Percepções dos pacientes quanto aos procedimentos invasivos no pós-operatório de cirurgias de grande porte

Teixeira, Maria Eunice Medeiros; Barbosa, Maria Alves; Silva, Lionídia Filgueira da

doi:10.1590/S0034-71671994000300005

Resumos

Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, onde as percepções dos pacientes submetidos a cirurgias de grande porte, em relação aos procedimentos invasivos, foram objetos centrais. O local onde o estudo se desenvolveu foi a clínica cirúrgica de um hospital de ensino em Goiânia. A população constituiu-se de pacientes submetidos de procedimentos invasivos de ambos os gêneros, com faixa etária entre dezoito e sessenta e nove anos. A entrevista semi-estruturada e a observação direta foram utilizadas para a coleta de dados. Os resultados apresentados em três categorias, evidenciaram pouca orientação e interação profissionais-pacientes. A sonda nasogástrica foi o procedimento invasivo que mais incomodou o grupo pesquisado. Aspectos não esperados referentes ao tratamento foram também descritos neste estudo.

Procedimentos Invasivos; Cirurgias de Grande Porte; Percepção

This is a qualitative descriptive study carried out in a hospital-school of Goiânia, on the reaction to invasive procedures of pacients who had undergone major surgeries. Both sexes were studied (ages between eighteen and sixty-nine) through semi-structured interviews and through direct observation. The results showthat little orientation was given to the patients, and that no interaction between professionals and patients took place. The nasal -gastric catheter was the least accepted procedure. Other unexpected results are also discussed.

ARTIGOS

Percepções dos pacientes quanto aos procedimentos invasivos no pós-operatório de cirurgias de grande porte^* * Trabalho apresentado como Tema Livre no 45º Congresso Brasileiro de Enfermagem. Olinda-Recife, 28 de novembro a 3 de dezembro de 1993.

Maria Eunice Medeiros Teixeira^I; Maria Alves Barbosa^II; Lionídia Filgueira da Silva^III

^IMestre em Enfermagem, docente do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem e Nutrição da Universidade Federal de Goiás

^IIMestre em Enfermagem, docente do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem e Nutrição da Universidade Federal de Goiás e enfermeira do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Goiás

^IIIEspecialista em enfermagem Médico Cirúrgica, docente do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem e Nutrição da Universidade Federal de Goiás

RESUMO

Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, onde as percepções dos pacientes submetidos a cirurgias de grande porte, em relação aos procedimentos invasivos, foram objetos centrais. O local onde o estudo se desenvolveu foi a clínica cirúrgica de um hospital de ensino em Goiânia. A população constituiu-se de pacientes submetidos de procedimentos invasivos de ambos os gêneros, com faixa etária entre dezoito e sessenta e nove anos. A entrevista semi-estruturada e a observação direta foram utilizadas para a coleta de dados. Os resultados apresentados em três categorias, evidenciaram pouca orientação e interação profissionais-pacientes. A sonda nasogástrica foi o procedimento invasivo que mais incomodou o grupo pesquisado. Aspectos não esperados referentes ao tratamento foram também descritos neste estudo.

Unitermos: Procedimentos Invasivos - Cirurgias de Grande Porte - Percepção

ABSTRACT

This is a qualitative descriptive study carried out in a hospital-school of Goiânia, on the reaction to invasive procedures of pacients who had undergone major surgeries. Both sexes were studied (ages between eighteen and sixty-nine) through semi-structured interviews and through direct observation. The results showthat little orientation was given to the patients, and that no interaction between professionals and patients took place. The nasal -gastric catheter was the least accepted procedure. Other unexpected results are also discussed.

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Recebido para publicação em 28/11/93

1 - BARBOSA, H. Controle clínico do paciente cirúrgico. 5 ed. Rio de Janeiro, São Paulo: Livraria Atheneu, 1986.
2 - BIROLINI, D. Infecção e procedimentos invasivos. IN: FERRAZ, E.M. (Org.) Manual de controle de infecção em cirurgia. São Paulo: EPU, 1982.
3 - BOGOSSIAN, E. Manual prático de pré e pós-operatório. Rio de Janeiro: Ed. Médica e Científica Ltda 1987.
4 - BRASIL. Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social. Tabelas de grupos e procedimentos. Brasília: DATAPREV, 1984.
5 - BRUNNER, L.S.&SUDDARTH, D.S. Enfermagem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Interamericana, 1977.
6 - FERRAZ, E.M. (Org.) Manual de controle de infecção em cirurgia. São Paulo: EPU,1982.
7 - HOOK, E.W. Preâmbulo. IN: SURATT, P.M. & GIBSON, R.S. (Org.) Manual de Procedimentos médicos. São Paulo: Roca, 1984.
8 - JOUCLAS, V.M.F.&SALZANO, S.D.T. Planejamento de uma ficha pré-operatória de enfermagem. Rev.Esc.Enf. U.S.P., São Paulo, v.15, n.1, p.5-16, abr.1981.
9 - JUAÇABA, H.G. Preparação da equipe cirúrgica e do pessoal de apoio. IN: FERRAZ, E.M.(Org.) Manual; de Controle de infecção em cirurgia. São Paulo, 1982.
10 -KAWAMOTO, E.E. Enfermagem em Clínica Cirúrgica. São Paulo: EPU, 1986.
11- KUHN, E.H., KRUSE, H.L., RUSCHEL, P.P., DOVERA, T.S. Grupo de pacientes de cirurgia cardíaca - relato de experiência. Rev.Bras.Enf. Brasília, v.39, n.2/3, p. 76-80 abr/set 1986.
12-LEITE, J.L., CORREA, D.A. e FERNANDES, C.S.R. Necessidades e expectativas do paciente em pós-operatório de cirurgia cardíaca-avaliação de uma abordagem prática. Rev.Bras.Enf., Brasília, v.38, n.3/4, jul/dez 1985.
13 -LUDKE, H & ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986 (Temas Básicos de Educação e Cultura).
14-MENDES, I.A.C., TREVISAN, M.A., HAIASHIDA, M. SONOBE, H. M. Comunicação com o paciente: o teórico e o concreto na enfermagem de âmbito hospitalar. IN: Congresso Brasileiro de Enfermagem, 43, 1991. Curitiba. Programa... Curitiba: ABEn-Pr, 1991, p.121.
15 -MOSCOVICI, F. Desenvolvimento interpessoal: leitura e exercício de treinamento em grupo. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1978.
16 -ORLANDO, I.J. O relacionamento dinâmico enfermeiro-paciente, função, processo e princípio. São Paulo: EPU, 1978.
17-PAIVA. M.F.A., JORGE, S.A., KOIZUMI, M S. Procedimentos invasivos e complicações em pacientes com traumatismo crâneoencefálico internados em unidade de terapia intensiva. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v.13, n.1, p.41-46, jan. 1992.
18 -PADILHA, K.G O coronariopata e o ambiente da unidade de terapia intensiva - estudo da influência dos procedimentos invasivos. São Paulo, 1985. Dissertação (Mestrado) Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 1985.
19 -PASCUCCIZEN, O. & BRUTSCHER, S. Humanização: enfermeira de Centro Cirúrgico e o paciente de cirurgia. Enfoque, vol.14, n.1,p.4-6, set. 86.
20 -PELLIZZETTI, N. e BIANCHI, E.R.F. Avaliação da prescrição de enfermagem para o período transoperatório. Rev.Paul.Enf. São Paulo, ed. especial, lp. 75-84, jun. 1991. Ed. especial.
21 -RODRIGUES, A.I. O paciente no sistema centro cirúrgico um estudo sobre percepções e opiniões de pacientes em relação ao período transo-peratório. Rev.Esc.Enf. USP., São Paulo, v.18, n.2,p. 163-176, ago. 1984.
22 -ROSA, I. B O papel do enfermeiro em centro cirúrgico. Rev. Gaúcha Enferm. Porto Alegre, v.10, n.2, p.2532, jul. 1989.
23 -SOARES, R. Assistência de enfermagem a uma pessoa submetida a mastectomia. Enfermagem Atual, Ano II, n ş 11, 29, p. 12-29, mai/jun. 1980.
24 -TAKITO.C. Como o paciente internado percebe o ambiente que lhe é oferecido pelo hospital. Rev.Esc.Enf. U.S.P São Paulo, v.19, n.3, p.263-280,dez. 1985.
25 -TEIXEIRA, M.E.M. Relação terapêutica entre a equipe de enfermagem e o paciente submetido a cirurgias de pequeno, médio e grande portes. Rio de Janeiro, 1991. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1991.
26 -TRIVINOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
27 -SALZANO, S.D.T. Os ploblemas dos pacientes detectados pela enfermeira durante a recepção no centro cirúrgico. Rev. Paul. Enf. São Paulo, v.6, n.2, p.67-77, abr./jun. 1986.
28 -URSI, E. S. e MACUL, S. F. A atuação do enfermeiro do centro cirúrgico em visitas pré e pós-operatórias. Enfoque, Vol. 15 n ş 1, p.4-6, jun.87.
29 -VALLE, E.G., GUEDES, M.C.V., ALBUQUERQUE, M T. Pós-operatório de cirurgia cardíaca: o que pensam e verbalizam os pacientes. Rev.Bras.Enf., Brasília, v.43, n. 1/2/3/4, p.79-84, jan/dez. 1990.

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Trabalho apresentado como Tema Livre no 45º Congresso Brasileiro de Enfermagem. Olinda-Recife, 28 de novembro a 3 de dezembro de 1993.

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
23 Fev 2015
Data do Fascículo
Set 1994

Histórico

Recebido
28 Nov 1993

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[1] 1 - BARBOSA, H. Controle clínico do paciente cirúrgico. 5 ed. Rio de Janeiro, São Paulo: Livraria Atheneu, 1986.

[2] 2 - BIROLINI, D. Infecção e procedimentos invasivos. IN: FERRAZ, E.M. (Org.) Manual de controle de infecção em cirurgia. São Paulo: EPU, 1982.

[3] 3 - BOGOSSIAN, E. Manual prático de pré e pós-operatório. Rio de Janeiro: Ed. Médica e Científica Ltda 1987.

[4] 4 - BRASIL. Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social. Tabelas de grupos e procedimentos. Brasília: DATAPREV, 1984.

[5] 5 - BRUNNER, L.S.&SUDDARTH, D.S. Enfermagem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Interamericana, 1977.

[6] 6 - FERRAZ, E.M. (Org.) Manual de controle de infecção em cirurgia. São Paulo: EPU,1982.

[7] 7 - HOOK, E.W. Preâmbulo. IN: SURATT, P.M. & GIBSON, R.S. (Org.) Manual de Procedimentos médicos. São Paulo: Roca, 1984.

[8] 8 - JOUCLAS, V.M.F.&SALZANO, S.D.T. Planejamento de uma ficha pré-operatória de enfermagem. Rev.Esc.Enf. U.S.P., São Paulo, v.15, n.1, p.5-16, abr.1981.

[9] 9 - JUAÇABA, H.G. Preparação da equipe cirúrgica e do pessoal de apoio. IN: FERRAZ, E.M.(Org.) Manual; de Controle de infecção em cirurgia. São Paulo, 1982.

[10] 10 -KAWAMOTO, E.E. Enfermagem em Clínica Cirúrgica. São Paulo: EPU, 1986.

[11] 11- KUHN, E.H., KRUSE, H.L., RUSCHEL, P.P., DOVERA, T.S. Grupo de pacientes de cirurgia cardíaca - relato de experiência. Rev.Bras.Enf. Brasília, v.39, n.2/3, p. 76-80 abr/set 1986.

[12] 12-LEITE, J.L., CORREA, D.A. e FERNANDES, C.S.R. Necessidades e expectativas do paciente em pós-operatório de cirurgia cardíaca-avaliação de uma abordagem prática. Rev.Bras.Enf., Brasília, v.38, n.3/4, jul/dez 1985.

[13] 13 -LUDKE, H & ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986 (Temas Básicos de Educação e Cultura).

[14] 14-MENDES, I.A.C., TREVISAN, M.A., HAIASHIDA, M. SONOBE, H. M. Comunicação com o paciente: o teórico e o concreto na enfermagem de âmbito hospitalar. IN: Congresso Brasileiro de Enfermagem, 43, 1991. Curitiba. Programa... Curitiba: ABEn-Pr, 1991, p.121.

[15] 15 -MOSCOVICI, F. Desenvolvimento interpessoal: leitura e exercício de treinamento em grupo. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1978.

[16] 16 -ORLANDO, I.J. O relacionamento dinâmico enfermeiro-paciente, função, processo e princípio. São Paulo: EPU, 1978.

[17] 17-PAIVA. M.F.A., JORGE, S.A., KOIZUMI, M S. Procedimentos invasivos e complicações em pacientes com traumatismo crâneoencefálico internados em unidade de terapia intensiva. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v.13, n.1, p.41-46, jan. 1992.

[18] 18 -PADILHA, K.G O coronariopata e o ambiente da unidade de terapia intensiva - estudo da influência dos procedimentos invasivos. São Paulo, 1985. Dissertação (Mestrado) Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 1985.

[19] 19 -PASCUCCIZEN, O. & BRUTSCHER, S. Humanização: enfermeira de Centro Cirúrgico e o paciente de cirurgia. Enfoque, vol.14, n.1,p.4-6, set. 86.

[20] 20 -PELLIZZETTI, N. e BIANCHI, E.R.F. Avaliação da prescrição de enfermagem para o período transoperatório. Rev.Paul.Enf. São Paulo, ed. especial, lp. 75-84, jun. 1991. Ed. especial.

[21] 21 -RODRIGUES, A.I. O paciente no sistema centro cirúrgico um estudo sobre percepções e opiniões de pacientes em relação ao período transo-peratório. Rev.Esc.Enf. USP., São Paulo, v.18, n.2,p. 163-176, ago. 1984.

[22] 22 -ROSA, I. B O papel do enfermeiro em centro cirúrgico. Rev. Gaúcha Enferm. Porto Alegre, v.10, n.2, p.2532, jul. 1989.

[23] 23 -SOARES, R. Assistência de enfermagem a uma pessoa submetida a mastectomia. Enfermagem Atual, Ano II, n ş 11, 29, p. 12-29, mai/jun. 1980.

[24] 24 -TAKITO.C. Como o paciente internado percebe o ambiente que lhe é oferecido pelo hospital. Rev.Esc.Enf. U.S.P São Paulo, v.19, n.3, p.263-280,dez. 1985.

[25] 25 -TEIXEIRA, M.E.M. Relação terapêutica entre a equipe de enfermagem e o paciente submetido a cirurgias de pequeno, médio e grande portes. Rio de Janeiro, 1991. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1991.

[26] 26 -TRIVINOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

[27] 27 -SALZANO, S.D.T. Os ploblemas dos pacientes detectados pela enfermeira durante a recepção no centro cirúrgico. Rev. Paul. Enf. São Paulo, v.6, n.2, p.67-77, abr./jun. 1986.

[28] 28 -URSI, E. S. e MACUL, S. F. A atuação do enfermeiro do centro cirúrgico em visitas pré e pós-operatórias. Enfoque, Vol. 15 n ş 1, p.4-6, jun.87.

[29] 29 -VALLE, E.G., GUEDES, M.C.V., ALBUQUERQUE, M T. Pós-operatório de cirurgia cardíaca: o que pensam e verbalizam os pacientes. Rev.Bras.Enf., Brasília, v.43, n. 1/2/3/4, p.79-84, jan/dez. 1990.