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Estratégias para competitividade na produção: o enfoque do leste asiático

Resumos

Neste artigo, o autor apresenta as especificidades da cultura Leste Asiática e, em especial, do estilo japonês de gestão da produção. Quatro aspectos são examinados: as medidas internas à empresa, destinadas a aumentar a qualidade e a produtividade, os relacionamentos interfirmas envolvendo considerações de custos entre verticalização externa e integração interna ou horizontal, a promoção das pequenas e médias empresas, enfatizando as medidas relativas às políticas de apoio às mesmas e, por fim, as orientações políticas, sumarizando sugestões para os países em desenvolvimento.

Gestão estratégica; sistemas de produção; políticas públicas; pequenas e médias empresas; qualidade; competitividade


Peculiarities of East Asian culture focusing on the japanese style of production management are tackled. Issues as in-house measures to increase productivity and quality, inter-jirm relationshipe, cost aspects of internal/external verticalization and horizontal integration, leverage of small/medium scale firms through policies of base themselves are followed by policy directions for developing countries.

Strategic management; production systems; policies; small and medium scale enterprises; quality and competitiveness


COLABORAÇÃO INTERNACIONAL

Estratégias para competitividade na produção: o enfoque do leste asiático

Mitsuhiro Kagami

Professor Visitante, Banco Interamericano de Desenvolvimento. Washington D.C.

RESUMO

Neste artigo, o autor apresenta as especificidades da cultura Leste Asiática e, em especial, do estilo japonês de gestão da produção. Quatro aspectos são examinados: as medidas internas à empresa, destinadas a aumentar a qualidade e a produtividade, os relacionamentos interfirmas envolvendo considerações de custos entre verticalização externa e integração interna ou horizontal, a promoção das pequenas e médias empresas, enfatizando as medidas relativas às políticas de apoio às mesmas e, por fim, as orientações políticas, sumarizando sugestões para os países em desenvolvimento.

Palavras-chave: Gestão estratégica, sistemas de produção, políticas públicas, pequenas e médias empresas, qualidade e competitividade.

ABSTRACT

Peculiarities of East Asian culture focusing on the japanese style of production management are tackled. Issues as in-house measures to increase productivity and quality, inter-jirm relationshipe, cost aspects of internal/external verticalization and horizontal integration, leverage of small/medium scale firms through policies of base themselves are followed by policy directions for developing countries.

Key words: Strategic management, production systems, policies, small and medium scale enterprises, quality and competitiveness.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Artigo recebido pela Redação da RAE e aprovado para publicação em agosto/93.

Tradução de Maria Inês Barreto, revista pelo Professor José Luiz Celeste, Professor do Departamento de Informática e Métodos Quantitativos da EAESP/FGV.

1. NT: o autor utiliza a expressão down stream fírms ao referir-se às empresas que se seguem na cadeia produtiva.

2. Algumas vezes citados como "indústrias de suporte", uma vez que sustentam as montadoras, suprindo-as com seus produtos.

3. N. R.: vantagens semelhantes a um benefício monetário.

4. N.T.: tratam-se de empresas situadas nos estágios inicial e intermediário da cadeia produtiva, respectivamente.

5. No Japão, o prêmio mais prestigiado é o Deming Prize, assim denominado em homenagem ao Dr. W. Edwardas Deming, que foi o primeiro a introduzir os conceitos de controle de qualidade no Japão, no início dos anos 50. Veja, por exemplo, AGUAVO, R. Dr. Deming: the American who taugh the Japanese about quality. Simon and Shuster Inc., 1990.

6. AOKI, M. Information, incentives and barbaining in the Jspanese economy.Cambridge University Press, 1988.

7. Kanban literalmente significa as etiquetas de madeira que exibem o nome de uma tarefa/procedimento.

8. N. R.: em inglês pallet, aportuguesado "palete", é o estrado para empilhamento que depois será transportado. O kanban é pendurado num tripé.

9. WILLIAMSON, O.E. The economic institutions of capitalism. The Free Press, 1985.

10. COASE, R. H. The nature of the firm. Econômica, V. 4, p. 386-405,1937.

11. WOMACK, J.P.; JONES, D.T.; ROSS, D. The machine that changed the world. Rawson Associates, 1990.

12. Arrow (ARROW, K. The limits of organization. W.W. Norton and Co., 1974. p. 23) argumenta que "A confiança é um importante lubrificante do sistema social. Ela é extremamente eficiente; ter um grau justo de confiança nas palavras dos outros elimina um grande número de problemas ... Esses valores (confiança e outros similares, tais como lealdade ou verdade) aumentam a eficiência do sistema, capacitando-o a produzir mais bens ou mais de qualquer valor tido em alta conta".

13. Recentemente, este sólido acordo de cavalheiros tem se quebrado e os fabricantes de partes atualmente vendem seus produtos por toda parte, sem considerar os seus vínculos com os grupos, devido à recessão e ao rápido avanço tecnológico. Como resultado, as montadoras mais fracas necessitam de partes high-tech de outras famílias keiretsu.

14. AOKI, M. Op. cit.

15. Joka-machi, significa, literalmente, "cidade do castelo", onde um lorde construiu um castelo e pessoas reuniram-se em torno para servi-lo, na época feudal. Exemplos de jokamachi modernos são a Toyota, perto de Nagoya, Matsuhita, perto de Osaka, Mazda, perto de Hiroshima e agrupamentos de alta tecnologia a recém-criados.

16. A Lei Básica foi promulgada em 1963. Tomando-se como parâmetro a taxa de câmbio daquela época, US$1 =Y360, o tamanho do capital equivale a US$ 278 mil (= Y30 milhões): e US$ 28 mil (= Y10 milhões), respectivamente.

17. Esta Lei foi severamente criticada pelo Estados Unidos no 5tructural Impediment Initiative (511), durante a administração Bush. A TOYSQ'US abriu a sua primeira loja no Japão em 1991, após esta lei ter sido emendada.

18. De acordo com o Livro Branco (1991), o montante desembolsado para as PMEs, até 1990, importou em 288.215 bilhões de yens (aproximadamente US$ 1.441 bilhões), do qual essas três instituições (BCCIC, CPF e CFPN) contribuíram com apenas 8,6%. O volume de créditos foi concedido pelos bancos comerciais. As associações de crédito também desempenharam um importante papel, contribuindo com 15%.

19. UEDA, H. Taiheiyo sensohki ni okeru shitauke-kansei (Relações Subcontratuais durante o Período da Segunda Guerra Mundial). Kigyokan Kankei to chushokigyo: chushokigyo riron no saikento (Pequenas indústrias e relações interfirmas: reconsideração da teoria sobre as Pequenas Indústrias). Doyukan, Tóquio: Associação japonesa para as Pequenas e Médias Indústrias, 1992. A Matsushita Eletric Co. tinha 213 subcontratadas, destas 36 foram fábricas designadas em 1943.

20. KOMIYA, R. Nihon Niokeru Dokusen to kigyorijun (Monopólio e Lucros Corporativos no Japão). Kigyokeizai Bunseki. Tóquio: Nakamura, 1962.

21. MIWA, Y. Nihon no Kigyo to sangyososhiki (Corporações japonesas e estrutura industrial). Japão: University of Tokyo Press, 1990.

22. KIYONARI, T. Chushokigyo Dokuhon (Leituras sobre as Pequenas e Médias Empresas). Tóquio: Toyokeizal Shinposha, 1990.

23. Uma firma subcontratada é uma empresa com 300 (ou menos) pessoas envolvidas, ou com capital subscrito equivalente ou inferior a 100 milhões de yens, que possui uma relação contratual com uma empresa maior (a empresa principal) para fornecimento de uma peça, um produto processado ou um material, ou, ainda, envolvida com trabalho de reparo.

24. The Wall Street Journal,"A Nova Estratégia de Detroit para rechaçar os Japoneses é a de Copiar as Suas Idéias", 1º de Outubro de 1992.

25. WOMACK, J.P.; JONES, D.T.; ROSS, D. Op. cit.

26. SHAIEKN, H., BROWNE, H. Japanese work organization in Mexico. Manufacturing across borders and oceans: Japan, the United States and Mexico. San Diego: Center for U. S. Mexican Studies, University of California, 1991; GONZALES-ARÉCHIGA, B.Y RAM[REZ, J.C. Sucontratación y empresas transnacionales: apertura y restructuración en la maquíladora. El Colegio de La Frontera Norte, 1990; CARRILLO, J.V. La nueva era de la industria automotríz en México. El Colégio de la Frontera Norte, 1990.

  • 5. No Japão, o prêmio mais prestigiado é o Deming Prize, assim denominado em homenagem ao Dr. W. Edwardas Deming, que foi o primeiro a introduzir os conceitos de controle de qualidade no Japão, no início dos anos 50. Veja, por exemplo, AGUAVO, R. Dr. Deming: the American who taugh the Japanese about quality. Simon and Shuster Inc., 1990.
  • 6. AOKI, M. Information, incentives and barbaining in the Jspanese economy.Cambridge University Press, 1988.
  • 9. WILLIAMSON, O.E. The economic institutions of capitalism. The Free Press, 1985.
  • 10. COASE, R. H. The nature of the firm. Econômica, V. 4, p. 386-405,1937.
  • 11. WOMACK, J.P.; JONES, D.T.; ROSS, D. The machine that changed the world. Rawson Associates, 1990.
  • 19. UEDA, H. Taiheiyo sensohki ni okeru shitauke-kansei (Relações Subcontratuais durante o Período da Segunda Guerra Mundial). Kigyokan Kankei to chushokigyo: chushokigyo riron no saikento (Pequenas indústrias e relações interfirmas: reconsideração da teoria sobre as Pequenas Indústrias). Doyukan, Tóquio: Associação japonesa para as Pequenas e Médias Indústrias, 1992.
  • 20. KOMIYA, R. Nihon Niokeru Dokusen to kigyorijun (Monopólio e Lucros Corporativos no Japão). Kigyokeizai Bunseki. Tóquio: Nakamura, 1962.
  • 21. MIWA, Y. Nihon no Kigyo to sangyososhiki (Corporações japonesas e estrutura industrial). Japão: University of Tokyo Press, 1990.
  • 22. KIYONARI, T. Chushokigyo Dokuhon (Leituras sobre as Pequenas e Médias Empresas). Tóquio: Toyokeizal Shinposha, 1990.
  • 26. SHAIEKN, H., BROWNE, H. Japanese work organization in Mexico. Manufacturing across borders and oceans: Japan, the United States and Mexico. San Diego: Center for U. S. Mexican Studies, University of California, 1991;
  • GONZALES-ARÉCHIGA, B.Y RAM[REZ, J.C. Sucontratación y empresas transnacionales: apertura y restructuración en la maquíladora. El Colegio de La Frontera Norte, 1990; CARRILLO, J.V. La nueva era de la industria automotríz en México. El Colégio de la Frontera Norte, 1990.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Jun 2013
  • Data do Fascículo
    Out 1993
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