportunidade de trabalhar, e aprender, durante esses três últimos anos. Ao despedir-me desse papel, aproveito para deixar um breve registro resumido do trabalho realizado no dia a dia entre junho de 2018 e maio de 2021, em nome da boa prática de governança editorial de informar (Bandi & Patton, 2019Bandi, F. M., & Patton, A. J. (2019). Farewell editorial. Journal of Financial Econometrics, 17(3), 339-340. https://doi.org/10.1093/jjfinec/nbz023
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; Kumar & Zattoni, 2019Kumar, P., & Zattoni, A. (2019). Farewell editorial: Exiting editors’ perspective on current and future challenges in corporate governance research. Corporate Governance an International Review, 27(1), 2-11. https://doi.org/10.1111/corg.12268
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).

Cônscio dos deveres e responsabilidades inerentes ao papel de editor-chefe (Aguinis & Vaschetto, 2011Aguinis, H., & Vaschetto, S. J. (2011). Editorial responsibility: Managing the publishing process to do good and do well. Management and Organization Review, 7(3), 407-422. https://doi.org/10.1111/j.1740-8784.2011.00223.x
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), no exercício do papel de EIC da RAC, busquei incansavelmente priorizar os interesses da comunidade brasileira de negócios nas inúmeras iniciativas da RAC ao longo desses anos. Para tanto, contei com a inestimável colaboração de pessoas de rara abnegação, e de raro senso de dever profissional, entre essas destaco: a Editora de Casos para Ensino Paula Chimenti (CoppeAd/Universidade Federal do Rio de Janeiro/Brasil), que ampliou o trabalho iniciado por Victor Almeida (CoppeAd/Universidade Federal do Rio de Janeiro/Brasil), e o Editor de Artigos Tutoriais e Dados Abertos Henrique Martins (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/Brasil). Agradeço aos Editores Associados Eduardo Flores (Universidade de São Paulo/Brasil), Emílio Arruda Filho (Universidade da Amazônia/Brasil), Fabio Caldieraro (Ebape/Fundação Getulio Vargas/Brasil), Gilnei L. Moura (Universidade Federal de Santa Maria/Brasil) e Paulo Matui. Meu especial reconhecimento aos Editores convidados para edições especiais: Airton Cardoso Cançado (Universidade Federal do Tocantins/Brasil), Ali Rostron (University of Liverpool/Reino Unido), Angela Paladino (University of Melbourne/Austrália), Aureliano Angel Bressan (Universidade Federal de Minas Gerais/Brasil), Benilde Oliveira (University of Minho/Portugal), Cristiana Fernandes De Muylder (Universidade FUMEC/Brasil), Cristiana Leal (Universidade do Minho/Portugal), Eduardo Schiehll (HEC Montréal/Canadá), Elin M. Oftedal (University of Stavanger/Noruega), Emiliano A. Valdez (University of Connecticut/Estados Unidos), Evelyn Lanka (EAESP/Fundação Getulio Vargas/Brasil), Giovanna Bertella (UiT The Arctic University of Norway/Noruega), Ines Branco-Illodo (University of Stirling/Reino Unido), Jairo Laser Procianoy (Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Brasil), João Vinícius Carvalho (Universidade de São Paulo/Brasil), Luiz Ricardo Kabbach de Castro (University of Florida/Estados Unidos), Małgorzata Grzegorczyk (University of Lodz/Polônia), Marcelo S. Perlin (Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Brasil), María Luisa Esteban Salvador (University of Zaragoza/Espanha), Pallavi Singh (Sheffield Hallam University/ Reino Unido), Petra Molthan-Hill (Nottingham Trent University/Reino Unido), Ruby Roy Dholakia (University of Rhode Island/Estados Unidos), Sanjay Lanka (EAESP/Fundação Getulio Vargas/Brasil).

Deixo registrado meu sincero e honesto agradecimento também às incansáveis pessoas que garantiram o funcionamento irretocável do escritório editorial da RAC: Kler Godoy, Nadia Machuca (que não mais pertence aos quadros da Anpad), e Simone Rafael. Agradeço, evidentemente, à Anpad pela confiança depositada e pela necessária independência permitida. Agradeço aos colegas que atuam em instituições localizadas fora do Brasil, os quais aceitaram fazer parte da equipe editorial durante esse termo de gestão editorial: John L. Campbell (University of Georgia), Marcus Cunha Jr (University of Georgia/Estados Unidos), James Robert Moon Junior (Georgia Tech/Estados Unidos), Erica Piros Kovacs (Kelley School of Business/Estados Unidos), Julian Cardenas (Frei Universität/Alemanha), Elin Merethe Oftedal (University of Stavanger/Noruega).

Por fim, sabemos que poucos entendem a natureza do trabalho acadêmico, especialmente quando a doação de tempo no exercício de atividades profissionais em benefício da comunidade é a tônica, por isso preciso agradecer à minha família pela compreensão em momentos de ausência, para manter o processo editorial da RAC sob controle e em progresso.

UM BREVE RESGATE

Recebi, no final do primeiro semestre de 2018, a responsabilidade de conduzir os trabalhos atinentes ao processo editorial da RAC (Kimura, 2018Kimura, H. (2018). Editorial: O aprendizado em editoração científica. Revista de Administração Contemporânea, 22(3), 1-3. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2018180104
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). Tão logo assumi o papel de EIC da RAC, busquei deixar clara a orientação que perseguiria no período de gestão 2018-2021: promoção da transparência, tanto do processo editorial quanto (e especialmente) da pesquisa publicada na revista, intencionando sair do campo das palavras, do discurso, indo para o campo da ação (Mendes-da-Silva, 2018a). Assim, desde o primeiro número deste termo de gestão da RAC, passamos a publicar artigos com dados abertos, de maneira a posicionar a revista na vanguarda pioneira da adoção de preceitos de ciência aberta no âmbito brasileiro na área de negócios. E, gradativamente, a política de ciência aberta foi refletida na revisão pelos pares, publicação de Artigos Tutoriais e de Cartas Executivas, conforme os editoriais detalhavam antecipadamente para o conhecimento da comunidade.

Em paralelo às atividades típicas de assunção de função, de modo a iniciar a execução de plano de trabalho apresentado à Anpad por ocasião do processo de recrutamento de EIC desta revista, procurei submeter a RAC aos indexadores dos quais se encontrava ausente. Uma série destes aceitou a revista sem maiores percalços. Contudo, aqueles de maior reconhecimento internacional, os conhecidos Scopus e Web of Science, apresentaram (após alguns meses de espera por uma resposta) uma diversidade de preocupações que incluíam desde o fato de não termos uma versão em idioma inglês do website (impedindo o melhor entendimento das atividades da revista) até o layout dos documentos publicados.

De posse dessas preocupações apresentadas pelos indexadores, iniciamos um trabalho concentrado em atender a tais demandas, e esse esforço nos conduziu a alcançar os seguintes avanços principais (alguns destes já registrados em relatório de gestão 2018-2019) (Mendes-da-Silva, 2019c), entre outros específicos que deixo de listar por motivo de espaço:

  1. Construção de um novo e ampliado website da RAC na plataforma Open Journal System (OJS), permitindo: redução de custo, redução do tempo de resposta, maior flexibilidade do processo de gestão da revista, autonomia da equipe editorial e melhor apresentação profissional da revista.

  2. Renovação do Corpo Editorial Científico, de modo a reduzir endogenia em diferentes níveis.

  3. Construção de versões em inglês e em espanhol de todo o conteúdo do website da RAC, especialmente em se tratando de suas novas políticas editoriais, de modo a permitir melhor e maior interlocução com players internacionais, e.g., leitores, autores, agentes indexadores.

  4. Redefinição e consolidação do escopo ímpar da RAC como revista de alcance internacional, e foco em temas de interesse regional.

  5. Início dos procedimentos para manutenção da certificação do editor-chefe da RAC pelo Council of Science Editors (CSE).

  6. Aumento da interlocução com colegas de outros países, por meio de convites para liderança de edições especiais alinhadas com os Sustainable Development Goals da Organização das Nações Unidas (https://sdgs.un.org/goals recuperado em 11 de março de 2021). Isso permitiu que a RAC passasse a ser mais acessada por pesquisadores em países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Espanha e Noruega.

  7. Criação da Seção de Artigos Tutoriais, uma nova classe de publicações relevantes cujo foco é o método, de modo a permitir o aprendizado autônomo dos pesquisadores e a redução de esforços redundantes em termos de execução da pesquisa, promovendo ainda o compartilhamento efetivo de ideias, em linha com práticas de open education, no âmbito dos princípios de open science (Martins, 2020Martins, H. C., & Perlin, M. S. (2020). Call for papers: Data reuse: What new information can we learn from used data? Revista de Administração Contemporânea. Zenodo. https://doi.org/10.5281/zenodo.3858031
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    ; Mendes-da-Silva, 2018a, 2019b).

  8. Criação e redefinição de políticas editoriais com vistas à indexação e garantia da qualidade do processo editorial, conforme demanda o COPE - Committee on Publication Ethics.

  9. Construção e adoção de um novo layout para os documentos publicados pela RAC (deixo aqui o registro do trabalho profissional da Sra. Kler Godoy), de modo a permitir a comunicação mais rápida, profissional e eficiente dos conteúdos (Mendes-da-Silva, 2019aMendes-da-Silva, W. (2019a). Convergência, comunicação, e impacto da pesquisa em negócios. Revista de Administração Contemporânea, 23(1). https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2019180346
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    ). Nesse sentido, adicionamos, por exemplo: (a) JEL code (sistema de classificação desenvolvido pelo Journal of Economic Literature) de cada artigo; (b) número de convites realizados a revisores até que uma decisão editorial tenha sido viável; (c) adoção de resumos estruturados, anotação da contribuição de cada indivíduo participante da autoria do trabalho seguindo taxonomia CRediT; (d) nos Casos para Ensino, passamos a reportar quatro níveis de classificação (disciplina, temática, setor de atividade, região), de modo a facilitar a rápida identificação da audiência preferencial ao redor de cada Caso para Ensino.

  10. Adoção da política de publicar todos os documentos em idioma inglês, de modo a estabelecer o posicionamento da revista não pelo emprego do idioma, mas pelo escopo temático, colaborando para consolidação de uma identidade distintiva da RAC.

  11. Estabelecimento da Editoria de Ciência Aberta, que se consolidou como vocacionada para gerir os interesses da revista com respeito às atividades rotineiras e estratégicas do processo editorial visando a consolidar a RAC como referência em open science.

  12. Abertura gradual de dados, códigos, materiais e revisões dos trabalhos publicados pela RAC, de natureza quantitativa ou qualitativa. Além dos argumentos tradicionais em favor de open science, intencionamos também uma externalidade que vimos como positiva: inibir a prática de salami science (Mendes-da-Silva & Leal, 2021).

  13. Adição de ambiente no website da RAC dedicado a organizar e disseminar material audiovisual relativo às atividades da revista, de modo a colaborar para o emprego crescente de mídias sociais em favor da maior capilaridade da revista e de suas publicações (https://rac.anpad.org.br/index.php/rac/media recuperado em 11 de março de 2021).

  14. Submissão e entrada da RAC em indexadores internacionais, de modo a aumentar a capilaridade dos trabalhos publicados. Por exemplo:
    1. CiteFactor

    2. COPE

    3. Econpapers/Ideas (RePEc)

    4. ERIHPlus

    5. Europub

    6. ICI Index Copernicus International

    7. Latindex. Catálogo v2.0

    8. MIAR

    9. Redib

    10. Sherpa/RoMEO

    11. CARHUS Plus+

  15. Submissões sucessivas, até que a RAC fosse aceita (no final de 2020) para listagem no COPE, permitindo obter uma sinalização concreta para os indexadores e audiência da RAC acerca da qualidade e do rigor do processo editorial praticados na revista.

  16. Lançamento (no volume 25, número 4, 2021) da seção de Cartas Executivas, de modo a aumentar a interlocução com o meio de praticantes da administração, e ao mesmo tempo fornecer relevantes informações para a comunidade de pesquisadores acerca dos conteúdos que parecem prioritários para os indivíduos atuantes no front do cotidiano da administração.

Estabelecimento de uma identidade distintiva e um escopo ímpar para a RAC

A identidade da RAC tem sido marcada por um processo evolutivo, conforme narram Rossoni e Rosa (2020Rossoni, L., & Rosa, R. A. (2020). Genesis, impact, and identity of the Journal of Contemporary Administration. Revista de Administração Contemporânea, 24(5), 448-473. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2020200126
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). Contudo, algo que parece factual é que a revista tem alcançado relativo sucesso no seu posicionamento como um periódico de destaque, sem que isso implique inexistência de trabalho a ser feito em termos de delineamento e consolidação da identidade distintiva da revista, incluindo-se o seu escopo. Assim, de modo a não deixar de realçar o acervo e a comunidade existente ao redor da RAC, neste ciclo editorial, buscamos atribuir fronteiras mais claras para o escopo e para a contribuição da revista para a sociedade. Como primeira atividade, no início do ciclo de gestão editorial, optei por investir algum esforço na definição de uma identidade visual que melhor caracterizasse a RAC, incluindo-se a construção de um website inteiramente novo, mais informativo e mais responsivo (Figura 1).

Figura 1
Vista do website da Revista de Administração Contemporânea - RAC.

Para além de aspectos estéticos e de apresentação gráfica, houve especial preocupação em sinalizar para a comunidade o que a RAC intencionava publicar naquele momento, i.e., trabalhos alinhados com os princípios de open science, e que trouxessem contribuição para o debate ao redor da agenda de SDGs, e isso implicou a adoção de um conjunto de nove chamadas especiais planejadas, conforme segue:

  1. Nudging and Choice Architecture (Leal, Oliveira, Branco-Illodo, & Salvador, 2020Leal, C. C., Oliveira, B., Branco-Illodo, I., & Salvador, M. L. E. (2020). Call for papers: Nudging and choice architecture. Revista de Administração Contemporânea. Zenodo. http://doi.org/10.5281/zenodo.3900050
    http://doi.org/10.5281/zenodo.3900050...
    ): em andamento.

  2. Research Methods in Qualitative Management Research (Lanka, Lanka, Ronstron, & Singh, 2019Lanka, E., Lanka, S., Rostron, A., & Singh, P. (2019). Research methods in qualitative management research. Revista de Administração Contemporânea. Zenodo. http://doi.org/10.5281/zenodo.3934265
    http://doi.org/10.5281/zenodo.3934265...
    ): em andamento.

  3. Insurance Industry (Carvalho, Flores, & Valdez, 2020Carvalho, J. V. F., Flores, E., & Valdez, E. A. (2020). Call for papers: Insurance industry. Revista de Administração Contemporânea. Zenodo. http://doi.org/10.5281/zenodo.3900264
    http://doi.org/10.5281/zenodo.3900264...
    ): em andamento.

  4. Data Reuse: What New Information Can We Learn from Used Data? (Martins & Perlin, 2020Martins, H. C., & Perlin, M. S. (2020). Call for papers: Data reuse: What new information can we learn from used data? Revista de Administração Contemporânea. Zenodo. https://doi.org/10.5281/zenodo.3858031
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    ). Nenhum trabalho foi selecionado. Nós suspeitamos que mais esforço de divulgação e melhor informação da comunidade acerca do potencial de reuso de dados para a produção de novos trabalhos possam ser valiosos indutores de reuso de dados.

  5. COVID-19’s Impact on Businesses (Chimenti & Marques, 2020Chimenti, P., & Marques, L. (2020). Teaching Covid-19’s Impact on Business. Revista de Administração Contemporânea. Zenodo. http://doi.org/10.5281/zenodo.3744800
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    ): 16 Casos para Ensino dedicados às lições aprendidas com a pandemia de COVID-19 no Brasil, publicados no volume 25, número especial, 2021 (Marques, Chimenti, & Mendes-da-Silva, 2021).

  6. Business Models at the Crossroad of Responsible Innovation, Sustainability and Resilience (Oftedal, Bertella, Grzegorczyk, Hill, & Lanka, 2020Oftedal, E., Bertella, G., Grzegorczyk, M., Hill, P. M., & Lanka, S. (2020). Call for papers: Business models at the crossroad of responsible innovation, sustainability and resilience. Revista de Administração Contemporânea. Zenodo. http://doi.org/10.5281/zenodo.3754339
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    ): publicada no volume 25, número 3, 2021.

  7. Tutorial Articles: Guiding the Practice of Quantitative Research (Martins, 2019Martins, H. (2019). Tutorial articles: Guiding the practice of quantitative research. Revista de Administração Contemporânea. Zenodo. http://doi.org/10.5281/zenodo.3558928
    http://doi.org/10.5281/zenodo.3558928...
    ): publicada no volume 25, número 1, 2021.

  8. Corporate Governance in Family Businesses (Mendes-da-Silva, 2018bMendes-da-Silva, W. (2018b). Chamada especial governança corporativa de empresas familiares-RAC. Zenodo. https://doi.org/10.5281/zenodo.2247752
    https://doi.org/10.5281/zenodo.2247752...
    ): publicada no volume 23, número 6, 2019. Registro aqui o agradecimento pela parceria estabelecida entre a RAC e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC na realização dessa edição especial da RAC.

  9. Technology Perspectives and Innovative Scenarios Applied in the Amazon Region (Arruda Filho, Muylder, Cançado, Dholakia, & Paladino, 2019Arruda Filho, E. J. M., Muylder, C. F., Cançado, A. C., Dholakia, R. R., & Paladino, A. (2019). Technology perspectives and innovative scenarios applied in the Amazon region. Revista de Administração Contemporânea, 23(5), 607-618. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2019190303
    https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2019...
    ): publicada no volume 23, número 5, 2019.

Ao longo desse termo de gestão editorial eu persegui a otimização da qualidade da revista, no âmbito da sua identidade distintiva. Nesse sentido, devo realçar que aspectos daí decorrentes, como internacionalização, não foram tratados como um fim per se, mas como consequência, externalidade. Isto é, a premissa foi: fazer o que precisa ser feito, e a revista científica naturalmente assumirá seu posicionamento no concerto dos periódicos de qualidade (no sentido de contribuição para a sociedade, para além da comunidade de pesquisadores).

Em que pese as práticas de open science, notadamente o compartilhamento de dados e materiais, não serem unanimidade entre autores e editores, players relevantes, como o Scielo e o COPE, já disseminam amplamente orientações explícitas no sentido de promover gradual e irreversivelmente o compartilhamento público de dados, materiais, códigos de coleta e de análise de dados, pareceres emitidos pelos avaliadores e outras porções do processo editorial.

Tendo em vista esse movimento e o trabalho contínuo da RAC nesse sentido, os editores da RAC voluntariamente atenderam a convites e solicitações de apresentações acerca das práticas e aprendizados, como foi o caso da VIII Reunião Anual Scielo (Figura 2), de encontros da Anpad, de eventos científicos locais e de outros periódicos editados no Brasil cujos indivíduos editores estão interessados em adotar, e enfatizar, práticas de open science.

Figura 2
Apresentação da Revista de Administração Contemporânea - RAC na VIII Reunião Anual Scielo 2019, versando sobre práticas de ciência aberta adotadas pela RAC.

Contudo, o esforço envidado em direção a open science não vem desprovido da necessidade de alinhamento com práticas internacionais razoavelmente consolidadas. Nesse sentido, a RAC procurou estar em contato estreito com indivíduos e organismos de relevância na comunidade acadêmica, de maneira a acompanhar as práticas modernas e classificadas como as mais apropriadas. Uma ilustração disso foi a costumeira participação da RAC no Council of Science Editors - CSE Meeting 2019 (Figura 3), evento no qual pesquisadores, editores e publishers de diversas áreas de conhecimento encontram-se regularmente para o intercâmbio de ideias.

Figura 3
Grupo de participantes do Curso para Editores Científicos no Council of Science Editors 2019.

Conforme as práticas de open science vão sendo consolidadas na RAC, e novos artigos forem publicados, paulatinamente a identidade da revista tomará contornos mais claros. Em consequência, tornar-se-á mais explícito o posicionamento editorial da revista, e sua contribuição para a sociedade, desempenhando o papel de fonte de conhecimento e de dados confiáveis. Em adição, pautas de elevada importância em open science, mas ainda carentes de desenvolvimento na comunidade, já começam a dar sinais de impacto por meio de algumas práticas e iniciativas da RAC.

A título de ilustração, ao passarmos a dar a opção a autores e revisores de tornar público o diálogo ao longo do processo de avaliação dos manuscritos publicados, felizmente uma parcela significativa dos trabalhos (Artigos e Casos para Ensino) apresenta as identidades dos indivíduos avaliadores, e especialmente o conteúdo na íntegra dos pareceres. Isso permite que novos avaliadores e novos autores possam apoiar-se nesse novo e valioso conteúdo para desenvolver suas habilidades. O reconhecimento do trabalho voluntário de avaliadores (Mendes-da-Silva, 2018cMendes-da-Silva, W. (2018c). Reconhecimento da contribuição do avaliador anônimo. Revista de Administração Contemporânea, 22(5), 1-13. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2018180281
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) é um ponto que merece especial cuidado por parte do editor, e tais práticas têm impactado positivamente os revisores atuantes na RAC (Figura 4).

Figura 4
Replicação de post em rede social realizado por um revisor voluntário da Revista de Administração Contemporânea.

É evidente que precisamos investir fortemente na qualificação dos revisores, sendo cogitado pela RAC, inclusive, fomentar um programa estruturado e formalizado (gratuito) de desenvolvimento e certificação de revisores, a exemplo do exitoso ACS Reviewer Lab, da American Chemical Society (2017). Todos nós sabemos da relevância de boas avaliações, mas infelizmente ainda não temos um sistema que permita a estruturada instrução de indivíduos para fornecer bons pareceres; Precisamos (como comunidade) investir nessa agenda de profissionalização e de reconhecimento.

Quando olhamos especificamente para o acervo de artigos com dados abertos da RAC, constatamos que, dos 948 artigos publicados pela RAC entre janeiro de 1997 e dezembro de 2021, quase 60 têm dados e/ou materiais abertos. A política de dados abertos foi adotada em maio de 2018, a partir de quando foi paulatinamente incentivada, até que se tornou mandatória para trabalhos submetidos a partir do final de 2020.

Autores que desejarem conferir dados e/ou materiais abertos para artigos publicados pela RAC anteriormente a maio de 2018 podem fazê-lo sem maiores dificuldades, bastando seguir as orientações que o escritório editorial da RAC compartilha para esse efeito. Um exemplo disso é um trabalho de autoria de Mendes-da-Silva, Onusic e Giglio (2013Mendes-da-Silva, W., Onusic, L. M., & Giglio, E. M. (2013). Rede de pesquisadores de finanças no Brasil: Um mundo pequeno feito por poucos. Revista de Administração Contemporânea, 17(6), 739-763. https://doi.org/10.1590/S1415-65552013000600007
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), que originalmente não tinha dados abertos, passando a tê-lo em 2018 (ver o ano de 2013 na Figura 5). Assim, há espaço para que uma expressiva parcela dos artigos já publicados pela RAC possa estar em linha com a moderna política de ciência aberta, dirigida a promover a produção e difusão acelerada de conhecimento (PLOS Media, 2021).

Figura 5
Evolução do número de artigos publicados pela RAC e parcela de artigos com dados e/ou materiais abertos (1997-2021).

UM POUCO A RESPEITO DE NÚMEROS

Após quase 25 anos de trajetória, a RAC publicou uma diversidade de documentos que vão desde artigos científicos até Cartas Executivas (estas mais recentemente). Desde então, quase 950 artigos científicos inéditos passaram a estar disponíveis gratuitamente à sociedade, quase 60 deles com livre acesso aos dados e/ou materiais utilizados para o desenvolvimento da pesquisa (Figura 5), e que podem servir a novos pesquisadores. Conforme apresenta a Figura 5, desde 2018 a quantidade de artigos com dados e/ou materiais abertos vem crescendo rapidamente. Em contraste, a quantidade de artigos que não apresentam ao menos uma explicação dos autores do trabalho para não compartilhar os dados (dados secretos) vem sendo gradativamente reduzida, já que recentemente (final de 2020) a RAC, em atendimento a procedimentos adotados pelo Scielo, e em linha com o COPE, tornou mandatório o compartilhamento de dados.

Em determinadas situações os dados podem acabar não sendo compartilhados, mas nesses casos o código de análise deve ser sempre compartilhado, caso tenha havido algum tipo de análise, mesmo que qualitativa. Um aspecto que merece investimento de atenção e desenvolvimento é a intensificação da política de dados e materiais abertos para estudos de natureza qualitativa (Aguinis & Solarino, 2019Aguinis, H. & Solarino, A. M. (2019). Transparency and replicability in qualitative research: The case of interviews with elite informants. Strategic Management Journal, 40(8), 1291-1315. https://doi.org/10.1002/smj.3015
https://doi.org/10.1002/smj.3015...
; Moravcsik, 2014Moravcsik, A. (2014). Transparency: The revolution in qualitative research. PS: Political Science & Politics, 47(1), 48-53. https://doi.org/10.1017/S1049096513001789
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; Plakoyiannaki, Wei, & Prashantham, 2019Plakoyiannaki, E., Wei, T., & Prashantham, S. (2019). Rethinking qualitative scholarship in emerging markets: Researching, theorizing, and reporting. Management and Organization Review, 15(Spe. 2), 217-234. https://doi.org/10.1017/mor.2019.27
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). Conforme destaco em editorial anterior (Mendes-da-Silva, 2019bMendes-da-Silva, W. (2019b). Have we been transparent enough? Challenges in replicability and credibility in business research. Revista de Administração Contemporânea, 23(5). https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2019190306
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, p. 3): “Já é possível constatar, na comunidade internacional, iniciativas de classificação de periódicos conforme a reprodutibilidade típica da pesquisa publicada, por exemplo: https://replicationindex.com/tag/replicability/”.

Isto é, os benefícios advindos do compartilhamento de dados e materiais não são exclusividade de estudos quantitativos, até mesmo pelo motivo de a replicabilidade (a) constituir-se como um atributo que se aplica a qualquer estudo que implique a possibilidade de um indivíduo pesquisador interessar-se em repetir a pesquisa, independentemente do nível de replicação que esteja em consideração, ou (b) ser meio para assegurar requisitos mínimos para atestar a confiabilidade e a validade de resultados decorrentes de pesquisa qualitativa (Ethiraj, Gambardella, & Helfat, 2016Ethiraj, S., Gambardella, A., & Helfat, C. (2016). Replication in strategic management. Strategic Management Journal, 37(11), 2191-2192. https://doi.org/10.1002/smj.2581
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; Lecompte & Goetz, 1982Lecompte, M., & Goetz, J. P. (1982). Problems of reliability and validity in ethnographic research. Review of Educational Research, 52(1), 31-60. https://doi.org/10.3102/00346543052001031
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; Mendes-da-Silva, 2019bMendes-da-Silva, W. (2019b). Have we been transparent enough? Challenges in replicability and credibility in business research. Revista de Administração Contemporânea, 23(5). https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2019190306
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https://doi.org/10.2307/259353...
). Contudo, não esqueçamos que, em última análise, o pesquisador é responsável pelo uso adequado e armazenamento (e/ou compartilhamento) de seus dados de pesquisa.

Em se tratando de interesse de outros países pelo conteúdo publicado na RAC, ao observarmos a Figura 6, verificamos que em termos de volume de acessos ao website da revista, Estados Unidos (ao redor de 8.500 acessos) e Portugal (ao redor de 6.500 acessos) têm sido os países que mais frequentemente aparecem, seguidos por Panamá, Moçambique, Reino Unido, Angola, México, Colômbia, Alemanha e Espanha.

Figura 6
Lista dos 30 países que mais frequentemente acessaram o website da RAC (outubro/2018 a fevereiro/2021).

Em que pese a RAC (ao menos ainda) não figurar nas famosas listas de periódicos considerados de maior qualidade, o que pessoalmente suponho que possa ocorrer muito em breve, é possível notar uma expressiva atenção recebida por revistas presentes nessas listas. A esse respeito, revistas listadas na Scopus, apenas no Brasil, já citaram trabalhos publicados na RAC mais de 1.600 vezes. A Figura 7 apresenta a frequência de citações na Scopus, por país (porção à esquerda da Figura 7) e por periódico (porção à direita da Figura 7).

Figura 7
Citações à Revista de Administração Contemporânea no indexador Scopus (conforme periódico e país† de origem da citação).

É notável a parcela de citações oriundas de Portugal, Estados Unidos, Espanha e Reino Unido. Mesmo assim, em termos de revistas, a RAC ainda é relativamente restrita a citações advindas de revistas editadas no Brasil (com destaque para a Revista de Administração Mackenzie, Revista de Administração de Empresas e Revista de Administração Pública). Provavelmente, com a recente adoção de publicação do acervo integralmente (também) em idioma inglês, e com a política de open science em plena consolidação, é razoável esperar o aumento gradativo do total de citações e da parcela oriunda de outros países.

Quando observadas as citações recebidas pela RAC originadas em outro indexador de relevância internacional, o Web of Science, foram encontrados 872 trabalhos publicados na RAC, os quais foram alvo de 3.321 citações até 3 de março de 2021. A Tabela 2 apresenta a lista dos 50 documentos mais frequentemente citados no Web of Science até o início de março de 2021, sendo o texto intitulado “Construindo o conceito de competência”, publicado no volume 5, número especial em 2001, o mais citado, com 107 citações.

Tabela 1
Caracterização do ritmo do processo editorial da Revista de Administração Contemporânea (2019/1-2020/2).
Tabela 2
Artigos publicados na RAC mais frequentemente citados na Web of Science (posição em 3 de março de 2021).

Portanto, nas duas plataformas de contagem de citações de alcance internacional, Scopus e Web of Science, a RAC evidencia um determinado número de citações. Essa constatação, aliada aos avanços em diversos temas do processo editorial, permite assumir como razoável supor que em breve a revista estará presente nessas listas, e como resultado espera-se o aumento da quantidade e da qualidade dos trabalhos publicados pela revista muito em breve.

Ainda que não seja o motivo principal deste relatório de gestão editorial, convém registrar que não fez parte da alçada do EIC qualquer nível de decisão relativo à gestão financeira decorrente das atividades editoriais, seja no planejamento orçamentário, seja na sua execução. Esse tema ficou restrito às Diretorias e Presidência da Anpad ao longo do termo deste mandato (maio/2018 a maio/2021).

O processo editorial da RAC ocorre mediante a colaboração entre autores, revisores e editores, e ainda com a atuação do Escritório Editorial da RAC, fornecedores de serviços de revisão de texto e de suporte na preparação de formatos alternativos dos documentos para atender a critérios de indexadores. Esses players, em conjunto, acabam por determinar o quão veloz e criterioso é o trabalho que resulta nos documentos publicados. Assim, é um trabalho que não termina, está sempre em evolução. Portanto, é necessária a atenção especial nas diferentes fases do processo, que é caracterizado pelos indicadores. Adiante, na Tabela 1, estão resumidos os principais indicadores do trabalho desenvolvido na RAC entre o segundo semestre de 2019 e o segundo semestre de 2020. É possível verificar uma gradativa redução (~54%) do ciclo editorial; isto se deve principalmente à presteza com a qual os pareceristas foram capazes de apresentar suas opiniões para os trabalhos submetidos, além da redução do número de trabalhos que seguem para peer review, de modo a poupar tempo e esforço tanto dos avaliadores quanto (e especialmente) dos autores.

DESAFIOS VINDOUROS À RAC

Em que pese haver indicações de que a permanência por períodos menos curtos na editoria de um periódico pode induzir melhor aproveitamento dos aprendizados adquiridos pelo editor, em favor do processo editorial da revista, pessoalmente, vejo que os ganhos líquidos de permanecer por mais tempo na editoria podem ser negativos, pois permanecer por mais tempo pode ao mesmo tempo: deixar de aproveitar a energia que novos (não necessariamente os mais jovens) indivíduos editores podem trazer, deixar de aproveitar novas ideias e concepções latentes na comunidade, induzir acomodação no ritmo de trabalho do editor e equipe editorial e impedir que o editor possa refletir sua experiência em outras esferas da comunidade que guardem sinergia com a experiência adquirida na gestão do processo editorial.

Por esse motivo, é inegável que mesmo que a revista tenha avançado em alguns tópicos, o processo de desenvolvimento não tem como deixar de ser permanente, há e haverá sempre muito a ser feito, especialmente quando os recursos são escassos. Portanto, desafios são parte da agenda de trabalho do editor. Com a intenção de deixar uma pequena contribuição para a agenda de trabalho vindoura, seguem aspectos que julgo merecedores de especial atenção, tendo em vista a missão da RAC como patrimônio da comunidade, construído a partir da colaboração de editores e autores (deixo aqui o registro de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelos editores predecessores à frente da RAC desde a sua fundação: Clóvis Machado-da-Silva - 1997-2001, César Gonçalves Neto - 2001-2002, Tomás de Aquino Guimarães - 2002-2005, Rogério Hermida Quintella - 2006-2012 e Herbert Kimura - 2012-2018).

  • Desenvolvimento da qualidade e da celeridade dos pareces recebidos: Os avaliadores anônimos constituem parte essencial do processo editorial, e como tal devem receber especial atenção no processo editorial. A RAC conta com centenas de pessoas que doam seu tempo para esse papel. Mas é necessário diversificar, ampliar, qualificar e reconhecer o trabalho dessas pessoas cada vez mais raras.

  • Consolidação da política de ciência aberta: A iniciativa de promoção da transparência induzida em meados de 2018 constitui-se como chave para o crescimento de consolidação da RAC, para que a revista esteja em linha com as modernas práticas editoriais adotadas ao redor do mundo.

  • Exploração do potencial de inserção (de maneira profissional e estruturada) da revista via mídias sociais: A par da necessidade de impactar a sociedade, é inegável a conveniência de estratégias e práticas profissionalizadas (não aleatórias ou casuísticas) de emprego de mídias sociais, e isso implica alocação de recursos (não apenas financeiros).

  • Consolidação da revista como fonte de dados críveis: Uma externalidade positiva da política de open science é o acúmulo de material compartilhado pelos autores. Em decorrência disso, naturalmente a revista passa a desempenhar o papel de fonte de dados para realização de pesquisas. Isso pode ocasionar diversos impactos positivos, e.g.: redução dos custos de realização de novas pesquisas, inserção de novos pesquisadores que experimentam dificuldades para acesso a dados, atração de novos indivíduos para a audiência da RAC (como a imprensa de negócios).

  • Estabelecimento de canais consistentes de interlocução com a sociedade: Colocadas em conjunto política de dados e materiais abertos, uso de mídias sociais, diversificação da base de avaliadores, atração de autores de novos contextos, passa a ser viável considerar a intenção de tornar a RAC um elo entre a comunidade de pesquisadores e a sociedade.

  • Atração de submissões oriundas de outros países: Deve ser naturalmente impulsionada quando em breve a RAC for listada nos indexadores de maior relevância internacional, após esforços de interlocução com os indexadores, e.g., listagem no COPE, versão em inglês do site, publicação integral em língua inglesa, chamadas especiais lideradas por colegas atuantes em outros países, entre outras iniciativas.

  • Consolidação de sua identidade editorial: Não parece razoável, ao menos para este editor, estabelecer a identidade de um periódico científico com base no idioma em que os trabalhos são publicados. Em vez disso, cabe buscar a ênfase nos delimitadores do escopo e da missão da revista. Ao longo deste ciclo de gestão editorial foram envidados esforços para adotar um escopo mais claramente contributivo para a comunidade, até mesmo para que fossem satisfeitas demandas de agentes indexadores e órgãos de certificação de alcance e reputação internacionais com os quais a RAC passou a buscar interlocução mais estreita, de modo a realçar o seu papel.

  • Investir esforço em identificar meios alternativos de sustentabilidade financeira: Tendo em vista as crescentes restrições financeiras que limitam o crescimento e a profissionalização da revista, ainda que os esforços para vencer dificuldades sejam louváveis, é necessário refletir acerca de meios de diversificar o risco da sustentação financeira da RAC, e.g., permitir a percepção de doações de indivíduos e organizações, sem que isso implique comprometer a lisura do processo editorial.

  • Estrutura segue estratégia: A par de desafios que se apresentem à RAC, deixo a sugestão para que não somente o destino da revista seja claramente demarcado, mas também que em função dele haja um especial cuidado para estruturar a revista em termos de recursos de diversas espécies.

Espero que saiamos deste período de pandemia com saúde e com aprendizados para nossas vidas. Muito obrigado à comunidade pela confiança e pela oportunidade de aprender. Até breve, e sorte à nova editoria da RAC!

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Maio 2021
  • Data do Fascículo
    2021
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