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Atitudes de idosos e de profissionais em relação a trocas intergeracionais

Resumo

Objetivos:

descrever e comparar as respostas de idosos e de profissionais inseridos em programas de educação permanente localizados no estado de São Paulo, Brasil, utilizando a Escala de Atitudes em relação a Trocas Intergeracionais (EATI), considerando-se, nos idosos, a variável convivência com crianças e, nos profissionais, o trabalho com grupos intergeracionais ou só com idosos.

Método:

a amostra de conveniência foi composta por 148 idosos e 52 profissionais. Os participantes responderam a EATI e a um questionário para delinear o perfil quanto à idade, sexo e grau de escolaridade. A análise comparativa, utilizando o teste de Mann-Whitney, ponderou cada fator da EATI e fez-se a ponderação das médias por itens e por fatores.

Resultados:

em comparação com os profissionais, os idosos apresentaram de modo mais negativo Percepções sobre atitudes de crianças em relação a idosos (p<0,001) e expressaram mais positivamente Percepções sobre atitudes de idosos em relação às crianças (p<0,001). Os idosos que não conviviam com crianças apresentaram percepções mais negativas com relação a interação entre crianças e idosos do que os que tinham convivência (p=0,003). Os profissionais que trabalhavam com grupos intergeracionais apresentaram percepções mais positivas quanto à interação entre crianças e idosos do que os profissionais que trabalhavam apenas com grupos de idosos (p=0,015).

Conclusão:

atividades intergeracionais podem ser importantes mediadores de atitudes quanto à interação entre crianças e idosos, assim como à formação e à atualização dos profissionais que atuam ou pretendem atuar em ações intergeracionais.

Palavras-chave:
Atitude; Relações entre Gerações; Crianças; Idosos

Abstract

Objective:

to describe and compare the responses of elderly persons and professionals involved in permanent education programs in the state of São Paulo, Brazil, using the Intergenerational Exchanges Attitude Scale (IEAS), considering the variables living with children, for the elderly persons, and work with intergenerational groups or only with the elderly, for the professionals.

Method:

The convenience sample consisted of 148 elderly persons and 52 professionals. The participants responded to the IEAS and a questionnaire to delineate their profile in terms of age, gender and educational level. Comparative analysis, using the Mann-Whitney test, weighted each factor of the IEAS and the averages by items and by factors.

Results:

Compared to the professionals, the elderly had more negative perceptions of the attitudes of children towards the elderly (p<0.001) and more positive perceptions of the attitudes of the elderly towards children (p<0.001). Elderly persons who did not live with children had more negative perceptions of the interaction between children and the elderly than those who lived with children (p=0.003). Professionals working with intergenerational groups had more positive perceptions of the interaction between children and the elderly than professionals who worked only with older age groups (p=0.015).

Conclusion:

Intergenerational activities can be an important mediator of attitudes regarding the interaction between children and the elderly, as well as a form of training and professional renewal for those who work or intend to work in intergenerational activities.

Keywords:
Attitude; Intergenerational Relations; Children; Elderly

INTRODUÇÃO

As atitudes são aprendidas ou alteradas por diferentes contextos (social, educacional, cultural) e exercem forte impacto sobre as interações sociais11 Gluth S, Ebner NC, Schmiedek F. Attitudes toward younger and older adults: the German aging semantic differential. Int J Behav Dev. 2010;34(2):147-58.

2 Spielman B. Elderly, social attitudes toward. In: Chadwick R, editor. Encyclopedia of Applied Ethics. Amsterdam: Elsevier; 2012. p. 56-62.

3 Suh S, Choi H, Lee C, Cha M, Jo I. Association between knowledge and attitude about aging and life satisfaction among older Koreans. Asian Nurs Res. 2012;6:96-101.
-44 Gawronski B, Ye Y, Rydell R, Houwer JD. Formation, representation, and activation of contextualized attitudes. J Exp Soc Psychol. 2014;54:188-203.. Para promover atitudes positivas, o conhecimento e as interações entre as diferentes gerações são essencialmente importantes55 Davies K, Tropp LR, Aron A, Pettigrew TF, Wright SC. Cross-group friendships and intergroup attitudes: a meta-analytic review. Personal Soc Psychol Rev. 2011;15(4):332-51.,66 Randler C, Vollmer C, Wilhelm D, Flessner M, Hummel E. Attitudes towards the elderly among German adolescents. Educ Gerontol. 2013;40(3):230-8..

A intergeracionalidade fortalece a comunicação, o relacionamento e a permanente troca de ideias entre indivíduos de diferentes faixas etárias, favorecendo a formação e a consolidação de vínculos sociais que permitem, aos sujeitos dessa relação, enriquecer seus conhecimentos e adquirir experiências de vida77 Spudich D, Spudich C. Welcoming intergenerational communication and senior citizen volunteers in schools. Improving Sch. 2010;13(2):133-42..

O desenvolvimento de ações que integrem idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças torna-se necessário no que se refere à desconstrução de estereótipos e minimização de preconceitos relacionados à idade. Os programas intergeracionais são veículos sociais que, por meio de atividades contínuas, propiciam trocas de experiências, construção de laços significativos e de reciprocidade entre os participantes e aproximam as diferentes gerações ao criarem momentos de convivência. Quando há respeito às diversidades e aos saberes de cada um, bem como o reconhecimento mútuo das necessidades de cada geração, a solidariedade no relacionamento intergeracional é estabelecida77 Spudich D, Spudich C. Welcoming intergenerational communication and senior citizen volunteers in schools. Improving Sch. 2010;13(2):133-42.

8 Pinquart M, Wenzil MPS, Sörensen S. Changes in attitudes among children and elderly adults in intergenerational group work. Educ Gerontol . 2000;26(6):523-40.

9 Alcock CL, Camic PM, Barker C, Haridi C, Raven R. Intergenerational practice in the community: a focused ethnographic evaluation. J Communit Appl Soc Psychol. 2011;21:419-32.

10 Newman S. Histórico, modelos, resultados e melhores práticas dos programas intergeracionais. Rev Terceira Idade. 2011;22(50):7-18.
-1111 Neves CFO. Estereótipos sobre idosos: representação social em profissionais que trabalham com a terceira idade [dissertação]. Covilhã: Universidade da Beira Interior; 2012..

Para que esses programas sejam viabilizados, deve-se trabalhar com métodos apropriados, que facilitem os encontros e que resultem em ações conjuntas de forma que os interesses, tanto do idoso quanto da geração mais nova, sejam estimulados. Estratégias intergeracionais com essas adequações voltadas às diferentes gerações são fundamentais para atingir o diálogo e a solidariedade intergeracional, promovendo contato significativo entre as diferentes gerações99 Alcock CL, Camic PM, Barker C, Haridi C, Raven R. Intergenerational practice in the community: a focused ethnographic evaluation. J Communit Appl Soc Psychol. 2011;21:419-32.,1010 Newman S. Histórico, modelos, resultados e melhores práticas dos programas intergeracionais. Rev Terceira Idade. 2011;22(50):7-18..

Os programas intergeracionais geram efeitos benéficos para os participantes. As gerações mais novas tendem a apresentar redução da taxa de evasão escolar e melhora das habilidades acadêmicas e sociais. Os mais velhos apresentam melhora na saúde mental e física e redução da solidão e do isolamento. Para ambas as gerações há melhora da autoestima e mais compreensão sobre o outro1010 Newman S. Histórico, modelos, resultados e melhores práticas dos programas intergeracionais. Rev Terceira Idade. 2011;22(50):7-18.,1212 Holmes CL. An intergenerational program with benefits. Early Child Educ J. 2009; 37(2):113-9..

Diversas pesquisas evidenciam os benefícios gerados pela participação em atividades de caráter intergeracional. Um estudo realizado com crianças e idosos que participavam de atividades em pequenos e grandes grupos mostrou que os idosos apreciaram manter-se atualizados e sentiram que tinham contribuído positivamente para o crescimento e o desenvolvimento das crianças. Vários idosos disseram que se sentiam mentalmente estimulados e muitos expressaram satisfação com o apoio emocional, a aceitação e a amizade. As crianças referiram-se aos seguintes benefícios: atenção, socialização e melhoria da percepção sobre as necessidades humanas básicas1212 Holmes CL. An intergenerational program with benefits. Early Child Educ J. 2009; 37(2):113-9.. Após vários encontros mensais em que idosos narravam histórias, costumes e tradições para alunos de escolas primárias, um estudo constatou enriquecimento cultural e internalização da figura do idoso como fonte de experiência e sabedoria pelas crianças. Os idosos tiveram melhoras na autoimagem e na autoestima e na satisfação com a vida1313 Pdzemiarower S, Pochtar N. Relações intergeracionais como contribuição para a construção de uma cultura de paz. Rev Terceira Idade . 2011;22(50):49-65..

Todaro1414 Todaro MA. Desenvolvimento e avaliação de um programa de leitura visando à mudança de atitudes de crianças em relação a idosos [tese]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação; 2008. aponta a necessidade de ações planejadas, com o estabelecimento de objetivos, escolha de materiais e das atividades e com a avaliação da proposta. Em programas intergeracionais, os mediadores (professores e monitores) são considerados membros da geração do meio, que contribuem para o processo de interação entre as gerações mais novas e as mais velhas e servir como modelos. Eles mantêm e cultivam as relações com as crianças, os jovens e os idosos, transmitindo valores, incentivando a participação e estabelecendo papéis entre os envolvidos. É importante que o mediador tenha consciência das diferentes possibilidades e dos diversos efeitos sobre o processo de aprendizagem e das implicações do conflito intergeracional que pode se fazer presente. Diante da importância do mediador, faz-se necessário treinamento sobre a atividade que será praticada, o perfil dos participantes e sobre a própria relação que as gerações estabelecem, para que tenha uma visão mais abrangente, não adultizando as crianças e nem infantilizando os idosos e, com isso, consiga proporcionar um encontro intergeracional produtivo e prazeroso77 Spudich D, Spudich C. Welcoming intergenerational communication and senior citizen volunteers in schools. Improving Sch. 2010;13(2):133-42.,1515 Gamliel T, Reichental Y, Ayal N. Intergenerational educational encounters: a model of knowledge. Educ Gerontol . 2007;33(1):1-22.,1616 Jarrott SE, Morris MM, Burnett AJ, Stauffer D, Stremmel A, Gigliotti CM. Creating community capacity at a shared site intergenerational program: “like a barefoot climb up a mountain”. J Intergenerat Relat. 2011;9(4):418-34..

Uma vez que a informação e a interação entre membros de diferentes grupos pode propiciar atitudes positivas e reduzir atitudes negativas, promover a formação técnica, lúdica e pedagógica e o acompanhamento de recursos humanos especializados são necessários para atender o público idoso, como também todas as idades11 Gluth S, Ebner NC, Schmiedek F. Attitudes toward younger and older adults: the German aging semantic differential. Int J Behav Dev. 2010;34(2):147-58.,33 Suh S, Choi H, Lee C, Cha M, Jo I. Association between knowledge and attitude about aging and life satisfaction among older Koreans. Asian Nurs Res. 2012;6:96-101.,55 Davies K, Tropp LR, Aron A, Pettigrew TF, Wright SC. Cross-group friendships and intergroup attitudes: a meta-analytic review. Personal Soc Psychol Rev. 2011;15(4):332-51.,1111 Neves CFO. Estereótipos sobre idosos: representação social em profissionais que trabalham com a terceira idade [dissertação]. Covilhã: Universidade da Beira Interior; 2012.,1717 Chase CA. An intergenerational e-mail pal project on attitudes of college students toward older adults. Educ Gerontol . 2010;37(1):27-37..

Compreender a multidimensionalidade das atitudes decorrentes do intercâmbio entre diferentes gerações é fundamental para o estabelecimento da cooperação intergeracionais. Deste modo, o presente artigo tem por objetivos descrever e analisar as respostas de idosos e de profissionais à Escala de Atitudes em relação a Trocas Intergeracionais (EATI), considerando-se as variáveis convivência com crianças, entre os idosos, e trabalho com grupos intergeracionais ou só com idosos, entre os profissionais.

MÉTODO

Os participantes da pesquisa são oriundos de programas educativos localizados no estado de São Paulo, Brasil. Um programa é referência no ensino e na pesquisa em instituição de ensino superior pública na capital. Outros dois pertecem a instituições de municípios do interior próximos à capital do estado. Os três programas foram escolhidos em função da notoriedade e do qualificado trabalho realizado e pela extensa trajetória de ensino não formal ao público idoso.

A amostra caracteriza-se como não probabilística por conveniência. Todos os alunos e profissionais foram convidados a participar da pesquisa, por meio de convite verbal e pela disponibilização do texto do projeto de pesquisa realizado pelos pesquisadores e pelos respectivos coordenadores dos programas. Todos os que responderam positivamente ao convite representam a referida amostra.

Os critérios de inclusão para participar da pesquisa permearam sobre a presença no dia da coleta de dados e o interesse em participar do estudo. Quanto aos critérios de exclusão foram considerados os protocolos incompletos, ou seja, não terminados; no presente estudo as limitações cognitivas, diagnóstico de depressão ou deficiências sensoriais não foram consideradas.Os participantes autopreencheram o protocolo de pesquisa contendo um questionário e uma escala. O questionário foi utilizado para levantar o perfil dos participantes quanto à idade, ao sexo e ao grau de escolaridade. Já a Escala de Atitudes em relação a Trocas Intergeracionais (EATI) é a versão brasileira da Intergenerational Exchanges Attitude Scale (IEAS) elaborada por Stremmel et al.1818 Stremmel AJ, Travis SS, Kelly-Harrison P. Development of the Intergenerational Exchanges Attitude Scale. Educ Gerontol . 1996;22(4):317-28., com itens tipo Likert um. A IEAS foi submetida ao processo de validação semântica e cultural que vão da maior concordância (5) à maior discordância (1)1919 Tarallo RS, Neri AL, Cachioni M. Equivalência semântica e cultural da Intergenerational Exchanges Attitude Scale (IEAS). Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(3):453-63.. O processo de validação do EATI foi realizado previamente e, diante da validação convergente e de construto, os 23 itens foram alocados em três fatores. No Quadro 1 estão apresentados os itens pelos domínios da EATI.

Quadro 1
Domínios fatoriais e itens da Escala de Atitudes em relação a Trocas Intergeracionais para avaliação das atitudes em relação a trocas intergeracionais, Campinas, São Paulo, 2014.

A aplicação da escala ocorreu de forma distinta para cada grupo. Com os profissionais que desenvolviam as atividades foram feitas entrevistas individuais. Para os idosos foi entregue o protocolo de pesquisa; aos que apresentaram dificuldade durante o preenchimento, o auxílio foi oferecido quanto à leitura. Os entrevistadores foram previamente treinados. Antes da aplicação foram dadas informações sobre os objetivos, a tarefa envolvida, os riscos psicológico e físico mínimos, bem como foi relatada a garantia de sigilo e o direito de abandonar a pesquisa a qualquer momento.

Os participantes foram convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FCM/UNICAMP (CCAAE: 30881414.9.0000.5404).

No que se refere à análise dos dados, utilizando o teste de Mann-Whitney, a análise comparativa ponderou cada fator da EATI e fez-se a ponderação das médias por itens e por fatores, no grupo de idosos, de acordo com a convivência e a não convivência com crianças. No grupo de profissionais, foi realizada a ponderação das médias por itens e por fatores de acordo com o trabalho só com o grupo de idosos e o trabalho com grupos intergeracionais. Para analisar a consistência interna, o coeficiente alfa de Cronbach foi utilizado; valores de alfa maiores que 0,70 indicaram alta consistência e confiabilidade da escala. O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi de 5%, ou seja, p<0,05.

RESULTADOS

As respostas dos profissionais e dos idosos foram consideradas em conjunto na análise dos dados. Diante da análise fatorial exploratória dos itens da EATI, a medida MSA de Kaiser ficou acima de 0,60, indicando que a amostra total tem consistência para ser utilizada.

Referente aos participantes, a Tabela 1 apresenta o perfil dos profissionais e dos idosos em frequência absoluta e em porcentagem aproximada.

Tabela 1
Perfil dos participantes do processo de validação de construto e validação convergente da Escala de Atitudes em relação a Trocas Intergeracionais. Campinas, São Paulo, 2014.

De acordo com a Tabela 1, evidenciou-se predominantemente a participação de profissionais do sexo feminino, com idade entre 18 e 39 anos, com ensino superior completo, recebendo formação continuada que trabalham ou trabalharam com atividades intergeracionais envolvendo crianças e idosos.

Com relação aos participantes idosos, majoritariamente do sexo feminino, com idade entre 60 a 69 anos, com mais de 12 anos de escolaridade e conviviam com crianças.

Sobre as atitudes em relação às trocas intergeracionais de idosos e de profissionais, verificou-se diferença estatisticamente significativa entre os grupos para o escore do fator Percepções sobre atitudes de crianças em relação a idosos, sendo menor no grupo de idosos, e para o escore do fator Percepções sobre atitudes de idosos em relação às crianças, sendo maior no grupo de idosos, conforme a Tabela 2.

Tabela 2
Comparação dos fatores da Escala de Atitudes em relação a Trocas Intergeracionais entre idosos e profissionais. Campinas, São Paulo, 2014.

A Tabela 2 evidencia que, em comparação com os profissionais, os idosos apresentaram de modo mais negativo Percepções sobre atitudes de crianças em relação a idosos (p<0,001). Por outro lado, os idosos expressaram mais positivamente Percepções sobre atitudes de idosos em relação às crianças (p<0,001).

Acerca das comparações dos fatores entre o grupo de idosos que convivem e o daqueles que não convivem com as crianças, a Tabela 3 apresenta as diferenças estatisticamente significativas.

Tabela 3
Comparação dos fatores da Escala de Atitudes em relação a Trocas Intergeracionais entre idosos que têm e os que não têm convivência com crianças. Campinas, São Paulo, 2014.

Verificou-se diferença estatisticamente significativa entre os idosos que convivem e os que não têm convivência com crianças para o escore do fator Percepções sobre a interação entre crianças e idosos, sendo mais negativas nos idosos que não convivem com crianças (p=0,003).

A Tabela 4 apresenta as comparações dos fatores entre profissionais que trabalham com grupos intergeracionais e os que trabalham apenas com os grupos de idosos.

Tabela 4
Comparação dos fatores da Escala de Atitudes em relação a Trocas Intergeracionais entre profissionais que trabalham com grupos intergeracionais e os que trabalham só com idosos. Campinas, São Paulo, 2014.

Nota-se diferença estatisticamente significativa entre os profissionais que trabalham com grupos intergeracionais e os que trabalham apenas com idosos para os itens do fator Percepções sobre a interação entre crianças e idosos. Sendo que, os profissionais que trabalham com grupos intergeracionais apresentam de modo mais positivo Percepções sobre a interação entre crianças e idosos (p=0,015).

DISCUSSÃO

O presente estudo investigou as atitudes em relação às trocas intergeracionais em uma amostra de profissionais e de idosos participantes de programas de educação permanente. Foram verificadas relações significativas sobre atitudes em relação às trocas intergeracionais de idosos e de profissionais. Para as variáveis convívio e não convívio com crianças, os idosos apresentaram diferentes atitudes em relação às trocas intergeracionais. Os mesmos dados foram verificados entre os profissionais que desenvolviam e os que não desenvolviam atividades intergeracionais.

Os resultados deste estudo comparados com perfis de outras experiências de programas de educação permanente relatadas na literatura apresentam semelhanças. Quanto aos profissionais, grande parte era do sexo feminino; com idade entre 18 e 39 anos e todos com nível superior de instrução. Um estudo realizado por Jarrott et al.16, que avaliou as atitudes em relação às trocas intergeracionais em administradores de centros-dia para idosos e escolas infantis que desenvolviam atividades desse caráter, a faixa etária dos entrevistados variou de 19 a 52 anos, sendo 95% entre 19 e 29 anos de idade e todos do sexo feminino.

Da amostra dos participantes idosos, as mulheres representam a maior parte dos investigados. A presença mais frequente das mulheres em programas de educação permanente também é descrita em outros estudos nacionais dessa natureza, bem como por pesquisas internacionais2020 Ferreira CK, Massi GAA, Guarinello AC, Mendes J. Encontros intergeracionais mediados pela linguagem na visão de jovens e de idosos. Distúrb Comun. 2015;27(2):253-63.

21 Kretzer FL, Guimarães ACA, Dário AB, Kaneoya AM, Tomasi DL, Feijó I, et al . Qualidade de vida e nível de atividade física de indivíduos na meia-idade participantes de projetos de extensão universitária. Rev Baiana Saúde Pública. 2010;34(1):146-58.
-2222 Williamson A. Gender issues in older adults’ participation in learning: viewpoints and experiences of learners in the university of the third age (U3A). Educ Gerontol . 2000;26(1):49-66..

A literatura brasileira evidencia que as mulheres têm participação mais ativa na sociedade e, portanto, frequentam outros locais com diversas finalidades, como educação, esporte, lazer. O papel da mulher e o seu maior engajamento social, influenciado por questões culturais, pela expectativa de vida, melhorias das condições de vida, além de uma maior preocupação com a saúde, desencadeia o fenômeno conhecido como feminização da velhice, que é o crescimento da parcela de mulheres com mais de 60 anos de idade atuando na sociedade2323 Camarano AA, Kanso S. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. In: Freitas EV, Py L, editoras. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011.p.52-64..

Os dados de escolaridade dos idosos também são semelhantes aos documentados na literatura nacional e internacional sobre programas educativos voltados para essa faixa etária2020 Ferreira CK, Massi GAA, Guarinello AC, Mendes J. Encontros intergeracionais mediados pela linguagem na visão de jovens e de idosos. Distúrb Comun. 2015;27(2):253-63.,2121 Kretzer FL, Guimarães ACA, Dário AB, Kaneoya AM, Tomasi DL, Feijó I, et al . Qualidade de vida e nível de atividade física de indivíduos na meia-idade participantes de projetos de extensão universitária. Rev Baiana Saúde Pública. 2010;34(1):146-58.. A maior parte dos idosos que frequentam programas de educação permanente tem, em média, dez anos de escolaridade.

Quanto à atitude de idosos, a pesquisa de Lu et al.2424 Lu L, Kao SF, Hsieh YH. Positive attitudes toward older people and well-being among chinese community older adults. J Appl Gerontol. 2010;29(5):622-39., realizada com esse público, teve o intuito de investigar as atitudes de idosos em relação à velhice e analisar as associações de tais atitudes com bem-estar, participação e suporte social. O resultado revelou que idosos com maior escolaridade e que residiam em área urbana tiveram atitudes mais positivas em relação à velhice. De modo geral, o alto grau de educação pode estar relacionado com atitudes de mais positivas para neutras em relação à velhice, evidenciando uma percepção heterogênea dessa fase da vida1111 Neves CFO. Estereótipos sobre idosos: representação social em profissionais que trabalham com a terceira idade [dissertação]. Covilhã: Universidade da Beira Interior; 2012.,2525 Cachioni M, Aguilar LE. Crenças em relação à velhice entre alunos da graduação, funcionários e coordenadores-professores envolvidos com as demandas da velhice em universidades brasileiras. Rev Kairós. 2008;11(2):95-119.,2626 Zverev Y. Attitude towards older people among Malawian medical and nursing students. Educ Gerontol . 2013;39(1):57-66..

No que tange às atitudes em relação às trocas intergeracionais, em comparação aos profissionais, os idosos expressaram mais positivamente percepções sobre atitudes de idosos em relação às crianças. Dos poucos estudos existentes, há indícios sobre a tendência de idosos terem atitudes mais positivas em relação às crianças88 Pinquart M, Wenzil MPS, Sörensen S. Changes in attitudes among children and elderly adults in intergenerational group work. Educ Gerontol . 2000;26(6):523-40..

Em comparação com os profissionais, os idosos apresentaram de modo mais negativo Percepções sobre atitudes de crianças em relação a idosos. Os idosos creem que as crianças terão mais atitudes negativas em relação aos idosos1414 Todaro MA. Desenvolvimento e avaliação de um programa de leitura visando à mudança de atitudes de crianças em relação a idosos [tese]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação; 2008..

Por outro lado, a pesquisa realizada por Todaro1414 Todaro MA. Desenvolvimento e avaliação de um programa de leitura visando à mudança de atitudes de crianças em relação a idosos [tese]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação; 2008. verificou as atitudes de crianças, controlando gênero, idade e intensidade da convivência com os idosos, bem como foi testada a eficácia de um programa de leitura de textos infantis contendo personagens idosos. Crianças entre sete e dez anos participaram de uma intervenção educacional, com pré-teste, tratamento e pós-teste, composta por cinco sessões com duração média de 50 minutos cada. Comparando os escores dos itens de acordo com os domínios da Escala Todaro para Avaliação de Atitudes de Crianças em Relação a Idosos, de modo geral, as atitudes das crianças em relação aos idosos foram mais positivas, principalmente, para os domínios relacionamento social e persona (este diz respeito à imagem social dos idosos). As pontuações menos positivas de crianças em relação aos idosos foram para agência e cognição. Os meninos e as crianças com mais idade tiveram atitudes mais negativas, mas foram os que mais melhoraram entre o pré-teste e o pós-teste. As crianças que não moravam com os avós tiveram atitudes mais negativas sobre o domínio persona e constatou-se que quanto maior o número de atividades realizadas com os avós, mais positivas as atitudes das crianças sobre o domínio cognição. Tal estudo destaca a importância das relações intergeracionais na mudança e na promoção de atitudes mais positivas em relação à velhice.

Deste modo, ressalta-se que a atitude é socialmente aprendida, de forma explícita ou inconscientemente e pode ser modificada ao longo da vida a partir da observação, da convivência e das experiências66 Randler C, Vollmer C, Wilhelm D, Flessner M, Hummel E. Attitudes towards the elderly among German adolescents. Educ Gerontol. 2013;40(3):230-8.,1111 Neves CFO. Estereótipos sobre idosos: representação social em profissionais que trabalham com a terceira idade [dissertação]. Covilhã: Universidade da Beira Interior; 2012.,1414 Todaro MA. Desenvolvimento e avaliação de um programa de leitura visando à mudança de atitudes de crianças em relação a idosos [tese]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação; 2008..

Na presente pesquisa, as percepções sobre a interação entre crianças e idosos foram mais negativas em idosos que não convivem com crianças em comparação com aqueles que tinham convivência com crianças. Evidenciou-se que a falta de contato e de interação com outro grupo geracional pode refletir a presença de estereótipos e de preconceitos. Além da aproximação com as diferentes gerações, deve-se considerar também a qualidade da relação estabelecida para a promoção de atitudes mais positivas sobre o outro11 Gluth S, Ebner NC, Schmiedek F. Attitudes toward younger and older adults: the German aging semantic differential. Int J Behav Dev. 2010;34(2):147-58.,1414 Todaro MA. Desenvolvimento e avaliação de um programa de leitura visando à mudança de atitudes de crianças em relação a idosos [tese]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação; 2008..

Um estudo realizado envolvendo crianças e idosos em atividades intergeracionais de reminiscência, em que os idosos contavam histórias autobiográficas, compartilhavam memórias pessoais e lembranças do passado com o intuito de transmitir tradições populares e experiências de vida para as gerações mais jovens, revelou em testes, antes e depois da intervenção, os efeitos positivos nas percepções e nas atitudes de crianças e de idosos sobre a outra faixa etária2727 Gaggioli A, Morganti L, Bonfiglio S, Scaratti C, Cipresso P, Serino S, et al. Intergenerational group reminiscence: a potentially effective intervention to enhance elderly psychosocial wellbeing and to improve children’s perception of aging. Educat Gerontol. 2014;40(7):486-98..

Diante das atitudes dos profissionais que trabalhavam com grupos intergeracionais, esses apresentaram de modo mais positivo percepções sobre a interação entre crianças e idosos do que os profissionais que não desenvolviam atividades entre diferentes gerações. No estudo de Jarrott et al.1616 Jarrott SE, Morris MM, Burnett AJ, Stauffer D, Stremmel A, Gigliotti CM. Creating community capacity at a shared site intergenerational program: “like a barefoot climb up a mountain”. J Intergenerat Relat. 2011;9(4):418-34., o fator “relações e interações” da IEAS apresentou bons resultados indicando atitudes mais positivas sobre a intergeracionalidade entre crianças e idosos.

A educação sobre o envelhecimento pode esclarecer equívocos que envolvem imagens, fatos sociais, aspectos psicológicos e físicos. Os efeitos e os benefícios de programas de educação sobre o envelhecimento perpassam por questões elucidativas sobre essa temática e, consequentemente, visam à minimização dos preconceitos e das atitudes negativas relacionadas à idade66 Randler C, Vollmer C, Wilhelm D, Flessner M, Hummel E. Attitudes towards the elderly among German adolescents. Educ Gerontol. 2013;40(3):230-8.,1111 Neves CFO. Estereótipos sobre idosos: representação social em profissionais que trabalham com a terceira idade [dissertação]. Covilhã: Universidade da Beira Interior; 2012.,1414 Todaro MA. Desenvolvimento e avaliação de um programa de leitura visando à mudança de atitudes de crianças em relação a idosos [tese]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação; 2008.,2424 Lu L, Kao SF, Hsieh YH. Positive attitudes toward older people and well-being among chinese community older adults. J Appl Gerontol. 2010;29(5):622-39.,2828 Lucas-Carrasco R, Laidlaw K, Gómez-Benito J, Power MJ. Reliability and validity of the Attitudes to Ageing Questionnaire (AAQ) in older people in Spain. Internat Psychogeriatr. 2013;25(3):490-9.,2929 Sánchez MG, Torrano DH. Los beneficios de los programas intergeneracionales desde la perspectiva de los profesionales. SIPS - Pedagogia Social. Rev Interuniversit. 2013;21(3):213-35..

Promover a formação técnica, lúdica e pedagógica e o acompanhamento de recursos humanos especializados não só para o público idoso, mas também para atender todas as idades, é importante, uma vez que a informação e a interação entre membros de diferentes grupos propiciam atitudes positivas11 Gluth S, Ebner NC, Schmiedek F. Attitudes toward younger and older adults: the German aging semantic differential. Int J Behav Dev. 2010;34(2):147-58.,33 Suh S, Choi H, Lee C, Cha M, Jo I. Association between knowledge and attitude about aging and life satisfaction among older Koreans. Asian Nurs Res. 2012;6:96-101.,55 Davies K, Tropp LR, Aron A, Pettigrew TF, Wright SC. Cross-group friendships and intergroup attitudes: a meta-analytic review. Personal Soc Psychol Rev. 2011;15(4):332-51.,1414 Todaro MA. Desenvolvimento e avaliação de um programa de leitura visando à mudança de atitudes de crianças em relação a idosos [tese]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação; 2008.,1717 Chase CA. An intergenerational e-mail pal project on attitudes of college students toward older adults. Educ Gerontol . 2010;37(1):27-37.,3030 Villas-Boas SV, Oliveira AL, Ramos N, Montero I. A educação intergeracional no quadro da educação ao longo da vida. Desafios intergeracionais, sociais e pedagógicos. Invest Educ. 2016;2(5):117-41..

Ressalta-se como fator limitador da presente pesquisa a aplicação única da EATI no contexto nacional. Portanto, é importante a realização de estudos de intervenção e de segmento a fim de verificar as possíveis alterações nas atitudes em relação a trocas ocorridas entre crianças e idosos, quando esses interagem entre si e quando se trabalha a temática.

CONCLUSÃO

O presente estudo visou descrever e comparar o comportamento de idosos e de profissionais utilizando a Escala de Atitudes com relação às Trocas Intergeracionais (EATI), considerando-se as variáveis convivência com crianças, por parte dos idosos, e trabalho com grupos intergeracionais ou só com idosos, por parte dos profissionais.

Quando comparados com os profissionais, os idosos apresentaram atitudes mais negativas de crianças em relação aos idosos. Por outro lado, os idosos expressaram mais positivamente atitudes de idosos em relação às crianças. Além disso, sobre as atitudes em relação à interação entre crianças e idosos, estas foram mais negativas nos idosos que não convivem com crianças do que em idosos que têm convivência com a geração mais nova. Evidenciou-se que os profissionais que trabalham com grupos intergeracionais apresentaram de modo mais positivo atitudes em relação à interação entre crianças e idosos em relação aqueles que não desenvolvem atividades intergeracionais. Visando à diminuição de atitudes negativas em relação ao intercâmbio entre as gerações, é imprescindível o desenvolvimento de atividades intergeracionais, bem como a formação e a atualização técnica e teórica dos profissionais que atuam e/ou pretendem atuar em ações que promovam a intergeracionalidade.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Jun 2017

Histórico

  • Recebido
    25 Out 2016
  • Revisado
    23 Mar 2017
  • Aceito
    22 Maio 2017
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