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Análise crítica da política de alocação de órgãos para transplante de fígado no Brasil

Transplante hepático é tratamento de escolha para pacientes portadores de doença hepática em fase terminal. Pela escassez de órgãos e número crescente de receptores, seleção dos candidatos e otimização do momento do procedimento são necessários. Estratégias foram apontadas: aumento do número de doadores; política justa impossibilitando que idade, sexo, raça, condição financeira façam diferença; conhecimento da história natural de cada doença hepática para a qual o trans plante hepático é indicado. Para obedecer aos princípios da ética médica e de justiça distributiva (garantia a todo cidadão a mesma oportunidade de obter um enxerto), é necessário estabelecer critérios de gravidade. Estudos (Institute of Medicine e Freeman e col.) demonstraram que tempo de lista não tem relação direta com o número de óbitos e sim com a gravidade dos pacientes no momento da inscrição. Assim, nos EUA, o tempo de lista foi retirado no cálculo para alocação, servindo apenas para diferenciar pacientes igualmente graves. Mortalidade em lista de espera bem como sobrevida de um ano no Estado de São Paulo, onde a alocação obedece critério cronológico rígido desde 1997, foram analisados. Dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, no período de julho de 1997 a janeiro de 2001, dentre os óbitos em lista, 82.2% ocorreram dentro do 1º ano de lista, sendo 37,6% nos primeiros 3 meses após a inclusão.

Transplante hepático; Critérios de alocação; Modelos prognósticos de sobrevida


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