Resumo
Objetivo:
analisar a atenção integral à saúde dos adolescentes transgêneros na perspectiva dos seus responsáveis.
Método:
estudo qualitativo fundamentado no referencial Rede Social proposto por Lia Sanicola, desenvolvido com 22 responsáveis por adolescentes transgêneros no Brasil por meio de entrevistas online individuais semiestruturadas. O material empírico foi analisado com a utilização da técnica de análise de conteúdo na modalidade temática.
Resultados:
Foram evidenciados a falta de ambiência e despreparo técnico de profissionais da saúde em relação à temática em todos os níveis de atenção, transfobia, centralização do cuidado em escassos serviços habilitados para pessoas trans no período infantojuvenil, invisibilidade do apoio à família, ausência de ações de promoção da saúde no âmbito comunitário, sobretudo, escolar, e, ainda, o acolhimento promovido, comumente, pelas iniciativas não governamentais.
Conclusão:
a centralização de ações em escassos serviços especializados no país e a transfobia estrutural podem comprometer a atenção integral à saúde dos adolescentes trans. Urge a necessidade de uma linha de cuidado capaz de auxiliar a atuação conjunta por equipe multi e interdisciplinar com maior proatividade do enfermeiro junto ao adolescente trans e seus responsáveis por meio de ações individuais e coletivas; ambiência; promoção da saúde nas escolas para visibilidade e acolhimento na Atenção Primária à Saúde desde a infância.
Descritores:
Enfermagem; Rede Social; Pessoas Transgênero; Identidade de Gênero; Família; Saúde Pública
Destaques:
(1) Necessidade de linha de cuidado para atenção integral ao adolescente transgênero.
(2) Centralização e escassos serviços habilitados para transgeneridade infantojuvenil.
(3) Invisibilidade da família, ausência de promoção da saúde no âmbito comunitário.
(4) Despreparo dos profissionais da saúde e desarticulação da rede de atenção à saúde.
(5) Necessidade de qualificação dos enfermeiros para acolhimento à transgeneridade.