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É possível, no Brasil, envelhecer com saúde e qualidade de vida?

Uma das grandes conquistas do século passado, a longevidade é um fenômeno mundial e, juntamente com a queda da fecundidade, ocasiona um drástico envelhecimento na população do planeta. Esse processo começou em épocas distintas, em países diferentes, e evolui em proporções variadas. No Brasil, os efeitos são ainda maiores em razão do pequeno período de tempo em que vem ocorrendo.

A velocidade do processo traz uma série de questões cruciais não só para os pesquisadores da área do Envelhecimento Humano, mas para toda a sociedade. Não bastassem os problemas próprios do fenômeno demográfico, também é preciso levar em conta que as mudanças se dão num contexto nacional de acentuada desigualdade social, de pobreza e fragilidade de instituições. Além disso, ao mesmo tempo que existe carência de recursos, há grande parcela de jovens que também demandam programas públicos de qualidade. Ou seja: temos dois segmentos etários fora da produção, com necessidades específicas, exigindo habilidade e criatividade gerencial dos gestores para administrar a escassez.

Somos um jovem país de cabelos brancos. Todo ano, 700 mil novos idosos são incorporados à população brasileira - a maior parte com doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. Em menos de 40 anos, passamos de um cenário de mortalidade próprio de uma população jovem para um quadro de enfermidades complexas e onerosas, típicas da terceira idade, caracterizado por doenças crônicas e múltiplas, que perduram por anos, com exigência de cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos. Essas mudanças provocam um aumento bastante significativo nas despesas. É preciso construir novos paradigmas e métodos de planejamento, gerência e prestação de cuidados.

Não é por outra razão que a área do Envelhecimento se tornou prioridade na formação de profissionais qualificados, de pesquisa e desenvolvimento de modelos. Cuidar adequadamente das múltiplas demandas do idoso é uma questão social, de interesse de todos, e um problema a fazer parte das agendas contemporâneas deste século.

Todos nós, profissionais da área do Envelhecimento Humano, sabemos da importância dos itens citados, mas pouco fazemos para que as necessárias mudanças ocorram. Neste sentido, ficamos muito entusiasmados com o protagonismo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que nos últimos anos vem buscando a mudança do modelo de prestação de serviços de saúde e a forma de remuneração no setor, para outras alternativas que tragam o usuário como centro das ações de saúde.

Partindo das necessidades identificadas para melhorar o cuidado aos idosos que possuem planos de saúde, foi lançado um livro, que conta com a participação de especialistas e estudiosos do tema, resultando em um conjunto de reflexões, experiências e proposições. O objetivo da publicação é aprimorar o debate e orientar o melhor cuidado a essa população, atrelado à sustentabilidade do setor de saúde.

O mais importante é que isso é possível. É possível reorientar a atenção à saúde da população idosa e construir uma organização no setor que permita melhores resultados assistenciais e econômico-financeiros. E o que é preciso para tal? Que todos os atores do setor se percebam responsáveis pelas mudanças necessárias e se permitam inovar. Inovar no cuidado, na forma de remunerar e avaliar a qualidade do setor, lembrando sempre que, muitas vezes, inovar significa resgatar cuidados e valores mais simples, que se perderam no nosso sistema de saúde. Precisamos iniciar a construção dessa nova forma de cuidar dos idosos. Não podemos mais esperar.

A RBGG sugere a leitura dessa obra, que você pode baixar gratuitamente, seguindo as instruções no folheto abaixo, através da leitura do QR Code.

Boa leitura!


Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Jun 2016
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