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Transperiferias: uma proposta para pesquisas socialmente engajadas

A noção de um paradigma transperiférico vem ao encontro da necessidade de reconhecer a importância de movimentos e contatos entre lugares tidos como periféricos na construção intelectual e política de movimentos emancipatórios ( Muniz, 2021MUNIZ, K. Linguagem como mandinga: população negra e periférica reinventando epistemologias. In: SOUZA, A. L. (org.) Cultura política nas periferias: estratégias de reexistência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2021, p. 273-288.; Souza, 2021SOUZA, A. L. S. Cultura política nas periferias: Estratégias de reexistência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2021.; Windle, 2020WINDLE, J. et al. Por um paradigma transperiférico: uma agenda para pesquisas socialmente engajadas. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 59, p. 1563-1576, 2020.). Essa necessidade está enraizada na própria construção de periferias em diversas escalas para além do determinismo que insiste em essencializá-las com base em uma localidade geograficamente fixa e não-transitória. No Brasil, assim como em grande parte do que hoje entendemos como Sul Global, a palavra periferia evoca historicamente um conjunto de sentidos e identidades ligadas à marginalização habitacional – destacadamente, a ideia de gentrificação – e social de parte da população. Além disso, o conceito de periferia em si também integra críticas direcionadas ao capitalismo global, em que um “centro” europeu-norte-americano coloniza, explora e desapropria “periferias” e “semiperiferias” ( Grosfoguel, 2002GROSFOGUEL, R. Colonial difference, geopolitics of knowledge, and global coloniality in the modern/colonial capitalist world-system. Review (Fernand Braudel Center), v. 25, n. 3, p. 203-224, 2002.; Mignolo, 2002MIGNOLO, W. The geopolitics of knowledge and the colonial difference. The South Atlantic Quarterly, v. 101, n. 1, p. 57-96, 2002.; Wallerstein, 2011WALLERSTEIN, I. The modern world-system I: Capitalist agriculture and the origins of the European world-economy in the sixteenth century. .l.: University of California Press, 2011. v. 1.). Ainda, em uma terceira escala, o reforço determinista de um posicionamento periférico corrobora a supervalorização de teorias inscritas nesse Norte Global, desvalorizando a produção e a circulação de conhecimentos academicamente produzidos e legitimados dentro de universidades, escolas e outras agências letradas presentes no Sul Global ( Connell, 2020CONNELL, R. Southern theory: The global dynamics of knowledge in social science. .l.: Routledge, 2020.; Mignolo, 2012MIGNOLO, W. Local histories/global designs: Coloniality, subaltern knowledges, and border thinking. .l.: Princeton University Press, 2012.).

Frente a esse conjunto de estigmas, o paradigma transperiférico soma-se a outras propostas de confronto ao status quo da produção de conhecimento e de modelo social dominante ( Anzaldúa, 1987ANZALDÚA, G. Borderlands/La frontera: The new mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 1987.; Dussel, 2012DUSSEL, E. D. Transmodernity and interculturality: An interpretation from the perspective of philosophy of liberation. Transmodernity: Journal of Peripheral Cultural Production of the Luso-Hispanic World, v. 1, n. 3, p. 28-59, 2012.; Moita Lopes, 2009MOITA LOPES, L. P. Da aplicação de linguística à linguística aplicada indisciplinar. In: PEREIRA, R. C.; ROCA, P. (orgs.) Linguística aplicada: um caminho com diferentes acessos. São Paulo: Contexto, 2009, p. 11-24.), oferecendo uma reflexão sobre como pesquisadores nos estudos da linguagem e da sociedade podem encontrar bases epistemológicas outras, capazes de desestabilizar as esterilidades que sustentam o fazer científico prometido pela modernidade e suas regularidades convencionadas. Especificamente em relação à academia, a transitoriedade e o movimento no fazer científico provocam a inevitabilidade de se entender o “periférico” em sua complexidade e pluralidade: afinal, campos diversos do conhecimento – a física, sobretudo – já nos ensinaram que as forças do entorno costumam ser as responsáveis pelas pressões capazes de transformar o centro em qualquer sistema complexo ( Cesarino, 2022CESARINO, L. O mundo do avesso: Verdade e política na era digital. São Paulo: Ubu Editora, 2022.). O paradigma transperiférico, nesse sentido, convoca uma agência engajada e ética por parte de nós, pesquisadores, em relação àqueles parceiros com quem trabalhamos, com quem construímos conhecimentos e sem os quais não haveria a matéria primeira de nossas análises e proposições.

O foco no posicionamento relacional de pesquisadores na construção e contestação de dinâmicas centroperiferia ( Tavares et al., 2022TAVARES, F.; DE CASTRO MANOEL, M. H.; DA SILVA, C. F. Território, desigualdades e pandemia: reflexões sobre centroperiferia e o contexto brasileiro. Lavboratório: revista de estudios sobre cambio estrutural y desigualdad social, Buneos Aires, v. 32, n. 2, p. 56-81, 2022.) que privilegia as perspectivas periféricas é, de fato, algo que pode diferenciar uma dinâmica transperiférica de alguns outros movimentos com objetivos emancipatórios. Nesse sentido, Smith, Tuck e Yang ( 2018SMITH, L. T.; TUCK, E.; YANG, K. W. Indigenous and decolonizing studies in education: Mapping the long view. .l.: Routledge, 2018.) chamam atenção para o que eles chamam de validade relacional em propostas de pesquisa decolonial, deslocando a validade catalítica que define propostas a favor da justiça social surgindo, por exemplo, da tradição da pedagogia crítica ( Smith et al., 2018SMITH, L. T.; TUCK, E.; YANG, K. W. Indigenous and decolonizing studies in education: Mapping the long view. .l.: Routledge, 2018.). Mais genérica, a validade catalítica define seu valor dentro de possíveis efeitos de mudança social de forma mais ampla, ou seja, o potencial de ser catalisador de transformações na sociedade. A validade relacional, por sua vez, estabelece-se no âmago de relacionamentos e posicionamentos diferenciados nas interações que caracterizam cada pesquisa, sendo própria ao tempo-espaço e prioridades dos grupos com quem se constrói a devida investigação.

Com efeito, a proposição de uma perspectiva transperiférica não é ocasional. Afinal, disputas por políticas públicas de naturezas diversas têm sido fundamentais para que as periferias organizadas se fortaleçam ao pleitearem lugares legítimos de participação e de reivindicação por direitos que lhes foram historicamente negados. No caso brasileiro, a aprovação da lei 10.639/2003 ( Brasil, 2003BRASIL. 2003. Lei 10.639/2003 de 09 de janeiro de 2003. Brasília: Diário Oficial da União, Poder Executivo, 2003.), posteriormente complementada pela lei 11.645/2008 ( Brasil, 2008BRASIL. Lei 11.645/2008 de 10 de março de 2008. Brasília: Diário Oficial da União, Poder Executivo, 2008.), as políticas de cotas na graduação e na pós-graduação e a expansão de vagas nas universidades pelo programa REUNI são exemplos de legislações implementadas a partir das articulações e agências estratégicas das margens ( Windle; Muniz, 2018WINDLE, J. A.; MUNIZ, K. Constructions of race in Brazil: Resistance and resignification in teacher education. International Studies in Sociology of Education, v. 27, n. 2-3, p. 307-323, 2018.).

De nosso interesse, nos estudos da linguagem, perspectivas de análise linguístico-discursiva que passaram a valorizar o fazer do sujeito, e não a estabilidade e a pureza do dado linguístico – em termos específicos, referendando uma virada pragmática ( Austin, 1975AUSTIN, J. L. How to do things with words. Oxford: Oxford University Press, 1975.; Cavalcanti, 1986CAVALCANTI. M. C. A propósito de linguística aplicada. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, v. 7, n. 2, p. 5-12, 1986.; Geraldi, 1984GERALDI, J. W. O texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste, 1984.; Rajagopalan, 2010RAJAGOPALAN, K. Nova pragmática: fases e feições de um fazer. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.) –, foram fundamentais para o reconhecimento de novas e outras epistemologias. Por conseguinte, tem sido perceptível nos últimos anos um empreendimento analítico contundente visando à problematização da racialidade de todos os sujeitos que produzem os dados linguísticos em suas interações, sobretudo aqueles que, historicamente, não eram racializados justamente por prefigurarem a força do padrão vigente ( Bento, 2002BENTO, M. A. S. Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002.; Pinto, 2013PINTO, J. P. Prefiguração identitária e hierarquias linguísticas na invenção do português. In: MOITA LOPES, L. P. (org.) O Português no século XXI: Cenário geopolítico e sociolinguístico. São Paulo: Parábola Editorial, 2013, p. 120-143.). Exemplo disso são pesquisas atuais que resgatam o trabalho pioneiro de Lélia Gonzalez sobre o Pretuguês ( Nascimento, 2019NASCIMENTO, G. Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo. Belo Horizonte: Editora Letramento, 2019.) e outras, que reconhecem a identificação de registros próprios aos ativismos periféricos ( Silva, 2022SILVA, D. Transidiomatic favela: language resources and embodied resistance in Brazilian and South African peripheries. Applied Linguistics Review, n. 0, 2022.).

É, portanto, no sentido de criar instabilidades construtivas e propositivas que este dossiê, assim como o manifesto Trasperiferias o fez, dá a conhecer formas incomuns de se pensar as relações, as tensões e os fluxos centroperiferia, indo além das limitações determinísticas que possam caracterizar as margens como lugares estanques e não-contaminantes entre si e o próprio centro mirado por elas.

Ainda que brevemente, alguns exemplos que exploram a potência de transperiferias em diferentes escalas merecem destaque. No Brasil, a instauração do conceito de reexistência por Ana Lúcia Silva Souza ( 2011SOUZA, A. L. S. Letramentos de reexistência: Música, dança, poesia, grafite: hip-hop. São Paulo: Parábola Editorial, 2011.) foi determinante para que outros trabalhos racializados se destacassem com a devida relevância. O letramento racial crítico de Aparecida de Jesus Ferreira ( 2015FERREIRA, A. J. Letramento racial crítico através de narrativas autobiográficas com atividades reflexivas. Ponta Grossa: Estúdio Texto, 2015.), as práticas linguísticas mandingueiras de Kassandra Muniz ( 2021MUNIZ, K. Linguagem como mandinga: população negra e periférica reinventando epistemologias. In: SOUZA, A. L. (org.) Cultura política nas periferias: estratégias de reexistência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2021, p. 273-288.), a preocupação de Glenda Melo ( 2023MELO, G. C. V. Linguística Aplicada, raça e interseccionalidade na contemporaneidade. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2023.) com as performatividades de raça e suas interseccionalidades, as sobrevivências etnografadas por Junot de Oliveira Maia Maia ( 2017MAIA, J. O. Fogos digitais: letramentos de sobrevivência no Complexo do Alemão/RJ. Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem, 2017.; 2019MAIA, J. O. Fogos digitais: letramentos de sobrevivência e participação cidadã no Rio de Janeiro. Inovações e desafios epistemológicos em Linguística Aplicada: Perspectivas sul-americanas. Campinas: Pontes Editores, 2019, p. 115-142.) e por Adriana Lopes, Adriana Facina e Daniel do Nascimento e Silva ( 2019SILVA, D. N.; LOPES, A. C. “Yo hablo un perfeito portuñol”: indexicalidade, ideologia linguística e desafios da fronteira a políticas linguísticas uniformizadoras. Revista da ABRALIN, v. 17, n. 2. Maceió: ABRALIN, s/p, 2019.), além do racismo linguístico descrito por Gabriel Nascimento ( 2019NASCIMENTO, G. Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo. Belo Horizonte: Editora Letramento, 2019.), compõem um cenário promissor para reflexões sobre raça e seus atravessamentos nos estudos brasileiros da linguagem.

Além disso, destacam-se os letramentos que conectam os brasileiros a audiências globais. Jovens moradores de periferias se arriscam em interações com “ghetos” americanos, projetando e construindo novos imaginários com base em apropriações e transformações da língua inglesa ( Windle; Ferreira, 2019WINDLE, J.; FERREIRA, B. B. P. Plurilingual social networks and the creation of hybrid cultural spaces. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 58, p. 139-157, 2019.; Windle, Moita Lopes, 2013). Moradores de townships da África do Sul e de favelas do Brasil negociam interações transglóssicas a fim de problematizar os efeitos das remoções forçadas em decorrência das copas do mundo de futebol realizadas em ambos os países, respectivamente, em 2010 e 2014 ( Silva, 2022SILVA, D. N.; MAIA, J. O. Digital rockets: resisting necropolitics through defiant languaging and artivism. Discourse, context and media, v. 49, 100630, 2022.). Na América do Sul, um poeta uruguaio produz sua arte em portuñol, afirmando sua resistência à normatividade morfológico-gramatical e aos registros dominantes impostos por políticas linguísticas na fronteira entre seu país e o Brasil ( Silva; Lopes, 2019SILVA, D. N.; LOPES, A. C. “Yo hablo un perfeito portuñol”: indexicalidade, ideologia linguística e desafios da fronteira a políticas linguísticas uniformizadoras. Revista da ABRALIN, v. 17, n. 2. Maceió: ABRALIN, s/p, 2019.). Na distante Austrália, o rapper aborígene Ziggy Ramo relê a história da colonização na América Latina para questionar processos de desumanização e racialização que marcam seu país até os dias de hoje.

A robustez desses exemplos evidencia como o paradigma transperiférico evoca caminhos promissores para o papel da diferença e dos diálogos plurilaterais nos estudos da linguagem. Ainda que instâncias internacionais de financiamento de pesquisa – OCDE, ONU, Banco Mundial, FMI, Unesco, entre outras agências – insistam em reforçar o modelo de conhecimento produzido no norte dominante, o Sul Global reexiste de forma conectada com suas outras formas de fazer. A Linguística Aplicada, por sua vez, projeta-se como campo valioso capaz de promover reflexões complexas sobre como o contato transperiférico é potente não só para denunciar desigualdades, mas também para vislumbrar futuros mais justos a partir da diferença. Os trabalhos que compõem este dossiê reforçam esse nosso entendimento.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Dez 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    03 Out 2023
  • Aceito
    03 Out 2023
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