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Detecção radiométrica da atividade metabólica do Paracoccidioides brasiliensis e da sua sensibilidade à Anfotericina B e ao Dietilestilbestrol

A paracoccidiodomicose (blastomicose sul-americana) é uma doença sistêmica muito mais freqüente no sexo masculino, causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. Um sistema radiométrico foi utilizado para estudar a atividade metabólica e o efeito deftrogas sobre este fungo "in vitro". A forma Y do fungo, cultivada em Sabouraud líquido, foi inoculada em frascos estéreis contendo o meio aeróbio 6B, juntamente com 2,0 uCi de substâncias marcadas com carbono-14. Frascos-controle, preparados da mesma forma, foram inoculados com fungos autoclavados. Para estudar os efeitos da anfotericina B (AB) (0,1 e 10 μg/ml) e do dietilestilbestrol (DEB) (1, 5 e 10 μg/ml), controles adicionais foram preparados, contendo fungos viáveis mas não a droga. Todos os frascos foram incubados a 35°C e o metabolismo medido diariamente com uma máquina Bactec. A produção de 14CO2 pelo P. brasiliensis foi lenta e pôde ser acompanhada por 50 dias. Concentrações de 10 μg/ml de AB e 5 μg/ml de DEB inibiram o metabolismo e tiveram efeito fungicida. Os resultados com DEB poderiam explicar a baixa incidência da doença em mulheres. Esta técnica é promissora para estudar as vias metabólicas, investigar substâncias marcadas mais adequadas para tornar mais rápida a detecção radiométrica do fungo e para acompanhar os efeitos de outras drogas e fatores sobre o metabolismo do P. brasiliensis "in vitro".


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