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Conhecimento botânico medicinal sobre espécies vegetais nativas da caatinga e plantas espontâneas no agreste da Paraíba, Brasil

Botanical medical knowledge of native species of the Caatinga and spontaneous plants in the Agreste region of the state of Paraíba, Brazil

Resumos

O bioma Caatinga apresenta diversas espécies vegetais amplamente empregadas pelas populações rurais, especialmente na fitoterapia, abrangendo diversos usos no tratamento de determinadas enfermidades. As plantas espontâneas, apesar de serem entendidas como espécies daninhas ou invasoras, concomitantemente apresentam propriedades fitoquímicas que podem ser aproveitadas no âmbito medicinal. Nesta concepção, o referente trabalho tem como objetivo identificar espécies vegetais nativas da Caatinga, assim como plantas espontâneas, empregadas na medicina popular através de estudo etnobotânico desenvolvido na zona rural do município de Serra da Raiz, Agreste da Paraíba, Nordeste do Brasil. O levantamento das plantas de uso fitoterápico foi estabelecido através de questionamentos e entrevistas semiestruturadas com 57 famílias da região. Foram coletadas informações referentes a 55 espécies vegetais e seus empregos terapêuticos, destacando-se entre elas: Myracrodruom urundeuva Allemão (Aroeira), Genipa americana L. (Jenipapo), Solanum paniculatum L. (Jurubeba) e Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (Angico) por serem amplamente utilizadas no tratamento de diversas enfermidades pelos moradores locais.

fitoterapia; caatinga; plantas espontâneas; conhecimento popular


The Brazilian Caatinga has several plant species widely used by rural populations, especially in phytotherapy, covering many uses in the treatment of diseases. The spontaneous plants, although regarded as invasive plants or weeds, present phytochemical properties that can be exploited in medicine. This study aims to identify native plant species of the Caatinga and spontaneous plants used in medicine through an ethnobotanical study developed in the municipality of Serra da Raiz, Agreste area of the state of Paraíba, Brazil. The survey of plants used in herbal medicine was established through the questioning of and semi-structured interviews with 57 families in the region. Information was record on 55 plant species and their therapeutic uses. The species most used in the treatment of various diseases were Myracrodruon urundeuva Allemão, Genipa americana L., Solanum paniculatum L. and Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan..

phytotherapy; Caatinga; spontaneous plants; popular knowledge


Conhecimento botânico medicinal sobre espécies vegetais nativas da caatinga e plantas espontâneas no agreste da Paraíba, Brasil

Botanical medical knowledge of native species of the Caatinga and spontaneous plants in the Agreste region of the state of Paraíba, Brazil

Cordeiro, J.M.P.* * joelmpcordeiro@yahoo.com.br ; Félix, L.P.

Universidade Federal da Paraíba, Rodovia PB 079, Km 12, Caixa postal 66, Areia-PB, CEP: 58.397-000

RESUMO

O bioma Caatinga apresenta diversas espécies vegetais amplamente empregadas pelas populações rurais, especialmente na fitoterapia, abrangendo diversos usos no tratamento de determinadas enfermidades. As plantas espontâneas, apesar de serem entendidas como espécies daninhas ou invasoras, concomitantemente apresentam propriedades fitoquímicas que podem ser aproveitadas no âmbito medicinal. Nesta concepção, o referente trabalho tem como objetivo identificar espécies vegetais nativas da Caatinga, assim como plantas espontâneas, empregadas na medicina popular através de estudo etnobotânico desenvolvido na zona rural do município de Serra da Raiz, Agreste da Paraíba, Nordeste do Brasil. O levantamento das plantas de uso fitoterápico foi estabelecido através de questionamentos e entrevistas semiestruturadas com 57 famílias da região. Foram coletadas informações referentes a 55 espécies vegetais e seus empregos terapêuticos, destacando-se entre elas: Myracrodruom urundeuva Allemão (Aroeira), Genipa americana L. (Jenipapo), Solanum paniculatum L. (Jurubeba) e Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (Angico) por serem amplamente utilizadas no tratamento de diversas enfermidades pelos moradores locais.

Palavras-chave: fitoterapia, caatinga, plantas espontâneas, conhecimento popular

ABSTRACT

The Brazilian Caatinga has several plant species widely used by rural populations, especially in phytotherapy, covering many uses in the treatment of diseases. The spontaneous plants, although regarded as invasive plants or weeds, present phytochemical properties that can be exploited in medicine. This study aims to identify native plant species of the Caatinga and spontaneous plants used in medicine through an ethnobotanical study developed in the municipality of Serra da Raiz, Agreste area of the state of Paraíba, Brazil. The survey of plants used in herbal medicine was established through the questioning of and semi-structured interviews with 57 families in the region. Information was record on 55 plant species and their therapeutic uses. The species most used in the treatment of various diseases were Myracrodruon urundeuva Allemão, Genipa americana L., Solanum paniculatum L. and Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan..

Keywords: phytotherapy, Caatinga, spontaneous plants, popular knowledge

INTRODUÇÃO

A Caatinga constitui um rico ecossistema exclusivamente brasileiro, com grande diversidade de espécies e elevada incidência de endemismo. Em recente levantamento florístico de todo o território brasileiro, o bioma caatinga apresentou o total de 4.322 espécies de plantas com sementes, sendo 744 endêmicas deste bioma, o que corresponde a 17,2% do total de táxons registrados (Forzza et al., 2012). A Caatinga pode ser descrita como uma vegetação arbustivo-arbórea, com folhas caducas no verão, dotadas de espinhos, com presenças de cactáceas e bromeliáceas. Tais mecanismos possibilitam a sobrevivência das espécies em condições edafoclimáticas do semiárido nordestino (Andrade-Lima, 1981).

Na fitoterapia, em regiões de domínio da Caatinga, observa-se que entre as espécies vegetais de maior uso aparecem Myracrodruom urundeuva Allemão (Aroeira), indicada no combate a problemas do aparelho respiratório, anti-inflamatório e cicatrizante; Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (Angico), no tratamento de doenças do aparelho respiratório, e Poincianella pyramidalys (Tul.) L. P. Queiroz (Catingueira), empregada em problemas gastrointestinais, problemas do aparelho respiratório e geniturinário (Silva & Freire, 2010; Marinho et al., 2011).

As plantas espontâneas, conforme aparece em Lorenzi (2000), podem ser entendidas como espécies que nascem e se reproduzem espontaneamente e não são cultivadas pelo homem, sendo estas muitas vezes consideradas como plantas daninhas ou invasoras. Duque (1980) enfatiza que estas plantas podem ser classificadas como ervas daninha ou "pragas", mas também adverte que elas protegem o solo e contribuem, ao deixar seus restos mortais, para adubar o mesmo. Segundo Sampaio (2010), nos locais de Caatinga com mais água e nutrientes, as plantas espontâneas ou herbáceas têm densidades entre uma dezena e uma centena de indivíduos por metro quadrado, mas com distribuição agregada nos locais mais abertos.

Em relação à fitoterapia, as plantas espontâneas comumente mencionadas em levantamentos etnobotânicos são: Acanthospermum hispidum DC. (Espinho de cigano), indicada como abortiva, sudorífica, emoliente e anti-inflamatória; Bidens pilosa L. (Picão preto), como planta diurética e depurativa, eficaz no tratamento de diabetes e hepatite; Portulaca oleracea L. (Beldroega) como planta diurética, vermífuga, sudorífica, emoliente e anti-inflamatória; Amaranthus viridis L. (Bredo), indicada como anti-inflamatória, vermífuga, emolientes e antiblenorrágicas; Momordica charantia L. (Melão de são caetano), como afrodisíaco, antidiabético, vermífugo e no tratamento de reumatismo e diarreias (Agra et al., 2007; Silva et al., 2010; Sousa et al., 2011).

Os estudos etnobotânicos e etnofarmacológicos podem proporcionar diversos avanços na ciência farmacêutica e no descobrimento de novos fármacos, além de promover a preservação da biodiversidade. Contribui ainda para promover o uso local das plantas em combinação com os fármacos já conhecidos e outras tecnologias biomédicas, bem como fazer uso do conhecimento das comunidades locais respeitando a sua propriedade intelectual (Albuquerque & Hanazaki, 2006).

Tendo em vista a importância da realização de distintos estudos sobre fitoterápicos para proporcionar novas descobertas no tratamento de diversas enfermidades e ampliar o conhecimento relacionado ao saber tradicional das comunidades rurais, o presente trabalho tem como objetivo demonstrar o emprego de determinadas espécies vegetais empregadas na medicina popular através de levantamento etnobotânico realizado na zona rural do município de Serra da Raiz, Estado da Paraíba, região Nordeste do Brasil, sendo discutidas as doenças tratadas, a parte da planta utilizada, e a forma do preparo das mesmas, de acordo com o conhecimento dos moradores locais.

MATERIAL E MÉTODO

Área de Estudo

O presente trabalho foi realizado na zona rural do município de Serra da Raiz, localizado no Agreste Paraibano, região Nordeste do Brasil. Este município possui uma área de aproximadamente 29,08 Km², localizado a 6°68'S e 35°44'W (IBGE, 2013). A área de estudo encontra-se localizada em elevações individualizadas de serras pertencentes ao piemonte da Borborema, na qual predomina um relevo ondulado, com altitudes que variam entre 130m e 320m. A cobertura vegetal pertence ao Agreste de mata estacional decídua e Caatinga arbustivo-arbórea, com ocorrência de cactáceas e exemplares da floresta subúmida. O clima da região, segundo a classificação de Köpen é do tipo As' quente e úmido, com chuvas de outono-inverno, apresentando temperatura média de 25°C e precipitações entre 800 e 1000 mm anuais (Paraíba, 1985).

Levantamento Etnobotânico sobre plantas medicinais

Para o desenvolvimento do trabalho foram obtidas informações por meio de diálogo e entrevistas semiestruturadas (Albuquerque & Lucena, 2004), com auxílio de questionários aplicados aos moradores locais no intuito de se obter um levantamento acerca das espécies vegetais e seu emprego fitoterápico. Desta forma, foram aplicados questionários e entrevistas no período de Janeiro a Março de 2013, a 57 pessoas de diferentes famílias residentes na zona rural de Serra da Raiz, Paraíba, envolvendo as comunidades de Boa Ventura, Pau d'arco e Canafístula, o que representa 20,07% do total de 284 famílias que habitam a zona rural deste município (IBGE, 2013).

Nas entrevistas realizadas com os habitantes da zona rural do município de Serra da Raiz (PB) procurou-se questionar as pessoas idosas ou aquelas que possuíam maiores conhecimentos referentes à fitoterapia. Os informantes eram em maior parte agricultores donos de pequenas propriedades rurais e aposentados, com baixos níveis de escolaridade. Com relação aos informantes, 68% foram do sexo feminino e idade entre 40 e 75 anos. Em relação ao tempo em que residem na região, o período oscilou entre 8 e 70 anos, sendo que grande parte dos entrevistados nasceram no próprio município.

Para efeito de inclusão na presente pesquisa considerou-se todas as espécies vegetais nativas ou espontâneas mencionadas nas entrevistas. Como espécies nativas foram classificadas aquelas pertencentes a diferentes extratos vegetativos (árvores, arbustos, ervas, lianas) localizados em meio aos fragmentos florestais da região. Já as espécies espontâneas foram classificadas como aquelas que ocorrem naturalmente, sem que haja o cultivo humano, seja em locais abandonados, quintais residenciais, áreas de pastagens, seja em meio a culturas produzidas pelo homem.

Para o levantamento das informações foi adotada a abordagem etnodirigida que consiste na seleção de espécies de acordo com a indicação de grupos populacionais específicos em determinados contextos de uso, enfatizando a busca pelo conhecimento construído localmente a respeito de seus recursos naturais e a aplicação que fazem deles em seus sistemas de saúde e doença (Albuquerque & Hanazaki, 2006).

Os indivíduos das espécies citadas no estudo fitoterápico foram coletados, herborizados e enviados ao herbário Professor Jayme Coelho de Moraes (EAN) da Universidade Federal da Paraíba. A identificação se procedeu por meio de chaves analíticas, morfologia comparada com as exsicatas depositadas no herbário, além de tipos disponíveis na internet.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No levantamento etnobotânico foram constatadas 55 espécies vegetais utilizadas pela população rural de Serra da Raiz como propícias ao uso medicinal, sendo 37 espécies nativas e 18 plantas espontâneas. Dentre elas destacam-se pelo maior número de citações Myracrodruom urundeuva Allemão (Aroeira), Genipa americana L. (Jenipapo), Solanum paniculatum L. (Jurubeba) e Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. (Angico). Tais espécies são amplamente utilizadas no tratamento de diversas enfermidades, tais como problemas do aparelho respiratório, inflamações e doenças do sangue (Tabela 1).

A espécie M. urundeuva foi mencionada por 51 pessoas (89,5% dos entrevistados) como propícia ao combate de diversas enfermidades: problemas estomacais, doenças do aparelho respiratório, inflamação e cicatrizante. As cascas e as folhas são usadas em forma de decocções, macerações e garrafadas; o pó das folhas secas pode ser usado como anti-inflamatório e cicatrizante. M. urundeuva aparece entre as plantas medicinais com maiores indicações no combate a problemas de saúde em diversos levantamentos etnobotânicos realizados em áreas de Caatinga: combate ao câncer, inflamações, dor de garganta, doenças renais, problemas de coluna, cicatrizante, próstata, inflamação no colo do útero, bronquite, difteria, inflamação no fígado, diarreia, gastrite, coceira, tosse (Roque et al., 2010; Silva & Freire, 2010; Marinho et al., 2011).

Genipa americana foi salientada por 63,1% dos entrevistados, constituindo, sobretudo, a espécie com maiores números de tratamento indicados: osteoporose, anemia, problemas estomacais, nervosismo, diabetes, colesterol, além de constituir excelente tônico no combate a indisposição, cansaço e fraqueza. A parte medicamentosa da planta é o fruto, consumido in natura ou através de sucos e licores. Alves et al. (2008) observam a decocção da casca e das folhas da G. americana indicadas como depurativo do sangue, ao passo que Agra et al. (2007) mencionam o uso dos frutos da espécie como tônico no tratamento de anemias e a infusão de suas folhas no tratamento de problemas no fígado.

Solanum paniculatum foi citada como planta medicamentosa por 35 entrevistados (61,4%). A espécie é indicada no combate a problemas respiratórios (tosse, gripes, resfriados, bronquites), anemia e problemas hepáticos, além das raízes serem apontadas como tônicas. As partes utilizadas são as flores, raízes e frutos através da decocção, infusão e xaropes, suas raízes também são usadas em garrafadas. Além destes tratamentos, a espécie é indicada no combate de diabetes, icterícia, hepatite, febre, falta de transpiração (Rodrigues & Carvalho, 2001) e anti-inflamatória (Silva et al., 2010). Agra et al. (2007) mencionaram o uso das raízes de S. paniculatum como diurética e usada para tratar problemas no fígado.

Anadenanthera colubrina, por sua vez, aparece indicada por 32 pessoas (56,14%) no tratamento de doenças do aparelho respiratório (gripes, tosses, bronquites), inflamações e problemas estomacais. A casca da espécie constitui a parte da planta usada no preparo medicinal por meio de decocção e na preparação de garrafadas. Alves & Nascimento (2010) também destacam o angico como depurativo, adstringente e homeostático. Agra et al. (2007) descrevem o uso das cascas desta espécie no tratamento de tosses e bronquites, além de seus frutos serem considerados narcóticos ou tóxicos.

As espécies herbáceas nativas (incluindo lianas), assim como as plantas espontâneas, foram representadas por 27 indivíduos (49,09%). Tais tipos vegetais merecem destaque pela menção em tratamento de enfermidades mais complexas. Dentre elas podem ser citadas Phyllanthus niruri L. (Quebra-pedra) indicada no combate de complicações renais; Senna occidentalis (L.) Link. (Manjerioba) para trombose; Passiflora cincinnata Mart. (Maracujá mochila) para problemas cardíacos; Petiveria alliaceae L. (Piti) no combate ao reumatismo; e Dolichandra quadrivalvis (Jacq.) L. G. Lohmann (Cipó pé de lagartixa) indicado no tratamento de cistos no ovário.

Trabalhos fitoterápicos específicos sobre plantas espontâneas são discutidos por Sousa et al. (2011) e Silva et al. (2010). Nestes trabalhos aparecem determinadas espécies concomitantemente citadas nesta pesquisa, entretanto, com indicações fitoterápicas distintas, a exemplo de P. niruri (indicado como hipoglicemiante), S. paniculatum (anti-inflamatório), Acanthospermum hispidum DC. (anemia e doenças do sistema urinário) e Heliotropium indicum L. (purgativo). Conforme ressaltam Silva et al. (2010) há uma carência de informações científicas da população em relação ao benefício das plantas espontâneas na fitoterapia, o que ocasiona a eliminação destas espécies por serem conhecidas empiricamente como daninhas ou invasoras.

A preparação dos medicamentos a partir das espécies vegetais é realizada, sobretudo, por meio da decocção e infusão (chás), garrafadas, xarope, maceração ou utilizados in natura. Ao comparar os trabalhos de Silva & Freire (2010); Roque et al. (2010) e Marinho et al. (2011) com o presente trabalho, observa-se que as infusões e decocções constituem a principal forma de preparação de medicamentos com as espécies vegetais da Caatinga, seguidos pelos lambedores (xaropes) e macerações.

As partes das plantas mais utilizadas também se assemelham aos trabalhos anteriormente mencionados, uma vez que as cascas do caule das plantas e as raízes obtiveram maiores números de citações. Para Albuquerque & Andrade (2002) o uso de parte das plantas da Caatinga como os troncos e ramos das árvores para produção de medicamentos (ou utensílios e materiais de construção) pode ser justificado pela disponibilidade destes durante todo o ano, inclusive durante a estação seca, diferentemente das folhas, flores e dos frutos.

Com relação aos requisitos especiais para coleta de determinadas espécies (hora do dia, estação do ano) houve indicações relacionadas às espécies Sapium argutum (Müll. Arg.) Huber. (Burra leiteira) e Merremia umbellata (L.) (Batata de purga). Em S. argutum deve-se extrair o látex do caule da planta pela manhã em direção ao nascer do Sol, em seguida deve-se aplicá-lo no combate a rachaduras nos pés. M. umbellata, para melhores resultados medicinais, deve ter seus tubérculos coletados sempre na primeira segunda-feira do mês de agosto. Roque et al. (2010) complementam que esses rituais que aparentemente são sem importância ao senso comum devem ser testados em laboratório para a comprovação de sua eficácia.

O estudo etnobotânico realizado na zona rural do município de Serra da Raiz, Paraíba, resultou na coletada de informações relacionadas a diversas espécies vegetais, seus empregos terapêuticos e modos de preparo. Além dos usos medicinais, as espécies vegetais na área amostral possuem inúmeras serventias para as populações rurais em diversas outras utilidades, como lenha, forragem, alimento, madeira para construções, o que representa a necessidade de se empregar estudos relacionados ao manejo adequado dos recursos naturais disponíveis para que ocorra a preservação da flora nativa, assim como o desenvolvimento econômico das populações humanas que dependem dos recursos naturais desta região para sobreviverem.

Recebido para publicação em 06/09/2013

Aceito para publicação em 28/04/2014

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  • *
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      30 Out 2014
    • Data do Fascículo
      2014

    Histórico

    • Recebido
      06 Set 2013
    • Aceito
      28 Abr 2014
    Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais, Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Farmácia, Bloco T22, Avenida Colombo, 5790, 87020-900 - Maringá - PR, Tel: +55-44-3011-4627 - Botucatu - SP - Brazil
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