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Palavras do diretor da Ebape e da diretora da RAP

Palavras do diretor da Ebape e da diretora da RAP

É com grande satisfação que editamos um número especial comemorativo dos 40 anos de existência da Revista de Administração Pública (RAP). A longevidade de um periódico científico brasileiro na área de administração, que não apresentou qualquer interrupção, por si só, já é um fator a se comemorar. Somente nos últimos anos agências governamentais vêm ampliando linhas de financiamento, assim como instituições particulares vêm editando novas revistas (o que, por sinal, é motivo de comemoração pela comunidade acadêmica da área). A RAP não só conseguiu suplantar a barreira do tempo, como também sempre perseguiu e alcançou altos índices de qualidade. Isto pode ser comprovado pelas avaliações externas recebidas por parte de órgãos como a Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Conselho Nacional de Desenvolvimentos Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e pela inclusão em bases de dados importantes, destacando-se a coleção SciELO Brasil, a partir de 2005.

A alteração da periodicidade da revista também revela seu papel importante no cenário da ciência da administração, em termos nacionais e internacionais, levando a uma necessidade de aumentar o número de edições por ano para atender a uma crescente demanda em termos quantitativos e qualitativos:

semestral — 1967-1871;

trimestral — 1972-1995;

bimestral — 1996 até os dias de hoje.

Para entender melhor a razão desse desempenho editorial, torna-se relevante recordar as circunstâncias que marcaram o surgimento da revista. Para ilustrar, passamos a transcrever parte substancial da apresentação feita pelo então presidente da Fundação Getulio Vargas, Luiz Simões Lopes, em 1967, no número de lançamento da RAP.

Uma revista de administração pública de cunho verdadeiramente acadêmico, no melhor sentido da palavra, é conseqüência lógica do nível a que atingiram o ensino e o estudo sistemático da administração pública em nosso país. Pelo papel pioneiro que desempenha e continua a desempenhar, pelo que pode, ainda, realizar nesse campo e, sobretudo, por acreditar que os métodos e as técnicas administrativas podem constituir poderoso instrumento de mudança no processo do desenvolvimento nacional, a Fundação Getulio Vargas como que sente uma responsabilidade natural pelo lançamento desta Revista.

Sob a orientação do Centro de Pesquisas da EBAP, a Revista estará aberta a quantos estudiosos tenham algo de realmente significativo a dizer sobre o vasto campo das idéias e experiências que constituem o domínio da administração pública como ciência, como técnica e como arte.

Esperamos que ela possa atingir o seu objetivo de promover a divulgação e o debate dessas idéias e experiências e responder aos reclamos dos que anseiam por uma revista brasileira de administração pública com as características que imprimimos a esta publicação.

Com 40 anos de vida, a RAP continua fiel, tanto quanto possível, à orientação que lhe imprimiu seu primeiro diretor, o saudoso professor Diogo Lordello de Mello (no cargo até março de 1972), e que vem sendo aprimorada pelos demais diretores:

abril de 1972 a setembro de 1973 — professor Paulo Roberto Motta;

outubro de 1973 a setembro de 1992 — professora Ana Maria B. Goffi Marquesini;

outubro de 1992 a agosto de 1999 — professor Bianor Scelza Cavalcanti;

agosto de 1999 a outubro de 2002 — professor Armando Cunha;

outubro de 2002 aos dias atuais — professora Deborah Moraes Zouain

A revista alcançou até o momento a marca de 174 edições, das quais 27 especiais, preocupadas com o exame mais extensivo de um tema específico:

política agrícola — RAP 3/1978;

política energética — RAP 4/1978;

desenvolvimento organizacional — RAP 2/1977 e 1/1978;

meio ambiente — RAP 1/1992;

transportes — RAP 1/1974;

multinacionais — RAP 1/1976;

política de informática — RAP 4/1980;

gestão municipal — RAP 2/2005;

saúde — RAP 4/1979, 3/1983, 1/1985, 4/1990, 2/1992, 2/1998 e 2/2003;

controle e política das empresas públicas — RAP 2/1980;

política científica e tecnológica — RAP 2/1973;

intersetorialidade e redes sociais — RAP 6/2003;

regulação — RAP 5/2000 e 4/2006;

reforma do Estado — RAP 3/1994;

desenvolvimento urbano — RAP 2/1978.

Os números a seguir divulgaram material apresentado em eventos relevantes, nacionais e internacionais:

RAP 4/1977 — Seminário de Comportamento na Administração Pública e I Concurso Nacional de Monografias sobre Administração para o Desenvolvimento;

RAP edição extra 1981 — IV Concurso de Monografias Semor Seplan-PR (Secretaria de Modernização e Reforma Administrativa da Secretaria de Planejamento da Presidência da República);

RAP 2/1983 — Simpósio Guerreiro Ramos: resgatando uma obra, promovido pela Ebape;

RAP 1/1984 — Simpósio Internacional sobre Problemas e Perspectivas da Reforma Administrativa no Mundo, promovido pelo International Institute of Administrative Sciences (IIAS).

Uma análise do conteúdo dos números regulares e especiais da revista permite a percepção da clarividência em antever a importância de temáticas no cenário social, político e econômico nacional e internacional, e que tem procurado refletir a tendência de redução da rígida demarcação entre administração pública e privada.

Ressaltamos, ainda, nos caminhos da RAP, a partir de 1999, a instituição do Prêmio Jorge Oscar de Mello Flôres, concedido anualmente. A contribuição do então presidente da Fundação Getulio Vargas à ciência e à prática de administração foi fator determinante para sua escolha e só veio confirmar a excelência do periódico.

O prêmio aumentou ainda mais a exposição da revista, servindo para destacar a qualidade dos trabalhos publicados.

Este número da RAP é constituído por artigos diversos direcionados para temáticas importantes nos cenários nacional e internacional. Houve a preocupação de se convidar autores com sólido conhecimento sobre os temas e que se destacam na área de ensino, pesquisa e prática da administração. Os temas são os seguintes: modernização da administração pública brasileira, reformas da gestão pública brasileira, política pública de ensino superior brasileiro, dimensão pública nos estudos organizacionais, tendências do ensino superior de administração e administração pública no Brasil, pesquisa em administração e conjuntura das escolhas públicas.

Através da Revista de Administração Pública, a Ebape espera continuar a contribuir para o enriquecimento da literatura sobre administração, em geral, e para consolidar ainda mais o papel de destaque desempenhado pela Fundação Getulio Vargas na divulgação de conhecimentos no campo das ciências sociais.

Boa leitura!

Bianor Scelza Cavalcanti

Diretor da Ebape

Deborah Moraes Zouain

Diretora e editora da RAP

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Nov 2007
  • Data do Fascículo
    2007
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