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As redes sociais nos processos de trabalho em enfermagem: revisão integrativa da literatura

Resumo

OBJETIVO

Identificar e analisar as evidências disponíveis na literatura sobre a utilização de redes sociais nos processos de trabalho em enfermagem.

MÉTODO

Revisão integrativa da literatura realizada em janeiro de 2016, nas bases de dados PubMed, CINAHL, EMBASE e LILACS, com os descritores social media, social networking, nursing, enfermagem, redes sociais, mídias sociais e a palavra-chave nursing practice, sem restrição de ano.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 27 artigos, os quais foram publicados entre 2011 e 2016, todos internacionais. As redes sociais utilizadas foram o Facebook (66,5%), o Twitter (30%) e o WhatsApp (3,5%). Em 70,5% dos estudos as redes sociais foram utilizadas para fins de pesquisa, em 18,5% como ferramenta para auxiliar estudantes nas atividades acadêmicas, e em 11% para a realização de intervenções via internet.

CONCLUSÃO

Em seus processos de trabalho, os enfermeiros têm utilizado as redes sociais Facebook, Twitter e WhatsApp para pesquisar, ensinar e assistir. Os artigos evidenciam diversos benefícios sobre o uso de tais ferramentas na profissão de enfermagem, entretanto, as considerações éticas a respeito da utilização das redes sociais merecem maior discussão.

Descritores
Enfermagem; Rede Social; Informática em Enfermagem; Revisão

Abstract

OBJECTIVE

To identify and analyze the available evidence in the literature on the use of social networks in nursing work processes.

METHOD

An integrative review of the literature conducted in PubMed, CINAHL, EMBASE and LILACS databases in January 2016, using the descriptors social media, social networking, nursing, enfermagem, redes sociais, mídias sociais, and the keyword nursing practice, without year restriction.

RESULTS

The sample consisted of 27 international articles which were published between 2011 and 2016. The social networks used were Facebook (66.5%), Twitter (30%) and WhatsApp (3.5%). In 70.5% of the studies, social networks were used for research purposes, in 18.5% they were used as a tool aimed to assist students in academic activities, and in 11% for executing interventions via the internet.

CONCLUSION

Nurses have used social networks in their work processes such as Facebook, Twitter and WhatsApp to research, teach and watch. The articles show several benefits in using such tools in the nursing profession; however, ethical considerations regarding the use of social networks deserve further discussion.

Descriptors
Nursing; Social Networking; Nursing Informatics; Review

Resumen

Objetivo

Identificar y analizar las evidencias disponibles en la literatura acerca del empleo de las redes sociales en los procesos laborales de enfermería.

Método

Revisión integrativa de la literatura llevada a cabo en enero de 2016, en las bases de datos PubMed, CINAHL, EMBASE y LILACS, con los descriptores social media, social networking, nursing, enfermagem, redes sociais, mídias sociais y la palabra-clave nursing practice, sin restricción de año.

Resultados

La muestra estuvo compuesta de 27 artículos, los que fueron publicados entre 2011 y 2016, todos internacionales. Las redes sociales utilizadas fueron el Facebook (66,5%), el Twitter (30%) y el WhatsApp (3,5%). En el 70,5% de los estudios, las redes sociales fueron utilizadas a efectos de investigación, en el 18,5% como herramienta para auxiliar a estudiantes en las actividades académicas, y en el 11% para la realización de intervenciones por vía Internet.

Conclusión

En sus procesos laborales, los enfermeros están utilizando las redes sociales Facebook, Twitter y WhatsApp para investigar, enseñar y asistir. Los artículos evidencian distintos beneficios acerca del uso de dichas herramientas en la profesión de enfermería. Sin embargo, las consideraciones éticas con respecto a la utilización de redes sociales merecen mayor discusión.

Descriptores
Enfermería; Red Social; Informática Aplicada a la Enfermería; Revisión

Introdução

A utilização de mídias sociais tem aumentado exponencialmente nos últimos anos11 Frazier B, Culley JM, Hein LC, Williams A, Tavakoli AS. Social networking policies in nursing education. Comput Inform Nurs. 2014;32(3):110-7.. A população mundial aumentou de 7 para 7,2 milhões de pessoas, e o número de usuários ativos de internet superou 3 bilhões, com um aumento de 500 milhões apenas em 2014, atingindo 42% de toda a humanidade22 Chyjek K, Farag S, Chen KT. Rating pregnancy wheel applications using the applications scoring system. Obstet Gynecol. 2015;125(6):1478-83.. Desde o advento da internet e, em particular, da tecnologia Web 2.0, segunda geração da World Wide Web que permite uma maior interatividade entre os usuários, o número de pessoas que acessam e utilizam esta tecnologia, tanto profissionalmente como de forma recreativa, tem crescido constantemente, de modo que em 2012 a estimativa era de 2,4 bilhões de usuários33 European Travel Commission. NewMedia TrendWatch. World Usage Patterns and Demographics [Internet]. 2013 [cited 2016 May 9]. Available from: Available from: http://www.newmediatrendwatch.com/world-overview/34-world-usage-patterns-and-demographics/index.html
http://www.newmediatrendwatch.com/world-...
.

A definição de “mídia social” é ampla e está em constante evolução44 Ventola CL. Social media and health care professionals: benefits, risks, and best practices. P T. 2014;39(7):491-9.. As mídias sociais podem ser definidas como uma variedade de ferramentas baseadas na internet que ajudam o usuário a se conectar, colaborar e se comunicar com outras pessoas em tempo real55 Ressler P, Glazer G. Legislative: nursing’s engagement in health policy and healthcare through social media. Online J Issues Nurs. 2010;16(1):11.. Os sites de mídias sociais fornecem uma variedade de recursos que servem a propósitos diferentes para o usuário66 Childs LM, Martin CY. Social media profiles: striking the right balance. Am J Health System Pharm. 2012;69(23):2044-50. e podem ser agrupados por finalidade, tais como: redes profissionais (LinkedIn), rede de compartilhamento de mídia (YouTube, Flickr), sites de produção de conteúdo (blogs [Tumblr, Blogs] e microblogs [Twitter]), sites de conteúdo informativo (Wikipedia), ambientes de realidade virtual e jogos (Second Life) e redes sociais (Facebook, MySpace, Google Plus, Twitter)77 Lambert KM, Barry P, Stokes G. Risk management and legal issues with the use of social media in the healthcare setting. J Healthc Risk Manag. 2012;31(4):41-7.

8 Dizon DS, Graham D, Thompson MA, Johnson LJ, Johnston C, Fisch MJ, et al. Practical guidance: The use of social media in oncology practice. J Oncol Pract. 2012;8(5):114-24.
-99 George DR, Rovniak LS, Kraschnewski JL. Dangers and opportunities for social media in medicine. Clin Obstet Gynecol. 2013;56(3):453-62..

As redes sociais são uma das formas mais utilizadas de mídias sociais e oferecem uma plataforma conveniente para o compartilhamento de informações e para a manutenção de contato com as pessoas, proporcionando uma maneira de localizá-las e se conectar com elas, enquanto ocorre a partilha de informação e comunicação de forma estruturada1010 Fraser R. The nurse's social media advantage: how making connections and sharing ideas can enhance your nursing practice. Indianapolis: Sigma Theta Tau International; 2011.. Ainda, as redes sociais permitem que os profissionais desenvolvam e mantenham conexões com colegas e pares1111 Casella E, Mills J, Usher K. Social media and nursing practice: changing the balance between the social and technical aspects of work. Collegian. 2014;21(2):121-6..

O desenvolvimento de comunidades on-line usando as redes sociais no campo dos cuidados surgiu como uma força motriz na área da saúde1212 Moorley CR, Chinn T. Supporting student nurses in practice with additional online communication tools. Nurse Educ Pract. 2014;14(1):69-75., afinal os benefícios advindos de tal tecnologia são conhecidos: o intercâmbio em tempo real de informações relativas a temas relacionados com a saúde, a obtenção de informações de pesquisa, a possibilidade de manter contato com os pacientes e suas famílias, o alcance de novos públicos para a educação e serviços de saúde, a divulgação de realizações organizacionais, entre outros1313 Health Research Institute. Social media “likes” healthcare: from marketing to social business [Internet]. PwC's; 2016 [cited 2016 Apr 27]. Available from: Available from: http://www.pwc.com/us/en/health-industries/publications/health-care-social-media.html
http://www.pwc.com/us/en/health-industri...
. Como exemplo, pode-se citar a utilização do Twitter e do Facebook pelo Royal College of Nursing, Nursing and Midwifery Council UK, e outras inúmeras comunidades on-line relacionadas com a enfermagem, com a finalidade de comunicação com o público e a disseminação de informações1212 Moorley CR, Chinn T. Supporting student nurses in practice with additional online communication tools. Nurse Educ Pract. 2014;14(1):69-75..

Muitas pessoas, incluindo enfermeiros, utilizam as redes sociais11 Frazier B, Culley JM, Hein LC, Williams A, Tavakoli AS. Social networking policies in nursing education. Comput Inform Nurs. 2014;32(3):110-7. e seu uso tem aumentado nas áreas da saúde1212 Moorley CR, Chinn T. Supporting student nurses in practice with additional online communication tools. Nurse Educ Pract. 2014;14(1):69-75.. No âmbito internacional, sabe-se que o uso de blogs de enfermagem, por exemplo, está crescendo continuamente1414 Cordoş AA, Bolboacă SD. Social media use among nurses: literature review. Stud Health Technol Inform. 2016;225:572-6.. Por meio de tais ferramentas enfermeiros compartilham informações sobre estudos de caso de intervenções ou consultam outros profissionais de saúde sobre suas experiências1515 Watson J. “The rise of blogs in nursing practice”. Clin J Oncol Nurs. 2012;16(2):215-7.. Sabe-se também que internacionalmente, devido à crescente utilização de tais ferramentas pelos enfermeiros, tem se discutido sobre as implicações éticas a respeito do emprego das redes sociais na profissão de enfermagem44 Ventola CL. Social media and health care professionals: benefits, risks, and best practices. P T. 2014;39(7):491-9.,1616 Spector N, Kappel DM. Guidelines for using electronic and social media: the regulatory perspective. Online J Issues Nurs. 2012;17(3):1.. No entanto, pouco se sabe sobre a utilização de tais ferramentas nos processos de trabalho destes profissionais1717 Asiri H, Househ M. The impact of twitter and facebook on nursing practice and education: a systematic review of the literature. Stud Health Technol Inform. 2016;226:267-70., o que evidencia a necessidade de melhor exploração da potencial utilização das redes sociais nos processos de trabalho do enfermeiro. É importante ressaltar que, no âmbito deste estudo, considerou-se, em consonância à literatura, que a constituição dos processos de trabalho em enfermagem compreende as seguintes atividades: administrar, assistir, ensinar, pesquisar e participar politicamente nos seus contextos de atuação1818 Sanna MC. Os processos de trabalho em Enfermagem. Rev Bras Enferm. 2007; 60(2):221-4.. Ainda, considera-se que a utilização das redes sociais pode ser um fator contributivo no desempenho dessas atividades.

No contexto nacional, uma revisão integrativa da literatura foi realizada com o objetivo de identificar a utilização das redes sociais na educação em enfermagem1919 Kakushi LE, Évora YDM. Social networking in nursing education: integrative literature review. Rev Latino Am Enfermagem. 2016;24:e2709.. De acordo com os resultados, a utilização de redes sociais na área de educação em enfermagem tem trazido diversos benefícios aos alunos, aos educadores, aos profissionais e às instituições. No entanto, as pesquisadoras do referido estudo concluíram que os estudos que relatam as experiências de utilização das redes sociais na educação em enfermagem, tanto em âmbito nacional quanto internacional, ainda são escassos.

Contudo, não foram identificados estudos sobre a utilização dessa ferramenta em outros cenários do exercício da profissão, em nosso meio, proporcionando a questão para o desenvolvimento deste estudo voltada para os processos de trabalho em enfermagem. Deste ponto de vista, teve-se como objetivo identificar e analisar as evidências disponíveis na literatura sobre a utilização de redes sociais nos processos de trabalho em enfermagem.

Método

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, construída a partir das seguintes etapas: desenvolvimento da questão norteadora; busca dos estudos primários nas bases de dados; extração de dados dos estudos; avaliação dos estudos selecionados; análise e síntese dos resultados e apresentação da revisão2020 Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546-53.. A questão norteadora foi: Quais as evidências disponíveis na literatura sobre a utilização de redes sociais nos processos de trabalho em enfermagem?

A coleta de dados foi realizada em janeiro de 2016. Para a seleção dos artigos foram consultadas as bases de dados US National Library of Medicine (PubMed), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Excerpta Medica Database (EMBASE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS). Os descritores (social media, social networking, nursing, enfermagem, redes sociais, mídias sociais) e a palavra-chave (nursing practice) foram combinados de diferentes formas para garantir uma busca ampla (Quadro 1).

Quadro 1
Cruzamentos realizados de acordo com as bases de dados selecionadas - Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2016.

Os critérios de inclusão para a pré-seleção dos estudos foram: estudos em inglês, português ou espanhol, publicados em periódicos e que abordassem o uso de redes sociais pelos enfermeiros em seus processos de trabalho. De acordo com os critérios de exclusão foram excluídos os artigos não primários, como os de opinião e as revisões, e aqueles que, após a leitura na íntegra, não responderam ao objetivo desta revisão. É importante ressaltar que não houve estabelecimento de limite quanto ao ano de publicação dos artigos. A seleção dos estudos foi realizada por meio da leitura minuciosa de títulos e resumos, de modo que foram para a seleção final os estudos que atendiam aos critérios de inclusão supracitados. Para a seleção final dos artigos foi realizada a leitura do trabalho na íntegra, sendo selecionados aqueles que apresentaram o uso das redes sociais pelo enfermeiro em seus processos de trabalho.

Para a coleta e análise dos dados, utilizou-se de um instrumento validado2121 Ursi ES, Galvão CM. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura. Rev Latino Am Enfermagem. 2006;14(1):124-31., o qual foi adaptado para atender ao objetivo do estudo. Os tópicos de interesse abordados no instrumento foram: título do artigo, ano de publicação, idioma, país de origem da publicação, base de dados, objetivo, método, resultados, conclusões e nível de evidência. Para o nível de evidência utilizou-se da classificação sugerida por Melnyk e Fineout-Overholt2222 Melnyk BM, Fineout-Overholt E. Evidence-based practice in nursing & healthcare: a guide to best practice. Philadelphia: Lippincot; 2005. Making the case for evidence-based practice; p. 3-24., que classifica os estudos em sete níveis: 1 ‒ evidências provenientes de revisão sistemática ou metanálise de ensaios clínicos aleatorizados controlados ou de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ensaios clínicos aleatorizados controlados; 2 ‒ evidências oriundas de pelo menos um ensaio clínico aleatorizado controlado bem delineado; 3 ‒ evidências obtidas de ensaios clínicos sem aleatorização bem delineados; 4 ‒ evidências que se originaram de estudos de coorte e de caso-controle bem delineados; 5 ‒ evidências originárias de revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; 6 ‒ evidências derivadas de um único estudo descritivo ou qualitativo; 7 ‒ evidências oriundas de opinião de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas. De acordo com essa classificação, os níveis 1 e 2 são considerados evidências fortes, 3 e 4 moderadas e de 5 a 7 fracas.

O processo de identificação, seleção e inclusão dos estudos primários se deu em três etapas. Na primeira etapa foi realizada a retirada dos artigos duplicados; assim, do total de 3.137 artigos, foram retirados 888. Na segunda etapa, procedeu-se à leitura dos títulos e resumos dos 2.249 artigos, à luz dos critérios de inclusão. Dessa maneira, foram selecionados 75 artigos. Na terceira etapa realizou-se a leitura na íntegra desses 75 artigos, sendo retirados 48 artigos por não atenderem aos critérios de inclusão e por não responderem à questão norteadora desta revisão, de modo que a amostra final foi constituída por 27 artigos. A Figura 1 ilustra o processo de seleção dos artigos desta revisão integrativa.

Figura 1
Fluxograma de identificação, seleção e inclusão dos estudos da revisão integrativa ‒ Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2016.

Resultados

A amostra final consistiu em 27 artigos, sendo o mais antigo publicado em 2011 e o mais recente em 2016, dos quais 12 (44,5%) foram publicados em 2015, nove (33,5%) em 2014, dois (7,5%) em 2013, dois (7,5%) em 2012, um (3,5%) em 2011 e um (3,5%) em 2016. Em relação à origem dos estudos, todos foram publicados no idioma inglês e em periódicos internacionais. Identificou-se que os autores dos estudos, ou pelo menos um deles, pertencem a departamentos ou escolas de enfermagem.

Quanto à localização de realização do estudo, 11 (41%) foram realizados nos Estados Unidos da América, três (11,3%) no Reino Unido, três (11,3%) no Canadá, dois (7,5%) na Austrália, um (3,5%) nas Filipinas, um (3,5%) na África do Sul, um (3,5%) na Espanha, um (3,5%) na Finlândia e um (3,5%) na Itália e no Reino Unido, de forma conjunta. Em três (11,3%) estudos não foram relatados os locais. Os delineamentos mais frequentes foram o transversal, com 16 estudos (59,5%), e o qualitativo, com seis (22%), seguidos pelo método misto com dois (7,5%), ensaio clínico randomizado, com dois (7,5%), e um (3,5%) estudo observacional. Portanto, 25 estudos (92,5%) apresentaram nível de evidência 6 (fraca) e dois (7,5%), nível de evidência 2 (forte).

Quanto à população alvo dos estudos, as amostras foram constituídas por: estudantes de enfermagem e medicina, jovens saudáveis com idade entre 15 e 24 anos, famílias, crianças e adolescentes com síndrome de Klinefelter, enfermeiros e médicos, mães com idade materna avançada, tabagistas, pais cuidadores de crianças e adolescentes com câncer, pacientes com esquizofrenia e seus cuidadores, mulheres afro-americanas, mães lactantes de bebês prematuros, jovens adultos sobreviventes de câncer e cuidadores de pacientes em cuidados paliativos.

As redes sociais utilizadas foram o Facebook (18 estudos; 66,5%), o Twitter (8 estudos; 30%) e o WhatsApp (1 estudo; 3,5%), por meio de consulta a perfis e postagens públicos para a coleta de dados (48%); criação de grupos on-line com finalidades educativas (22%); publicação de anúncios, vídeos e/ou mensagens com a finalidade de recrutamento de participantes para pesquisa (15%); envio de mensagens para participantes de pesquisa (7%) e disponibilização de conteúdo informativo/educativo (4%).

Os estudos selecionados para esta revisão foram distribuídos em três grupos de acordo com a finalidade para a qual as redes sociais foram utilizadas e considerando os processos de trabalho do profissional enfermeiro: pesquisa, ensino e assistência. Dezenove estudos (70,5%) utilizaram as redes sociais para fins de pesquisa, por meio de coleta de dados em perfis públicos, recrutamento de participantes e para o acompanhamento de participantes de uma pesquisa longitudinal. Quanto às atividades relacionadas com o ensino, cinco artigos (18,5%) utilizaram as redes sociais como ferramenta para auxiliar estudantes nas atividades acadêmicas, o que se deu por meio de compartilhamento de conteúdo acadêmico e discussões em redes sociais. Três estudos (11%) utilizaram as redes sociais para a assistência, pela realização de intervenções via internet por meio de compartilhamento de conteúdo informativo ou por envio de mensagens aos participantes.

Cabe destacar que um dos aspectos que perpassam as atividades dos profissionais é a questão ética em relação ao tema estudado. Neste sentido, apenas dois estudos a abordaram. Um dos artigos apresentou uma discussão a respeito das implicações da utilização das redes sociais pelos enfermeiros para a postagem de conteúdo pessoal2323 Levati S. Professional conduct among registered nurses in the use of online social networking sites. J Adv Nurs. 2014;70(10):2284-92., e outro artigo abordou a questão ética na coleta de dados em perfis públicos de redes sociais2424 Egan KG, Moreno MA. Prevalence of stress references on college freshmen facebook profiles. Comput Inform Nurs. 2011;29(10):586-92..

Dentre os resultados e benefícios citados sobre a utilização do Facebook, destaca-se que esta rede social pode ser útil para identificar condições de risco, como por exemplo, as relacionadas com o estresse em alunos de graduação; disseminar informações; contribuir para a aprendizagem de alunos em atividades educacionais; promover mudanças positivas de comportamento; melhorar a permanência de participantes em estudos longitudinais por meio da manutenção de contato que o Facebook propicia; recrutar participantes para pesquisa, de modo especial populações em faixas etárias mais jovens; auxiliar no combate ao uso do tabaco por adultos jovens por meio de grupos de apoio nesta rede social; atuar como uma plataforma de comunicação e apoio entre indivíduos que passam por uma determinada situação, como por exemplo, pessoas com esquizofrenia e seus cuidadores, mães lactantes de bebês prematuros ou cuidadores de pacientes em cuidados paliativos.

Já em relação aos artigos que utilizaram o Twitter, há indícios de que esta rede social se apresenta como um meio de recrutamento que permite o envolvimento com populações de difícil alcance e que garante aos participantes dos estudos transparência quanto à pesquisa, anonimato, além de ser, aparentemente, um método mais acessível para a participação na pesquisa em saúde. Ainda, o Twitter pode ser útil na divulgação de conteúdo sobre educação em saúde pública, pode contribuir para o processo de aprendizagem de alunos e para o desenvolvimento da profissão de enfermagem por meio da partilha de opiniões, conhecimentos e experiência clínica.

De acordo com o artigo que utilizou o WhatsApp, esta ferramenta propicia a utilização de um espaço virtual para a prática colaborativa e para o compartilhamento de informações.

Quadro 2
Quadro-síntese das características dos estudos incluídos na revisão de acordo com os autores, título do artigo, ano de publicação, rede social estudada, principais resultados e recomendações e conclusões - Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2016.

Discussão

Os resultados desta revisão integrativa indicam que a investigação sobre a utilização das redes sociais nos processos de trabalho em enfermagem é recente, visto que o artigo mais antigo selecionado para este estudo foi publicado no ano de 2011. É possível identificar também que o número de pesquisas sobre o assunto cresce a cada ano. Quanto à origem dos estudos, todos foram produzidos internacionalmente, o que mostra a escassez de estudos nacionais sobre a temática em questão. Em relação ao nível de evidência dos estudos da amostra, a maior parte (92,5%) foi classificada como fraca. Apesar dos estudos apresentarem um posicionamento positivo a respeito do uso das redes sociais nos processos de trabalho em enfermagem, é necessário que haja o desenvolvimento de estudos com níveis de evidência mais robustos para que se possa averiguar a eficácia do uso de tais ferramentas, principalmente quando estas são utilizadas como um meio para a aplicação de intervenções de enfermagem.

Quanto à população alvo dos estudos selecionados para esta revisão, percebe-se que as redes sociais têm sido utilizadas com os mais diferentes perfis de indivíduos, desde alunos de graduação e profissionais de saúde até cuidadores e pacientes com as mais diversas enfermidades. Há relatos de que as pessoas, de ambos os sexos, das mais variadas faixas etárias e raças, gastam mais tempo em redes sociais do que em qualquer outra categoria de sites, seja em computadores ou em dispositivos móveis4949 Nielsen. State of the Media. The Social Media Report 2012 [Internet]. 2012 [cited 2016 Sept 18]. Available from: Available from: http://www.nielsen.com/content/dam/corporate/us/en/reports-downloads/2012-Reports/The-Social-Media-Report-2012.pdf
http://www.nielsen.com/content/dam/corpo...
. Assim, por serem utilizadas frequentemente e por muitas pessoas, as redes sociais são um meio de alcançar diversas populações que se deseja estudar.

Dentre as redes sociais abordadas nos artigos selecionados para esta revisão, a mais utilizada foi o Facebook, seguida pelo Twitter e pelo WhatsApp. Lançado em 2004, trata-se de uma plataforma na qual os usuários podem estabelecer uma identidade virtual e se conectar com pessoas, temas e grupos que julgam importantes2929 Child RJ, Mentes JC, Pavlish C, Phillips LR. Using Facebook and participant information clips to recruit emergency nurses for research. Nurse Res. 2014;21(6):16-21.. O Facebook permite que seus usuários criem perfis pessoais, onde podem trocar mensagens, fotos e atualizações frequentes sobre o seu estado diário pessoal com outros usuários2525 Jones K, Baldwin KA, Lewis PR. The potential influence of a social media intervention on risky sexual behavior and Chlamydia incidence. J Community Health Nurs. 2012;29(2):106-20.. Ainda, é uma das redes sociais mais populares mundialmente, com mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo3131 Labrague LJ. Facebook use and adolescents' emotional states of depression, anxiety, and stress. Health Sci J. 2014;8(1):80-9..

O Twitter é um site de rede social que permite aos usuários conectarem-se uns com os outros por meio de mensagens curtas, de no máximo 140 caracteres, chamadas de tweets3030 O'Connor A, Jackson L, Goldsmith L, Skirton H. Can I get a retweet please? Health research recruitment and the Twittersphere. J Adv Nurs. 2014;70(3):599-609.. Apesar de ainda ser novo para muitos, o Twitter ou Twttr, como era originalmente conhecido, foi lançado como uma plataforma de comunicação social em 2006 e, atualmente, de acordo com dados da empresa, o Twitter possui 320 milhões de usuários ativos mensalmente em todo o mundo5050 Twitter. Uso do Twitter. Fatos sobre a empresa [Internet]. 2015 [citado 2016 maio 09]. Disponível em: Disponível em: https://about.twitter.com/pt/company
https://about.twitter.com/pt/company...
. Por suas mensagens curtas, o Twitter tornou-se uma maneira ideal para se comunicar de forma rápida e sucinta. Os usuários podem enviar tweets para compartilhar material on-line incluindo links para imagens, blogues e vídeos com seus próprios seguidores. Isso tudo pode ser feito a partir de um computador, tablet ou dispositivo de telefone móvel, aumentando a sua utilidade como ferramenta de “tempo real”3030 O'Connor A, Jackson L, Goldsmith L, Skirton H. Can I get a retweet please? Health research recruitment and the Twittersphere. J Adv Nurs. 2014;70(3):599-609..

O WhatsApp, um aplicativo de mensagens instantâneas trocadas via internet, é considerado particularmente pertinente em contextos com poucos recursos, visto que, atualmente, é um dos aplicativos mais usados em celulares e computadores4646 Willemse JJ. Undergraduate nurses reflections on WhatsApp use in improving primary health care education. Curationis. 2015;38(2):1512.. Esse aplicativo permite enviar e receber mensagens de texto e outros tipos de mídia (vídeos, mensagens de voz, fotografias) e também permite a criação de grupos de bate-papo, permitindo, assim, que vários usuários participem de um mesmo grupo de conversa ao mesmo tempo5151 Montag C, B1aszkiewicz K, Sariyska R, Lachmann B, Andone I, Trendafilov B, et al. Smartphone usage in the 21st century: who is active on WhatsApp? BMC Res Notes 2015;8:331.. Os aplicativos ou “apps”, os quais fornecem a funcionalidade de um site em um formato compatível com dispositivos móveis, podem ser executados de forma independente dos navegadores baseados na web ao armazenar informações no dispositivo onde estão instalados5252 Johnston MJ, King D, Arora S, Behar N, Athanasiou T, Sevdalis N, et al. Smartphones let surgeons know WhatsApp: An analysis of communication in emergency surgical teams. Am J Surg. 2015;209(1):45-51..

Quanto à finalidade de uso, os artigos selecionados para esta revisão utilizaram as redes sociais para fins de pesquisa, como ferramenta para auxiliar nas atividades acadêmicas por meio de disponibilização de conteúdo informativo e formação de grupos on-line para a discussão de assuntos acadêmicos, ou para a realização de intervenções também por meio da disponibilização de conteúdo informativo e envio de mensagens aos participantes das pesquisas.

Em relação à coleta de dados nas redes sociais, uma das facilidades é o fato de que há perfis cujo conteúdo está disponível publicamente, sem restrições de visualização, o que possibilita a coleta de informações2323 Levati S. Professional conduct among registered nurses in the use of online social networking sites. J Adv Nurs. 2014;70(10):2284-92.. De acordo com a literatura, o recrutamento de participantes para pesquisa por meio das redes sociais apresenta vantagens como atingir um grande número de pessoas em um curto período de tempo, baixo custo, ser um meio eficaz para se comunicar com os participantes2626 Mychasiuk R, Benzies K. Facebook: an effective tool for participant retention in longitudinal research. Child Care Health Dev. 2012;38(5):753-6.,2929 Child RJ, Mentes JC, Pavlish C, Phillips LR. Using Facebook and participant information clips to recruit emergency nurses for research. Nurse Res. 2014;21(6):16-21.,3939 Akard TF, Wray S, Gilmer MJ. Facebook advertisements recruit parents of children with cancer for an online survey of web-based research preferences. Cancer Nurs. 2015;38(2):155-61.. Pesquisadores futuros não devem ignorar as redes sociais como metodologia de recrutamento, a não ser que os dados demográficos da população investigada e a temática do estudo não permitam a utilização de tais ferramentas2929 Child RJ, Mentes JC, Pavlish C, Phillips LR. Using Facebook and participant information clips to recruit emergency nurses for research. Nurse Res. 2014;21(6):16-21.. Outra vantagem que deve ser levada em consideração a respeito da utilização das redes sociais na pesquisa é o acesso facilitado à população estudada, em especial às populações de difícil alcance, o que vale tanto para o recrutamento de participantes quanto para a realização de intervenções via internet2525 Jones K, Baldwin KA, Lewis PR. The potential influence of a social media intervention on risky sexual behavior and Chlamydia incidence. J Community Health Nurs. 2012;29(2):106-20.,3939 Akard TF, Wray S, Gilmer MJ. Facebook advertisements recruit parents of children with cancer for an online survey of web-based research preferences. Cancer Nurs. 2015;38(2):155-61..

Quanto à manutenção de participantes em pesquisas longitudinais, as redes sociais podem ser de grande ajuda, já que este é um dos principais desafios para as pesquisas com este tipo de delineamento2626 Mychasiuk R, Benzies K. Facebook: an effective tool for participant retention in longitudinal research. Child Care Health Dev. 2012;38(5):753-6.. Muitas vezes os participantes não podem ser localizados pelos pesquisadores por mudança no número de telefone ou endereço, por exemplo, o que pode implicar perda de sujeitos e consequente comprometimento do estudo. Diante desse contexto, os sites de redes sociais como o Facebook podem ser uma ferramenta valiosa para a localização e a comunicação com os participantes de pesquisa2626 Mychasiuk R, Benzies K. Facebook: an effective tool for participant retention in longitudinal research. Child Care Health Dev. 2012;38(5):753-6..

Os sites de redes sociais têm emergido como uma ferramenta importante para a pesquisa em saúde2424 Egan KG, Moreno MA. Prevalence of stress references on college freshmen facebook profiles. Comput Inform Nurs. 2011;29(10):586-92.. No entanto, as considerações éticas deste novo método de investigação merecem maior discussão. A realização de estudos que utilizam os sites de redes sociais levanta várias preocupações, incluindo o valor social desta pesquisa, a seleção equitativa do sujeito, a confidencialidade, a privacidade e o consentimento informado5353 Moreno MA, Fost NC, Christakis DA. Research ethics in the MySpace era. Am Acad of Pediatrics 2008;121(1):157-61.. Estudos que envolvem a observação do comportamento público em sites de redes sociais podem ser comparados com a observação de interações humanas em um ambiente público, como um parque. Assim, as interações podem ser observadas, embora os participantes não sejam sujeitos intencionais de pesquisa5454 Boyd D. Internet inquiry: conversations about method. Thousand Oaks, CA: Sage; 2008. How can qualitative Internet researchers define the boundaries of their projects: a response to Christine Boyd; p. 26-332.. Contudo, em contraste com observações em um parque público, os usuários de redes sociais como o Facebook têm a opção de tornar seus conteúdos disponíveis ao público ou restringir a acessibilidade destes por meio das configurações de privacidade5353 Moreno MA, Fost NC, Christakis DA. Research ethics in the MySpace era. Am Acad of Pediatrics 2008;121(1):157-61..

Ainda, no contexto da utilização das redes sociais para o desenvolvimento de pesquisas, um dos estudos desta revisão teve como objetivo a avaliação do uso do Facebook por enfermeiros na Itália e no Reino Unido2323 Levati S. Professional conduct among registered nurses in the use of online social networking sites. J Adv Nurs. 2014;70(10):2284-92.. Os pesquisadores identificaram a divulgação de informações de conteúdo potencialmente pouco profissional em relação ao uso de álcool, nudez e material de natureza lasciva2323 Levati S. Professional conduct among registered nurses in the use of online social networking sites. J Adv Nurs. 2014;70(10):2284-92.. Estes resultados apontam para desafios éticos, legais e profissionais que permeiam a profissão de enfermagem. Os enfermeiros são livres para usar as redes sociais em suas vidas pessoais, no entanto, não podem se esquecer de que possuem ambas as identidades ‒ pessoal e profissional ‒, as quais não estão totalmente separadas e nem inteiramente fundidas, mas estão integradas5555 National Council of State Boards of Nursing. A nurse’s guide to the use of social media. Chicago: NCSBN; 2011.-5656 American Nurses Association. Code of ethics for nurses with interpretive statements: interpretation and application. Maryland: Silver Spring; 2001.. Estes profissionais devem entender que o que é postado é suscetível de ser analisado e utilizado como uma avaliação de desempenho ou potencial no futuro5757 Clark JR. Legal matters: do you still “like” Facebook? Air Med J. 2013;32(4):184-7.. Uma recomendação seria a criação de dois perfis distintos, um profissional e um pessoal, no entanto, de qualquer forma, é importante que se empregue uma reflexão séria sobre os conteúdos a serem publicados, independentemente do perfil utilizado5757 Clark JR. Legal matters: do you still “like” Facebook? Air Med J. 2013;32(4):184-7.-5858 Walaski P. Social media: powerful tools for SH&E professional. Prof Saf [Internet]. 2013 [cited 2016 Apr 22];58(4):40-9. Available from: Available from: https://www.asse.org/assets/1/7/F1Wala_0413.pdf
https://www.asse.org/assets/1/7/F1Wala_0...
. A identificação de questões éticas, legais e profissionais levanta o questionamento se há necessidade dos profissionais de saúde terem uma orientação específica emitida por seus órgãos reguladores2323 Levati S. Professional conduct among registered nurses in the use of online social networking sites. J Adv Nurs. 2014;70(10):2284-92..

No campo do ensino acadêmico, as redes sociais têm sido ferramentas eficazes no auxílio ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, de modo particular para alunos de graduação3333 Tower M, Latimer S, Hewitt, J. Social networking as a learning tool: nursing students' perception of efficacy. Nurse Educ Today. 2014;34(6):1012-7.,3535 Morley DA. Supporting student nurses in practice with additional online communication tools. Nurse Educ Pract. 2014;14(1):69-75.,3838 Tower M, Blacklock E, Watson B, Heffernan C, Tronoff G. Using social media as a strategy to address 'sophomore slump' in second year nursing students: a qualitative study. Nurse Educ Today. 2015;35(11):1130-4.,4646 Willemse JJ. Undergraduate nurses reflections on WhatsApp use in improving primary health care education. Curationis. 2015;38(2):1512.-4747 Waldrop J, Wink D. Twitter: an application to encourage information seeking among nursing students. Nurse Educ. 2016;41(3):160-3., dados estes que corroboram os achados de um estudo realizado nacionalmente sobre a utilização das redes sociais na educação em enfermagem1919 Kakushi LE, Évora YDM. Social networking in nursing education: integrative literature review. Rev Latino Am Enfermagem. 2016;24:e2709.. O uso pedagógico das tecnologias de rede social como uma ferramenta de aprendizagem é de crescente interesse para os acadêmicos3333 Tower M, Latimer S, Hewitt, J. Social networking as a learning tool: nursing students' perception of efficacy. Nurse Educ Today. 2014;34(6):1012-7.. Estudos sugerem que as redes sociais aumentam a interação e colaboração, informação e partilha de recursos e desenvolvem habilidades de reflexão crítica entre os estudantes. Dentre os artigos selecionados para esta revisão3333 Tower M, Latimer S, Hewitt, J. Social networking as a learning tool: nursing students' perception of efficacy. Nurse Educ Today. 2014;34(6):1012-7.,3535 Morley DA. Supporting student nurses in practice with additional online communication tools. Nurse Educ Pract. 2014;14(1):69-75.,3838 Tower M, Blacklock E, Watson B, Heffernan C, Tronoff G. Using social media as a strategy to address 'sophomore slump' in second year nursing students: a qualitative study. Nurse Educ Today. 2015;35(11):1130-4., a rede social mais utilizada para este fim foi o Facebook, a qual apresenta como maioria de seus usuários estudantes universitários3131 Labrague LJ. Facebook use and adolescents' emotional states of depression, anxiety, and stress. Health Sci J. 2014;8(1):80-9.. É importante salientar que sites de redes sociais como o Facebook podem proporcionar aos alunos a oportunidade de tomar parte na aprendizagem entre pares, onde estes podem dirigir e controlar sua aprendizagem de forma autônoma3838 Tower M, Blacklock E, Watson B, Heffernan C, Tronoff G. Using social media as a strategy to address 'sophomore slump' in second year nursing students: a qualitative study. Nurse Educ Today. 2015;35(11):1130-4..

As redes sociais também têm sido utilizadas pelos enfermeiros para a realização de intervenções via internet. Intervenções via redes sociais têm conseguido mudanças de comportamento importantes, como no estudo no qual, por meio da realização de uma intervenção via Facebook destinada a reduzir a incidência de clamídia entre jovens de 15 a 17 anos2525 Jones K, Baldwin KA, Lewis PR. The potential influence of a social media intervention on risky sexual behavior and Chlamydia incidence. J Community Health Nurs. 2012;29(2):106-20., houve uma redução de 54% nos casos de clamídia positivas e um aumento de 23% nos relatos de uso de preservativo nas relações sexuais. Vantagens da realização deste tipo de intervenção estão relacionadas com o fato de que as redes sociais têm o potencial de alcançar centenas, milhares e até milhões de usuários2525 Jones K, Baldwin KA, Lewis PR. The potential influence of a social media intervention on risky sexual behavior and Chlamydia incidence. J Community Health Nurs. 2012;29(2):106-20., principalmente os de faixas etárias mais jovens3131 Labrague LJ. Facebook use and adolescents' emotional states of depression, anxiety, and stress. Health Sci J. 2014;8(1):80-9..

Outra forma de utilização das redes sociais seria a realização de intervenções de enfermagem por meio de mensagens de texto, o que pode ser especialmente vantajoso para a promoção da atividade física ou de comportamentos alimentares, por exemplo4141 Joseph RP, Keller C, Adams MA, Ainsworth BE. Print versus a culturally-relevant Facebook and text message delivered intervention to promote physical activity in African American women: a randomized pilot trial. BMC Womens Health. 2015;15:30.,4444 Valle CG, Tate DF, Mayer DK, Allicock M, Cai J. Exploring Mediators of Physical Activity in Young Adult Cancer Survivors: Evidence from a Randomized Trial of a Facebook-Based Physical Activity Intervention. J Adolesc Young Adult Oncol. 2015;4(1):26-33.,5959 Laranjo L, Arguel A, Neves AL, Gallagher AM, Kaplan R, Mortimer N, et al. The influence of social networking sites on health behavior change: a systematic review and meta-analysis. J Am Med Inform Assoc. 2015;22(1):243-56.. As intervenções desse tipo apresentam vantagens em comparação com as intervenções tradicionais, corpo a corpo, como o fato de que o participante não precisa participar das sessões pessoalmente e tem acesso ilimitado aos materiais de intervenção sempre que desejar4141 Joseph RP, Keller C, Adams MA, Ainsworth BE. Print versus a culturally-relevant Facebook and text message delivered intervention to promote physical activity in African American women: a randomized pilot trial. BMC Womens Health. 2015;15:30..

Não foram encontrados estudos primários que abordassem a utilização das redes sociais em atividades administrativas ou de participação política, componentes dos processos de trabalho em enfermagem. Estudiosos levantam algumas questões sobre a utilização das redes sociais em ambientes de trabalho da enfermagem, o que pode auxiliar os enfermeiros que desempenham cargos de gestão na reflexão a respeito da temática6060 Piscotty R, Voepel-Lewis T, Lee SH, Annis-Emeott A, Lee E, Kalisch B. To tweet or not to tweet? Nurses, social media, and patient care. Nurs Manage. 2013;44(5):52-3.. Uma implicação prática importante a respeito da utilização das redes sociais pelo enfermeiro é como o acesso deve ser gerenciado no contexto clínico. Existem vantagens óbvias que justificam a utilização de tais ferramentas neste cenário, como a melhoria da comunicação e o acesso à informação em saúde com base em evidências científicas. Porém há também desvantagens, tais como distrações e interrupções6060 Piscotty R, Voepel-Lewis T, Lee SH, Annis-Emeott A, Lee E, Kalisch B. To tweet or not to tweet? Nurses, social media, and patient care. Nurs Manage. 2013;44(5):52-3.. Há diretrizes publicadas que buscam garantir o uso seguro e ético das redes sociais pelos enfermeiros1616 Spector N, Kappel DM. Guidelines for using electronic and social media: the regulatory perspective. Online J Issues Nurs. 2012;17(3):1., as quais podem fornecer um início razoável para o estabelecimento da utilização das redes sociais em ambientes de trabalho da enfermagem6060 Piscotty R, Voepel-Lewis T, Lee SH, Annis-Emeott A, Lee E, Kalisch B. To tweet or not to tweet? Nurses, social media, and patient care. Nurs Manage. 2013;44(5):52-3..

Quanto à participação política, esta é uma questão fundamental para os enfermeiros, afinal eles estão familiarizados com questões clínicas que afetam diretamente as políticas de saúde em nível local, estadual e federal6161 Woodward B, Smart D, Benavides-Vaello S. Modifiable factors that support political participation by nurses. J Prof Nurs. 2016;32(1):54-61.. No entanto, existem muitos obstáculos que impedem os enfermeiros de tomar um papel mais ativo na política, criando uma lacuna na forma como os enfermeiros prosseguem e respondem à participação política ou ao engajamento cívico6161 Woodward B, Smart D, Benavides-Vaello S. Modifiable factors that support political participation by nurses. J Prof Nurs. 2016;32(1):54-61.. Há relatos sobre a utilização bem-sucedida das redes sociais em campanhas políticas, por exemplo6262 Goodman J, Wennerstrom A, Springgate BF. Participatory and social media to engage youth: from the Obama campaign to public health practice. Ethn Dis. 2011;21(3 Suppl 1):94-9.. Possivelmente, as redes sociais podem representar um meio propício para a disseminação de informações e para o encontro de um grande número de pessoas interessadas em uma mesma causa6262 Goodman J, Wennerstrom A, Springgate BF. Participatory and social media to engage youth: from the Obama campaign to public health practice. Ethn Dis. 2011;21(3 Suppl 1):94-9.. Os enfermeiros podem utilizar as redes sociais para se unirem e para discutirem assuntos relacionados com a participação política da categoria.

A realização da busca em cinco bases de dados com os descritores e a palavra-chave apresentados pode ter interferido nos resultados obtidos. Esta revisão sintetiza as evidências sobre o uso das redes sociais nos processos de trabalho em enfermagem e fornece um direcionamento para que enfermeiros possam pensar o uso de tais ferramentas no exercício de sua profissão, visto que as redes sociais já são parte do cotidiano em diversos campos da sociedade, inclusive no da saúde. No entanto, a quantidade de pesquisas sobre este tema ainda é limitada4141 Joseph RP, Keller C, Adams MA, Ainsworth BE. Print versus a culturally-relevant Facebook and text message delivered intervention to promote physical activity in African American women: a randomized pilot trial. BMC Womens Health. 2015;15:30., assim, mais estudos ainda devem ser realizados para que se possa compreender melhor a utilização e as implicações da utilização das redes sociais nos processos de trabalho em enfermagem.

Muitos enfermeiros sentem-se apreensivos sobre a integração de mídias sociais na profissão; no entanto, assim como a sociedade evolui, a profissão de enfermagem deve fazer o mesmo1111 Casella E, Mills J, Usher K. Social media and nursing practice: changing the balance between the social and technical aspects of work. Collegian. 2014;21(2):121-6.. As redes sociais estão mudando a natureza e a velocidade das interações humanas, bem como dos consumidores de cuidados de saúde, profissionais e organizações. É preciso identificar as melhores práticas e aprender como utilizar tais ferramentas para que se possa tirar o máximo proveito destas novas plataformas de comunicação6363 Miller ET. How social media affects our practice. Rehabil Nurs. 2013;38(6):273-4..

Conclusão

A partir dos estudos analisados pode-se afirmar que, em seus processos de trabalho, os enfermeiros têm utilizado as redes sociais Facebook, Twitter e WhatsApp para pesquisar, ensinar e assistir, ainda que de forma incipiente.

No campo da pesquisa, a utilização das redes sociais ofereceu benefícios como a identificação de condições de risco, a disseminação de informações e a promoção de mudanças positivas de comportamento. Ainda, a melhora da permanência de participantes em estudos longitudinais por meio da manutenção de contato que propiciam e o recrutamento de participantes para pesquisa, atuando como uma plataforma de comunicação e apoio entre indivíduos que passam por uma mesma situação. As redes sociais também podem ser um método mais acessível para a participação na pesquisa em saúde e útil na divulgação de conteúdo sobre educação em saúde. Entretanto, as considerações éticas a respeito da utilização das redes sociais para o desenvolvimento de pesquisas merecem maior discussão.

A utilização das redes sociais como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, de modo especial para alunos de graduação, oferece como benefícios a possibilidade de compartilhamento de conteúdo acadêmico e a promoção de um ambiente on-line para o desenvolvimento de discussões sobre temas variados, partilha de opiniões, de conhecimentos e de experiência clínica.

Quando comparadas com as intervenções tradicionais, realizadas corpo a corpo, as intervenções realizadas por meio das redes sociais apresentaram vantagens, como o fato de que o participante não precisa participar das sessões pessoalmente e tem acesso ilimitado aos materiais de intervenção sempre que desejar.

Nesta revisão integrativa não foram encontrados estudos que abordassem a utilização das redes sociais nas atividades administrar e participar politicamente, componentes dos processos de trabalho em enfermagem. Novos estudos devem explorar as possibilidades oferecidas pelas redes sociais em tais atividades.

Vale a pena ressaltar que há lacuna de estudos nacionais sobre a temática em questão. Novos estudos, com níveis de evidência mais robustos, permitirão explorar com maior profundidade os benefícios dessa tecnologia para o desenvolvimento dos processos de trabalho em enfermagem.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    25 Maio 2016
  • Aceito
    12 Dez 2016
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