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Prevalência de não adesão à farmacoterapia anti-hipertensiva e fatores associados

Prevalencia de no adhesión a la farmacoterapia antihipertensiva y factores asociados

Resumos

Objetivo:

verificar a prevalência da não adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo e sua associação com fatores biosócio-econômicos e assistenciais.

Método:

pesquisa descritiva de corte transversal, realizada com 422 indivíduos hipertensos. As informações foram coletadas, por meio de entrevistas domiciliares realizadas entre dezembro de 2011 e março de 2012.

Resultados:

os resultados demonstraram que os entrevistados eram, em sua maioria, do sexo feminino, casados, idosos, com baixa renda familiar e pouco tempo de diagnóstico. Foram considerados não aderentes ao tratamento medicamentoso 42.65% dos participantes. Os hipertensos não brancos, com menos de oito anos de estudo, que não frequentavam as consultas médicas; utilizavam mais de duas medicações anti-hipertensivas e que não possuíam plano de saúde apresentaram maiores chances de não aderirem à farmacoterapia.

Conclusão:

esses achados reforçam que hipertensos com características socioeconômicas desfavoráveis e dificuldade de acesso ao serviço necessitam de intervenções diferenciadas, a fim de estimulá-los a aderirem ao tratamento medicamentoso.

Hipertensão; Adesão à Medicação; Perfil de Saúde; Atenção Primária à Saúde; Enfermagem


Objetivo:

el objetivo del estudio fue determinar la prevalencia de la no adhesión al tratamiento farmacológico antihipertensivo y su asociación con factores bio-socio-económicos y de asistencia.

Método:

se trata de un estudio descriptivo transversal realizado con 422 hipertensos. Las informaciones fueron recolectadas, por medio de entrevistas domiciliarias realizadas entre diciembre de 2011 y marzo de 2012.

Resultados:

los resultados mostraron que la mayoría de los encuestados eran mujeres, casados, ancianos, de baja renta y poco tiempo del diagnóstico. Se consideraron no adherentes a la medicación 42,65%. Los hipertensos no-blancos, con menos de ocho anos de estudio, que no frecuentaban asiduamente las consultas médicas; utilizaban más de dos medicaciones antihipertensivas y que no poseían convenio particular presentan mayores posibilidades de no adherir al tratamiento medicamentoso.

Conclusión:

estos hallazgos sugieren que los hipertensos con situación socioeconómica desfavorable y dificultad de acceso al servicio requieren diferentes intervenciones con el fin de alentarlos a adherirse a la medicación.

Hipertensión; Cumplimiento de la Medicación; Perfil de Salud; Atención Primaria de Salud; Enfermería


Objective:

the aim of the study was to determine the prevalence of non-adherence to antihypertensive drug treatment and its association with factors bio-socio-economic and welfare.

Method:

it was a descriptive, cross-sectional study, performed with 422 hypertensive individuals. Data were collected through home interviews, conducted between December 2011 and March 2012.

Results:

the results showed that the respondents were mostly female, married, elderly, low income and little time of diagnosis. Were considered non adherent to medication 42.65% of participants. Non-Caucasian hypertensive patients, with fewer than eight years of schooling, who did not regularly attend doctor's appointments, took more than two anti-hypertensive medications and did not have private health insurance, showed higher likelihood of not complying with the drug treatment.

Conclusion:

these findings suggest that hypertensive patients with unfavorable socioeconomic characteristics and difficulty of access to the service require different interventions in order to encourage them to adhere to medication treatment.

Hypertension; Medication Adherence; Health Profile; Primary Health Care; Nursing


INTRODUÇÃO

O aumento da expectativa de vida da população brasileira, que decorre, dentre outros motivos, das modificações na situação econômica, política e sanitária do país, acarretou transformações na incidência e prevalência das doenças, bem como nas principais causas de morte(1Oliveira EA, Bubach S, Flegeler DS. Perfil de hipertensos em uma unidade de saúde da família. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2009 [acesso em 30 de junho de 2012];17(3):383-7. Disponível: http://www.facenf.uerj.br/v17n3/v17n3a15.pdf
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). Entre as Doenças Crônicas (DC) que mais modificaram os indicadores de saúde nas últimas décadas, destacamos a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) como um importante problema de saúde pública nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, além de ser responsável por um grande número de óbitos em todo o mundo(2Araújo TL, Lopes MVO, Cavalcante TF, Guedes NG, Moreira RP, Chaves ES, et al. Análise de indicadores de risco para hipertensão arterial em crianças e adolescentes. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2008 [acesso em 30 de junho de 2012];42(1):120-6. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n1/16.pdf
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).

A referida doença é considerada como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de complicações renais e doenças cardíacas e cerebrovasculares, repercutindo fortemente sobre a previdência social, por apresentar altos custos médicos e socioeconômicos, decorrentes, sobretudo das complicações que a acompanha(3Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol [Internet]. 2010 [acesso em 30 de junho de 2012];95(1 Suppl.1):1-51. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.pdf
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).

Para exemplificar a magnitude dos agravos da HAS em nosso meio, podemos observar que o estado Paraná apresentou a maior taxa de internações (43 por 10 mil habitantes em 2011), a segunda maior taxa de mortalidade (14,79 por 10 mil habitantes em 2010) e os custos médios com hospitalização mais elevados para as doenças cardíacas e cerebrovasculares da região Sul do Brasil(4Datasus.saude.gov.br [Internet] Brasília: Ministério de Saúde; 2012 [acesso em 13 de julho de 2012]. Disponível em: http://www.datasus.gov.br
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). Sendo assim, com o intuito de se reduzir esses eventos traumáticos para o indivíduo e sua família e consequentemente os custos com o tratamento em níveis mais complexos da assistência, estudos clínicos demonstraram que a detecção precoce, o tratamento e o controle da HAS são extremamente importantes(3Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol [Internet]. 2010 [acesso em 30 de junho de 2012];95(1 Suppl.1):1-51. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.pdf
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).

Vale ressaltar que, o surgimento dos agravos da doença encontra-se intimamente associado ao controle pressórico insatisfatório e este possui relação direta com a baixa adesão ao tratamento(5Jesus ES, Augusto MAO, Gusmão J, Mion Júnior D, Ortega K, Pierin AMG. Perfil de um grupo de hipertensos: aspectos biossociais, conhecimentos e adesão ao tratamento. Acta Paul Enferm [Internet]. 2008 [acesso em 30 de junho de 2012];21(1):59-65. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v21n1/pt_08.pdf
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). A não adesão é classicamente considerada como um fenômeno complexo e multideterminado, que impede o alcance dos objetivos terapêuticos e pode constituir-se em fonte de frustração para os profissionais de saúde(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.). Estimativas indicam que o grau de não adesão mundial aos tratamentos de DC varia de 30% a 50%, sendo mais evidente no tratamento medicamentoso(7Morgado M, Rolo S, Macedo AF, Pereira L, Castelo-Branco M. Predictors of uncontrolled hypertension and antihypertensive medication nonadherence. J Cardiovasc Dis Res [Internet]. 2010 [cited 2012 June 30];(4):196-202. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21264184
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).

Como desencadeadores da não adesão à farmacoterapia os estudos epidemiológicos apontam variados fatores, destacando-se os socioeconômicos como baixa renda e baixa escolaridade(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.) e os assistenciais como o número de medicamentos consumidos e o não comparecimento nas consultas médicas e atividades de grupo(7Morgado M, Rolo S, Macedo AF, Pereira L, Castelo-Branco M. Predictors of uncontrolled hypertension and antihypertensive medication nonadherence. J Cardiovasc Dis Res [Internet]. 2010 [cited 2012 June 30];(4):196-202. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21264184
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).

Pelo fato de a não adesão ser um comportamento multideterminado é necessário investigar os fatores que influenciam diretamente neste processo e o enfermeiro, como elemento chave na assistência à pessoa com HAS na atenção primária, deve (re)conhecer suas características, potencialidades, dificuldades e reais necessidades para que a partir delas, elabore e implemente estratégias de intervenção que favoreçam um maior grau de adesão ao tratamento e o consequente controle dos níveis tensionais. Sendo assim, o presente estudo teve por objetivos: 1) determinar a prevalência da não adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo e 2) verificar a associação da não adesão com fatores bio-sócio-econômicos e assistenciais.

MÉTODOS

Estudo descritivo de corte transversal, realizado junto a indivíduos com HAS de um município da Região Sul do Brasil, o qual possui população aproximada de 357 mil habitantes, assistidos na atenção primária por 25 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Para os fins desta pesquisa, utilizou-se a área adscrita das 23 UBS localizadas no perímetro urbano do município.

O tamanho da amostra foi calculado com base no total de pessoas com HAS, cadastradas no município (40.073), considerando-se um percentual de 50% que pudesse apresentar a característica de interesse (não adesão)(7Morgado M, Rolo S, Macedo AF, Pereira L, Castelo-Branco M. Predictors of uncontrolled hypertension and antihypertensive medication nonadherence. J Cardiovasc Dis Res [Internet]. 2010 [cited 2012 June 30];(4):196-202. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21264184
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), com erro de estimativa de 5% e 95% de intervalo de confiança, acrescido de mais 10% para possíveis perdas, o que resultou em uma amostra de 422 indivíduos, selecionados de forma aleatória e estratificada, com distribuição proporcional do tamanho amostral entre as pessoas com HAS cadastradas em cada UBS.

Como critérios de inclusão no estudo consideraram-se: idade igual ou superior a 18 anos e estar em tratamento medicamentoso há, no mínimo, um ano. Os critérios de exclusão foram: indivíduos com contra indicação de terapia anti-hipertensiva (dois casos) e com diagnóstico psiquiátrico de transtorno mental em fase aguda (quinze casos). Estes, devido às próprias características da doença, tendem a não aderir fielmente à terapêutica, uma vez que, em muitos casos dependem de outras pessoas para a correta tomada dos medicamentos de uso contínuo.

Para a coleta dos dados, primeiramente, obteve-se da Secretaria Municipal de Saúde uma listagem dividida por UBS com os dados cadastrais dos indivíduos com HAS (nome, data de nascimento e nome da mãe), que, após, receberam uma numeração. Por meio de sorteio eletrônico foram determinados aqueles que seriam entrevistados.

Em seguida foi realizado nas UBS o levantamento dos endereços e telefones dos indivíduos sorteados, para então proceder-se à coleta de dados propriamente dita, desenvolvida durante os meses de dezembro de 2011 a março de 2012, por meio de consulta a prontuários nas UBS e entrevista semiestruturada realizadas no domicílio, com a aplicação de um questionário que contemplava o perfil pessoal, socioeconômico e de acompanhamento à saúde. Nos casos em que a pessoa sorteada não atendia aos critérios de inclusão ou se negou a participar da pesquisa, automaticamente a próxima da lista foi convidada a participar do estudo, repetindo-se esta operação por até três vezes.

Para mensurar a não adesão à farmacoterapia utilizou-se um instrumento de avaliação indireta, intitulado Questionário de Não Adesão de Medicamentos da Equipe Qualiaids (QAM-Q), que foi desenvolvido para abordar o ato (se o indivíduo toma e quanto toma de seus medicamentos), o processo (como ele toma o medicamento no período de sete dias) e o resultado da adesão - no caso, se sua PA estava controlada, o qual já é validado(8Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf-Neto J. Desenvolvimento e validação de questionário multidimensional para medir não-adesão ao tratamento com medicamentos. Rev Saúde Pública. 2008;42(4):764-7.).

O instrumento consta de três perguntas baseadas nos últimos sete dias: 1) Em quais dias da semana o(a) Sr.(a) não tomou ou tomou a mais pelo menos um comprimido deste remédio?; 2) Nestes dias, quantos comprimidos o (a) Sr.(a) deixou de tomar ou tomou a mais?; 3) Como estava sua pressão na última vez que o(a) Sr.(a) mediu?. Vale ressaltar que para cada medicação anti-hipertensiva foram feitas as duas primeiras perguntas, para verificar o modo como o indivíduo usava cada um de seus medicamentos.

As respostas resultaram em uma medida composta, em que foram considerados aderentes somente os indivíduos que relataram ter tomado de 80% a 120% das doses prescritas. Esses valores são obtidos pela multiplicação do número de comprimidos consumidos pelo número de vezes, dividido pelo número de comprimidos prescritos, multiplicado pelo número de vezes. Por fim, o resultado é multiplicado por cem.

A adesão ainda esteve condicionada à tomada adequada, ou seja, sem "feriados" (não tomar qualquer medicamento durante um dia); "troca de horário" (tomar a dose correta, porém em horários errados); "troca de dose" (aumentar ou diminuir a quantidade do medicamento ou entre os medicamentos); "tomada errática" (deixar de tomar os medicamentos em dias e horários variados); "meia adesão" (tomar corretamente um medicamento e outro de maneira incorreta); "abandono parcial" (deixar de tomar um ou mais de seus medicamentos); "abandono" (não tomar nenhuma dose de todos os medicamentos nos últimos sete dias) e; ao relato de que a PA estava normal na última aferição (desfecho clínico).

Optou-se por utilizar o QAM-Q por ser um instrumento abrangente, que abarca três diferentes dimensões do constructo referente à adesão (tomada da dose, comportamento quanto à medicação e desfecho clínico), apresenta a mesma efetividade do uso concomitante de outros instrumentos e possibilita mais facilidade e rapidez na aplicação(8Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf-Neto J. Desenvolvimento e validação de questionário multidimensional para medir não-adesão ao tratamento com medicamentos. Rev Saúde Pública. 2008;42(4):764-7.).

As informações foram digitadas em uma planilha do Excel for Windows 2007® e posteriormente analisadas com o auxílio do software Statistical Analysis System - SAS®. As variáveis de interesse foram dicotomizadas e após, realizou-se a análise descritiva dos dados, apresentada em forma de tabelas de frequência absoluta e relativa. Para verificar a associação das variáveis em estudo com o desfecho de interesse e sua medida de associação foram utilizadas análises estatísticas, por meio do teste não paramétrico Qui-quadrado de Pearson, com nível de significância p<0,05 e calculado o Risco Relativo (RR).

O estudo foi desenvolvido em consonância com as diretrizes disciplinadas pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde. O projeto foi apreciado pelo Centro de Capacitação Permanente em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Maringá e aprovado pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá (Parecer: 631/2011). O direito a livre participação e o anonimato foram garantidos aos entrevistados, solicitando-se que assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias.

RESULTADOS

Com base na medida combinada do QAM-Q, 180 indivíduos com HAS foram considerados não aderentes ao tratamento medicamentoso, representando uma prevalência de não adesão de 42,65%.

Os indivíduos estudados caracterizaram-se por predomínio do sexo feminino (59,48%), casados (68,96%), com baixa renda familiar (82,94%), presença de comorbidades (61,14%) e pouco tempo de diagnóstico (56,16%). A média da idade manteve-se na sexta década de vida (63,25%), sendo que nenhuma dessas características obteve significância estatística junto ao desfecho de interesse (p<0,05) (Tabela 01).

Tabela 01
Distribuição das características socioeconómicas e de acompanhamento à saúde de uma população de hipertensos aderentes e não aderentes ao tratamento farmacológico, Maringá-PR, 2012.

De modo mais específico, apesar de ser verificada tendência para a não adesão ao tratamento farmacológico dos homens quando comparados às mulheres e dos indivíduos sem companheiro, quando comparados com os que estavam em relação conjugal estável, não houve diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos (p= 0.06) e (p = 0.12).

Em relação à cor da pele, observou-se que para grande parte dos entrevistados era branca (70.14%), dos quais 181 (42.89%) foram considerados aderentes ao tratamento medicamentoso. Por sua vez, entre os não brancos a não adesão foi mais frequente (15.41%), notando-se uma diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos (p= 0,01). Com o cálculo do RR pode se constatar que os indivíduos com HAS não brancos tiveram chance 1,3 vezes maior de não aderirem ao tratamento medicamentoso.

No concernente a escolaridade verificou-se que a maioria dos entrevistados possuía baixos níveis educacionais (63.51%) e a não adesão à farmacoterapia foi significativamente mais frequente entre estes (p = 0,01). Calculando-se o RR, foi constatado que os indivíduos com HAS que possuíam oito anos ou menos de estudo apresentaram chance 1,3 vezes maior de não aderirem à farmacoterapia.

A presença de co-morbidades crônicas foi encontrada em 258 (61.14%) entrevistados, sendo as mais comuns: Diabetes mellitus (39.92%), doenças inflamatório reumáticas (23.25%), hipercolesterolemia (16.27%), doenças cardíacas (9.68%) e câncer (4.26%). Porém, a presença de co morbidades não apresentou associação estatística com a não adesão.

Por outro lado, em relação às características de acompanhamento à saúde pode-se constatar que os indivíduos com HAS que referiram não frequentar assiduamente as consultas médicas (p<0,01); utilizar mais de duas medicações distintas para o controle pressórico (p<0,01) e não possuir convênio particular para atendimento à saúde (p = 0,03) tiveram respectivamente 1,7; 1,2 e 1,3 vezes mais chances de não aderirem ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo.

DISCUSSÃO

Os achados deste estudo evidenciaram aspectos importantes dentre as características dos indivíduos com HAS que devem ser considerados na análise da não adesão ao tratamento. Quantificar adesão/não adesão à farmacoterapia não é tarefa fácil, sendo que as características biosócio-econômicas e assistenciais apresentam papel indispensável durante o estudo da população com DC, entre elas a HAS, pois exercem grande influência no seguimento do regime terapêutico(5Jesus ES, Augusto MAO, Gusmão J, Mion Júnior D, Ortega K, Pierin AMG. Perfil de um grupo de hipertensos: aspectos biossociais, conhecimentos e adesão ao tratamento. Acta Paul Enferm [Internet]. 2008 [acesso em 30 de junho de 2012];21(1):59-65. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v21n1/pt_08.pdf
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Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.

Morgado M, Rolo S, Macedo AF, Pereira L, Castelo-Branco M. Predictors of uncontrolled hypertension and antihypertensive medication nonadherence. J Cardiovasc Dis Res [Internet]. 2010 [cited 2012 June 30];(4):196-202. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21264184
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Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf-Neto J. Desenvolvimento e validação de questionário multidimensional para medir não-adesão ao tratamento com medicamentos. Rev Saúde Pública. 2008;42(4):764-7.
-9Veras RFS, Oliveira JS. Aspectos sócio-demográficos que influenciam na adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Rev RENE. 2009;10(3):132-8.).

A prevalência de não adesão ao tratamento medicamentoso identificada na presente investigação (42.65%) é inferior ao encontrado em um estudo realizado num município brasileiro também da região Sul, o qual utilizando o mesmo instrumento (QAM-Q) obteve prevalência de não adesão de 53.1%(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.). No entanto, é maior do que o encontrado em publicações nacionais(1010 Gilsogamo CA, Oliveira JC, Teixeira JCA, Grossi LCN, Moreira MMP, Diniz LO. Fatores que interferem na adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica em pacientes atendidos no Núcleo de Atendimento ao Hipertenso (NAHI) e no Programa Saúde da Família (PSF), no município de Barbacena. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2008;4(15):179-88.-1111 Dosse C, Cesarino CB, Martin JFV, Castedo MCA. Fatores associados à não adesão dos pacientes ao tratamento de hipertensão arterial. Rev Latinoam Enferm. 2009;17(2):201-6.) e internacionais(1212 Espinosa Garcia J, Martell Claros N, Llerena Ruiz A, Bergés Gurrea DF. Cumplimiento farmacológico en el tratamiento de la hipertensión arterial: revisión de los estudios publicados entre los años 1975 y 2011. Semergen: Medic Famil. 2012;38(5):292-300.) que utilizaram outros métodos para a identificação da não adesão, que é em torno de 30%.

O número de mulheres entrevistadas neste estudo (59.48%) pode ser considerado elevado. Contudo, a mesma situação foi evidenciada em outras pesquisas que abordam a temática(1Oliveira EA, Bubach S, Flegeler DS. Perfil de hipertensos em uma unidade de saúde da família. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2009 [acesso em 30 de junho de 2012];17(3):383-7. Disponível: http://www.facenf.uerj.br/v17n3/v17n3a15.pdf
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,5Jesus ES, Augusto MAO, Gusmão J, Mion Júnior D, Ortega K, Pierin AMG. Perfil de um grupo de hipertensos: aspectos biossociais, conhecimentos e adesão ao tratamento. Acta Paul Enferm [Internet]. 2008 [acesso em 30 de junho de 2012];21(1):59-65. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v21n1/pt_08.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ape/v21n1/pt_08...
,9Veras RFS, Oliveira JS. Aspectos sócio-demográficos que influenciam na adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Rev RENE. 2009;10(3):132-8.,1313 Bezerra DS, Silva AS, Carvalho ALM. Avaliação das características dos usuários com hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus em uma Unidade de Saúde Pública, no município de Jaboatão dos Guararapes-PE, Brasil. Rev Ciênc Farm [Internet]. 2009 [acesso em 30 de junho de 2012];30(1):69-73. Disponível em: http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/viewFile/878/752
http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/inde...

14 Diniz MA, Tavares DMS, Rodrigues LR. Características sócio-demograficas e de saúde entre idosos com hipertensão arterial. Ciênc Cuid Saúde. 2009;8(4):607-14.
-1515 Lima LM, Schwartz E, Muniz RM, Zillmer JGV, Ludtke I. Perfil dos usuários do hiperdia de três unidades básicas de saúde do sul do Brasil. Rev Gaúch Enferm. 2011;32(2):323-9.). Isto decorre do fato de as mulheres terem maior sobrevida que os homens e, por conseguinte, estarem mais sujeitas às DC por maior período de tempo e quando se encontram na faixa etária acima dos 60 anos, geralmente, possuem maior percepção das doenças e tendência ao autocuidado, aumentando assim a probabilidade do diagnóstico da HAS(1414 Diniz MA, Tavares DMS, Rodrigues LR. Características sócio-demograficas e de saúde entre idosos com hipertensão arterial. Ciênc Cuid Saúde. 2009;8(4):607-14.).

Embora não tenha havido diferenças estatisticamente significativas entre os sexos para a não adesão, historicamente os homens apresentam maior desconhecimento sobre a doença e seu tratamento(1616 Dourado CS, Macêdo-Costa KNF, Oliveira JS, Leadebal ODCP, Silva GRF. Adesão ao tratamento de idosos com hipertensão em uma unidade básica de saúde de João Pessoa, Estado da Paraíba. Acta Sci Health Sci. 2011;33(1):9-17.), enquanto que muitas mulheres, por serem aposentadas, donas de casa ou se encontrarem inseridas no mercado de trabalho de maneira informal, possuem maior flexibilidade de tempo para buscarem assistência aos seus problemas de saúde, durante o horário de funcionamento das UBS. Além do mais, as mulheres parecem ter uma percepção mais acurada de sua condição de saúde e desenvolvem maiores relações com o serviço de saúde, primeiramente por estes estarem mais bem preparados para assisti-las do que aos homens e em segundo lugar, pelos próprios atributos e funções reprodutivas da mulher(5Jesus ES, Augusto MAO, Gusmão J, Mion Júnior D, Ortega K, Pierin AMG. Perfil de um grupo de hipertensos: aspectos biossociais, conhecimentos e adesão ao tratamento. Acta Paul Enferm [Internet]. 2008 [acesso em 30 de junho de 2012];21(1):59-65. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v21n1/pt_08.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ape/v21n1/pt_08...

Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.

Morgado M, Rolo S, Macedo AF, Pereira L, Castelo-Branco M. Predictors of uncontrolled hypertension and antihypertensive medication nonadherence. J Cardiovasc Dis Res [Internet]. 2010 [cited 2012 June 30];(4):196-202. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21264184
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21264...

Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf-Neto J. Desenvolvimento e validação de questionário multidimensional para medir não-adesão ao tratamento com medicamentos. Rev Saúde Pública. 2008;42(4):764-7.
-9Veras RFS, Oliveira JS. Aspectos sócio-demográficos que influenciam na adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Rev RENE. 2009;10(3):132-8.

10 Gilsogamo CA, Oliveira JC, Teixeira JCA, Grossi LCN, Moreira MMP, Diniz LO. Fatores que interferem na adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica em pacientes atendidos no Núcleo de Atendimento ao Hipertenso (NAHI) e no Programa Saúde da Família (PSF), no município de Barbacena. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2008;4(15):179-88.

11 Dosse C, Cesarino CB, Martin JFV, Castedo MCA. Fatores associados à não adesão dos pacientes ao tratamento de hipertensão arterial. Rev Latinoam Enferm. 2009;17(2):201-6.

12 Espinosa Garcia J, Martell Claros N, Llerena Ruiz A, Bergés Gurrea DF. Cumplimiento farmacológico en el tratamiento de la hipertensión arterial: revisión de los estudios publicados entre los años 1975 y 2011. Semergen: Medic Famil. 2012;38(5):292-300.

13 Bezerra DS, Silva AS, Carvalho ALM. Avaliação das características dos usuários com hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus em uma Unidade de Saúde Pública, no município de Jaboatão dos Guararapes-PE, Brasil. Rev Ciênc Farm [Internet]. 2009 [acesso em 30 de junho de 2012];30(1):69-73. Disponível em: http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/viewFile/878/752
http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/inde...

14 Diniz MA, Tavares DMS, Rodrigues LR. Características sócio-demograficas e de saúde entre idosos com hipertensão arterial. Ciênc Cuid Saúde. 2009;8(4):607-14.
-1515 Lima LM, Schwartz E, Muniz RM, Zillmer JGV, Ludtke I. Perfil dos usuários do hiperdia de três unidades básicas de saúde do sul do Brasil. Rev Gaúch Enferm. 2011;32(2):323-9.), o que certamente impacta na maior adesão ao tratamento farmacológico das DC(1616 Dourado CS, Macêdo-Costa KNF, Oliveira JS, Leadebal ODCP, Silva GRF. Adesão ao tratamento de idosos com hipertensão em uma unidade básica de saúde de João Pessoa, Estado da Paraíba. Acta Sci Health Sci. 2011;33(1):9-17.).

Outra característica evidenciada na população em estudo foi o fato de grande parte dos entrevistados se enquadrar na faixa etária acima da sexta década de vida (63.25%), o que decorre, dentre outros fatores da prevalência aumentada das DC em indivíduos acima dos cinquenta anos de idade, além disso, deve-se considerar o envelhecimento populacional brasileiro, o que aumenta o contingente de pessoas nesta faixa etária.

Apesar da falta de evidências estatísticas na diferença de idade dos indivíduos com HAS aderentes e não aderentes, estudos revelam que a não adesão é mais frequente entre os mais jovens, já que hipertensos em idade produtiva possivelmente, dispõem de menos tempo para aguardar por atendimento de saúde e tem maiores dificuldades de reconhecerem a necessidade de assistência médica(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.,1717 Moura DJM, Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM. Cuidado de enfermagem ao cliente com hipertensão: uma revisão bibliográfica. Rev Bras Enferm. 2011;64(4):759-65.).

Analogamente, um estudo de revisão da literatura revelou que os indivíduos de idade mais avançada são mais propensos à adesão, pois observou-se uma maior redução da PA diastólica em pessoas mais velhas. Além disso, enquanto 17,1% dos indivíduos mais jovens realizavam tratamento anti-hipertensivo, esse número aumentou para 77,4% entre as pessoas com mais de 45 anos. Isto porque, o jovem não se sente vulnerável à doença, enquanto que o idoso, mais preocupado com a saúde, se apega ao tratamento como alternativa de prolongamento da vida e também porque quando ocorre a baixa adesão entre idosos, isto possivelmente se relaciona à dependência de cuidados(1818 Araújo GBS, Garcia TR. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo: uma análise conceitual. Rev Eletrônica Enferm [Internet]. 2006 [acesso em 30 de junho de 2012];08(2):259-72. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_2/v8n2a11.htm.
http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_2...
-1919 Lunelli RP, Portal VL, Esmério FG, Moraes MA, Souza EN. Adesão medicamentosa e não medicamentosa de pacientes com doença arterial coronariana. Acta Paul Enferm [Internet]. 2009 [acesso em 30 de junho de 2012];22(4):367-73. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n4/a03v22n4.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n4/a03v2...
).

Em relação à cor da pele pode-se observar que os indivíduos não brancos estavam mais expostos a não adesão à farmacoterapia, fato possivelmente correlacionado a outras características socioeconômicas como, por exemplo, baixa renda, menor nível de escolaridade e maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Estudo realizado na cidade de Salvador junto a 200 indivíduos com HAS de baixa renda observou tendência crescente de não adesão, com 46,4% entre os brancos, 67,0% entre os pardos e 80,3% entre os negros(2020 Lessa I, Silva JF. Raça, aderência ao tratamento e/ou consulta e controle da Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol. 1997;68(6):443-9.). Os dados do referido estudo, sobre adesão e etnia, mostram a importância de análises mais detalhadas das suas associações, tendo em vista a possibilidade de que os negros possam optar mais frequentemente pelo abandono ou não adesão ao tratamento. Cabe salientar que não foram encontrados outros estudos que demonstrem tão claramente a associação entre etnia e não adesão ao tratamento anti-hipertensivo.

Outra característica social que, segundo a literatura, influencia na não adesão à farmacoterapia das DC é o estado civil, pois indivíduos com HAS vivenciam limitações no estilo de vida e tem que se adaptar às novas formas de conduzir suas rotinas, acarretando, por vezes, frustrações, insatisfação, tristeza e depressão. Desta maneira, o envolvimento de um membro familiar no tratamento torna-se componente facilitador para a adesão à terapia medicamentosa, por representar apoio emocional nos momentos difíceis(9Veras RFS, Oliveira JS. Aspectos sócio-demográficos que influenciam na adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Rev RENE. 2009;10(3):132-8.). Um estudo de revisão da literatura aponta o estado civil como uma variável sociodemo-gráfica preditora da adesão ao tratamento anti-hipertensivo, sendo que quando comparados aos solteiros, os hipertensos casados apresentaram chance duas vezes maior de realizar adequadamente o tratamento(1818 Araújo GBS, Garcia TR. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo: uma análise conceitual. Rev Eletrônica Enferm [Internet]. 2006 [acesso em 30 de junho de 2012];08(2):259-72. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_2/v8n2a11.htm.
http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_2...
).

Na presente investigação também foi possível observar que a baixa escolaridade esteve associada a não adesão. Piores níveis socioeconômicos, representado por baixa renda e baixa escolaridade se associam a maior prevalência de HAS e constituem fatores de risco tanto para a elevação da PA, quanto para a não adesão ao tratamento medicamentoso(3Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol [Internet]. 2010 [acesso em 30 de junho de 2012];95(1 Suppl.1):1-51. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.pdf
http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2...
). Estudo realizado em um município da região Sul do Brasil junto a 595 indivíduos com HAS corrobora com este dado, pois revelou que 87,3% dos não aderentes à farmacoterapia, se enquadravam em estratos socioeconômicos mais baixos, inclusive os educacionais(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.).

A baixa escolaridade associa-se também com a dificuldade em compreender as recomendações dos profissionais de saúde e a importância do uso contínuo dos medicamentos para o controle das DC, por isso caracteriza-se como um fator socio-econômico influente da não adesão ao tratamento(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.). No caso da HAS, que é uma condição crônica assintomática, a baixa escolaridade constitui ainda um agravante por dificultar o reconhecimento da necessidade de assistência médica e continuidade do tratamento seja ele medicamentoso ou não(1313 Bezerra DS, Silva AS, Carvalho ALM. Avaliação das características dos usuários com hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus em uma Unidade de Saúde Pública, no município de Jaboatão dos Guararapes-PE, Brasil. Rev Ciênc Farm [Internet]. 2009 [acesso em 30 de junho de 2012];30(1):69-73. Disponível em: http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/viewFile/878/752
http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/inde...
).

Não obstante, as condições econômicas desfavoráveis, como dificuldades financeiras e baixa renda familiar, também são descritas como fatores que podem limitar a adesão ao tratamento, como ainda ocasionar mais episódios de internação e reinternação(1919 Lunelli RP, Portal VL, Esmério FG, Moraes MA, Souza EN. Adesão medicamentosa e não medicamentosa de pacientes com doença arterial coronariana. Acta Paul Enferm [Internet]. 2009 [acesso em 30 de junho de 2012];22(4):367-73. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n4/a03v22n4.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n4/a03v2...
). Outros estudos mencionam que a renda familiar elevada associa-se à maior adesão(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.), ou mesmo, que a falta de dinheiro para comprar os remédios explica a não adesão, seja quando os medicamentos não estão disponíveis nas UBS ou por dificuldade de acesso aos serviços de saúde(9Veras RFS, Oliveira JS. Aspectos sócio-demográficos que influenciam na adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Rev RENE. 2009;10(3):132-8.).

Neste estudo, por sua vez, a renda familiar não foi evidenciada como fator interferente na não adesão ao tratamento medicamentoso, talvez pelo fato de outras variáveis, que constituem indicadores representativos da condição socioe-conômica e que influenciam diretamente na renda, terem se apresentado como preditoras sobre o desfecho de interesse, como por exemplo, cor da pele e escolaridade.

Estudos assinalam que o tempo de diagnóstico, a cronicidade da doença e a falta de sintomas são fatores importantes que também condicionam o abandono do tratamento(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.,1717 Moura DJM, Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM. Cuidado de enfermagem ao cliente com hipertensão: uma revisão bibliográfica. Rev Bras Enferm. 2011;64(4):759-65.). No entanto, na presente investigação não foram observadas diferenças significativas no tempo de diagnóstico frente a não adesão. Acredita-se que logo após o diagnóstico e no início do tratamento há maior indução de não adesão e abandono, por outro lado como a HAS é uma doença crônica insidiosa, de longa duração e na maior parte do tempo assintomática, há igualmente uma tendência de muitas pessoas não se reconhecerem como doentes. Além disso, a percepção de melhora com a instituição do tratamento pode levar à sua interrupção, deste modo verifica-se que diversos fatores de confusão apresentam influencia sobre a variável.

No que tange ao número de medicamentos anti-hipertensivos consumidos pelos entrevistados ficou evidente que aqueles com prescrições medicamentosas de três ou mais drogas apresentavam maiores chances de não aderirem ao tratamento. Diferentemente do encontrado nesta pesquisa, estudo realizado em um município na região Sul do Brasil junto a 595 indivíduos com HAS demonstrou que menor número de medicamentos consumidos estava associado com a não adesão(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.). Por sua vez, os autores do referido estudo reiteram que há a possibilidade de a variável expressar o fato de pessoas com mais idade, com mais tempo de tratamento e melhores condições socioeconômicas e assistenciais, além de consumirem mais medicamentos, tratam de consumi-los com maior adesão, inclusive os anti-hipertensivos.

Desta forma, pode-se inferir que não apenas o número de medicamentos consumidos para a HAS influencia a não adesão ao tratamento, mas também a assistência de saúde dispensada aos pacientes. Nesta perspectiva, estudo realizado no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul junto a 92 indivíduos com HAS vítimas de infarto agudo do miocárdio demonstrou que para os entrevistados a não adesão à terapêutica farmacológica estava relacionada principalmente a precariedade do atendimento e da distribuição dos medicamentos (23,2%) do que a complexidade do regime terapêutico (12,7%)(1919 Lunelli RP, Portal VL, Esmério FG, Moraes MA, Souza EN. Adesão medicamentosa e não medicamentosa de pacientes com doença arterial coronariana. Acta Paul Enferm [Internet]. 2009 [acesso em 30 de junho de 2012];22(4):367-73. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n4/a03v22n4.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n4/a03v2...
).

Por esta razão, as variáveis relacionadas à assistência a saúde são importantes preditoras da adesão/não adesão ao tratamento. O comparecimento às consultas pode ser um dos parâmetros para avaliá-la(1111 Dosse C, Cesarino CB, Martin JFV, Castedo MCA. Fatores associados à não adesão dos pacientes ao tratamento de hipertensão arterial. Rev Latinoam Enferm. 2009;17(2):201-6.). Neste estudo, indivíduos que não frequentavam as consultas médicas e que não possuíam plano privado de saúde tiveram maiores chances de não aderirem ao tratamento medicamentoso. A presença do plano de saúde tende o indivíduo a utilizar mais os serviços de saúde e por sua vez, aqueles mais assíduos aos encontros, sejam eles nos setores públicos ou privados, normalmente tem maior redução dos níveis tensionais. Assim, a presença do paciente na unidade de saúde é determinante para o controle da HAS, pois traz motivação individual, o que por sua vez conduz a certas atitudes que contribuem para a redução da PA(1111 Dosse C, Cesarino CB, Martin JFV, Castedo MCA. Fatores associados à não adesão dos pacientes ao tratamento de hipertensão arterial. Rev Latinoam Enferm. 2009;17(2):201-6.).

Encontros/consultas frequentes propiciam melhor monitorização dos níveis pressóricos, assim como a oportunidade de ter mais acesso às informações, podendo servir de base para o cumprimento das orientações diante do tratamento medicamento e não medicamentoso. Um dos principais benefícios do número maior de visitas é a possibilidade de ajustes terapêuticos e acompanhamento da ocorrência de efeitos colaterais(1111 Dosse C, Cesarino CB, Martin JFV, Castedo MCA. Fatores associados à não adesão dos pacientes ao tratamento de hipertensão arterial. Rev Latinoam Enferm. 2009;17(2):201-6.).

Além de ser observado na prática, há evidências de que as visitas frequentes também proporcionam mudança mais efetiva no estilo de vida e bem-estar dos pacientes, com possível redução da ansiedade e do estresse(1111 Dosse C, Cesarino CB, Martin JFV, Castedo MCA. Fatores associados à não adesão dos pacientes ao tratamento de hipertensão arterial. Rev Latinoam Enferm. 2009;17(2):201-6.). Porém, existem dados controversos na literatura nacional. Estudo realizado em um município da região Sudeste do país junto a 400 indivíduos com HAS demonstrou que a assistência à saúde não apresentou relevância estatística sobre a adesão/não adesão, pois tanto entre os hipertensos aderentes quanto entre os não aderentes, o acesso às consultas, foi representado como difícil ou muito difícil(1010 Gilsogamo CA, Oliveira JC, Teixeira JCA, Grossi LCN, Moreira MMP, Diniz LO. Fatores que interferem na adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica em pacientes atendidos no Núcleo de Atendimento ao Hipertenso (NAHI) e no Programa Saúde da Família (PSF), no município de Barbacena. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2008;4(15):179-88.). Já outro estudo realizado na região Sul do Brasil evidenciou que as variáveis relativas aos serviços de saúde apontaram para o fato de que as pessoas com a última consulta há mais de seis meses apresentavam risco maior para a não adesão(6Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad Saúde Pública. 2010;26(12):2389-98.).

O controle da PA, então exige não somente, participação individual, mas também assistência da equipe de saúde, dentro de um programa eficiente de controle da HAS. As dificuldades em controlar o nível pressórico, são diversas, pois inúmeros fatores permeiam, influenciam e condicionam o processo, tendo como agravante, a falta de sintomatologia, o que pode levar os pacientes, em sua maioria, a necessitarem atendimento diferenciado.

Aumentar a adesão à farmacoterapia não é tarefa fácil. Intervenções educativas, comportamentais ou baseadas em recursos tecnológicos, realizadas pelos profissionais de saúde para melhorar a adesão ao tratamento apresentam resultados limitados e precisam ser desenvolvidas e adaptadas às características das pessoas envolvidas no processo e aos contextos dos serviços de saúde(1717 Moura DJM, Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM. Cuidado de enfermagem ao cliente com hipertensão: uma revisão bibliográfica. Rev Bras Enferm. 2011;64(4):759-65.).

A despeito de algumas limitações metodológicas, como o fato de os participantes do estudo terem sido selecionados a partir daqueles cadastrados no Programa Hiperdia e que realizavam tratamento medicamentoso, há no mínimo um ano, o que resultou em uma amostra constituída principalmente por mulheres e idosos, e ainda dos diferentes métodos possíveis para identificação da não adesão, o que dificulta a comparabilidade dos resultados encontrados, pode-se afirmar que a prevalência de pessoas que não aderem ao tratamento far-macológico da HAS na Atenção Primária no município sede deste estudo é elevado e não difere muito do que tem sido encontrado em outras localidades brasileiras. Essas questões, portanto, constituem desafio para o setor saúde em cidades com diferentes portes populacionais e localizadas nas mais diversas regiões do país.

Como já mencionado anteriormente, a adoção de medidas de intervenção que visem aumentar o número de indivíduos que aderem ao tratamento medicamentoso, não é simples e nem fácil, pois é necessário considerar os múltiplos fatores envolvidos no processo. Porém, os resultados encontrados são preocupantes e indicam a premência de esforços por parte dos gestores e dos profissionais de saúde quanto à necessidade de medidas mais eficazes no controle da HAS.

Nesta perspectiva, esses achados podem trazer novos pensamentos e modos de agir junto a população com HAS, especialmente considerando o perfil biosócio-econômico de cada indivíduo acompanhado pela atenção primária. As ações que poderão garantir maior efetividade na adesão ao tratamento medicamentoso, em nossa percepção, se baseiam em: Desenvolver atividades educativas sobre a doença e o tratamento, com utilização de linguajem acessível à população, o que acarreta em participação mais ativa dos usuários e convivência saudável destes com a terapêutica; Prescrever regimes terapêuticos com menor nível de complexidade, por meio da associação de drogas anti-hipertensivas, e ainda bem detalhados e com letra legível, principalmente para idosos, pessoas com menores níveis educacionais e com alta complexidade farmacoterápica; Incentivar a figura do cuidador familiar para pacientes com sinais de não adesão ao tratamento, e o aconselhamento e supervisão contínuos visando a participação ativa do paciente no programa terapêutico.

Desta forma, a Consulta de Enfermagem e a criação de um espaço para trocas de experiências e vivências no grupo de indivíduos com HAS, representam estratégias que estimulam a compreensão e entendimento das recomendações médicas que os pacientes recebem acerca de seu tratamento, gerando impacto positivo na saúde física, mental e emocional dessas pessoas e de seus familiares, devendo a sua realização se fazer rotina na prática do enfermeiro, visto que este tem um papel central na educação para a saúde desta clientela, principalmente para indivíduos com DC que possuem baixos níveis socioeducacionais.

CONCLUSÃO

De acordo com os resultados o estudo evidenciou que 42.65% dos indivíduos com HAS acompanhados pela atenção primária não aderiam ao tratamento medicamentoso, algo que pode ser considerado preocupante, pois a não adesão é o principal desencadeador de complicações da HAS imediata e tardia. Os resultados evidenciaram ainda que indivíduos com HAS que apresentaram determinadas características biológicas, socioeconômicas e de acompanhamento à saúde possuíam maiores chances de não aderirem ao tratamento medicamentoso, como por exemplo, etnia não branca, baixa escolaridade, maior número de medicamentos consumidos para o controle pressórico, menor frequência às consultas médicas e ausência de convênio particular para o atendimento à saúde.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2015

Histórico

  • Recebido
    04 Nov 2014
  • Aceito
    18 Out 2014
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