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Intubação por fibra óptica nasal: o que é “redout”?

A intubação nasotraqueal é uma habilidade importante que, infelizmente, é menos praticada na atualidade. Portanto, ficamos encantados em ler sobre a técnica de Rewari et al.11 Rewari V, Ramachandran R, Singh CA. Awake nasal fibre optic intubation—a simple manoeuvre for easy navigation of the fibre scope through the nasopharynx. Rev Bras Anestesiol. 2019, http://dx.doi.org/10.1016/j.bjane.2019.06.011.
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para facilitar a intubação nasotraqueal por fibra óptica. Sugerimos aqui uma maneira de contornar o problema do “apagão” da via aérea (referida como red out pelos autores) ao passar o fibroscópio pela nasofaringe. Em nossa prática, primeiro passamos um tubo traqueal aquecido/maleável e lubrificado através de uma das narinas até a área supraglótica antes de passar o fibroscópio. Na maioria dos adultos, o tubo traqueal teria um diâmetro interno de 7,0 mm. A distância média na qual a ponta do tubo estaria exatamente na entrada da laringe seria de 15 a 17 cm, medida na asa nasal. Para um paciente em respiração espontânea, essa é a distância na qual um avanço adicional resultaria em intubação traqueal bem-sucedida ou, como acontece com mais frequência, na perda do ar expirado através do tubo. É nesse momento que passamos o fibroscópio dentro do lúmen do tubo traqueal. Na mesma profundidade de inserção, está às vezes a laringe imediatamente na visão do fibroscópio, ponto em que o fibroscópio é adicionalmente avançado para dentro da traqueia. Se a visibilidade da laringe não for imediata, a ponta do fibroscópio pode ser manipulada adequadamente, ou 20 a 30 mL de ar podem ser injetados no balonete do tubo traqueal, se houver balonete, para elevar a ponta do tubo de modo que aponte para a laringe. Durante a insuflação do balonete, o operador fica de olho na visão do fibroscópio e a laringe geralmente se torna visível; nesse ponto, para-se de insuflar o balonete e o fibroscópio é avançado para a traqueia. Essa técnica é fácil de executar e não tem a desvantagem de ter de guiar a passagem do fibroscópio pelo espaço aéreo escuro do trato respiratório superior.

Além disso, discordamos respeitosamente dos autores ao mencionarem que “a intubação nasal por fibra óptica em paciente acordado é a técnica de escolha em uma via aérea difícil antecipada”. Embora concordemos que a intubação por fibra óptica em paciente acordado continue a ser a melhor técnica para uma intubação difícil, mesmo na era atual da videolaringoscopia, a intubação orotraqueal (e não a nasotraqueal) continua a ser a técnica preferida na maioria dos ambientes clínicos.

  • Financiamento
    Recursos departamentais e institucionais. Nenhum financiamento externo foi adquirido para o presente trabalho.

Reference

  • 1
    Rewari V, Ramachandran R, Singh CA. Awake nasal fibre optic intubation—a simple manoeuvre for easy navigation of the fibre scope through the nasopharynx. Rev Bras Anestesiol. 2019, http://dx.doi.org/10.1016/j.bjane.2019.06.011
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.bjane.2019.06.011

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Jul 2020
  • Data do Fascículo
    Jan-Feb 2020

Histórico

  • Recebido
    6 Set 2019
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