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Qualidade de vida relacionada à saúde como preditor de óbito de pacientes em diálise peritoneal1 1 Artigo extraído da tese de doutorado "Diálise peritoneal e qualidade de vida relacionada à saúde: um estudo longitudinal", apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. Apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, processo nº 142731/2011-0.

Resumos

Objetivo:

caracterizar os óbitos ocorridos e verificar a associação entre as variáveis sociodemográficas, clínicas, laboratoriais, qualidade de vida relacionada à saúde e o desfecho óbito de pacientes em diálise peritoneal, em um período de dois anos após uma primeira avaliação.

Método:

pesquisa populacional, observacional e prospectiva com 82 pacientes em diálise peritoneal. Foram utilizados, para a primeira etapa de coleta de dados, os instrumentos: Miniexame do Estado Mental, questionário de caracterização sociodemográfica, econômica, clínica e laboratorial e o Kidney Disease and Quality of Life-Short Form. Dois anos depois foram coletados os dados de caracterização e ocorrência de óbito no período. Na análise estatística, foi calculado o risco relativo do desfecho óbito, estimado o risco de óbito pelas curvas de sobrevida de Kaplan-Meier e determinados os preditores de óbito, utilizando o modelo de riscos proporcionais de Cox.

Resultados:

dos 82 participantes iniciais, 23 tiveram como desfecho o óbito no período de dois anos. O risco aumentado para o desfecho óbito foi associado com ter menor escore médio de qualidade de vida relacionada à saúde na dimensão funcionamento físico.

Conclusão:

a pior qualidade de vida relacionada à saúde, na dimensão funcionamento físico, pôde ser considerada preditora de óbito.

Qualidade de Vida; Diálise Peritoneal; Morte; Enfermagem


Objective:

to characterize deaths that occurred, and the association between socio-demographic, clinical, laboratory variables and health-related quality of life and the outcome of death in patients on peritoneal dialysis, over a two year period after an initial assessment.

Method:

observational, prospective population study with 82 patients on peritoneal dialysis. The instruments used for the first stage of data collection were the mini-mental state examination, a sociodemographic, economic, clinical and laboratory questionnaire and the Kidney Disease and Quality of Life-Short Form. After two years, data for characterization and occurrence of death in the period were collected. The relative risk of death outcome was calculated through statistical analysis; the risk of death was estimated by the survival Kaplan-Meier curve, and determined predictors of death by the Cox Proportional Hazards Model.

Results:

of the 82 original participants, 23 had as an outcome death within two years. The increased risk for the outcome of death was associated with a lower mean score of health-related quality of life in the physical functioning domain.

Conclusion:

the worst health-related quality of life in the physical functioning domain, could be considered a predictor of death.

Quality of Life; Peritoneal Dialysis; Death; Nursing


Objetivo:

caracterizar las muertes ocurridas y verificar la asociación entre las variables sociodemográficas, clínicas, de laboratorio, de calidad de vida relacionada a la salud con el resultado de muerte de pacientes en diálisis peritoneal, en un período de dos años, después de una primera evaluación.

Método:

investigación poblacional, observacional y prospectiva con 82 pacientes en diálisis peritoneal. Fueron utilizados, para la primera etapa de recolección de datos, los instrumentos: Miniexamen del Estado Mental, cuestionario de caracterización sociodemográfica, económica, clínica y de laboratorio y el Kidney Disease and Quality of Life-Short Form. Dos años después fueron recolectados los datos de caracterización y ocurrencia de los muertes en el período. En el análisis estadístico, fue calculado el riesgo relativo del resultado de muerte, estimado el riesgo de muerte por las curvas de supervivencia de Kaplan-Meier y determinados los predictores de muerte, utilizando el modelo de riesgos proporcionales de Cox.

Resultados:

de los 82 participantes iniciales, 23 tuvieron como resultado la muerte en el período de dos años. El riesgo aumentado para el resultado de muerte fue asociado con menor puntaje promedio de calidad de vida relacionada a la salud, en la dimensión funcionamiento físico.

Conclusión:

la peor calidad de vida relacionada a la salud, en la dimensión funcionamiento físico, puede ser considerada predictora de muerte.

Calidad de Vida; Diálisis Peritoneal; Muerte; Enfermería


Introdução

A mortalidade entre os pacientes em diálise tem diminuído com o passar do tempo em função, principalmente, dos avanços no tratamento, entretanto, quando comparada à população geral a mortalidade ainda é bastante alta nos pacientes em diálise. A mortalidade dos pacientes em Diálise Peritoneal (DP), nos Estados Unidos, diminuiu 15% entre 1993 e 2002 e 35% entre 2003 e 2012(11. United States Renal Data System (USRDS). Annual data report: An overview of the epidemiology of kidney disease in the United States [Internet]. Bethesda, MD: National Institutes of Health, National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases; 2014. [Acesso 24 abr 2015]. Disponível em: http://www.usrds.org/2014/download/V2_Ch_05_Mortality_14.pdf
http://www.usrds.org/2014/download/V2_Ch...
).

Atualmente, além do interesse no aumento do tempo de sobrevida, há também preocupação com o modo como esses pacientes têm vivido os anos agregados aos avanços no tratamento.

Sabe-se que a DP possibilita maior flexibilidade no tratamento dos pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) terminal, uma vez que pode ser realizada em domicílio pelo próprio paciente e/ou cuidador. Alguns estudos têm indicado que essa modalidade dialítica, em geral, garante maior satisfação com o tratamento e menor impacto na vida dos pacientes, quando comparada à hemodiálise(22. Juergensen E, Wuerth D, Finkelstein SH, Juergensen PH, Bekui A, Finkelstein FO. Hemodialysis and peritoneal dialysis: patients' assessment of their satisfaction with therapy and the impact of the therapy on their lives. Clin J Am Soc Nephrol. 2006;1(6):1191-6.).

A DP teve início no Brasil há mais de 30 anos, porém, as publicações sobre a epidemiologia e experiência clínica nesse tipo de tratamento, bem como o número de pacientes que optam por ela, ainda são poucas(33. Grincenkov FRS, Fernandes N, Chaoubah A, Fernandes NS, Bastos K, Lopes AA, et al. Longitudinal changes in health-related quality of life scores in brazilian incident peritoneal dialysis patients (BRAZPD): socio-economic status not a barrier. Perit Dial Int. 2013;33(6):687-96.-44. Riella MC, Locatelli AJ. History of peritoneal dialysis in Latin America. Perit Dial Int. 2007;27(3):322-7.).

Têm sido descritos na literatura os prejuízos observados na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) dos pacientes em DP, advindos da DRC e tratamento(55. Oliveira MP, Kusumota L, Marques S, Ribeiro RCHM, Partezani RRA, Haas VJ. Trabalho e qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes em diálise peritoneal. Acta Paul Enferm. 2012;25(3):352-7.-66. Bakewell AB, Higgins RM, Edmunds ME. Quality of life in peritoneal dialysis patients: decline over time and association with clinical outcomes. Kidney Int. 2002;61(1):239-48.).

O constructo da Qualidade de Vida (QV) tem recebido muita atenção nas últimas décadas e, apesar de não haver definição consensual, na área da saúde, os pesquisadores têm interesse nos aspectos da QV que são afetados pelas doenças e tratamentos, sendo assim, a avaliação da QV nessa área está baseada na autopercepção da pessoa em relação ao impacto de uma série de aspectos importantes e capazes de influenciar sua saúde. Exemplos desses aspectos clínicos e não clínicos são: a avaliação da saúde geral, a saúde física, o estado mental/emocional, a função social, a função sexual, os aspectos ligados à doença, além de consequências indiretas como o desemprego e as dificuldades financeiras que confluem em um constructo designado QVRS(77. Anderson KL, Burckhardt CS. Conceptualization and measurement of quality of life as an outcome variable for health care intervention and research. J Adv Nurs. 1999;29(2):298-306.-88. Fayers PM, Machin D. Quality of life: the assessment, analysis, and interpretation of patients- report outcomes. 2nd. ed. Chichester: John Wiley; 2007.).

A QVRS tem sido apontada como importante preditora de desfechos na evolução do tratamento, bem como um fator relevante na escolha do tratamento pelo paciente(99. Michels WM, Van Dijk S, Verduijn M, Le Cessie S, Boeschoten EW, Dekker FW, et al. Quality of life in automated and continuous ambulatory peritoneal dialysis. Perit Dial Int. 2011;31(2):138-47.). Os baixos escores de QVRS, percebidos pelos pacientes em diálise, têm sido assinalados como preditores de morbidade, hospitalização e mortalidade(1010. Mapes DL, Lopes AA, Satayathum S, McCullough KP, Goodkin DA, Locatelli F, et al. Health-related quality of life as a predictor of mortality and hospitalization: The Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study (DOPPS). Kidney Int. 2003;64:339-49.

11. Osthus TBH, Preljevic VT, Sandvik L, Leivestad T, Nordhus IH, Dammen T, et al. Mortality and health-related quality of life in prevalent dialysis patients: Comparison between 12-items and 36-items short-form health survey. Health Qual Life Outcomes. 2012;10:46.

12. Santos PR. Evaluation of objective and subjective indicators of death in a period of one year in a sample of prevalent patients under regular hemodialysis. BMC Res Notes. 2012;5:24.
-1313. Shiao C, Kao T, Hung K, Chen Y, Wu M, Chu T, et al. Seven-year follow-up of peritoneal dialysis patients in Taiwan. Perit Dial Int. 2009;29(4):450-7.).

A associação entre a QVRS e o desfecho óbito nos pacientes em diálise tem sido investigada em outros países, que encontraram como principais resultados os piores escores de QVRS como preditores de óbito(1010. Mapes DL, Lopes AA, Satayathum S, McCullough KP, Goodkin DA, Locatelli F, et al. Health-related quality of life as a predictor of mortality and hospitalization: The Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study (DOPPS). Kidney Int. 2003;64:339-49.,1414. Kuslikaite N. The association between health-related quality of life and mortality among hemodialysis patients. Medicina. 2010;46 (8):531-7.). No Brasil, recentemente, essa associação foi investigada em pacientes em hemodiálise e verificou-se que a pior QVRS, especificamente no domínio funcionamento físico, pôde ser considerada preditora de óbito(1212. Santos PR. Evaluation of objective and subjective indicators of death in a period of one year in a sample of prevalent patients under regular hemodialysis. BMC Res Notes. 2012;5:24.).

Nesse contexto, torna-se necessário otimizar, além da sobrevivência, a QVRS dos pacientes em diálise(33. Grincenkov FRS, Fernandes N, Chaoubah A, Fernandes NS, Bastos K, Lopes AA, et al. Longitudinal changes in health-related quality of life scores in brazilian incident peritoneal dialysis patients (BRAZPD): socio-economic status not a barrier. Perit Dial Int. 2013;33(6):687-96.).

Acredita-se que a análise das possíveis associacões entre a QVRS, aspectos sociodemográficos, clínicos, laboratoriais e o desfecho óbito pode ser útil para determinar aspectos-alvo para o planejamento da assistência aos pacientes, bem como fornecer subsídios para a maior divulgação dessa modalidade entre os pacientes iniciantes em diálise. Para tanto, este estudo teve como objetivos caracterizar os óbitos ocorridos e verificar a associação entre as variáveis sociodemográficas, clínicas, laboratoriais, QVRS e o desfecho óbito de pacientes em diálise peritoneal, em um período de dois anos, após uma primeira avaliação.

Método

Trata-se de pesquisa populacional, observacional e prospectiva, realizada entre os anos 2010 e 2012. Foi realizada nos dois serviços de diálise peritoneal no município de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.

Na primeira etapa da coleta de dados, ocorrida em 2010, foram realizadas a caracterização e a medida da QVRS dos 82 pacientes incluídos na pesquisa. Os critérios de inclusão considerados foram: ter 18 anos ou mais de idade, estar em tratamento por Diálise Peritonial Ambulatorial Contínua (DPAC) ou Diálise Peritoneal Automática (DPA) por três meses ou mais, apresentar estado cognitivo preservado, segundo resultados do Miniexame do Estado Mental (MEEM)(1515. Bertolucci PHF, Brucki SMD, Campacci SR, Juliano Y. O mini-exame do estado mental em uma população geral: Impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr. 1994;52(1):1-7.), não se encontrar hospitalizado por complicações agudas ou em tratamento para peritonite.

Após dois anos, foram coletados dados sobre a ocorrência do desfecho óbito no período e a causa. Ocorreram perdas de seguimento de seis pacientes devido: à recuperação da função renal (dois) e transferência de município (quatro). Portanto, dos 82 pacientes que foram entrevistados em 2010, 53 permaneceram vivos e 23 apresentaram como desfecho o óbito, tendo sido o alvo das análises do atual estudo.

A Figura 1 representa o fluxograma das etapas da pesquisa, seleção e manutenção dos pacientes no período do estudo.

Figura 1
- Fluxograma das etapas da pesquisa, seleção e manutenção dos pacientes no período do estudo

A coleta de dados foi realizada pela pesquisadora, por meio de entrevista no dia da consulta mensal de janeiro a março de 2010. Dois anos depois foram levantados os dados relacionados à ocorrência óbitos e suas respectivas informações no referido período, por meio de consulta em prontuários dos pacientes e dos serviços.

Na primeira etapa da coleta de dados, foram utilizados os instrumentos: Miniexame do Estado Mental (MEEM)(1515. Bertolucci PHF, Brucki SMD, Campacci SR, Juliano Y. O mini-exame do estado mental em uma população geral: Impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr. 1994;52(1):1-7.) para a avaliação cognitiva, um instrumento de caracterização socioeconômica, demográfica, quanto à DRC terminal e DP adaptado e validado para o estudo, além do Kidney Disease and Quality of Life-Short Form (KDQOL-SFTM) (1616. Hays RD, Kallich JD, Mapes DL, Coons SJ, Carter WB. Development of the Kidney Disease Quality of Life (KDQOL) instrument. Qual Life Res. 1994;3(5):329-38.) na versão traduzida, adaptada e disponibilizada para a cultura brasileira, para avaliar a QVRS(1717. Duarte PS, Miyazaki MCOS, Ciconelli RM, Sesso R. Tradução e adaptação cultural do instrumento de avaliação de qualidade de vida para pacientes renais crônicos (KDQOL-SFTM). Rev Assoc Med Bras. 2003;49(4):375-81.). O KDQOL-SFTM é um instrumento que inclui, como medida genérica de avaliação da saúde geral do indivíduo, o Medical Outcomes Study (MOS) 36 Item Short-Form Health Survey (SF-36), composto por oito domínios: funcionamento físico, função física, função emocional, função social, bem-estar emocional, dor, energia e fadiga e saúde geral. E uma escala multi-itens com onze dimensões específicas para pessoas com DRC terminal em diálise, que inclui: sintomas/problemas físicos, efeitos da doença renal em sua vida diária, sobrecarga imposta pela doença renal, situação de trabalho, função cognitiva, qualidade das interações sociais, função sexual e sono. Apresenta escore final variando de 0 a 100, no qual zero corresponde à pior QVRS e 100 à melhor QVRS(1717. Duarte PS, Miyazaki MCOS, Ciconelli RM, Sesso R. Tradução e adaptação cultural do instrumento de avaliação de qualidade de vida para pacientes renais crônicos (KDQOL-SFTM). Rev Assoc Med Bras. 2003;49(4):375-81.).

Foram consideradas variáveis independentes: sexo, grupo etário, número de comorbidades, Diabetes mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), tipo de DP, resultados de exames laboratoriais (albumina e hemoglobina) e foi considerada como variável desfecho o óbito.

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, de acordo com Protocolo nº1451/2011. Após serem convidados e concordarem em participar da pesquisa, os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), atendendo a Resolução 466/12, Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo Seres Humanos do Conselho Nacional de Saúde.

Para a análise dos dados, utilizou-se o programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences-SPSS, versão 17.0. As etapas sequenciais de análise foram: descritiva, bi e multivariada, sendo que, para a inclusão das variáveis independentes (preditores) no processo de análise, foi considerado o critério conceitual fundamentado no referencial teórico em questão. Primeiramente, foi realizada a análise descritiva e calculado o risco relativo não ajustado e intervalo de confiança para estimar o risco de óbito no período de 2010 a 2012, de acordo com os preditores investigados em 2010. Foram, ainda, obtidas as curvas de sobrevivência pelo método de Kaplan-Meier, a fim de observar o comportamento das proporções não ajustadas de sobrevivência dos pacientes em DP, segundo variáveis de interesse, contudo, foram apresentadas somente aquelas com relevância clínica e estatística. Na análise multivariável, foi utilizado o modelo de riscos proporcionais de Cox, tendo sido verificados os requisitos de proporcionalidade de riscos e valores atípicos como pré-requisitos para utilização desse modelo de regressão. Foram consideradas censuras os pacientes que não tiveram o desfecho óbito, no período, e foram incluídos na análise(1818. Kleinbaum DG, Klein M. Survival Analysis: A self-learning text. 3ed. New York: Springer; 2012.). O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados

Tiveram como desfecho óbito 23 (30,3%) pacientes no período de dois anos. As causas dos óbitos foram: cinco (21,7%) por sepse, quatro (17,4%) por infarto agudo do miocárdio, quatro (17,4%) por insuficiência cardíaca congestiva, dois (8,7%) por edema agudo de pulmão, e um (4,3%) para as causas hiperpotassemia, acidente vascular cerebral, câncer de pulmão, insuficiência respiratória, falência de múltiplos órgãos. Para três pacientes, não foram obtidas informações sobre a causa do óbito.

A taxa de sobrevida dos pacientes em DP foi de 69,7% em dois anos de seguimento, e o tempo médio de sobrevida nesse período foi de 23,4 meses.

Este estudo investigou a QVRS dos pacientes em diálise dos 82 pacientes em DP, por meio do KDQOL-SFTM, em 2010, naquela ocasião a dimensão funcionamento físico obteve um dos escores médios mais baixos de todo o instrumento, portanto, foi a dimensão selecionada para compor as análises relacionadas ao óbito e à sobrevida dos pacientes deste estudo.

Na Tabela 1 está apresentado o risco de óbito dos pacientes em diálise peritoneal, de acordo com características sociodemográficas, clínicas, laboratoriais e de QVRS.

Tabela 1
- Risco de óbito no período de 2010-2012, dos pacientes em diálise peritoneal, de acordo com características sociodemográficas, clínicas, laboratoriais e QVRS, em 2010. Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2012

Ao considerar a análise das variáveis independentes que poderiam ter associação com o desfecho óbito dos pacientes em DP, foi constatado, por meio do cálculo do risco relativo, com significância estatística, que os pacientes com diabetes, com quatro comorbidades ou mais e aqueles com escore médio de QVRS, na dimensão funcionamento físico, com valor até 50, tinham maior risco de apresentar o desfecho óbito.

Na análise de sobrevivência, segundo as curvas de Kaplan-Meier, nas quais é possível visualizar a probabilidade de sobrevivência no curso do intervalo do estudo, de acordo com variáveis de interesse na análise, os testes dos logaritmos dos postos não indicaram diferenças com significância estatística para a proporção acumulada de sobrevida entre grupo etário, hipertensão arterial sistêmica, diabetes melittus, albumina, hemoglobina e número de comorbidades. Entretanto, para as variáveis, tipo de DP e para a dimensão de QVRS funcionamento físico do KDQOL-SF, os testes dos logaritmos dos postos indicaram diferenças com significância estatística para a proporção acumulada de sobrevida, respectivamente entre os grupos de pacientes em DPAC e em DPA (p=0,031), bem como entre os grupos de pacientes que atribuíram escore até 50 e 51 e mais na dimensão funcionamento físico (p=0,011). Como já indicava a tabela de contingência (Tabela 1), os pacientes com 50 pontos ou menos de escore médio de QVRS, na dimensão funcionamento físico, sobreviveram menos, bem como aqueles em DPAC.

Com a análise multivariada, utilizando o modelo de riscos proporcionais de Cox, foi possível confirmar a dimensão de QVRS, funcionamento físico como preditora de óbito. No modelo de regressão apresentado na Tabela 2, observa-se que, para cada ponto a mais na dimensão funcionamento físico, o risco de óbito diminui em 1,8% quando ajustado para grupo etário, tempo de tratamento, tipo de DP e número de comorbidades.

Tabela 2
- Risco de óbito pelo modelo de risco proporcional de Cox, para variáveis de interesse. Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2012

Ressalta-se que os resultados da análise de sobrevivência confirmaram a hipótese de que os pacientes com piores escores de QVRS, especificamente na dimensão funcionamento físico, tiveram maior risco para o desfecho óbito.

Discussão

A QVRS também tem sido investigada como preditora de desfechos para os pacientes em Terapia Renal Substitutiva (TRS)(1010. Mapes DL, Lopes AA, Satayathum S, McCullough KP, Goodkin DA, Locatelli F, et al. Health-related quality of life as a predictor of mortality and hospitalization: The Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study (DOPPS). Kidney Int. 2003;64:339-49.

11. Osthus TBH, Preljevic VT, Sandvik L, Leivestad T, Nordhus IH, Dammen T, et al. Mortality and health-related quality of life in prevalent dialysis patients: Comparison between 12-items and 36-items short-form health survey. Health Qual Life Outcomes. 2012;10:46.

12. Santos PR. Evaluation of objective and subjective indicators of death in a period of one year in a sample of prevalent patients under regular hemodialysis. BMC Res Notes. 2012;5:24.

13. Shiao C, Kao T, Hung K, Chen Y, Wu M, Chu T, et al. Seven-year follow-up of peritoneal dialysis patients in Taiwan. Perit Dial Int. 2009;29(4):450-7.
-1414. Kuslikaite N. The association between health-related quality of life and mortality among hemodialysis patients. Medicina. 2010;46 (8):531-7.). Particularmente neste estudo, foi realizada a análise sobre a QVRS e outras variáveis de interesse, como preditoras do desfecho óbito para os pacientes em DP. Foi observado o desfecho óbito em 23 (30,3%) pacientes, no período de dois anos após a avaliação inicial. Sabe-se que os pacientes com DRC terminal em TRS têm pior sobrevida quando comparados à população geral. O óbito também foi apontado como principal causa de saída da terapia dialítica em outro estudo realizado no Brasil com pacientes em DP(1919. Jacoboskwi JAD, Borella R, Lautert L. Pacientes com insuficiência renal crônica: causas de saída do programa de diálise peritoneal. Rev Gaúcha Enferm. 2005;26(3):381-91.).

Com relação à causa de óbito, houve maior frequência de doenças cardiovasculares e infecção, resultado que corrobora os achados em outros estudos que avaliaram pacientes em DP(1010. Mapes DL, Lopes AA, Satayathum S, McCullough KP, Goodkin DA, Locatelli F, et al. Health-related quality of life as a predictor of mortality and hospitalization: The Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study (DOPPS). Kidney Int. 2003;64:339-49.,1313. Shiao C, Kao T, Hung K, Chen Y, Wu M, Chu T, et al. Seven-year follow-up of peritoneal dialysis patients in Taiwan. Perit Dial Int. 2009;29(4):450-7.). Foi possível constatar o risco de prognóstico desfavorável relacionado às doenças cardiovasculares desses pacientes, bem como a necessidade de prevenir infecções, em especial a peritonite comum nesse tipo de modalidade dialítica.

O tempo médio de sobrevida em DP, para os pacientes deste estudo, foi de 23,4 meses. Em estudo de análise de sobrevida realizado no Brasil, considerando a modalidade inicial de tratamento, observou-se pior sobrevida para os pacientes que iniciaram a TRS em DP que, em seguimento de três anos, apresentaram tempo médio de sobrevida de 28 meses(2020. Szuster DAC. Sobrevida de pacientes em diálise no SUS no Brasil. Cad Saúde Pública. 2012;28(3):415-24.).

Têm sido considerados fatores de risco para o óbito, dentre outros: iniciar diálise em DP, ser do sexo feminino, ter diabetes como causa da DRC, ter mais de 55 anos de idade ao iniciar o tratamento(2020. Szuster DAC. Sobrevida de pacientes em diálise no SUS no Brasil. Cad Saúde Pública. 2012;28(3):415-24.). Destaca-se que as características ser mulher, idoso e diabético também eram comuns entre os pacientes, deste estudo, que morreram.,

A taxa de sobrevivência entre os pacientes em DP. no atual estudo, foi de 69,7% em dois anos, situação que se assemelha à encontrada em estudo multicêntrico de seguimento por dois anos realizado no Brasil com pacientes em DP, no qual se observou taxa de sobrevivência de 70%(2121. Bastos KA, Qureshi AR, Lopes AA, Fernandes N, Barbosa LMM, Pecoits-Filho R, et al. Family Income and Survival in Brazilian Peritoneal Dialysis Multicenter Study Patients (BRAZPD): Time to Revisit a Myth? Clin J Am Soc Nephrol. 2011;6(7):1676-83.). Resultados semelhantes também foram observados nos Estados Unidos e no Canadá, nos quais foram encontradas taxas de sobrevida em dois anos de 63,2 e 79,7%, respectivamente(2222. Churchill DN, Thorpe KE, Vonesh EF, Keshaviah PR. Lower probability of patient survival with continuous peritoneal dialysis in the United States compared with Canada. Canada-USA (CANUSA) Peritoneal Dialysis Study Group. J Am Soc Nephrol. 1997;8:965-71.).

No atual estudo, foi observado, como fatores de risco para óbito na análise exploratória: ter diabetes, ter quatro comorbidades ou mais, e apresentar escore médio menor que 50 na dimensão funcionamento físico de QVRS. Nas curvas de Kaplan-Meier os pacientes em DPAC e aqueles com escores médios de QVRS até 50, na dimensão funcionamento físico, apresentaram menor tempo de sobrevida.

É comum o paciente com DRC terminal acumular comorbidades, além da DRC, ao longo da vida. Além do impacto observado pelas comorbidades na QVRS, têm sido constatados, na literatura, prejuízos também no tempo de vida dos pacientes que as acumulam. No atual estudo, os pacientes com quatro comorbidades ou mais apresentaram risco maior de ter o desfecho óbito, quando comparados com aqueles com até três comorbidades. O maior risco calculado pelo índice de comorbidade de Klan foi apontado como preditor de mortalidade em estudo realizado no Brasil com pacientes em Hemodiálise (HD), seguidos por dois anos(1212. Santos PR. Evaluation of objective and subjective indicators of death in a period of one year in a sample of prevalent patients under regular hemodialysis. BMC Res Notes. 2012;5:24.). Destaca-se que pacientes com doenças cardiovasculares e diabetes apresentaram pior sobrevida(2323. Fernandes NMS, Chaoubah A, Bastos K, Lopes AA, Divino-Filho JC, Pecoits-Filho R, et al. Geografia da diálise peritoneal no Brasil: análise de uma coorte de 5. 819 pacientes (BRAZPD). J Bras Nefrol. 2010;32(3):268-74.-2424. Yeates K, Zhu N, Vonesh E, Trpeski L, Blake P, Fenton S. Hemodialysis and peritoneal dialysis are associated with similar outcomes for end-stage renal disease treatment in Canada. Nephrol Dial Transplant. 2012;27:3568-75.).

A diabetes, em particular, mostrou-se como risco de óbito no atual estudo. Pacientes idosos em DP com doenças cardiovasculares e diabetes apresentaram pior sobrevida, em estudo realizado no Brasil(2323. Fernandes NMS, Chaoubah A, Bastos K, Lopes AA, Divino-Filho JC, Pecoits-Filho R, et al. Geografia da diálise peritoneal no Brasil: análise de uma coorte de 5. 819 pacientes (BRAZPD). J Bras Nefrol. 2010;32(3):268-74.). Em estudo realizado com pacientes canadenses que buscou comparar a sobrevida entre pacientes em HD e DP, também constatou-se pior sobrevida na DP dos pacientes idosos e com diabetes(2424. Yeates K, Zhu N, Vonesh E, Trpeski L, Blake P, Fenton S. Hemodialysis and peritoneal dialysis are associated with similar outcomes for end-stage renal disease treatment in Canada. Nephrol Dial Transplant. 2012;27:3568-75.).

O tratamento por DP tem diferentes formas de ser conduzido, seja por meio de cicladora ou manual, seja com a troca das bolsas de dialisato de modo intermitente ou contínuo que mantém a cavidade abdominal seca ou não durante o dia. Para a escolha do tipo de DP, em geral, levam-se em consideração as condições clínicas e o estilo de vida do paciente(2525. Figueiredo AEP. Enfermagem e diálise peritoneal. In: Barros E, Manfro RC, Thomé FS, Gonçalves LP. Nefrologia: rotinas, diagnóstico e tratamento. 2ed. Porto Alegre: Artmed; 2006. p. 546-56.). Os tipos de DP têm vantagens e desvantagens e, assim sendo, podem impactar de diferentes formas na QVRS dos pacientes e na sobrevida.

Os pacientes em DPAC apresentaram pior sobrevida, quando comparados àqueles em DPA na análise de sobrevivência, segundo a curva de Kaplan-Meier. No entanto, na análise multivariada, segundo o risco proporcional de Cox, os riscos de óbito não diferem com significância estatística entre os pacientes em DPAC e DPA. Na literatura internacional não foram encontradas diferenças significativas na sobrevida dos pacientes que estavam em tratamento por uma ou outra modalidade de DP(2626. Balasubramanian G, Mckitty K, Fan SL. Comparing automated peritoneal dialysis with continuous ambulatory peritoneal dialysis: survival and quality of life differences? Nephrol Dial Transplant. 2011;26(5):1702-8.).

Cabe considerar que pacientes que tiveram o desfecho óbito, enquanto faziam DP, podem não refletir a falência da técnica por si só, haja vista que, devido à seleção negativa, muitos pacientes nessa modalidade eram também idosos e tinham diversas comorbidades(2626. Balasubramanian G, Mckitty K, Fan SL. Comparing automated peritoneal dialysis with continuous ambulatory peritoneal dialysis: survival and quality of life differences? Nephrol Dial Transplant. 2011;26(5):1702-8.).

Em estudo que comparou os dois instrumentos, o Sumário do Componente Físico (SCF), tanto do SF-36 quanto o do SF-12, foram apontados como preditores para óbito nos pacientes em diálise; cabe destacar que o funcionamento físico é uma das dimensões que integram o SCF(1111. Osthus TBH, Preljevic VT, Sandvik L, Leivestad T, Nordhus IH, Dammen T, et al. Mortality and health-related quality of life in prevalent dialysis patients: Comparison between 12-items and 36-items short-form health survey. Health Qual Life Outcomes. 2012;10:46.). No estudo atual, os pacientes com menos que 50 pontos de escore médio na dimensão de QVRS funcionamento físico sobreviveram menos. Baixos escores no SCF também foram citados como preditores de pior sobrevida em pacientes em DP(1313. Shiao C, Kao T, Hung K, Chen Y, Wu M, Chu T, et al. Seven-year follow-up of peritoneal dialysis patients in Taiwan. Perit Dial Int. 2009;29(4):450-7.).

Em estudo de seguimento por anos com pacientes em HD, encontrou-se forte associação entre piores escores médios nos três principais sumários dos componentes do KDQOL-SF(tm) e pior sobrevida(1010. Mapes DL, Lopes AA, Satayathum S, McCullough KP, Goodkin DA, Locatelli F, et al. Health-related quality of life as a predictor of mortality and hospitalization: The Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study (DOPPS). Kidney Int. 2003;64:339-49.). Também foi observada, em seguimento realizado por dois anos com pacientes brasileiros em HD, piora na dimensão funcionamento físico como preditora de pior sobrevida(1212. Santos PR. Evaluation of objective and subjective indicators of death in a period of one year in a sample of prevalent patients under regular hemodialysis. BMC Res Notes. 2012;5:24.). No estudo de seguimento com pacientes em HD, acompanhados por quatro anos, foi observada piora no sumário dos componentes físico e mental do SF-36 ao longo do tempo e associação com aumento no risco de morte(1414. Kuslikaite N. The association between health-related quality of life and mortality among hemodialysis patients. Medicina. 2010;46 (8):531-7.).

Piores escores de QVRS são importante risco para o desfecho óbito, portanto, a mensuração da QVRS dos pacientes em TRS não pode ser negligenciada, e deve ser implementada como rotina nas clínicas de diálise e no seguimento dos pacientes(1111. Osthus TBH, Preljevic VT, Sandvik L, Leivestad T, Nordhus IH, Dammen T, et al. Mortality and health-related quality of life in prevalent dialysis patients: Comparison between 12-items and 36-items short-form health survey. Health Qual Life Outcomes. 2012;10:46.).

Em consonância à situação da diálise peritoneal no Brasil, este estudo identificou limitações que podem ter influenciado os achados apresentados e discutidos, mas que não foram passíveis de controle para a realização da pesquisa. Cabe citar o número restrito de participantes no estudo e diferentes tempos de tratamento entre os pacientes. Por outro lado, considerou-se relevante a realização deste estudo de delineamento observacional e prospectivo para investigação e descrição de variáveis que ainda são escassas no campo científico brasileiro.

Acredita-se que o enfermeiro tem papel preponderante na abordagem de algumas estratégias que podem melhorar a QVRS e, consequentemente, o prognóstico dos pacientes em DP, a citar: o investimento na reabilitação e manutenção funcional dos pacientes que, certamente, impactarão de forma positiva em suas vidas, melhorando os aspectos físicos e, em decorrência, a sobrevida.

Conclusão

Este estudo possibilitou verificar que a pior QVRS, especificamente na dimensão funcionamento físico, pôde ser considerada preditora de óbito. Assim, acredita-se que maior investimento do enfermeiro na reabilitação e manutenção funcional dos pacientes pode auxiliar na melhora dos aspectos da QVRS, especialmente nas dimensões relacionadas à saúde física, impactando de modo positivo a sobrevida dos pacientes em DP.

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    Artigo extraído da tese de doutorado "Diálise peritoneal e qualidade de vida relacionada à saúde: um estudo longitudinal", apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. Apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, processo nº 142731/2011-0.
  • Errata

    No artigo "Qualidade de vida relacionada à saúde como preditor de óbito de pacientes em diálise peritoneal", com número de DOI: 10.1590/1518-8345.0786.2687, publicado no periódico Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2016;24:e2687, na página 1:
    Onde se lia:
    "Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2016;24:e2687"
    Leia-se:
    "Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2016;24:e2794"

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2016

Histórico

  • Recebido
    13 Fev 2014
  • Aceito
    17 Maio 2015
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