Rede Cegonha: características maternas e desfechos perinatais relacionados às consultas pré-natais no risco intermediário

Brito, Franciele Aline Machado de; Moroskoski, Marcia; Shibawaka, Bianca Machado Cruz; Oliveira, Rosana Rosseto de; Toso, Beatriz Rosana de Oliveira Gonçalves; Higarashi, Ieda Harumi

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Revista da Escola de Enfermagem da USP

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Sumário

ARTIGO ORIGINAL • Rev. esc. enferm. USP 56 • 2022 • https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2021-0248 copiar

Rede Cegonha: características maternas e desfechos perinatais relacionados às consultas pré-natais no risco intermediário^* * Extraído de dissertação: “Desfechos perinatais e características maternas relacionadas ao número de consultas pré-natais no âmbito da Rede Mãe Paranaense”. Universidade Estadual de Maringá, 2021.

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivo:

analisar a correlação entre as características maternas e os desfechos perinatais, com o número de consultas pré-natais realizadas.

Método:

estudo transversal, realizado com 1.219 mães e recém-nascidos estratificados como risco intermediário de acordo com o Programa Rede Mãe Paranaense, adaptação da Rede Cegonha no âmbito estadual. Os dados foram coletados das Declarações de Nascidos Vivos. Foram utilizados os testes de Spearman, Wilcoxon e Kruskal-Wallis, para analisar a correlação entre as variáveis de interesse.

Resultados:

mulheres casadas, com maior escolaridade, da cor branca e com 30 anos ou mais foram as que mais compareceram às consultas de pré-natal. No tocante aos desfechos perinatais, crianças cujas mães tiveram maior frequência nas consultas de pré-natal, apresentaram melhores índices de Apgar e de peso ao nascer. Identificaram-se elevadas taxas de cesariana antes do início do trabalho de parto ocorrer.

Conclusão:

características maternas influenciam no processo de adesão ao pré-natal, impactando nos desfechos perinatais, indicando a pertinência destes fatores de risco e a necessidade de aprimorar ações voltadas à maior observância da estratificação de risco e ao atendimento qualificado e resolutivo das gestantes pertencentes ao risco intermediário.

DESCRITORES
Cuidado Pré-Natal; Serviços de Saúde Materno-Infantil; Mortalidade Infantil

Variável	Frequência		Consultas pré-natais			p*
Variável	n	%	Média	Desvio padrão	Mediana	p*
Situação conjugal da mãe						<0,001^†
Casada	702	57,59%	10,09	3,74	10
União estável	251	20,59%	9,24	3,40	9
Solteira	239	19,61%	8,33	3,59	8
Divorciada	20	1,64%	8,40	1,93	9
Viúva	3	0,25%	9,67	1,53	10
Ignorado	4	0,33%	5,75	3,86	7,5
Anos de estudo concluídos						<0,001^†
Nenhum	5	0,41%	7,40	2,07	7
1 a 3 anos	4	0,33%	8,75	3,30	9
4 a 7 anos	60	4,92%	8,62	3,81	9
8 a 11 anos	681	55,87%	9,15	3,61	9
12 anos ou mais	460	37,74%	10,30	3,64	10
Ignorado	9	0,74%	6,11	4,48	7
Tipo de cor da mãe						<0,001^†
Branco	703	57,67%	9,93	3,72	10
Preta	244	20,02%	8,52	3,46	8
Parda	251	20,59%	9,39	3,58	9
Amarela	12	0,98%	10,83	2,62	11
Indígena	2	0,16%	9,50	9,19	9,5
Ignorado	7	0,57%	6,71	4,89	7
Tipo de gravidez						0,001^†
Única	1156	94,83%	9,43	3,61	9
Dupla	59	4,84%	11,07	4,57	10
Tripla ou mais	3	0,25%	16,00	0,00	16
Ignorado	1	0,08%	7,00	–	7

Variável	Medidas descritivas				Consultas pré-natais
Variável	N	Média	Desvio padrão	Mediana	r_s*	p^†
Idade da mãe	1219	31,50	6,83	32	0,144	<0,001^‡
Nº de gestações anteriores	1217	2,01	1,27	2	–0,010	0,723
Nº de partos cesáreos	1217	0,69	0,89	0	0,016	0,584
Nº de partos vaginais	1216	0,50	0,93	0	–0,091	0,001^‡
Quantidade de filhos vivos	1217	1,07	1,07	1	–0,097	0,001^‡
Quantidade de filhos mortos	1217	0,96	0,76	1	0,129	<0,001^‡
Mês de gestação em que iniciou o pré-natal	1212	2,14	3,03	2	–0,285	<0,001^‡

Variável	Frequência		Consultas pré-natais			p*
Variável	N	%	Média	Desvio padrão	Mediana	p*
Local de nascimento						0,209
Hospital	1214	99,59%	9,51	3,60	9
Domicílio	4	0,33%	9,00	2,16	8,5
Outros estabelecimentos de saúde	1	0,08%	38,00	–	38
Nascimento foi assistido por?						0,287
Médico	1214	99,59%	9,54	3,68	9
Enfermeiro/obstetriz	5	0,41%	7,20	4,44	8
Tipo de parto						<0,001^†
Cesáreo	949	77,85%	9,84	3,67	10
Vaginal	270	22,15%	8,42	3,52	8
Trabalho de parto induzido?						0,248
Não	1094	89,75%	9,51	3,73	9
Sim	124	10,17%	9,65	3,32	9
Ignorado	1	0,08%	15,00	–	15
Cesárea ocorreu antes do trabalho de parto iniciar?						<0,001^†
Não	218	17,88%	9,47	3,69	10
Sim	695	57,01%	10,00	3,65	10
Não se aplica	34	2,79%	8,88	3,84	8
Ignorado	272	22,31%	8,45	3,53	8
Tipo de apresentação do recém-nascido						0,760
Cefálico	1138	93,36%	9,49	3,58	9
Pélvica ou podálica	70	5,74%	9,93	5,14	9
Transversa	3	0,25%	10,00	1,00	10
Ignorado	8	0,66%	11,13	4,32	9,5
Método utilizado						0,024^†
Exame físico	1	0,08%	8,00	–	8
Outro método	1115	91,47%	9,39	3,50	9
Ignorado	103	8,45%	11,01	5,10	10
Sexo						0,989
Masculino	639	52,42%	9,56	3,82	9
Feminino	580	47,58%	9,50	3,54	9
Anomalia identificada						0,921
Não	1211	99,34%	9,53	3,69	9
Sim	8	0,66%	9,50	3,30	9

Variável	Medidas descritivas						Consultas pré-natais
Variável	N	Média	Desvio padrão	Mediana	Mínimo – Máximo	IIQ	rSrS*	p^†
Apgar no 1º minuto	1218	8,34	1,33	9	(0 – 10)	(8 – 9)	0,042	0,146
Apgar no 5º minuto	1218	9,38	0,79	9,5	(3 – 10)	(9 – 10)	0,114	<0,001^‡
Código do grupo de Robson	1219	4,70	2,60	5	(1 – 11)	(3 – 5)	–0,027	0,347
Número de semanas de gestação	1216	37,91	2,24	38	(23 – 44)	(37 – 39)	0,036	0,207
Peso	1219	3151,84	614,73	3205	(470 – 4976)	(2850 – 3564)	0,072	0,012^‡

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[1] Autor correspondente: Franciele Aline Machado de Brito Avenida Colombo, 5790, Bloco 2 87020-900 – Maringá, PR, Brasil francielebrito51@gmail.com