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Trauma de face e níveis de escolaridade: um estudo sobre a perspectiva da população

RESUMO

Objetivo:

averiguar a perspectiva da população sobre trauma de face, de acordo com nível de escolaridade.

Métodos:

estudo observacional, transversal, documental, quantitativo, oriundo de 852 entrevistas, em duas capitais brasileiras. Investigou-se associação entre nível de escolaridade e demais conhecimentos sobre trauma de face. Dados foram analisados com testes Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher, erro de 5%.

Resultados:

houve associação estatisticamente significante da escolaridade e entendimento das consequências do trauma em: funções (p=0,001), mobilidade da boca (p=0,005) e questões dentárias (p=0,003). Na população mais acometida, escolaridade também se associou a jovens (p=0,001) e adultos (p=0,044). Sobre causas, houve associação com quedas (p=0,034) e acidentes de trânsito (p=0,034). Houve associação de ciclistas (p=0,016) e motociclistas (p=0,001) como população mais propensa. Escolaridade foi associada a todos profissionais. Com relação às consequências para a vida, houve também associação com saúde geral (p=0,049), atividades domésticas (p=0,001) e vida social (p=0,001). Imprudência foi a única causa com associação (p=0,004). Escolaridade foi associada ao conhecimento prévio sobre trauma (p=0,001).

Conclusão:

entendimento sobre consequências do trauma, população mais acometida, principais causas, profissionais envolvidos no tratamento, repercussão para a vida das pessoas e conhecimento prévio sobre o assunto aumentaram de acordo com os níveis de escolaridade.

Descritores:
Fonoaudiologia; Traumatismos Maxilofaciais; Saúde Pública; Escolaridade; Acidentes de Trânsito

ABSTRACT

Purpose:

to verify the population’s understanding on facial trauma, according to their level of schooling.

Methods:

an observational, cross-sectional, quantitative, documentary study conducted, based on 852 interviews carried out in two Brazilian state capitals. The association between the levels of schooling and varied knowledge of facial trauma was investigated. The data were analyzed with Pearson’s chi-square test or Fisher’s exact test, with a margin of error of 5%.

Results:

there was a statistically significant association between the participants’ schooling and their understanding on the consequences of trauma in: functions (p = 0.001), mouth mobility (p = 0.005), and dental issues (p = 0.003). In the most affected population, schooling was also associated with youth (p = 0.001) and adults (p = 0.044). Regarding causes, there was association with falls (p = 0.034) and traffic accidents (p = 0.034). There was association with bikers (p = 0.016) and motorcyclists (p = 0.001) as the population with greater propensity. Schooling was associated with all the professionals. Concerning the consequences to the victim’s life, there was association also with general health (p = 0.049), household chores (p = 0.001), and social life (p = 0.001). Recklessness was the only cause with an association (p = 0.004). Schooling was associated with previous knowledge of trauma (p = 0.001).

Conclusion:

their understanding on the consequences of trauma, most affected population, main causes, professionals involved in the treatment, repercussion for people’s lives, and previous knowledge of the subject increased along with the levels of background.

Keywords:
Speech, Language and Hearing Sciences; Maxillofacial Trauma; Public Health; Educational Status; Accidents, Traffic

Introdução

Os traumas craniofaciais podem ser definidos por lesões locais na região da face ocorrendo a ruptura da integridade tecidual anatômica. Esses traumatismos apresentam como característica significante diversidade de lesões que podem atingir diversos tipos de tecidos, como por exemplo, partes moles, ossos, dentes e couro cabeludo11. Soller ICS, Poletti NAA, Beccaria LM, Squizatto RH, Almeida DB, Matta PRA. Perfil epidemiológico de pacientes com traumatismos faciais atendidos em emergência hospitalar. Rev Min Enferm. 2016;20:e935..

A etiologia do trauma facial é multifatorial, sendo associada às condições sociodemográficas e culturais22. Moura MTFL, Daltro RM, Almeida TF. Traumas faciais: uma revisão sistemática da literatura. RFO UPF. 2016;21(3):331-7.. A causa mais frequente dessas lesões são os acidentes de trânsito, seguido por agressões interpessoais e quedas11. Soller ICS, Poletti NAA, Beccaria LM, Squizatto RH, Almeida DB, Matta PRA. Perfil epidemiológico de pacientes com traumatismos faciais atendidos em emergência hospitalar. Rev Min Enferm. 2016;20:e935.

2. Moura MTFL, Daltro RM, Almeida TF. Traumas faciais: uma revisão sistemática da literatura. RFO UPF. 2016;21(3):331-7.

3. Vieira CL, Araújo DCC, Ribeiro MLS, Laureano Filho JRL. Soft tissue injury in victims of bucco-maxillo-facial trauma. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. 2013;13(1):89-96.

4. Zamboni RA, Wagner JCB, Volkweis MR, Gerhardt EL, Buchmann EM, Bavaresco CS. Levantamento epidemiológico das fraturas de face do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - RS. Rev Col Bras Cir. 2017;44(5):491-7.
-55. Araújo CFSN, Braga PLS. Epidemiologia do trauma maxilofacial num hospital terciário da cidade de Macapá. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço. 2016;45(4):121-5.. Em colisões automobilísticas, a motocicleta é o veículo que mais produz esse tipo de lesão na população22. Moura MTFL, Daltro RM, Almeida TF. Traumas faciais: uma revisão sistemática da literatura. RFO UPF. 2016;21(3):331-7.,33. Vieira CL, Araújo DCC, Ribeiro MLS, Laureano Filho JRL. Soft tissue injury in victims of bucco-maxillo-facial trauma. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. 2013;13(1):89-96.. Entretanto, o capacete quando devidamente utilizado previne as possíveis fraturas e lesões cerebrais decorrentes de acidentes66. Silva MGP, Silva VL, Lima MLLT. Craniofacial injuries resulting from motorcycle accidents: an integrative review. Rev. CEFAC. 2015;17(5):1689-97.. O horário com maior índice de acidentes de trânsito é à noite, entre 18h e 23h59min, sendo o maior percentual aos finais de semana. Tal fato pode ser explicado pelo maior número de atividades sociais que envolvem a ingesta de bebidas alcoólicas, aumentando dessa forma a probabilidade de colisões77. D'ávila S, Barbosa KGN, Bernardino IM, da Nóbrega LM, Bento PM, Ferreira EF. Facial trauma among victims of terrestrial transport accidents. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;82(3):314-20.,88. Silva MGP, Lima MLLT, Silva VL. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. Distúrb. Comun. 2015;27(1):204-05..

Fatores como o aumento populacional e da frota de veículos, associados à imprudência e negligência às leis de trânsito vigentes no país, são alguns exemplos, que fazem crescer os índices de incidência e severidade dos traumas faciais causados por acidentes de trânsito66. Silva MGP, Silva VL, Lima MLLT. Craniofacial injuries resulting from motorcycle accidents: an integrative review. Rev. CEFAC. 2015;17(5):1689-97.. Dados recentes demonstram que mais de 69% dos acidentes ocorridos em rodovias federais no ano de 2014 tiveram como causa a imprudência dos motoristas, como por exemplo, o excesso de velocidade, ultrapassagens forçadas, direção sob efeito de álcool, falta de atenção, entre outros99. IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras: caracterização, tendências e custos para a sociedade. [cited 2015]. Available from: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/150922_relatorio_acidentes_transito.pdf.
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As principais vítimas são adultos do sexo masculino, com faixa etária entre os 20 e 40 anos e baixa escolaridade11. Soller ICS, Poletti NAA, Beccaria LM, Squizatto RH, Almeida DB, Matta PRA. Perfil epidemiológico de pacientes com traumatismos faciais atendidos em emergência hospitalar. Rev Min Enferm. 2016;20:e935.,33. Vieira CL, Araújo DCC, Ribeiro MLS, Laureano Filho JRL. Soft tissue injury in victims of bucco-maxillo-facial trauma. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. 2013;13(1):89-96.,77. D'ávila S, Barbosa KGN, Bernardino IM, da Nóbrega LM, Bento PM, Ferreira EF. Facial trauma among victims of terrestrial transport accidents. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;82(3):314-20.,88. Silva MGP, Lima MLLT, Silva VL. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. Distúrb. Comun. 2015;27(1):204-05.,1010. Ykeda RBA, Ballin CR, Moraes RS, Ykeda RRA, Miksza AF. Epidemiological profile of 277 patients with facial fractures treated at the emergency room at the ENT Department of Hospital do Trabalhador in Curitiba/PR, in 2010. Int. Arch. Otorhinolaryngol. 2012;16(4):437-44.. A prevalência nos grupos com essa idade pode ser atribuída a um maior acesso dos jovens a veículos automotores, direção em alta velocidade, pequena divulgação e fiscalização das leis de trânsito22. Moura MTFL, Daltro RM, Almeida TF. Traumas faciais: uma revisão sistemática da literatura. RFO UPF. 2016;21(3):331-7.. Estudos afirmam que a escolaridade da população mais acometida é o ensino fundamental e que são pessoas que apresentam baixa renda33. Vieira CL, Araújo DCC, Ribeiro MLS, Laureano Filho JRL. Soft tissue injury in victims of bucco-maxillo-facial trauma. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. 2013;13(1):89-96.,1111. Santos MESM, Silva EKP, Rocha WBSS, Vascondelos JM. Perfil epidemiológico das vítimas de traumas faciais causados por acidentes motociclísticos. Rev Cir e Traumatologia Buco-Maxilo-Fac. 2016;16(1):29-38.. Alguns autores22. Moura MTFL, Daltro RM, Almeida TF. Traumas faciais: uma revisão sistemática da literatura. RFO UPF. 2016;21(3):331-7.,55. Araújo CFSN, Braga PLS. Epidemiologia do trauma maxilofacial num hospital terciário da cidade de Macapá. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço. 2016;45(4):121-5. destacam que a prevalência masculina no envolvimento com esse tipo de acidente pode ser reflexo do maior consumo de álcool e outras drogas, além de representarem a população economicamente mais ativa do país.

As lesões faciais são consideradas um grave problema de saúde pública, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, isso porque constitui uma demanda significante de atendimento e tratamentos prolongados77. D'ávila S, Barbosa KGN, Bernardino IM, da Nóbrega LM, Bento PM, Ferreira EF. Facial trauma among victims of terrestrial transport accidents. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;82(3):314-20.. Os acidentes de transito são causa, ainda, de diversos outros custos com impactos sociais e econômicos diretos e indiretos nas receitas públicas da União1212. Souza DFM, Santili C, Freitas RR, Akkari M, Figueiredo MJPS. Epidemiologia das fraturas em crianças num pronto-socorro de uma metrópole tropical. Acta Ortop Bras. 2010;18(6):335-8.. O custeio do atendimento das vítimas por parte das equipes de saúde, os danos às propriedades envolvidas no momento do trauma, as perdas de salários e as incapacidades permanentes ou transitórias conduzem frequentemente a dificuldade na reinserção social das vítimas e o seu retorno ao mercado de trabalho44. Zamboni RA, Wagner JCB, Volkweis MR, Gerhardt EL, Buchmann EM, Bavaresco CS. Levantamento epidemiológico das fraturas de face do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - RS. Rev Col Bras Cir. 2017;44(5):491-7..

Uma questão que precisa ser considerada é que as lesões de face podem trazer graves consequências para as vítimas, como alterações nas funções de mastigação, deglutição e fala, sendo fatores preditivos a prejuízos nas atividades diárias e na qualidade de vida88. Silva MGP, Lima MLLT, Silva VL. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. Distúrb. Comun. 2015;27(1):204-05.. É importante destacar que acometimentos não envolvem apenas tecidos moles e ossos, mas também, por extensão, pode envolver o cérebro, olhos, seios da face e dentição99. IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras: caracterização, tendências e custos para a sociedade. [cited 2015]. Available from: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/150922_relatorio_acidentes_transito.pdf.
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. Entre os danos causados aos pacientes que sobrevivem aos acidentes de moto, por exemplo, destacam-se as sequelas motoras, psicológicas e mutilações88. Silva MGP, Lima MLLT, Silva VL. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. Distúrb. Comun. 2015;27(1):204-05..

O diagnóstico e tratamento das lesões faciais envolvem um atendimento de abrangência multidisciplinar1313. Motta M. Análise epidemiológica das fraturas faciais em um hospital secundário, São Lourenço, MG. Rev. bras. cir. plást. 2009;24(2):162-9.. Nos grandes centros e, principalmente, em serviços de saúde ligados às instituições de ensino, o diagnóstico e o manejo destas lesões são sempre lembrados e difundidos entre os profissionais de saúde, visando prevenir sequelas tardias, muitas vezes de difícil tratamento1414. Santos MS, Almeida TF, Silva RA. Traumas faciais: perfil epidemiológico com ênfase nas características sociais e demográficas e características da lesão, Salvador, BA, 2008. Rev Bai de Sau Pub. 2013;37(4):1003-14.. O referido atendimento envolve equipe multiprofissional de saúde desde a assistência imediata posterior ao acometimento, como nos cuidados referente ao período de reabilitação.

Tendo em vista a alta prevalência de traumas faciais resultantes de acidentes de trânsito e a importância do estabelecimento de medidas educativas e de prevenção, o objetivo do trabalho foi averiguar a perspectiva da população sobre o trauma de face de acordo com o nível de escolaridade. Ressalta-se a importância de estudos como esse, uma vez que possibilitam resgate de informações relacionadas à população sobre o entendimento acerca do trauma de face, contribuindo, dessa forma, para o aporte do conhecimento e fomentando a criação de políticas públicas eficientes nessa área.

Métodos

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisas em Seres Humanos (CEP) da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, sob o protocolo de número 2.131.348, com dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelo referido CEP.

Tratou-se de um estudo observacional, transversal, documental e quantitativo, a partir da consulta de um banco de dados de questionários estruturados, oriundos de 951 entrevistas aplicadas em transeuntes de ambos os sexos, provenientes de uma campanha pública, ocorrida nas cidades de Recife e João Pessoa, cujo objetivo foi sensibilizar a população em geral sobre as causas, consequências e possibilidades terapêuticas para pessoas vítimas de traumas de face.

A coleta de dados foi realizada, inicialmente, analisando os itens que compunham o banco de dados dos questionários aplicados na ação e seleção dos conjuntos de respostas que se apresentavam de forma completa, sendo este o critério de inclusão. Foram excluídos o referente a 99 questionários. O critério adotado foi a falta da informação em algum item e/ou quesito do questionário aplicado. Ao final, 852 participaram da pesquisa.

O questionário foi composto por 15 perguntas, do tipo resposta única e múltipla escolha, denominadas de p1 a p15 (Figura 1). As indagações foram sobre os dados de caracterização do sujeito em relação ao sexo (masculino ou feminino), idade (jovem, adulto e idoso), escolaridade (“não estudou e ensino fundamental incompleto”, ensino fundamental completo, ensino médio e ensino superior). Agrupou-se os níveis de escolaridade não estudou e ensino fundamental incompleto devido ao número reduzido de entrevistados sem alfabetização. Além dessas, existiram questões relacionadas ao que o entrevistado entende sobre os aspectos gerais do trauma de face (causas, consequências para as funções e estruturas, população mais acometida, profissionais que atuam nos cuidados, tempo de duração das sequelas, conhecimento sobre o que é o trauma, locais de veiculação onde já teve informações sobre o assunto, interesse em saber mais sobre a temática e o que acha sobre campanhas de educação em saúde), consideradas, nesse estudo, como varáveis dependentes.

Figura 1:
Questionário aplicado nos transeuntes

As idades foram agrupadas em três faixas: 10-19 anos (jovem), 20-39 anos (adulto jovem), 40-59 anos (adulto) e igual e a partir de 60 anos (idoso). O grupo de adultos foi dividido em dois, pois na primeira faixa etária encontra-se o grupo risco de maior vulnerabilidade para os traumas de face de acordo com o que está descrito na literatura44. Zamboni RA, Wagner JCB, Volkweis MR, Gerhardt EL, Buchmann EM, Bavaresco CS. Levantamento epidemiológico das fraturas de face do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - RS. Rev Col Bras Cir. 2017;44(5):491-7..

Para esse estudo, buscou-se verificar a associação entre a variável independente “nível de escolaridade” e as respostas que os candidatos assinalaram em cada questão do dispositivo (p5 a p15).

Os dados coletados no referido banco de dados foram analisados descritivamente por meio de frequências absolutas e percentuais para as variáveis categóricas. Para avaliar associação entre duas variáveis categóricas, foi utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson ou o teste Exato de Fisher, quando a condição para utilização do teste Qui-quadrado não foi verificada. A margem de erro utilizada na decisão dos testes estatísticos foi de 5%. Os dados foram digitados na planilha EXCEL e o programa utilizado para obtenção dos cálculos estatísticos foi o IBM SPSS na versão 23.

Resultados

A Tabela 1 mostra os resultados relativos à caracterização dos pesquisados. Destaca-se que a maioria dos participantes era do sexo feminino, com idade entre 20 e 39 anos e possuíam o ensino médio completo.

Tabela 1:
Caracterização dos entrevistados quanto ao sexo, faixa etária e escolaridade

No que diz respeito à avaliação das respostas em relação à perspectiva da população sobre o trauma de face associado aos níveis de escolaridade, ressalta-se que foram registradas associações significantes entre o grau de escolaridade com as variáveis estudadas. É importante destacar que os percentuais dos que consideravam cada um dos problemas “comprometimento nas funções” e “mobilidade boca/face” como consequências do trauma de face (p5) aumentaram com o grau de escolaridade significantemente (p=0,001 e p=0,005 respectivamente). Na variável “questões dentárias” o percentual mais elevado correspondeu aos que tinham ensino superior (p=0,003).

Na questão sobre quem é mais propenso a sofrer trauma de face (p6), a resposta “jovens” foi mais elevada entre os que tinham ensino superior, seguido dos que tinham ensino médio e variou de 15,0% a 16,5% nas outras duas categorias de ensino (p = 0,001). Os participantes que responderam serem os “adultos” as principais vítimas dos traumas estavam no grupo dos que tinham ensino médio (31,1%), variando de 22,0% a 23,1% nas outras três categorias (p = 0,044) (Tabela 2).

Em relação às principais causas do trauma de face (p7), o grupo do ensino superior foi o que apresentou maior percentual para a resposta “acidentes de trânsito” (81,6%), seguido dos que tinham ensino médio e ensino fundamental (71,3%) com p=0,034.

Sobre quem é mais propenso a sofrer trauma de face no trânsito (p8) o percentual dos que responderam “ciclista” foi mais elevado entre os que tinham ensino superior (40,8%), seguido dos que tinham ensino médio (35,2%) e variou de 27,2% a 27,4% nas outras categorias (p=0,016); o percentual dos que responderam “motociclista” aumentou com o nível de escolaridade, sendo 41,6% no grupo “não estudou e ensino fundamental incompleto”, 55,1% nos que tinham ensino fundamental, 65,1% nos que tinham ensino médio e 71,4% nos que tinham ensino superior (p<0,001) (Tabela 2).

Em relação aos profissionais que podem se envolver no tratamento de pessoas com trauma de face (p9) em todas as categorias o maior percentual ocorreu entre os que tinham ensino superior e o segundo maior percentual nos que tinham ensino médio. Para as opções: “fisioterapeutas”, “psicólogos” e “enfermeiros” o menor percentual ocorreu entre o grupo “não estudou e ensino fundamental incompleto”; o percentual de entrevistados que responderam serem os “médicos” variou de 56,3% a 78,4% (p=0,002), já para a alternativa “fisioterapeutas” de 51,3% a 74,1% (p=0,001), no grupo dos “psicólogos” de 21,2% a 35,4% (p<0,040), e para a opção “dentistas” de 29,9% a 53,7% (p<0,001), nos “fonoaudiólogos” de 23,9% a 69,4% (p<0,001) e nos “enfermeiros” de 16,9% a 34,0% (p=0,001) (Tabela 2).

Na Tabela 2, a questão sobre as consequências do trauma de face para a vida do sujeito (p11), o maior percentual da resposta que alega ter impacto para a “saúde geral” foi entre os que tinham ensino superior (p=0,049). O percentual dos que responderam consequências no âmbito “emocional” também aumentou com o nível de escolaridade, sendo 46,9% no grupo “não estudou e ensino fundamental incompleto”, 52,4% nos de ensino fundamental, 63,6% no grupo com ensino médio e 73,5% entre os que tinham ensino superior (p<0,001). Os que citaram “atividades domésticas” novamente eram pertencentes ao grupo com ensino superior (p=0,018). O mesmo aconteceu com os que informaram impactos na “vida social e/ou amorosa”, isto é, aumentou com a escolaridade (p<0,001).

Por fim, em relação à opinião sobre as causas do trauma de face no trânsito, o percentual dos que responderam “imprudência” aumentou mais uma vez com a escolaridade, com valores 74,3%, 76,0%, 81,7% e 89,1%, de “não estudou e ensino fundamental incompleto” ao ensino superior, respectivamente.

Tabela 2:
Entendimento sobre aspectos gerais do trauma de face em associação com a escolaridade

Na Tabela 3, a questão p13, o percentual que respondeu afirmativamente sobre a obtenção de informações anteriores sobre o trauma de face aumentou com o grau de escolaridade (p=0,004). O percentual dos que citaram “jornais/revistas” foi nulo entre os que tinham primeiro grau incompleto e variou de 30,0% a 39,4% nas outras três categorias (p=0,023). Entre os que disseram que a fonte de informação foi “profissionais de saúde”, o maior percentual está no grupo dos que tinham ensino superior (38,5%), o menor entre os que tinham ensino fundamental (10,0%) e variou de 20,0% a 23,1% nas outras duas categorias de ensino consideradas (p = 0,005). Em relação à questão do conhecimento prévio sobre o trauma de face (p4), os percentuais dos que responderam positivamente aumentaram com o grau de escolaridade.

Tabela 3:
Conhecimento e interesse dos entrevistados sobre informações acerca do trauma de face

Discussão

Nesse estudo, percebe-se que a população com níveis de escolaridade mais baixos apontou menor conhecimento sobre os aspectos gerais relativos ao trauma de face, tais como consequências do trauma, população mais acometida, principais causas, entre outros. Isso desperta preocupação, uma vez que na literatura está descrito que a frequência de participação em acidentes de trânsito, segundo o nível de escolaridade, é maior entre as pessoas com nível fundamental completo e médio incompleto1515. Malta DC, Andrade SSCA, Gomes N, Silva MMA, Morais Neto OL, Reis AAC et al. Lesões no trânsito e uso de equipamento de proteção na população brasileira, segundo estudo de base populacional. Ciênc. saúde coletiva. 2016;21(2):399-409.

16. Silva MGP, Silva VL, Vilela MRB, Gomes AOC, Falcão IV, Cabral AKPS et al. Factors associated with speech-language disorders in motorcycle accident victims. CoDAS. 2016;28(6):745-52.
-1717. Santos F, Casagranda LP, Lange C, Farias JC, Pereira PM, Jardim VMR et al. Traumatismo cranioencefálico: causas e perfil das vítimas atendidas no pronto-socorro de Pelotas/Rio Grande do Sul, Brasil. Rev Min Enferm. 2013;17(4):882-7.. Com isso, constata-se que, na população estudada, o grupo que mais é acometido pelo trauma de face não tem conhecimento sólido sobre o tema. Isso é um alerta para necessidade de investimentos em educação em saúde, na prevenção de acidentes com educação no trânsito e na criação de protocolos de atendimentos a vítimas de traumatismo1818. Teixeira JRB, Santos NA, Sales ZN, Moreira RM, Boery RNSO, Boery EN et al. Use of personal protective equipment for motorcycle taxi drivers: perception of risks and associated factors. Cad Saúde Pública. 2014;30(4):885-90..

Em relação ao entendimento da população sobre as causas de traumas de face nos acidentes de trânsito, ressalta-se que o maior percentual que assinalou a “imprudência” foi o grupo com ensino superior. Esse resultado encontra-se em linha com um estudo1616. Silva MGP, Silva VL, Vilela MRB, Gomes AOC, Falcão IV, Cabral AKPS et al. Factors associated with speech-language disorders in motorcycle accident victims. CoDAS. 2016;28(6):745-52., no qual as pessoas com essa formação acadêmica apresentaram maiores percentuais para o uso dos equipamentos de segurança em automóveis e motocicletas. Isso é um indicativo que o aumento do nível de escolaridade do cidadão é proporcional ao crescimento do entendimento sobre as causas do trauma no trânsito e a necessidade de utilização dos equipamentos de segurança.

No presente estudo, a resposta condizente com o motociclista sendo o público mais propenso a sofrer trauma de face aumentou com a escolaridade. Estudos apontam que os motociclistas são, de fato, os mais lesionados em acidentes de trânsito, principalmente por sua maior exposição e vulnerabilidade88. Silva MGP, Lima MLLT, Silva VL. Influence of helmet use in facial trauma and moderate traumatic brain injury victims of motorcycle accidents. Distúrb. Comun. 2015;27(1):204-05.. Alguns autores1111. Santos MESM, Silva EKP, Rocha WBSS, Vascondelos JM. Perfil epidemiológico das vítimas de traumas faciais causados por acidentes motociclísticos. Rev Cir e Traumatologia Buco-Maxilo-Fac. 2016;16(1):29-38. afirmam, ainda, que os traumas faciais causados por acidentes motociclísticos têm alta incidência e são predominantes em homens de renda e escolaridade baixa. Em outro estudo1717. Santos F, Casagranda LP, Lange C, Farias JC, Pereira PM, Jardim VMR et al. Traumatismo cranioencefálico: causas e perfil das vítimas atendidas no pronto-socorro de Pelotas/Rio Grande do Sul, Brasil. Rev Min Enferm. 2013;17(4):882-7., que também observa o nível de escolaridade, destaca que existe a identificação do baixo nível de escolaridade como um maior fator de risco para os acidentes de trânsito por motocicletas.

Os achados demonstram que a população com menor nível de escolaridade não identifica alterações nas funções do sistema estomatognático como possíveis consequências do trauma de face. Tal fato é alarmante, já que se sabe que no momento do diagnóstico dos pacientes acometidos com o trauma de face, há um grande percentual de queixas, como a dificuldade em comer e dificuldade em pronunciar palavras1919. Conforte JJ, Alves CP, Sanchez MPR , Ponzoni D. Impact of trauma and surgical treatment on the quality of life of patients with facial fractures. Int J Oral Maxillofac Surg. 2015;45(5):575-81.. Ressalta-se que as alterações nas funções orofaciais podem ser minimizadas com o tratamento fonoaudiológico específico para as lesões em face, eliminando as queixas principais, diminuindo sinais clínicos observados e sequelas inerentes aos traumas, promovendo assim a reabilitação miofuncional ou adaptações funcionais2020. Bianchini EMG, Mangili LD, Marzotto SR, Nazário D. Pacientes acometidos por trauma de face: caracterização, aplicabilidade e resultados do tratamento fonoaudiológico específico. Rev. CEFAC. 2004;6(4):388-95..

Alguns autores afirmam que o fonoaudiólogo contribui para a viabilização do funcionamento adequado do Sistema Estomatognático2121. Câmara GO, Mangilli LD, Sassi FC, Andrade CRF. Sistema miofuncional orofacial e trauma de face: revisão crítica da literatura. Rev. bras. cir. plást. 2014;29(1):151-8.,2222. Gassner R, Tarkan T, Hachl O, Rudisch A, Ulmer H. Cranio-maxillofacial trauma: a 10 year review of 9543 cases with 21 067 injuries. J Cra-Maxi Sur. 2003;31(1)51-61.. Dessa forma, é um profissional de suma importância na equipe de reabilitação, como também na atuação perante ações de prevenção a esse tipo de acidente. Nessa investigação, verificou-se que apenas os entrevistados com maior nível escolar identificam o fonoaudiólogo como participante da equipe de assistência às vítimas de trauma de face.

O fato de os percentuais dos participantes que responderam positivamente terem aumentado com o grau de escolaridade realça a importância da necessidade do investimento de educação em saúde e ações de prevenção ao trauma de face na população menos escolarizada, uma vez que são as pessoas em situação de vulnerabilidade para esse tipo de acidente.

A indicação de lacunas no entendimento sobre aspectos gerais do trauma de face é percebida a partir do alto percentual de entrevistados que afirmaram o desejo em ampliar o conhecimento sobre o assunto. Com isso, identifica-se que a gravidade e a complexidade do trauma facial não exigem somente a cooperação interdisciplinar no cuidado desses pacientes, mas, também, medidas constantes de educação da população quanto às estratégias preventivas, sendo esta a forma mais barata de reduzir direta e indiretamente os custos das sequelas ocasionadas pelo trauma2222. Gassner R, Tarkan T, Hachl O, Rudisch A, Ulmer H. Cranio-maxillofacial trauma: a 10 year review of 9543 cases with 21 067 injuries. J Cra-Maxi Sur. 2003;31(1)51-61.. Medidas preventivas têm custo econômico e social significantemente menor do que arcar com todas as despesas necessárias à garantia irrestrita da saúde1212. Souza DFM, Santili C, Freitas RR, Akkari M, Figueiredo MJPS. Epidemiologia das fraturas em crianças num pronto-socorro de uma metrópole tropical. Acta Ortop Bras. 2010;18(6):335-8..

Estudos apontam que a baixa escolaridade e a falta de informação podem dificultar a compreensão da população acerca dos cuidados essenciais para a promoção à saúde, prevenção de doenças e suas complicações, além de influenciar nas habilidades para o comportamento de autocuidado, prejudicando, dessa forma, a prevenção e o diagnóstico precoce, aumentando assim a predisposição para outras complicações2323. Cortez MB, Trindade ZA, Menandro MCS. Racionalidade e sofrimento: homens e práticas de autocuidado em saúde. Psicologia, Saúde e Doenças. 2017;18(2):556-66.

24. Baquedano IR, Santos MA, Martins TA, Zanetti ML. Autocuidado de pessoas com diabetes mellitus atendidas em serviço de urgência no México. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2010;18(6):1-9.
-2525. Rezende Neta DS, Silva ARV, Silva GRF. Adesão das pessoas com diabetes mellitus ao autocuidado com os pés. Rev Bras Enferm. 2015;68(1):111-6..

Programas de educação em saúde são de suma importância para a maior visibilidade da prevenção do trauma de face. A educação popular em saúde se organiza a partir da aproximação com outros sujeitos no espaço comunitário, privilegiando os movimentos sociais locais, por meio de diálogo com os saberes prévios dos usuários dos serviços de saúde e na análise crítica da realidade2626. Falkenberg MB, Mendes TPL, Moraes EP, Souza EM. Health education and education in the health system: concepts and implications for public health. Ciênc. saúde coletiva. 2014;19(3):847-52..

A educação em saúde pode ser considerada um instrumento promocional e de estímulo ao autocuidado, tornando-se a base das políticas de promoção da saúde, incluindo métodos de avaliação do conhecimento oriundo do processo educativo, de detecção de possíveis falhas para a elaboração de estratégias de reversão e de absorção dessas informações pela população2727. Janini JP, Bessler D, Vargas AB. Educação em saúde e promoção da saúde: impacto na qualidade de vida do idoso. Saúde Debate. 2015;39(105):480-90..

A criação de políticas públicas para educação em saúde fomentadas a partir das características sociodemográficas do público de maior vulnerabilidade se faz importante, tendo em vista a necessidade da diminuição de acidentes de trânsito e suas consequências, dentre elas o trauma de face.

O estudo apresenta como limitação o desequilíbrio entre o número de participantes, entre os níveis de escolaridade dos participantes, bem como o perfil sociodemográfico das duas cidades, o que impossibilitou comparação entre elas. Reconhece-se, ainda, que diante da complexidade do tema e da possível influência de outros fatores no entendimento dos entrevistados, outras variáveis além da escolaridade devem ser investigadas. Nesse sentido, sugere-se, para estudos futuros, a observação dos aspetos relacionados à renda e gênero, por exemplo.

Conclusão

Após investigação da perspectiva da população desse estudo sobre o trauma de face, conclui-se que a escolaridade dos entrevistados se relaciona com o entendimento sobre as consequências do trauma, população mais acometida, principais causas, profissionais envolvidos no tratamento de vítimas de trauma de face, consequências que o trauma de face pode causar para a vida das pessoas e conhecimento prévio sobre o assunto.

A identificação dos motociclistas como principais vítimas de trauma de face e da imprudência como uma das causas de acidentes de trânsito, o reconhecimento dos impactos nas funções e mobilidade como consequências do trauma de face e o entendimento sobre os impactos na saúde geral, nos aspectos emocionais e na vida social/amorosa das vítimas de trauma de face aumentaram de acordo com os níveis de escolaridade.

As informações encontradas nessa pesquisa contribuem para a criação de campanhas, ações sociais e políticas públicas direcionadas para a população de maior vulnerabilidade, com o objetivo de sensibilizar os cidadãos sobre a importância da prevenção ao trauma de face.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Maio 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    09 Abr 2019
  • Aceito
    23 Mar 2020
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