Teorias de enfermagem desenvolvidas para atender às necessidades infantis: revisão de escopo

RESUMO

Objetivo:

Mapear as teorias de enfermagem desenvolvidas para atender às necessidades infantis.

Método:

Estudo do tipo scoping review, orientado pela metodologia JBI e pelo roteiro do PRISMA para revisões de escopo. A busca ocorreu entre outubro e novembro de 2021, norteada pelo mnemônico PCC: P (Population) – criança com idade de 0 a 9 anos; C (Concept) – teorias de enfermagem; C (Context) – enfermagem.

Resultados:

Foram identificadas 2.242 publicações e selecionados 21 manuscritos, constituidos por: teorias de enfermagem para atender às necessidades de alimentação da criança, de dor infantil, criança com asma, diabetes, obesidade, epilepsia, síndrome congênita pelo vírus Zika, Transtorno do Espectro Autista; teoria para o cuidado na Unidade de Terapia Intensiva; promoção da saúde a bebês prematuros; procedimentos na Unidade Terapia Intensiva; teoria para diagnóstico de enfermagem padrão respiratório ineficaz em crianças com cardiopatias congênitas; sono associado ao desenvolvimento infantil; interação pai-filho; relação enfermeiro-criança; e consulta infantil.

Conclusão:

As teorias de enfermagem mapeadas têm o potencial de delinear o percurso do cuidado de enfermagem às necessidades da criança destacadas nos estudos que compuseram a amostra.

DESCRITORES
Teoria de Enfermagem; Modelos Teóricos; Teoria Fundamentada; Criança; Cuidado da Criança; Enfermagem

ABSTRACT

Objective:

To map the nursing theories developed to meet children’s needs.

Method:

The JBI methodology and the PRISMA guided this scoping review. The search took place between October and November 2021, based on the PCC mnemonic: P (Population) – a child aged 0 to 9 years; C (Concept) – nursing theories; C (Context) – nursing.

Results:

We identified 2,242 publications and selected 21 manuscripts consisting of nursing theories to meet children’s feeding needs, child pain, a child with asthma, diabetes, obesity, epilepsy, Congenital Zika Syndrome, autism spectrum disorder; theory for care in Intensive Care Units; health promotion to premature babies; procedures in Intensive Care Units; theory for nursing diagnosis ineffective breathing pattern in children with congenital heart disease; sleep associated with child development; parent-child interaction; nurse-child relationship; and child’s consultation.

Conclusion:

The nursing theories mapped have the potential to outline the course of nursing care to children’s needs highlighted in the studies that made up the sample.

DESCRIPTORS
Nursing Theory; Models; Theoretical; Grounded Theory; Child; Child Care; Nursing

RESUMEN

Objetivo:

Mapear las teorías de enfermería desarrolladas para atender las necesidades de los niños.

Método:

Un estudio de revisión de alcance, guiado por la metodología JBI y la hoja de ruta PRISMA para revisiones de alcance. La búsqueda se realizó entre octubre y noviembre de 2021, guiada por el mnemónico PCC: P (Population) – niño de 0 a 9 años; C (Concepto – teorías de enfermería; C (Context) – enfermería.

Resultados:

Se identificaron 2242 publicaciones y se seleccionaron 21 manuscritos, consistentes en: teorías de enfermería para atender las necesidades de alimentación del niño, dolor infantil, niño con asma, diabetes, obesidad, epilepsia, síndrome congénito del virus Zika, desorden del espectro autista; teoría para el cuidado en la Unidad de Cuidados Intensivos; promoción de la salud de los bebés prematuros; procedimientos en la Unidad de Cuidados Intensivos; teoría para el diagnóstico de enfermería patrón respiratorio ineficaz en niños con cardiopatías congénitas; sueño asociado con el desarrollo infantil; interacción padre-hijo; relación enfermera-hijo; y consulta infantil.

Conclusión:

Las teorías de enfermería mapeadas tienen el potencial de delinear el curso de la atención de enfermería a las necesidades del niño destacadas en los estudios que componen la muestra.

DESCRIPTORES
Teoría de Enfermería; Modelos Teóricos; Teoría Fundamentada; Niño; Cuidado del Niño; Enfermería

INTRODUÇÃO

As mudanças e evoluções no conhecimento da enfermagem influenciaram na percepção da relevância das teorias de enfermagem. Inicialmente, consideradas como um elemento que iria conferir maior cientificidade à disciplina, ao longo do tempo, foram contestadas dentro e fora da enfermagem como sendo por demais abstratas e sem contexto específico, especialmente as grandes teorias, inclusive com apontamentos de dificuldade de aplicação na prática de enfermagem(¹). Tal dinâmica vem instigando, assim, o seu aperfeiçoamento, por meio de métodos e pesquisas empíricas(²), e pode-se afirmar que parece ter se alcançado algum sucesso em minimizar as críticas com a crescente proposição de teorias de escopo mais restrito.

Teorias de enfermagem se orientam a fenômenos específicos da esfera da enfermagem. Assim, produzem ideias-chave que expressam a essência da prática de enfermagem, oportunizando a compreensão de maneira integral e criteriosa(³). Em acréscimo, trazem relevante contribuição para a enfermagem enquanto ciência, ao moldar o seu corpo de conhecimento com conteúdo teórico e prático, para nortear o enfermeiro no cuidado ao paciente, além de fornecer embasamento para pesquisas na forma de referencial ou avançando pela validação pelo teste empírico. São mais específicas que o modelo conceitual e têm como finalidade explicar, descrever, predizer ou prescrever o fenômeno como um todo, sob a percepção da enfermagem(⁴).

A investigação sobre o desenvolvimento de teorias de enfermagem segue sendo tema de interesse na disciplina, como estudos têm demonstrado. Na Jordânia, as teorias de enfermagem foram utilizadas para guiar 11% das pesquisas(⁵). No Qatar, as teorias de enfermagem foram o referencial para 14% das pesquisas(⁶). Em Portugal, nas teses e dissertações, pouco mais de 7% utilizaram teorias de enfermagem como referencial(⁷). No México, pouco mais de 13% dos artigos utilizavam como referência as teorias de enfermagem(⁸).

Revisão integrativa, em língua inglesa, usou teorias de enfermagem como referenciais para estudos experimentais, demonstrando o uso de teorias para guiar a pesquisa, dos quais mais de 68% aplicaram a Teoria do Autocuidado e o Modelo de Adaptação(⁹). No Brasil, estudo evidenciou que pouco mais de 9% das teses e dissertações incluídas na pesquisa utilizou teorias de enfermagem em seu desenvolvimento, das quais as teorias que predominaram foram: Teoria Transcultural (12,7%); Teoria das Necessidades Humanas Básicas (11,1%); e Teoria de Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva (TIPESC) (11,1%)(¹⁰).

Embora esses e outros estudos indiquem o uso das teorias de enfermagem, apenas um estudo, produzido no Brasil, indicou dados de grupos humanos. Nesta pesquisa, os autores verificaram que o cuidar em saúde da criança foi tema para 31,4% dos estudos que usaram teorias. Contudo, não fica claro se tais estudos utilizaram teorias recortadas para este grupo humano(¹⁰). Baseado nesta caracterização insuficiente do uso de teorias dirigidas ao atendimento da criança, é que a presente pesquisa se justifica.

O objetivo deste estudo foi mapear as teorias de enfermagem desenvolvidas para atender às necessidades infantis.

MÉTODO

Desenho do Estudo

Estudo do tipo scoping review, com protocolo de pesquisa registrado no Open Science Framework (https://osf.io/29cts/), identificação doi: 0.17605/OSF.IO/29CTS: DOI, orientado e estruturado pela metodologia JBI(¹¹) e pelo roteiro do PRISMA para revisões de escopo(¹²). Foram percorridas cinco etapas: identificação da questão de pesquisa, identificação dos estudos relevantes, seleção dos estudos, análise dos dados, síntese e apresentação dos dados(¹²).

Identificação da Questão de Pesquisa

A pergunta norteadora, o objetivo do estudo e os descritores foram elaborados a partir da combinação mnemônica PCC: P (Population) – criança com idade de 0 a 9 anos; C (Concept) – teorias de enfermagem; C (Context) – enfermagem. A questão norteadora foi: como se caracterizam as teorias de enfermagem construídas para atender às necessidades infantis?

Critérios de Seleção

Foram elegíveis estudos do tipo livros, artigos originais, teses, dissertações, que englobaram conteúdo sobre teorias de enfermagem desenvolvidas para o atendimento das necessidades da criança, apresentadas nas evidências científicas da enfermagem. Não se utilizou recorte temporal ou idiomático, conforme recomendação da metodologia JBI. Foram excluídos estudos duplicados e não acessíveis na íntegra em bases abertas ou restritas.

Estratégias de Busca

A busca ocorreu entre outubro e novembro de 2021, por dois revisores independentes. Na primeira busca, aplicou-se o cruzamento (Child AND “Nursing Theory” AND Nursing), correspondente ao PCC nas bases de dados PubMed e (Criança AND “Teoria de enfermagem” AND Enfermagem) SciELO, com a finalidade de identificar os descritores e termos correspondentes aos acrônimos.

Por meio desta primeira investigação, foi possível compor a estratégia de busca específica, relacionando os descritores identificados e os operadores booleanos AND e OR: Chid (“Infant” OR “Children” OR “Young children” OR “Pediatrics” OR “Child Health” OR “Newborn” OR “Neonatology” OR “Preschool” OR “Infants” OR “Minors” OR “Child Care”) AND Nursing Theory (“Middle-range theory” OR “Theoretical model” OR “Models, Nursing” OR “Theory Construction” OR “Theory Building” OR “Theory development” OR “Models, Theoretical” OR “Specific situation theory” OR “Models, nursing” OR “Grounded Theory”) AND Nursing (“Pediatric nursing” OR “Nurse’s role” OR “Nursing care” OR “Children’s nursing” OR “Nursing Staff” OR “Nurse-Patient Relations” OR “Neonatal Nursing”).

A estratégia supracitada foi utilizada nas seguintes bases de dados: Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Web of Science (WHO), MEDLINE^® (PubMed^®), Scopus (Elsevier), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). As evidências da gray literature foram investigadas no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Google Acadêmico, pesquisas em sites de órgãos oficiais, manuais de instituições internacionais e nacionais, diretrizes e livros. Por fim, foi feita uma lista de referência dos documentos selecionados, no intuito de identificar novos documentos.

Seleção dos Estudos

Foram agrupados e exportados para o Rayyan QCRI, para a realização da seleção dos artigos e redução de vieses de seleção. Estudos identificados em mais de uma base de dados foram considerados apenas uma vez, em concordância com o ordenamento de identificação na primeira base de dados observada. Os artigos que receberam avaliações divergentes foram solucionados por um terceiro autor, culminando na amostra considerada para leitura na íntegra.

Extração dos Dados

Após definição da amostra de estudos incluídos, extraíram-se os dados com formulário específico para caracterização do estudo (autoria, título, ano, tipo de estudo, país, revista, base de dados) e das teorias (nível de abstração, método utilizado para construção da teoria, estratégia e finalidade para o desenvolvimento da teoria, abordagem, raciocínio predominante, implicações para a enfermagem, além dos procedimentos no que concerne os conceitos, afirmativas e teorização). Essas informações foram inseridas em planilha eletrônica do Microsoft Office Excel^® 2019, subsidiando a síntese e descrição dos resultados com escopo a questão norteadora.

Síntese dos Dados

Os dados foram organizados em quadros, para facilitar a compreensão e a visalização das teorias. A discussão se propôs avaliar o escopo de cada teoria identificada. Os resultados são apresentados em quadros em formato descritivo, acompanhados de síntese descritiva.

Aspectos Éticos

Por se tratar de uma pesquisa de revisão, a pesquisa dispensou apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa para seu desenvolvimento.

RESULTADOS

Foram identificadas 2.282 publicações, dos quais 1.388 foram selecionados após a exclusão dos estudos duplicados, para a leitura dos títulos e resumos. Posteriormente, 133 foram lidos na íntegra, por disporem de conteúdo abordando teorias de enfermagem desenvolvidas para o atendimento à criança, culminando na amostra final de 21 artigos (Figura 1).

Figura 1.
Fluxograma adaptado do PRISMA para revisões de escopo para seleção de estudo e processo de inclusão, utilizada para a seleção dos resultados – João Pessoa, PB, Brasil, 2022.

O Quadro 1 apresenta os estudos selecionados conforme o país, ano, bases de dados e título. Das 21 publicações, nove estudos (42%) foram realizados nos Estados Unidos(¹³–²¹), quatro (19%) no Brasil(²²–²⁵), dois (9%) no Canadá(²⁶,²⁷). Países, como o México(²⁸), Irã(²⁹), Portugal(³⁰), Finlândia(³¹), Suécia(³²) e Reino Unido(³³), apresentaram apenas um (5%) estudo cada. Acerca das bases de dados no quais foram captadas, seis foram (29%) na Scopus(¹⁵,¹⁸,²²,²⁹,³¹,³³) e MEDLINE(¹⁴,¹⁶,²⁰,³⁰,³²), respectivamente. A bases de dados CINAHL(¹⁷,¹⁹,²⁷) continha três (14%) estudos. Web of Science(²⁴,²⁶) e SciELO(²⁵,²⁸) apresentaram dois (10%), respectivamente, também sendo observado um estudo no formato de capítulo de livro e uma dissertação. Os artigos da SciELO inclusos foram identificados durante a leitura das referências dos artigos.

Quadro 1.
– Caracterização dos artigos que compõem a amostra do estudo de acordo com o país, ano, bases de dados, título do artigo – João Pessoa, PB, Brasil, 2022, n = 21.

No Quadro 2, tem-se a organização dos dados referentes às teorias de enfermagem desenvolvidas para atender às necessidades infantis encontradas nos artigos, conforme as seguintes variáveis: tipologia; finalidade da teoria; procedimentos com conceitos; foco da teoria; método para construção da teoria; raciocínio predominante empregado; abordagem de construção da teoria; e implicações para a enfermagem.

Quadro 2.
– Categorização das teorias de enfermagem desenvolvidas para atender às necessidades infantis – João Pessoa, PB, Brasil, 2022, n = 21.

Identificaram-se sete teorias de médio alcance (TMA), ou 33,33% do total, cinco Teorias Fundamentadas nos Dados (TFD) (23,80%), três modelos teóricos (14,28%), três modelos conceituais (14,28%) e uma teoria de situação específica (4,76%).

Foram encontrados teorias de enfermagem para atender às necessidades de alimentação da criança, dor infantil, criança com asma, diabetes, obesidade, epilepsia, síndrome congênita pelo vírus Zika, Transtorno do Espectro Autista, teoria para o cuidado na unidade de terapia intensiva, promoção da saúde em bebês prematuros, procedimentos na unidade terapia intensiva; teoria para diagnóstico de enfermagem padrão respiratório ineficaz em crianças com cardiopatias congênitas; sono associado ao desenvolvimento infantil, interação pai-filho, relação enfermeiro-criança e consulta infantil.

DISCUSSÃO

Na atualidade, há um movimento focado no desenvolvimento de teorias/referenciais teóricos de enfermagem, com o intuito de reduzir uma lacuna ainda vigente entre teoria e exercício profissional, com apresentação de conceitos mais concretos que possam ser aplicados e utilizados na prática profissional. Os resultados apontaram para a predominância de tipologia de teorias de enfermagem de médio alcance que são úteis para esse movimento. Juntamente com teorias práticas e de situação específica, têm maior aproximação com o nível empírico(¹,³⁴). Essa predominância de tipologias mais aproximadas do nível empírico permite ainda que elas sejam direcionadas para áreas de especialidade, como, por exemplo, para a saúde da criança.

Identificados nesta pesquisa como “modelos teóricos” ou simplesmente como “modelos”, as estruturas teorizadas parecem corroborar com a visão de que, para além das teorias, os modelos também podem fundamentar a filosofia da ciência da enfermagem, sendo especialmente importantes para apresentar os mecanismos, dinâmicas e demais aspectos dos fenômenos modelados(³⁵). A estrutura do conhecimento em enfermagem inclui elementos como metaparadigma, filosofia, modelos conceituais, grandes teorias, TMA e indicadores empíricos(³⁶); contudo, parece poder comportar implicitamente os modelos empíricos em um nível intermediário entre TMA e indicadores empíricos. Isto parece ser relevante, dado que os denominados modelos de cuidados, por vezes, podem ser de fato construções teóricas que representam com maior concretude conceitualizações relacionadas a fenômenos das situações do cuidado.

No âmbito da saúde da criança, autores(³⁷) referem que as teorias da disciplina da enfermagem ainda são muito recentes, destacando as do contexto da hospitalização enquanto ambiente, que exige maior atuação profissional por meio de cuidados diretos de enfermagem, bem como exige uma mudança paradigmática quanto à inserção da família no contexto de cuidados.

Ainda há uma tendência na utilização de teorias de maior nível de abstração na área, conforme referido em scoping review acerca das concepções teóricas de enfermagem nos cuidados à criança hospitalizada(³⁷), o que confere a necessidade, não apenas pelo desenvolvimento de teorias menos abstratas e enfocadas na saúde da criança, mas também pela sua divulgação e aplicação na prática clínica, com o intuito de fomentar a atuação de enfermagem na área.

Ainda mais, a revisão indicou que modelos com propriedades de teorização podem estar não sendo enxergados com tal propriedade, o que pode indicar uma subestimação do desenvolvimento teórico da área.

As necessidades priorizadas nos achados, basicamente, referiam-se ao risco e à doença cardiovascular, ao vínculo mãe e filho, com foco geralmente na amamentação, e à dor. As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de internação e morte no Brasil e no mundo, o que demonstra a essencialidade de se atuar tanto na área do risco cardiovascular, prevenindo essas afecções, quanto no cuidado a doenças pré-estabelecidas e diagnosticadas desde a infância dos indivíduos(³⁸).

A dor é um aspecto comum na maioria das prioridades de saúde enquanto uma experiência traumática, exigindo na atuação com a criança um olhar especial para sua identificação, por meio de sinais não verbais, por exemplo, conferindo uma maior estabilidade às crianças, que não têm uma compreensão clara do processo de dor(³⁹).

Outro aspecto essencial no cuidado à criança condiz com a sua relação com a mãe, pai, família e cuidador, com base no fato de que a criança não tem a autonomia necessária para lidar com o seu cuidado e a sua saúde, necessitando de uma atenção maior, bem como aspectos do cuidado relacionados a essas pessoas que estão além dela. Tal processo demonstra a importância da relação de vínculo entre a criança e a família e a singularidade desse processo, que geralmente estão relacionados a procedimentos não tecnológicos e mais direcionados ao contato, diálogo e afeto, conforme explicitado nos conceitos dessas teorias(⁴⁰).

Os estudos, como visto nos focos das teorias, enfatizaram o processo relacional onde os pais ou cuidadores foram a principal fonte de relato. Contudo, nas teorias orientadas, para fenômenos mais particularizados, as respostas das crianças foram investigadas de modo a permitir a teorização, como na condição de dor.

As teorias de médio alcance, tipo de teoria mais predominante nos achados da pesquisa, possuem um nível menor de abstração em relação às grandes teorias, consideradas também altamente aplicáveis na prática de enfermagem. As TMA possuem características que diferem dos outros tipos de teorias, tais como a delimitação da quantidade de conceitos, exploração de uma parte do fenômeno. São fundamentadas pela percepção filosófica, apresentando sua relação com o mundo real, parte teórica, e a metodológica para aplicar a teoria na prática profissional, parte prática(¹).

Embora as TMA apresentem aplicabilidade na prática e possam abordar fenômenos circunscritos a um dado grupo humano, seu uso parece não estar difundido de igual forma entre os países. Pesquisadores brasileiros têm evidenciado seu uso ainda como restrito nas teses e dissertações brasileiras, frente ao das grandes teorias(¹⁰,⁴¹). Isto pode estar relacionado ainda a uma recente difusão do conhecimento de TMA no Brasil e a um presumível ensino em nível de graduação que inclui somente os modelos de enfermagem e/ou grandes teorias. Por fim, os livros-textos traduzidos para a língua portuguesa que exponham as TMAs são em número reduzido.

Quanto ao método adotado para o desenvolvimento das teorias, destaca-se que a Teoria Fundamentada nos Dados, embora não seja própria da enfermagem foi aplicada na produção do conhecimento da disciplina, produzindo teorias especialmente descritivas. Porém, a literatura ressalta que é preciso aprofundar e fortalecer as justificativas de escolha desse método para a condução dos estudos, garantindo consensos e rigor, a qualidade e a confiabilidade dos estudos produzidos pela TFD(⁴²). Embora o debate sobre as propriedades de produção de teorias de enfermagem pela Teoria Fundamentada nos Dados possa permanecer em aberto entre pesquisadores que usam o método, é inegável o potencial de uma teorização fundamentada em dados, quando se emprega uma concepção mais abrangente do que representa uma teoria de enfermagem.

A interpretação dos achados desta revisão aponta para uma multiplicidade de métodos de construção de teorias, o que reitera a afirmativa de metateóricos de que a criatividade é um processo essencial para o teorista(⁴³).

Três principais procedimentos com conceitos foram verificados: análise, síntese e derivação. O uso de ao menos um desses procedimentos de manipulação de conceitos, que foram verificados na pesquisa, reforça a condição de relevância do conceito na teorização. Na construção de teorias, a conceitualização representa uma etapa relevante que tanto pode antecipar a elaboração de elementos operacionais, como proposições e hipóteses, ou ser um produto posterior à codificação de dados. Assim, os conceitos têm sido considerados os alicerces primordiais na construção da estrutura conceitual da teoria de enfermagem, e a adoção deste procedimento tem sido verificado no significativo número de pesquisas de análise de conceitos que foram e ainda são realizadas(⁴).

Quanto ao raciocínio predominante no desenvolvimento das teorias, têm-se as estratégias de indução e dedução, destacando-se a segunda, por meio da qual o pesquisador orienta a sua coleta de dados e desenvolve insights pelos quais poderá alterar os questionamentos a serem feitos aos indivíduos, que serão focalizados nas novas teorias a serem desenvolvidas a partir de teorias pré-existentes(⁴⁴). Juntamente com a abdução, tais formas de raciocínio parecem garantir ferramentais básicos para a construção de teorias no campo da enfermagem, inclusive o que lhes confere uma posição interessante na formação em nível de graduação e, especialmente, de pós-graduação stricto sensu.

A importância de se desenvolver e utilizar teorias de enfermagem, e não exclusivamente metodologias de cuidado, pode ser defendida. Teorias podem atuar como referencial ou “lentes” que auxiliam no delineamento do percurso assistencial, definindo aspectos essenciais e prioridades de saúde que necessitam de uma padronização quanto ao corpo de conhecimentos de enfermagem. Assim, teorias norteiam os cuidados e oferecem uma abordagem organizada e sustentada no conhecimento(⁴⁵).

Limitação do Estudo

Uma limitação deste estudo é a de atingir maior compreensão das teorias para o público infantil que, porventura, estivessem disponíveis até a década de 1990. Isso porque poucos documentos com data anterior a 1992 estavam acessíveis, limitando as interpretações dos autores para o mencionado período temporal.

Contudo, a limitação de obtenção de textos anteriores à década de 1990, de algum modo, pode ter sofrido influência do próprio perfil de resultados, que indicou a predominância das TMA. Entre os anos de 1960 e 1980, predominaram as construções de grandes teorias de enfermagem que não enfatizavam uma população ou grupo humano em particular. Foi, predominantemente, a partir de 1990 que teorias de nível de abstração mais baixo, de médio alcance e de situação específica, orientadas a um fenômeno ou população específicos, começaram a ser propostas, o que, em última instância, modificou as bases teóricas da enfermagem(⁴⁶).

Implicações Para o Avanço do Conhecimento Científico Para a Área da Saúde e Enfermagem

Os resultados desta pesquisa auxiliarão o enfermeiro a conhecer as teorias da enfermagem pediátrica e facilitar sua aplicação na prática clínica de maneira mais precisa, proporcionando percursos teóricos facilitados que venham a subsidiar e sistematizar ações de cuidado para as mais diversas necessidades de saúde da criança destacadas nas teorias encontradas.

Tem potencial para contribuir com o desenvolvimento de novas teorias de enfermagem na área da saúde da criança, ao apresentar métodos de construção, tipos de teoria, finalidades, procedimento adotados para lidar com conceitos, o raciocínio predominante e a abordagem de construção da teoria. Entende-se que a apresentação desses elementos disponibiliza para os teoristas uma variedade de alternativas e de conhecimentos metateóricos, teóricos e científicos que podem ser empregados para futuras elaborações ou refinamento de teorias voltadas para crianças.

CONCLUSÃO

A partir da presente revisão, foram mapeadas teorias de enfermagem, desenvolvidas para atender às necessidades infantis. As teorias identificadas demonstraram um menor nível de abstração, predominando as de médio alcance.

Ainda, destaca-se o fato de abranger várias áreas relacionadas ao cuidado a essas crianças, suas mães e família, contemplando aspectos relacionados à sua adaptação, amamentação da criança, vínculo mãe e filho, ao sistema cardiovascular (cardiopatias congênitas), respiratório (asma), digestivo (necessidades nutricionais, obesidade), endócrino (diabetes) e neurológico (epilepsia, sono), além de sua saúde mental (autismo) e controle da dor.

Uma abrangência de estratégias de teorização e manipulação de conceitos foi identificada.

Por fim, as teorias de enfermagem e modelos mapeados foram delineados para o percurso do cuidado de enfermagem, visando atender às necessidades da criança.

• Apoio financeiro O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. A pesquisa também teve o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sob Processo 305208/2020-9.

REFERENCES

• ^1.
  Brandão MAG, Martins JSA, Peixoto MAP, Lopes ROP, Primo CC. Theoretical and methodological reflections for the construction of middle-range nursing theories. Texto Contexto Enferm. 2017;26(4):e1420017. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-07072017001420017
  » https://doi.org/10.1590/0104-07072017001420017
• ^2.
  Hoeck B, Delmar C. Theoretical development in the context of nursing-The hidden epistemology of nursing theory. Nurs Philos. 2018;19(1):e12196. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/nup.12196
  » http://dx.doi.org/10.1111/nup.12196
• ^3.
  Walker LO, Avant KC. Strategies for theory construction in nursing. 6. th. London: Person; 2019.
• ^4.
  Brandão MAG, Barros ALBL, Caniçali Primo C, Bispo GS, Lopes ROP. Nursing theories in the conceptual expansion of good practices in nursing. Rev Bras Enferm. 2019;72(2):577-81. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0395
  » http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0395
• ^5.
  Khalaf I. Development of nursing research in Jordan (1986-2012). Int Nurs Rev. 2013;60(4):461-8. doi: http://dx.doi.org/10.1111/inr.12042
  » http://dx.doi.org/10.1111/inr.12042
• ^6.
  Nashwan AJ, Mansour DB, Alzayyat A, Nair SK, Zawahreh AI. Development of Nursing Research in Qatar: 15-Year Status Report. Open J Nurs. 2017;7(2):242-52. DOI: http://dx.doi.org/10.4236/ojn.2017.72020
  » http://dx.doi.org/10.4236/ojn.2017.72020
• ^7.
  Baggio MA, Rodrigues MA, Erdmann AL, Figueiredo MCAB, Vieira MMS. Production of nursing thesis and dissertations in portugal, 2000-2010: a bibliometric study. Texto Context Enferm. 2014;23(2):250-60. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-07072014002190012
  » https://doi.org/10.1590/0104-07072014002190012
• ^8.
  Encinas-Bojórquez JA, Favela-Ocañob MA, Peralta-Peñac SL, Quintana-Zavalad MO, Rubí-Vargase M. Características de la publicación científica de enfermería en México: período 2010-2016. Rev Enferm Inst Mex Seguro Soc. 2020;28(3):211-21. DOI: http://dx.doi.org/10.24875/REIMSS.M20000009
  » http://dx.doi.org/10.24875/REIMSS.M20000009
• ^9.
  Younas A, Quennell S. Usefulness of nursing theory-guided practice: an integrative review. Scand J Caring Sci. 2019;33(3):540-55. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/scs.12670
  » http://dx.doi.org/10.1111/scs.12670
• ^10.
  Alves HLC, Lima G S, Albuquerque GA, Gomes EB, Cavalcante EGR, Amaral MCV. Uso das teorias de enfermagem nas teses brasileiras: estudo bibliométrico. Cogitare Enferm. 2021;26:e71743. DOI: https://doi.org/10.5380/ce.v26i0.71743
  » https://doi.org/10.5380/ce.v26i0.71743
• ^11.
  Joanna Briggs Institute. Methodology for JBI Scoping Reviews – Joanna Briggs 2015 [Internet]. Australia: JBI; 2015 [cited 2022 Jan 27]. Available from: https://jbi-global-wiki.refined.site/space/MANUAL/4687342/Chapter+11%3A+Scoping+reviews
  » https://jbi-global-wiki.refined.site/space/MANUAL/4687342/Chapter+11%3A+Scoping+reviews
• ^12.
  Peters MD, Godfrey C, McInerney P, Baldini SC, Khalil H, Parker D. Scoping Reviews. In: Aromataris E, Munn Z, editors. Joanna Briggs Institute Reviewer’s Manual. Austrália: JBI; 2017.
• ^13.
  Fine JMB. Modelo de interação Pais-filhos (teórica Kathryn E. Barnard). In: Tomey AM, Alligood MR. Teóricas de Enfermagem e sua obra (Modelos e teorias de enfermagem). 5th. Loures, Portugal: Lusodidactica; 2004.
• ^14.
  Mefford LC. A theory of health promotion for preterm infants based on Levine’s Conservation Model of Nursing. Nurs Sci Q. 2004;17(3):260-6. DOI: http://dx.doi.org/10.1177/0894318404266327
  » http://dx.doi.org/10.1177/0894318404266327
• ^15.
  Huth MM, Moore SM. Prescriptive theory of acute pain management in infants and children. J Soc Pediatr Nurs. 1998;3(1):23-32. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1744-6155.1998.tb00206.x
  » http://dx.doi.org/10.1111/j.1744-6155.1998.tb00206.x
• ^16.
  Nelson AM. Toward a situation-specific theory of breastfeeding. Res Theory Nurs Pract. 2006;20(1):9-27. DOI: http://dx.doi.org/10.1891/rtnp.20.1.9
  » http://dx.doi.org/10.1891/rtnp.20.1.9
• ^17.
  Iwata M, Saiki-Craighill S, Nishina R, Doorenbos AZ. “Keeping pace according to the child” during procedures in the paediatric intensive care unit: a grounded theory study. Intensive Crit Care Nurs. 2018;46:70-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.iccn.2018.02.006
  » http://dx.doi.org/10.1016/j.iccn.2018.02.006
• ^18.
  Austin JK. A model of family adaptation to new-onset childhood epilepsy. J Neurosci Nurs. 1996;28(2):82-92. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/01376517-199604000-00004
  » http://dx.doi.org/10.1097/01376517-199604000-00004
• ^19.
  Vinson JA. Children with asthma: initial development of the child resilience model. Pediatr Nurs. 2002;28(2):149-58.
• ^20.
  Crowley AA. Child care health consultation: an ecological model. J Soc Pediatr Nurs. 2001;6(4):170-81. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1744-6155.2001.tb00241.x
  » http://dx.doi.org/10.1111/j.1744-6155.2001.tb00241.x
• ^21.
  Meier PP, Engstrom JL, Mangurten HH, Estrada E, Zimmerman B, Kopparthi R. Breastfeeding support services in the neonatal intensive-care unit. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 1993;22(4):338-47. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1552-6909.1993.tb01814.x
  » http://dx.doi.org/10.1111/j.1552-6909.1993.tb01814.x
• ^22.
  Primo CC, Brandão MAG. Interactive Theory of Breastfeeding: creation and application of a middle-range theory. Rev Bras Enferm. 2017;70(6):1191-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0523
  » http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0523
• ^23.
  Souza NMG. Teoria de médio alcance sobre o diagnóstico de enfermagem Padrão respiratório ineficaz em crianças com cardiopatias congênitas [Dissertação]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará; 2017.
• ^24.
  Texeira GA, Silva NA, Miranda LSMV, Silva MPM, Calvalcante EFO, Enders BC. Modelo teórico à criança com síndrome congênita pelo vírus Zika no contexto famíliar. Rev Latino-Am Enfermagem. 2021;29:e3458. DOI: https://doi.org/10.1590/1518-8345.4057.3458
  » https://doi.org/10.1590/1518-8345.4057.3458
• ^25.
  Miranda LSMV, Vieira CENK, Teixeira GA, Silva MPM, Araújo AKC, Enders BC. Theoretical model of nursing care for children with obesity. Rev Bras Enferm. 2020;73(4):e20180881. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0881
  » http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0881
• ^26.
  Keys EM, Benzies KM. A proposed nursing theory: infant sleep and development. Nurs Sci Q. 2018;31(3):279-86. DOI: http://dx.doi.org/10.1177/0894318418774947
  » http://dx.doi.org/10.1177/0894318418774947
• ^27.
  Woodgate R, Kristjanson LJ. “Getting better from my hurts”: toward a model of the young child’s pain experience. J Pediatr Nurs. 1996;11(4): 233-42. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0882-5963(96)80096-0
  » http://dx.doi.org/10.1016/S0882-5963(96)80096-0
• ^28.
  Ortiz-Félix RE, Cárdenas-Villarreal VM, Flores-Peña Y. Model maternal role in infant feeding: Middle range theory. Index Enferm [Internet]. 2016 [cited 2022 Feb 21];25(3):166-70. Available from: https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1132-12962016000200009
  » https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1132-12962016000200009
• ^29.
  Sanjari M, Peyrovi H, Mehrdad N. The process of managing the children with Type 1 diabetes in the family: a grounded theory study. Iran J Nurs Midwifery Res. 2021;26(1):25-33. DOI: http://dx.doi.org/10.4103/ijnmr.ijnmr_5_19
  » http://dx.doi.org/10.4103/ijnmr.ijnmr_5_19
• ^30.
  Roquette Viana C, Caldeira S, Lourenço M, Simões Figueiredo A. Parenting of children with autism spectrum disorder: a grounded theory study. Healthcare (Basel). 2021;9(7):872. DOI: http://dx.doi.org/10.3390/healthcare9070872
  » http://dx.doi.org/10.3390/healthcare9070872
• ^31.
  Vehviläinen-Julkunen K. Client-public health nurse relationships in child health care: a grounded theory study. J Adv Nurs. 1992;17(8):896-904. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2648.1992.tb02016.x
  » http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2648.1992.tb02016.x
• ^32.
  Nyqvist KH, Karlsson KH. A philosophy of care for a neonatal intensive care unit. Operationalization of a nursing model. Scand J Caring Sci. 1997;11(2):91-6. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.1997.tb00438.x
  » http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.1997.tb00438.x
• ^33.
  Simons J. A proposed model of the effective management of Children’s Pain. Pain Manag Nurs. 2015;16(4):570-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.pmn.2014.10.008
  » http://dx.doi.org/10.1016/j.pmn.2014.10.008
• ^34.
  da Silva RN, Brandão MAG, Ferreira MA. Integrative review as a method to generate or to test nursing theory. Nurs Sci Q. 2020;33(3):258-63. DOI: http://dx.doi.org/10.1177/0894318420920602
  » http://dx.doi.org/10.1177/0894318420920602
• ^35.
  Roy C. Nursing knowledge in the 21st Century: domain-derived and basic science practice-shaped. ANS Adv Nurs Sci. 2019;42(1):28-42. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/ANS.0000000000000240
  » http://dx.doi.org/10.1097/ANS.0000000000000240
• ^36.
  Fawcett J. Contemporary nursing knowledge: analysis and evaluation of nursing models and theories. 2th. Philadelphia: F. A. Davis Company; 2005.
• ^37.
  Loureiro FM, Antunes AVRA, Charepe ZB. Theoretical nursing conceptions in hospitalized child care: scoping review. Rev Bras Enferm. 2021;74(3):e20200265. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0265
  » http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0265
• ^38.
  Ardalan K, Lloyd-Jones DM, Schanberg LE. Cardiovascular health in pediatric rheumatologic diseases. Rheum Dis Clin North Am. 2022;48(1): 157-81. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.rdc.2021.09.006
  » http://dx.doi.org/10.1016/j.rdc.2021.09.006
• ^39.
  Binotto NS, Gabani FL, Linck A Jr, Rossato LM, Rossetto EG, Tacla MTGM. Implementation of a protocol for pharmacological treatment of pain in hospitalized children. BrJP. 2021;4(2):124-9. DOI: http://dx.doi.org/10.5935/2595-0118.20210024
  » http://dx.doi.org/10.5935/2595-0118.20210024
• ^40.
  Sousa FLL, Alves RSS, Leite AC, Silva MPB, Veras CA, Santos RCA, et al. Benefícios do aleitamento materno para a mulher e o recém nascido. Res Soc Dev. 2021;10(2):e12710211208. DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i2.11208
  » http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i2.11208
• ^41.
  Taffner VBM, Pimentel RRS, Almeida DB, Freitas GF, Santos MJ. Nursing Theories and Models as theoretical references for Brazilian theses and dissertations: a bibliometric study. Rev Bras Enferm. 2022;75(4):e20210201. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2021-0201
  » http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2021-0201
• ^42.
  Girardon-Perlini NMO, Simon BS, Lacerda MR. Grounded Theory methodological aspects in Brazilian nursing thesis. Rev Bras Enferm. 2020;73(6):e20190274. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0274
  » http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0274
• ^43.
  Eisend M, Kuss A. Theory building. In: Eisend M, Kuss A. Research methodology in marketing. Cham: Springer International Publishing; 2019. p. 83-106.
• ^44.
  Silva GWS, Enders BC, Sousa FGM, Sena JF, Santos RC, Silva AB. Grounded theory in theses and dissertations of Brazilian nursing. Texto Contexto Enferm. 2018;27(4):e3870017. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-07072018003870017
  » https://doi.org/10.1590/0104-07072018003870017
• ^45.
  Smith M, Liehr P. Middle range theory for nursing. 4th. New York: Springer Publishing Company, Inc; 2018.
• ^46.
  Im EO, Chang SJ. Current trends in nursing theories. J Nurs Scholarsh. 2012;44(2):156-64. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1547-5069.2012.01440.x
  » http://dx.doi.org/10.1111/j.1547-5069.2012.01440.x

Editado por

EDITOR ASSOCIADO

Ivone Evangelista Cabral

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  09 Set 2022
• Data do Fascículo
  2022

Histórico

• Recebido
  20 Abr 2022
• Aceito
  30 Jun 2022