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Curso virtual de futebol e formação humana: análise dos elementos históricos e pedagógicos

Virtual football course and human formation: analysis of historical and pedagogical elements

Curso virtual de fútbol y formación humana: análisis de elementos históricos y pedagógicos

RESUMO

Trata-se de relato de experiência sobre o desenvolvimento do curso virtual “Futebol e formação humana: elementos históricos e pedagógicos”, ação que compôs o conjunto de atividades virtuais do Projeto Academia e Futebol da Universidade Federal do Pará (UFPA) no período da pandemia de Coronavirus Disease-2019 (COVID-19). O objetivo foi analisar as impressões dos cursistas em relação à apropriação do conhecimento transmitido nas oito aulas do curso. A metodologia foi realizada pela pesquisa de campo de caráter exploratório, em que foram aplicados formulários via Google Forms aos 47 cursistas que concluíram o curso virtual. O resultado da análise comprovou que as temáticas via conteúdos foram relevantes e que a metodologia para o tempo pandêmico foi adequada, o que propiciou a apropriação dos conhecimentos.

Palavras-chave:
Futebol; Formação humana; Esporte; Conhecimento

ABSTRACT

This is an experience report on the development of the Virtual Football Course and human formation: analysis of historical and pedagogical elements, an action that composed the set of virtual activities of the UFPA Academy and Soccer Project during the COVID-19 pandemic period. The objective is to analyze the impressions of the students in relation to the appropriation of knowledge transmitted in the eight classes of the course. The methodology was based on exploratory field research where forms were applied via google forms to the 47 students who completed the virtual course. The result of the analysis is that the themes via content were relevant and that methodology for the pandemic time was appropriate which led to the appropriation of knowledge related to the themes of the classes.

Keywords:
Football; Human formation; Sport; Knowledge

RESUMEN

Este es un relato de experiencia sobre el desarrollo del Curso Virtual de Fútbol y formación humana: análisis de elementos históricos y pedagógicos, acción que conformó el conjunto de actividades virtuales de la Academia UFPA y Proyecto de Fútbol durante el período de la pandemia del COVID-19. El objetivo es analizar las impresiones de los estudiantes en relación con la apropiación del conocimiento transmitido en las ocho clases del curso. La metodología se basó en una investigación de campo exploratoria donde se aplicaron formularios a través de formularios de Google a los 47 estudiantes que completaron el curso virtual. El resultado del análisis es que los temas a través del contenido fueron relevantes y que la metodología para el tiempo de pandemia fue adecuada, lo que condujo a la apropiación del conocimiento.

Palabras-clave:
Fútbol; Formación humana; Deporte; Conocimiento

INTRODUÇÃO

O curso virtual “Futebol e formação humana: elementos históricos e pedagógicos” tem origem na parceria consolidada entre a Faculdade de Educação Física do Instituto de Educação da Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor (SNFDT), responsável pela formulação do Projeto Seleções do Futuro, hoje denominado Academia e Futebol, cujo objetivo é oportunizar às crianças e aos jovens a prática esportiva como uma das possibilidades para amenização da vulnerabilidade social em áreas consideradas de risco social das cidades brasileiras.

O texto expõe como ponto de partida a origem e a consolidação do Projeto Academia e Futebol na UFPA. O objetivo, caracterização e justificava da proposta foram desenvolvidos pelo Grupo Linha de Estudos e Pesquisas em Educação Física, Esporte e Lazer (LEPEL), além de apresentar a teoria da Pedagogia Histórico- Crítica e a abordagem metodológica crítico-superadora como bases que sustentam as ações pedagógicas do projeto.

Diante do cenário da pandemia, tornou-se desafiadora a continuidade do Projeto, levando o grupo à realização do Curso Virtual de Futebol como estratégia metodológica de apropriação do conhecimento dos aspectos históricos e pedagógicos do Futebol.

O Projeto Academia e Futebol da UFPA objetiva oportunizar a aprendizagem de práticas futebolísticas (futebol de campo e futsal), contribuindo para o desenvolvimento de crianças e adolescentes dos municípios de Belém, Ananindeua e Castanhal por meio dos fundamentos, técnicas, táticas e regras das modalidades ofertadas. O projeto é coordenado pela LEPEL/UFPA, que concebe às políticas públicas meio de garantia dos direitos sociais, tais como esporte e lazer, que ao serem agregados aos conhecimentos da ciência, da arte e da filosofia e aos valores éticos, geram um processo de humanização, potencializando a atuação dos indivídeuos em sociedade.

Ao assumirmos a parceria com a SNFDT, adotamos o compromisso de mediar a consolidação da função social da Universidade Pública Brasileira, que é possibilitar a garantia de direitos apontados na Constituição Federal Brasileira de 1988 (Brasil, 1988Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal; 1988.), sobretudo no que se refere ao direito ao Esporte e ao Lazer, conforme o art. 217, o qual determina que o Poder Público incentive o lazer como forma de promoção social. Vale ressaltar que a iniciativa da SNFDT de realizar parcerias junto às Instituições de Ensino Federal parte das orientações legais da Lei n.º 9.615/1998 (Lei Pelé), que orienta e estabelece ao Estado a forma de conduzir o esporte no país, bem como as condições de acesso e desenvolvimento do futebol na perspectiva da inclusão, da participação e do domínio dos elementos que compõem o futebol e suas derivações.

O Projeto Academia e Futebol veio ao encontro dos anseios da população adepta às práticas do futebol, considerado uma unanimidade entre os sujeitos de todas as idades e culturas, devido ao seu potencial de provocar as mais diversas emoções, prazer, desenvolvimento e entretenimento das massas. Assim, o futebol é uma paixão popular, principalmente do povo brasileiro, tanto que o Brasil é conhecido como “país do futebol”, em razão de ter a única seleção (masculina) brasileira pentacampeã do mundo.

A boa aceitação da implantação do Projeto Academia e Futebol da UFPA justifica-se pelo fato de que o futebol é um dos principais assuntos que circulam entre pessoas das mais diversas faixas etárias no estado do Pará, principalmente quando se trata do clássico RExPA (Remo e Paysandu). Acerca disso, Neto e Mendes (2012) expõem:

Particularmente apresentamos o futebol paraense em que Clube do Remo e Paysandu reinam soberbamente pelos campos paraenses em seus cem anos de vida. Esses clubes nos últimos tempos têm vivido uma situação ambígua, são considerados grandes no futebol local, mas em relação ao futebol brasileiro não passam de meros coadjuvantes. (Neto e Mendes (2012, p. 1).

Apesar do tempo e da boa aceitação em praticar e contemplar o futebol no estado do Pará, nenhum time se encontra na lista elitizada dos campeonatos, copas e torneios nacionais. Neto e Mendes (2012) afirmam que as desigualdades no ranking brasileiro são evidentes, visto que, na Federação Paraense de Futebol (FPF), há 24 times de futebol de campo cadastrados e nenhum está na “elite do futebol” ou na conhecida série A do campeonato brasileiro. Essa desigualdade no Brasil não está restrita a nível técnico e/ou a investimento financeiro na categoria profissional, mas também está presente na desigualdade regional, e sobretudo na desigualdade de gênero. O futebol é popular entre as mulheres há mais de 30 anos, porém, sofre com a baixa visibilidade e valorização profissional em comparação ao futebol masculino, mesmo que, segundo Magalhães (2008)Magalhães, S. (2008). Memória, futebol e mulher: anonimato, oficialização e seus reflexos na capital paraense (1980-2007). Revista de História de Esporte., 1(2), 1-39., desde a década de 1980, Belém registre a existência de alguns clubes de renome que adotaram o futebol feminino como forma de integrar a mulher ao esporte.

A participação feminina no futebol cresceu significativamente, mas a situação atual das mulheres ainda deve ser avaliada com cautela. Porém, não há um número considerável de mulheres nas comissões técnicas dos clubes de futebol feminino, nem no nível administrativo das entidades que regem o esporte. Além disso, vários preconceitos e estereótipos ainda cercam a prática das mulheres desta modalidade, como a associação de sua imagem à homossexualidade por aspecto estético, nos quais os estereótipos culturais estão ligados aos padrões de beleza e feminilidade. (Magalhães, 2008, pMagalhães, S. (2008). Memória, futebol e mulher: anonimato, oficialização e seus reflexos na capital paraense (1980-2007). Revista de História de Esporte., 1(2), 1-39.. 26).

O quadro de desigualdade no acesso e no investimento das práticas futebolísticas no estado do Pará é inegável, mas há exemplo de resistência. Concretamente, no estado do Pará, o time feminino de campo da Escola Superior Madre Celeste (ESMAC) é o único time paraense a estar hoje na série A do campeonato brasileiro de Futebol de Campo.

Portanto, o cenário apresentado serviu de justificativa para que a proposta de parceria se firmasse entre a UFPA e SNFDT, com o intuito de democratizar as práticas corporais futebolísticas às crianças e aos adolescentes oriundos das periferias das cidades da Região Metropolitana do estado do Pará, estado carregado de desigualdades socioeconômicas alarmantes. Inclusive, como é o caso real do índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), em que o Pará, dos 27 estados brasileiros, em 2019, ocupava a 23ª posição.

O Projeto teve início no mês de março de 2020, mês em que a pandemia de Coronavirus Disease-2019 (COVID-19) começou a fazer as primeiras vítimas no Brasil. Por orientação dos órgãos internacionais e nacionais de saúde, o isolamento social foi a medida preventiva ao contágio do vírus na pandemia. Seguindo as orientações sanitárias dos órgãos de saúde nacionais e da própria SNFDT, as atividades presenciais tiveram que ser suspensas, o que nos obrigou a modificar as formas de trabalho e organização. Assim, foram realizadas várias ações no modo virtual, entre elas, o curso de futebol. A partir disso, este texto foi pensado como síntese de relato de experiência, em que se destaca a avaliação dos cursistas, coletada por meio de formulário on-line, com o objetivo de analisar as suas impressões em relação à apropriação do conhecimento transmitido nas oito aulas, visando ao seu processo formativo.

O CURSO VIRTUAL “FUTEBOL E FORMAÇÃO HUMANA: ELEMENTOS HISTÓRICOS E PEDAGÓGICOS”

Nesse momento histórico, o curso formativo virtual de futebol objetivou proporcionar a apropriação de elementos históricos e teórico-metodológicos do futebol enquanto produção humana, por meio de análises dos aspectos sociopolíticos e pedagógicos que o tornaram uma prática contraditoriamente elitizada e popular no Pará e no Brasil. Tal formação foi destinada a professores e estudantes de Educação Física e trabalhadores da área futebolística. O futebol é uma produção humana do campo do esporte,

prática social que institucionaliza temas lúdicos da cultura corporal, se projeta numa dimensão complexa de fenômeno que envolve códigos, sentidos e significados da sociedade que o cria e pratica. Por isso, deve ser analisado nos seus variados aspectos, para determinar a forma em que deve ser abordado pedagogicamente no sentido de esporte escola e não como o esporte “na” Escola. (Coletivo de Autores, 1992, pColetivo de Autores. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez; 1992.. 48).

O esporte como produção humana, é tema da cultura corporal e faz parte da sociedade que o pratica, imbuído de preceitos e adequações culturais. Ele não pode ser tratado de forma indissociável da formação social da sociedade.

A tematização das aulas para o trato com o futebol

O curso foi dividido em duas fases, a primeira parte tratou dos seguintes temas: aspectos históricos do Futebol no Pará e no Brasil; Torcidas Organizadas de Futebol: a gênese da rivalidade do “clássico da Amazônia”; e Mercantilização do Futebol: das fábricas aos palcos (estádios)”. Nessa fase do curso, foram desenvolvidos os aspectos históricos, sociais, políticos e econômicos no estado do Pará, no Brasil e na Europa, assim como o papel das torcidas organizadas no processo de constituição do futebol enquanto fenômeno esportivo e cultural, das desigualdades no acesso, participação, no processo de profissionalização do futebol e sua evolução enquanto competição esportiva.

Na segunda fase do curso, tratamos sobre o futebol feminino no Brasil: histórias e perspectivas; futebol e política pública: o debate de gênero e questões étnico-raciais; e organização do trabalho pedagógico para o ensino do futebol. Nesta etapa, debatemos questões sociais, os desafios de ser mulher no “mundo da bola”, frisando as relações de gênero e étnico-raciais, bem como as reflexões e possibilidades de políticas públicas.

A primeira aula do curso abordou o tema “Aspectos históricos do Futebol no Brasil e no Pará”, em que foi possível refletir sobre a versão mais comum a respeito da história do futebol no Brasil, a de que Charles Miller foi quem trouxe da Inglaterra os conhecimentos sobre o futebol em meados dos anos 1894, fomentando e incentivando a prática futebolística no Brasil. Em outra perspectiva, a necessidade de se ter datas, e de alguém que fornece origem às histórias, em que se colocou Charles Miller (homem branco e da elite) como ator da história. Além disso, na década de 1870, no Rio de Janeiro, há indícios de que já existiam práticas do futebol, trazidas pelos marinheiros e trabalhadores que vinham do Reino Unido.

Para Dias (2021), oDias DC. Aspectos históricos do futebol no Brasil e no Pará: aula 01 [Internet]. YouTube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PF2saa6_F0M&t=3107s.
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futebol como identidade nacional, historicamente, desenvolveu-se de forma delineada. O futebol como um potencial articulador, que move sentimentos e paixões, foi um fator importante na invenção da brasilidade. Na construção desse sentido, a causa geradora é a Copa de 1938, em que as notícias sobre o assunto, principalmente via crônicas esportivas, pairavam no cotidiano da população. A seleção brasileira começa, nesse período, a ser vinculada como modelo que representasse a população do Brasil, sendo uma ascensão futura, remetendo a um povo vitorioso, assim como tendo jogadores afro-brasileiros, relacionados como fatores para seu sucesso, submetendo a valorização e oorgulho da sua miscigenação. Ainda para Dias (2021), aDias DC. Aspectos históricos do futebol no Brasil e no Pará: aula 01 [Internet]. YouTube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PF2saa6_F0M&t=3107s.
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expansão do futebol não teve o aceite popular como se tem na atualidade. E no Pará, não foi diferente, o esporte mais praticado era o remo, que, no período da Belle Époque, em que o comércio da borracha enriqueceu a elite paraense e a trabalhadora continuava pobre, rapidamente caiu no gosto popular. Outrossim, o futebol foi um movimento periférico, em que a classe trabalhadora fundou times, e muitos clubes de futebol surgiram a partir do remo. Por outro lado, em 1910, o futebol começa a superar a simpatia popular do remo. A construção do que o futebol é hoje ocorreu de forma lenta, demorou pelo menos duas décadas para ser o esporte mais praticado no Brasil.

A segunda aula teve como temática: “Torcidas Organizadas de Futebol: a gênese da rivalidade do ‘clássico da Amazônia’”. Nela, foi exposto o futebol como fenômeno social, que atrai muitas pessoas simpatizantes. Em Belém, segundo Nunes (2021), oNunes JL. Torcidas organizadas de futebol: a gênese da rivalidade do “clássico da Amazônia” [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MD_twTl_MrI.
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futebol passa a ser conhecido no final do século XIX, por influência de ingleses trabalhadores que vieram morar na cidade e, ademais, de jovens que estudavam na Europa e traziam a compreensão e a prática de contemplação desse esporte. ParaNunes (2021)Nunes JL. Torcidas organizadas de futebol: a gênese da rivalidade do “clássico da Amazônia” [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MD_twTl_MrI.
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, o gosto pela contemplação do futebol se constituiu em torcidas organizadas, isto é, as pessoas passaram a coordenar agrupamentos para torcer. Desde a gênese do futebol, esses agrupamentos se expandiram nas décadas de 1960 e 1970, não como é na atualidade. Os primeiros registros que configuraram o ato de torcer são datados entre a década de 1930 e 1940, em São Paulo, conhecido como charangas, em que pessoas se organizavam e tocavam instrumentos no formato de bandas, com intuito de incentivar o time.

Nunes (2021)Nunes JL. Torcidas organizadas de futebol: a gênese da rivalidade do “clássico da Amazônia” [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MD_twTl_MrI.
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acrescenta ainda que, na Região Norte, especificamente no Pará, há times que possuem grandes números de torcedores, como os times do Clube do Remo e do Payssandu Sport Club da cidade de Belém. O autor relata a relação de violência entre a rivalidade das torcidas organizadas a partir das notícias da mídia e dos relatos dos próprios membros, que, para além das questões de violência que são vinculadas, generalizando as torcidas organizadas, sofrem violências de outras instituições.

Durante o curso, ocorreu uma atividade assíncrona, na qual os cursistas puderem assistir à série The English Game (Fellowes, 2020Fellowes J, produção. The English Game [seriado]. Direção: Tim Fywell. Estados Unidos: Netflix; 2020. Seis episódios, son., color., 281 min.), que traz reflexão sobre o processo de profissionalização dos jogadores de futebol, além de tratar de questões sociais, políticas e econômicas. A obra, lançada em 2020 pela plataforma de streamings Netflix, é uma trama que se passa em meados do século XIX. Trata-se de uma minissérie britânica que demonstra o futebol como fenômeno social inserido na sociedade, sendo assim, não pode estar isolado dela.

Sob essa perspectiva, percebemos a relação das classes sociais no processo de industrialização da Inglaterra, em que as diferenças sociais se entrelaçam tanto na esfera econômica quanto na esportiva. Nesse período, o futebol era amador, não havia jogadores que recebiam dinheiro para jogar. Além disso, o esporte era conhecido como “jogo de cavalheiros”, dirigido pela classe burguesa. A FA Cup (atual Copa da Inglaterra) era dominada por esse grupo, por times que pertenciam às instituições de ensino. Havia também os times compostos por jogadores da classe trabalhadora, formados por operários das fábricas. A trama nos remete a outros temas transversais presentes na sociedade, como xenofobia, machismo e mobilidade social, principalmente para a classe trabalhadora. Destarte, ocorre a transformação profissional do futebol, a modernização, em que uma atividade vivenciada no tempo do não trabalho torna-se uma prática mercantilizada.

A primeira fase do curso trouxe a “Mercantilização do Futebol: das fábricas aos palcos”, cujo intuito foi abordar as mudanças no futebol a partir da década de 1970, fazendo articulação com questões políticas, sociais e econômicas permeadas de tensões e contradições. Segundo Matias (2021), aMatias WB. Mercantilização do futebol: das fábricas aos palcos (estádios e mídia) [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-XKeIa7cXKU.
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matriz científica para compreender os processos de mudanças vividas na sociedade deve ser centrada na matriz histórica, pois é assim que a compreensão sobre o futebol se amplia, tendo em vista que é impossível estudá-lo por ele mesmo. O futebol é, pois, um fenômeno inserido nas contradições do modelo de sociedade em que estamos envolvidos. A afirmação de Matias (2021)Matias WB. Mercantilização do futebol: das fábricas aos palcos (estádios e mídia) [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-XKeIa7cXKU.
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parte do entendimento de que o futebol é uma produção humana, que se modifica ao longo da sua história a partir dos interesses dominantes a respeito do processo de formação humana. Desse modo, faz-se necessário pautar as categorias do método marxiano para analisá-lo para além das questões pedagógicas, e sim como objeto social.

A segunda fase do Curso Virtual ocorre pela apropriação de conhecimentos alusivos aos aspectos pedagógicos do futebol, sem reforçar a ideia da dicotomia entre aspectos históricos e pedagógicos, pois partimos da compreensão de que eles se complementam. O tema da aula centrou-se nas questões do Futebol feminino no Brasil: história e perspectivas, e a finalidade foi direcionada para o Futebol de Mulheres, sobretudo para a questão da invisibilidade das mulheres nas práticas futebolísticas.

Para Goelner (2021), é naturalizada a ausência feminina, tanto no reconhecimento da existência das mulheres ao longo da história do futebol quanto nos registros da participação delas nos jogos de futebol. A autora ainda afirma que a identidade brasileira com o futebol não inclui as mulheres, e sim está interligada à figura masculina. Ressaltou-se na aula que tratar do Futebol das Mulheres, especificamente no Brasil, não inclui somente as jogadoras, mas as treinadoras, as jornalistas, as comentaristas etc. Afirmou-se que a história oficial nega a existência da mulher no futebol. Até recentemente, nem mesmo no Museu da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) havia registros da participação de ao menos uma mulher no futebol. A invisibilização ocorre também na mídia, pois oferece uma cobertura ínfima sobre campeonatos e/ou torneios jogados por mulheres, comparando-se ao futebol masculino, mesmo em canais exclusivos de esporte. Nesse sentido, segundo Lourenço et al. (2022)Lourenço OB, Monteiro VAN, Silva LB, D’auria BB, Santos SM. A cobertura jornalística das copas de 2019 no Globoesporte.com: indícios da midiatização do futebol de mulheres. Rev Bras Ciênc Esporte. 2022;44:e011321. http://dx.doi.org/10.1590/rbce.43.e011321.
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a trajetória histórica do futebol de mulheres no Brasil é permeada por interdições, invisibilizações, distorções e sub-representações, tudo isso com fortes contribuições da mídia (Goellner, 2005a, b; Goellner e Kessler, 2018; Mourão e Morel, 2005; Souza e Knijnik, 2007). Marcas desse processo são, por exemplo: o decreto proibitivo de que praticassem determinadas modalidades esportivas, entre elas o futebol, em 1941, o qual perdurou por quatro décadas, até 1979 (Goellner, 2005a, b); o insistente ocultamento e sombreamento midiático das inúmeras conquistas futebolísticas delas desde as primeiras edições de Copas do Mundo e das participações em Jogos Olímpicos (Goellner e Kessler, 2018); a sexualização e erotização dos corpos femininos espetacularizados pelo discurso midiático-esportivo (Goellner, 2005a, b; Mühlen e Goellner, 2012); e o permanente posicionamento das mulheres em lugares secundários e terciários do campo esportivo, seja na gestão, no comando técnico ou nos papéis exercidos nos programas e transmissões da mídia (Goellner e Kessler, 2018; Passero et al., 2020). (Lourenço et al., 2022, pLourenço OB, Monteiro VAN, Silva LB, D’auria BB, Santos SM. A cobertura jornalística das copas de 2019 no Globoesporte.com: indícios da midiatização do futebol de mulheres. Rev Bras Ciênc Esporte. 2022;44:e011321. http://dx.doi.org/10.1590/rbce.43.e011321.
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. 2).

Em virtude disso, compreendemos que a diferença de gênero no futebol tem um percusso histórico de proibições, invisibilizações e falta de valorização, esta última em grande medida por parte da mídia que, esporadicamente, valoriza as árduas conquistas das mulheres no campo esportivo do futebol, porém, majoritariamente, ignora o futebol feminino.

A segunda aula da segunda fase trouxe a temática “Futebol e Política Pública: o debate de gênero e questões étnico-raciais”, com o intuito de conhecer o perfil das mulheres que jogam futebol no Brasil e as políticas públicas de fomento às práticas futebolísticas para mulheres. Outro ponto desenvolvido na aula foi propor o desafio de tratar essas questões a partir da organização do trabalho pedagógico. Para Martins (2021), aMartins MZ. Futebol e Política Pública: o debate de gênero e questões étnico-raciais [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VQ8cQbD-m_E
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perspectiva de debater gênero parte da afirmação de que esses processos de desigualdades são constructos sociais, e não determinação biológica. Outro dado importante exposto por Martins (2021)Martins MZ. Futebol e Política Pública: o debate de gênero e questões étnico-raciais [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VQ8cQbD-m_E
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está relacionado ao racismo no Futebol de Mulheres, pois há constatação de que há embranquecimento dos times de futebol, inclusive na seleção brasileira. A autora enfatiza que não tem como silenciar essas questões raciais.

A terceira aula da segunda fase tratou da Organização do Trabalho Pedagógico para o ensino do futebol, com o intuito de expor as questões conceituais do esporte enquanto produção humana e como desdobramento da prática corporal do jogo. Santos Júnior (2021) afirma que, como atividade humana, o futebol é fruto da generação do jogo, caracterizado pela exigência de outra atividade para a sua realização, que alguns chamam de treino, de maneira a permitir que a circulação do produto possa se realizar na competição. Isso exige padronização, universalização de regras, códigos, valores, ações e operações. Ainda segundo Santos Júnior (2021), o futebol deve ser estudado para avançar no arsenal teórico que desconstrói valores carregados de desigualdades. No âmbito da educação física brasileira, há somente uma abordagem metodológica capaz de tratar o esporte e o futebol em perspectiva naturalizante e biológica dessa produção humana, a abordagem crítico-superadora.

Para Santos Júnior (2021), o futebol como esporte tem uma importância grandiosa no desenvolvimento humano. O professor tem a necessidade e o papel de sequenciar o conjunto de conhecimentos em saber e o saber escolar; e os alunos, a partir da medição do professor, partem da condição sincrética para a sintética, assim entendendo que o futebol não é apenas uma prática esportiva, mas sim uma atividade humana. Isso significa afirmar que, para chegar ao processo de síntese, é necessário o trato pedagógico.

Na quarta e última aula, fizemos apontamentos em relação à organização do trabalho pedagógico: planejamento e avaliação da aprendizagem no futebol. A aula objetivou instruir os cursistas acerca do processo operacional de elaborar planos de ensino e planos de aula, a partir do trato com o conhecimento que compõe o futebol e suas derivações. Pautou-se também nos elementos do trabalho pedagógico - objetivo, avaliação, conteúdo e método -, bem como no conhecimento e no tempo pedagógico para desenvolver as aulas de acordo com a faixa etária dos alunos. A sustentação teórico-metodológica foi baseada na Pedagogia Histórico-Crítica e na Abordagem Crítico-Superadora.

Percurso metodológico e avaliativo

O curso foi desenvolvido em duas fases, a primeira ocorrendo todas as quintas-feiras do mês de fevereiro, e focadas nos aspectos históricos do futebol. A segunda fase foi realizada nas penúltimas quintas-feiras, entre os meses de março a junho, cuja temática se concentrou nos aspectos pedagógicos, com o intuito de instruir os cursistas em relação ao processo do trabalho pedagógico e ao planejamento. As aulas foram exclusivamente virtuais, por meio do canal da Rede LEPEL-PARÁ na plataforma do YouTube.

O aporte teórico para análise e reflexões das temáticas desenvolvidas nas aulas deu-se à luz da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC), cujo método busca a elaboração e a transmissão do conhecimento científico com base na teoria social de Marx, que, segundo Netto (2011)Netto JP. Introdução ao estudo do método de Marx. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular; 2011., é a busca da conexão plena das três categorias nucleares - totalidade, contradição e mediação -, em que a questão crucial reside em descobrir relações entre os processos ocorrentes nas totalidades constitutivas tomadas na sua diversidade, e entre elas, e a totalidade que é inclusiva, no caso, a sociedade burguesa. A respeito disso, Netto (2011Netto JP. Introdução ao estudo do método de Marx. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular; 2011.) afirma:

Tais relações nunca são diretas; elas são mediadas não apenas pelos distintos níveis de complexidade, mas, sobretudo, pela estrutura peculiar de cada totalidade. Sem os sistemas de mediações (internas e externas) que articulam tais totalidades, a totalidade concreta que é a sociedade burguesa seria uma totalidade indiferenciada - e a indiferenciação cancelaria o caráter do concreto, já determinado como “unidade do diverso”. (Netto, 2011, pNetto JP. Introdução ao estudo do método de Marx. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular; 2011.. 57)

A compreensão do método da teoria social marxiana e os apontamentos da teoria pedagógica do professor Dermeval Saviani auxiliaram nos apontamentos de superação dos limites metodológicos das teorias não-críticas e/ou crítico-reprodutivistas1, pois a Pedagogia Histórico-Crítica tem adotado um regime revolucionário de educação, que visa à superação das desigualdades sociais pela transmissão do conhecimento elaborado, garantindo à classe trabalhadora acesso ao patrimônio cultural historicamente desenvolvido pela humanidade.

[...] eu posso ser profundamente político na minha ação pedagógica, mesmo sem falar diretamente de política, porque, mesmo veiculando a própria cultura burguesa, e instrumentalizando os elementos das camadas populares no sentido de assimilação desses conteúdos, eles ganham condições de fazer valer os seus interesses, e é nesse sentido, então, que se fortalecem politicamente. (Saviani, 2011, pSaviani, D. Pedagogia histórico crítica: primeiras aproximações. 11. ed. Campinas: Editora Autores Associados; 2011.. 45).

Com isso, o conhecimento científico na PHC é defendido como o saber que condensa todo conhecimento produzido, acumulado e sistematizado pela humanidade durante a história. A sua defesa é princípio fundante da PHC, pois é ferramenta para uma reflexão crítica da realidade, que estimula a superação do senso comum, sem necessariamente negá-lo. Foi nessa persepctiva que as aulas foram desenvolvidas no Curso Virtual de Futebol. Avaliamos o curso via aplicação de formulário via Google Forms, com seis questões, cujo objetivo foi trazer reflexões dos aspectos inerentes ao desenvolvimento do curso “Futebol e Formação Humana: elementos históricos e pedagógicos”.

O processo da apropriação do conhecimento

Foi enviado o link do formulário via WhatsApp e e-mail aos 47 cursistas que continuaram na formação até o final. Assim, obtivemos 18 respostas. Esses dados foram essenciais para a coordenação do curso, pois, apesar das dificuldades causadas pela pandemia, consideramos que a quantidade de respostas foi expressiva.

A primeira questão foi sobre a acessibilidade do conteúdo ministrado. A partir da análise das respostas, todos os cursistas se posicionaram de forma favorável sobre o conteúdo. Entre as respostas, eles acentuaram as temáticas voltadas à história geral e regional, aos debates sociais, aos temas contemporâneos, ao trabalho pedagógico, assim como o cursista A relata:

Dentro da proposta apresentada, acredito que o conteúdo foi contemplado. A disponibilidade das aulas no canal da organização permite a retomada dos conteúdos a qualquer momento então torna acessível no momento assíncrono (Cursista A).

A segunda questão tratou da metodologia do curso, se foi adequado e quais as dificuldades encontradas. Dos relatos, todos responderam que foi bem adequada. Alguns tiveram dificuldades com a internet, no entanto, as mídias sociais ajudaram, e as aulas foram flexíveis, como descreve o cursista J:

A metodologia foi positiva, dentro do contexto que estamos vivenciando, pois não ficou puxado e a organização se mostrou bem flexível. Dentre as dificuldades ao longo do curso que encontrei foi a de assistir às aulas em tempo real sem ser interrompida pelos afazeres domésticos e pelos chamados da minha bebê. Não há o que se falar nas perdas e instabilidades emocionais causadas pela pandemia. (Cursista J).

Podemos perceber que, apesar das dificuldades, o curso desenvolveu uma metodologia que possibilitou uma boa formação. Outrossim, a terceira questão esteve relacionada aos conhecimentos apresentados no curso para saber se seriam cabíveis na prática habitual/futura de ensino. Todos os cursistas descreveram que seriam cabíveis, pois se trata da história, da organização do trabalho pedagógico e das questões socioculturais que possibilitam a ampliação do leque de informações e conteúdo da modalidade.

A quarta pergunta foi em relação à adequação ao tempo das aulas. Todos citaram que teve um bom tempo. No entanto, alguns consideraram que o tempo poderia ser um pouco menos extenso; outros pontuaram que, para temas mais densos, a duração da aula poderia ser um pouco maior.

Na quinta questão, o espaço de resposta foi destinado às sugestões para continuidade do curso. Tivemos várias propostas, tais como realização de oficinas, trazer temas relacionados às pessoas com deficiência, curso de tática, técnica, temáticas relacionadas ao gênero e às questões étnico-raciais, assim como descreve o cursista N:

Nos próximos cursos, algumas temáticas, que são mais densas, como questões de gênero e étnico-raciais, poderiam ter mais de um dia de aula com os professores convidados para que o processo de ensino aprendizagem seja mais abrangente e rico de detalhes. (Cursista N).

Houve relatos para que as atividades fossem trabalhadas em outras plataformas virtuais - sala do Google ou Moodle - e a parte prática entre profissionais, professores e alunos.

Na última pergunta, os participantes responderam sobre o interesse no aprofundamento de temáticas em formato de curso/oficinas/estudos futuros. Os relatos são de que queriam mais atividades nesse formato sobre tática e técnica, gênero e questões étnico-raciais, futebol e sociedade. Desse modo, assim como relata o cursista K, o curso poderia contribuir ainda mais na formação dos professores:

[...] somos carentes em nossa região e essa iniciativa, pra mim, foi pioneira. (Cursista K).

Muitas temáticas foram debatidas no curso, no entanto, percebemos que há muito a ser ensinado e dialogado na área do futebol, pois ele é um esporte complexo.

Em virtude disso, a partir da análise do questionário, identificamos que o curso teve uma relevância muito importante na formação dos participantes e de toda equipe do projeto. Os conteúdos foram pertinentes e a metodologia foi adequada. Conseguimos, por meio da organização do trabalho pedagógico e com o tempo proposto, tornar mais eficazes os conhecimentos habituais para a prática de ensino do futebol. Para além disso, com as sugestões descritas pelos cursistas, tornam-se viáveis outras formações para agregar conhecimentos acerca do futebol, como cursos e oficinas teórico-práticas que facilitem o ensino da modalidade.

Alcançamos em torno de 47 pessoas, entre estas, alunos da graduação e professores de Educação Física, além de trabalhadores da área esportiva do estado do Pará e de outros estados que atuam com o ensino do futebol, tanto em espaços escolares como não escolares. Pudemos constatar a existência da força esportiva, a qual possui características que envolvem questões mercadológicas e socioculturais refletidas nas dimensões pedagógicas (Matias, 2018Matias WB. A economia política do futebol e o “lugar” do Brasil no mercado-mundo da bola [tese] Brasília: Universidade de Brasília; 2018. 510 p.).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os contributos do curso nos ajudam a tratar o futebol para além da técnica e da tática, aparando esta prática humana nos contextos sociais nos quais ela é uma manifestação. Esse é o caso da participação das mulheres e sua intencional invisibilidade nesse esporte, visto que elas sofreram um apagamento histórico, quando, apesar de serem proibidas, participavam dessa modalidade. Logo, o curso trouxe reflexões sobre aspectos técnico-teóricos e humanos acerca do futebol como prática corporal, ampliando a compreensão deste fenômeno esportivo e destacando possibilidades de ensino.

Mediante as reflexões e avaliações dos cursistas, é possível afirmar que a apropriação dos conhecimentos oriundos das temáticas foi satisfatória no que se refere às articulações dos elementos históricos e pedagógicos do futebol, para romper paradigmas que afirmam que o futebol tem classe, raça e gênero.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao professor Wagner Matias (in memorian), o idealizador do Programa Academia e Futebol, que oportunizou as universidades públicas a democratizar, minimamente, às práticas futebolísticas e a ampliar as reflexões a respeito do futebol enquanto uma produção humana que se originou no ócio dos trabalhadores das fábricas inglesas e hoje é praticado por todas as nações e povos do mundo.

  • FINANCIAMENTO

    O presente trabalho contou com apoio financeiro.

REFERÊNCIAS

  • Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal; 1988.
  • Coletivo de Autores. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez; 1992.
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  • Fellowes J, produção. The English Game [seriado]. Direção: Tim Fywell. Estados Unidos: Netflix; 2020. Seis episódios, son., color., 281 min.
  • Goellner, SV. Futebol feminino no Brasil: histórias e perspectivas [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GWkA-anNbgs
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  • Lourenço OB, Monteiro VAN, Silva LB, D’auria BB, Santos SM. A cobertura jornalística das copas de 2019 no Globoesporte.com: indícios da midiatização do futebol de mulheres. Rev Bras Ciênc Esporte. 2022;44:e011321. http://dx.doi.org/10.1590/rbce.43.e011321
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  • Magalhães, S. (2008). Memória, futebol e mulher: anonimato, oficialização e seus reflexos na capital paraense (1980-2007). Revista de História de Esporte., 1(2), 1-39.
  • Martins MZ. Futebol e Política Pública: o debate de gênero e questões étnico-raciais [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VQ8cQbD-m_E
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  • Matias WB. Mercantilização do futebol: das fábricas aos palcos (estádios e mídia) [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-XKeIa7cXKU
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  • Matias WB. A economia política do futebol e o “lugar” do Brasil no mercado-mundo da bola [tese] Brasília: Universidade de Brasília; 2018. 510 p.
  • Netto JP. Introdução ao estudo do método de Marx. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular; 2011.
  • Nunes JL. Torcidas organizadas de futebol: a gênese da rivalidade do “clássico da Amazônia” [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MD_twTl_MrI
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  • Dória RDPD No, Mendes DES. A história do Futebol paraense através dos clubes coadjuvantes (2000-2012) [Internet]. Belém: Universidade do Estado do Pará; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://paginas.uepa.br/ccbs/edfisica/files/RUI_DORIA_NETO.pdf
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  • Santos Júnior CL. Organização do trabalho pedagógico para o ensino do Futebol [Internet]. Youtube; 2021 [citado 2022 Out 13]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5L_2Ct4GjW0
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  • Saviani, D. Pedagogia histórico crítica: primeiras aproximações. 11. ed. Campinas: Editora Autores Associados; 2011.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Dez 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    20 Out 2022
  • Aceito
    11 Nov 2022
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