Acessibilidade / Reportar erro

Comportamento da artéria caudal bovina como enxerto biológico vascular alternativo: estudo experimental em cães. (Nota prévia)

Bovine tail artery as an alternative vascular graft: experimental study in dogs

Resumos

Foram interpostos 20 segmentos de artéria caudal bovina (ACB), tratados com glutaraldeído e formaldeido, nas artérias femorais de 10 cães. O período de seguimento pós-operatório variou de 180 a 297 dias. Foram avaliados: função motora, pulsos (à palpação e ao ultra-sônar), variações das pressões arteriais sistólica, diastólica e média e fluxo através do enxerto, assim como consistência dilatação e coloração quando da retirada. Não houve óbitos, alterações da marcha ou processos inflamatórios nas feridas. Houve trombose total (15%), trombose mural focal (30%), reação linfoplasmocitária focal da adventícia (100%), calcificação unicamente das miocélulas (5%), reendotelização total (60%) e parcial (30%). Por apresentar adequação com diâmetro de pequenas artérias, ter comprimento suficiente para substituir ou atingir diversos segmentos de artérias distais, apresentar rápida endotelização, bem como ausência de rejeição, é demonstrada a receptividade ao uso da ACB como enxerto vascular alternativo.

Artéria femoral; Bioprótese; Materiais biocompatíveis


Twenty segments of bovine tail artery treated with glutaraldehyde were interposed into 10 dog's femoral arteries. The post-operative period varied from 183 to 297 days. Motor function, pulses, systolic, diastolic and median blood pressure and blood flow throught the graft, as well as consistence, dilatation and color in the follow-up period were analysed. There were no deaths, motorfunction or inflammatory changes. There were 15% of total thrombosis, focal wall thrombosis (30%), advential focal linfoplasmocitory reaction (100%), myocells calcification (15%), total reendotelization (60%) and partial (30%). Our data show that bovine tail artery has a diameter adequacy with small arteries, is long enough to replace or reach several distal arterial segments, has easy epitelization, and absence of cytological reation, allowding its use as an alternative graft.

Femoral artery; Bioprosthesis; Biocompatible materials


ARTIGOS ORIGINAIS

Comportamento da artéria caudal bovina como enxerto biológico vascular alternativo: estudo experimental em cães. (Nota prévia)

Bovine tail artery as an alternative vascular graft: experimental study in dogs

Mauro Barbosa Arruda Filho; Mauro Barbosa Arruda

Do Serviço de Cirurgia Cardiovascular e Torácia do Real Hospital Português em Pernambuco

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Mauro Barbosa Arruda Filho Rua Gervásio Fioravante 87/202. Graças Recife, PE, Brasil. CEP: 52011-030 Tel: (081)423-5496

RESUMO

Foram interpostos 20 segmentos de artéria caudal bovina (ACB), tratados com glutaraldeído e formaldeido, nas artérias femorais de 10 cães. O período de seguimento pós-operatório variou de 180 a 297 dias. Foram avaliados: função motora, pulsos (à palpação e ao ultra-sônar), variações das pressões arteriais sistólica, diastólica e média e fluxo através do enxerto, assim como consistência dilatação e coloração quando da retirada. Não houve óbitos, alterações da marcha ou processos inflamatórios nas feridas. Houve trombose total (15%), trombose mural focal (30%), reação linfoplasmocitária focal da adventícia (100%), calcificação unicamente das miocélulas (5%), reendotelização total (60%) e parcial (30%). Por apresentar adequação com diâmetro de pequenas artérias, ter comprimento suficiente para substituir ou atingir diversos segmentos de artérias distais, apresentar rápida endotelização, bem como ausência de rejeição, é demonstrada a receptividade ao uso da ACB como enxerto vascular alternativo.

Descritores: Artéria femoral, cirurgia. Bioprótese, métodos. Materiais biocompatíveis.

ABSTRACT

Twenty segments of bovine tail artery treated with glutaraldehyde were interposed into 10 dog's femoral arteries. The post-operative period varied from 183 to 297 days. Motor function, pulses, systolic, diastolic and median blood pressure and blood flow throught the graft, as well as consistence, dilatation and color in the follow-up period were analysed. There were no deaths, motorfunction or inflammatory changes. There were 15% of total thrombosis, focal wall thrombosis (30%), advential focal linfoplasmocitory reaction (100%), myocells calcification (15%), total reendotelization (60%) and partial (30%). Our data show that bovine tail artery has a diameter adequacy with small arteries, is long enough to replace or reach several distal arterial segments, has easy epitelization, and absence of cytological reation, allowding its use as an alternative graft.

Descriptors: Femoral artery, surgery. Bioprosthesis, methods. Biocompatible materials.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Trabalho realizado no Serviço de Cirurgia Cardiovascular e Torácica - Real Hospital Português em Pernambuco. Núcleo de Cirurgia Experimental do HC-UFPE e LIKA UFPE. Recife, PE, Brasil

Apresentado ao 23º Congresso Nacional de Cirurgia Cardíaca. Recife, PE, 20 a 23 de março, 1996.

  • 1 Glieny Jr. K S, Flege Jr. J B, Callara G M, Tood J C - Twenty years follow up of saphenous vein aortocoronary bypass. Ann Thorac Surg 1992; 53: 258-62.
  • 2 Lowrie G M, Morris Jr. G C, Earle E - Long term result of coronary bypass surgery: analysis of 1698 patients follow 15 to 20 years. Ann Surg 1991; 213: 377-85.
  • 3 Kalan J M & Roberts W C - Morphologic fidings in saphenous veis used as coronary artery bypass conduits for longer than one year. Necropsy analysis of 53 patients, 123 saphenous veins and 1565 five milimiter segments of vein. Am Heart J 1990; 119: 1164-84.
  • 4 Cox J L, Chiasson D A, Gotlieba I - Strange in a strange land. The pathogenesis of saphenous vein graft stenosis with emphasis on strutural and functional differences between veis and artery. Progr-Cardiovasc Dis 1991; 34: 45-68.
  • 5 Lytle B W, Loop F D, Cosgrove D M, Ratclif N B, Easley K, Taylor P C - Long term 15 to 20 years) serial studies of I and saphenous vein coronary bypass grafts. J Thorac Cardiovasc Surg 1985; 89: 248-59.
  • 6 Lytle B W, Loop F D, Taylor P C - Vein graft desease. The clinical impact of stenoses in saphenous vein grafts to coronary arteries. J Thorac Cardiovasc Surg 1992; 103: 831-40.
  • 7 Loop F D - Use of in situ and free internal thoracic artery for miocardial revascularization. J Cardiovasc Surg 1986; 1: 205-16.
  • 8 Loop F D, Lytle B W, Cosgrove D M, Goldinglair R, Taylor P C, Stwart R W - Free aorta-coronary IMA grafts: late results. J Thorac Cardiovasc Surg 1986; 92: 827-31.
  • 9 Zeff R H, Kongtahworn C, Jamrone L A - IMA versus saphenous vein graft to the left anterior descending coronary artery: prospective randomized study with ten year follow up. Ann Thorac Surg 1988; 45: 533-6.
  • 10 Buche M, Schoevaerdts J C, Lovagre Y - Use of inferior epigastric artery for coronary bypass. J Thorac Cardiovasc Surg 1992; 103: 665-70.
  • 11 Chui C - Why do radial artery grafts for aortocoronary bypass failure? A reapraisel. Ann Thorac Surg 1993; 22: 520-3.
  • 12 Mueller D K, Blakeman B D, Pickleman J - Free splenic artery in aorto coronary bypass. Ann Thorac Surg 1993; 55: 162-3.
  • 13 O'Neil G S, Chester H H, Allen S P - Endothelial function of human gastroepiploic artery. Implications for its use as a bypass graft. J Thorac Cardiovasc Surg 1996; 102: 561-5.
  • 14 Suma H, Wambichi Y, Futura S Takeuchi - Does use of gasfroeploic artery graft increase surgical risk? J Thorac Cardiovasc Surg 1993; 101: 121-5.
  • 15 Chara R B, Johnson D C, Nunn G R, Cartmill T B - Aortocoronary bypass grafiting with polytetrafluoretlylene conduits: early and late outcome in eight patients. J Thorac Cardiovasc Surg 1987; 94: 132-4.
  • 16 Sapsford R N, Oakley G D, Talbot S - Early and late patency of expanded polytetrafluorethylene vascular grafts in aorto coronary bypass. J Thorac Cardiovasc Surg 1981; 81: 860-4.
  • 17 Tordoir J N, Van-der-plos J P, Jacobs M I, Kitslaar P I - Factors determining outcome of crural and pedal revascularization for critical limb ischaemia. Eur J Vasc Surg 1993; 7: 82-6.
  • 18 Donzeau G P, Jovatt G, Vouhe P R et al. - Coronary bypass with bovine internal mammary graft. Arch Mal Coeur 1990; 83: 1811-5.
  • 19 Foran R F, Shore E H, Levin P M, Treiman R L - Bovine heterografts for hemodialysis. Wester J Med 1975; 123: 268-74.
  • 20 Harder F & Landmann J - Trends in access surgery for hemodialysis. Surg Ann 1984; 16: 135-49.
  • 21 Rosemberg N, Lora G H, Henderson J, Bothwell J W, Goughran F R L - Collagen arterial graft of bovine origen: seven years observations in dogs. Surgery 1970; 67: 951-6.
  • 22 Rosemberg N, Henderson J, Lord G H, Bothwell J W, Gaughran E R L - The use of enzymetreated heterografts as segmental arterial substitutes: follow up observations of five-year-old implants. Arch Surg 1961; 83: 950-5.
  • 23 Somogy E, Sotony P, Nemes A, Soltesz E - experimental observation regarding the applicability of calf carotid xenograft in vascular surgery. J Thorac Cardiovasc Surg 1980; 21: 723-6.
  • 24 Dale W A & Lewis M R - Modified bovine heterografts for arterial replacement. Ann Surg 1969; 169: 927-46.
  • 25 Nakata Y, Hayakawa N, Nakagami K, Ikezawa T, Maeda S - Late changes in bovine graft. Case report. Jpn J Surg 1982; 12: 368-71.
  • 26 Paré G, Guido I N R, Marois M - Evaluation de deux heterograffes bovines commerciales pour le replacement vasculare. J Chir (Paris) 1980; 117: 331-9.
  • 27 Vasconcelos F J O M - Utilização da artéria mamária bovina tratada pelo glutaraldeído em aorta abdominal de cão: análise morfológica de 11 enxertos após 180 dias de implante. [Tese. Mestrado] Recife: Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, 1988. 152p.
  • 28 De Takats G, Thompson J D, Dolowy W C - Bovine arterial grafts: an experimental study. Ann Surg 1959; 150: 1017-24.
  • 29 Harjula A, Nickels J, Matilla A S - Histological study of glutaraldehyde processed vascular graft of biological origin. Ann Chir Gynecol 1980; 69: 252-62.
  • Endereço para correspondência:

    Mauro Barbosa Arruda Filho
    Rua Gervásio Fioravante 87/202. Graças
    Recife, PE, Brasil. CEP: 52011-030
    Tel: (081)423-5496
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      16 Dez 2010
    • Data do Fascículo
      Dez 1996
    Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular Rua Afonso Celso, 1178 Vila Mariana, CEP: 04119-061 - São Paulo/SP Brazil, Tel +55 (11) 3849-0341, Tel +55 (11) 5096-0079 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: bjcvs@sbccv.org.br