Destaques:
(1) Profissionais da Atenção Primária à Saúde trabalham sob elevada demanda psicológica.
(2) Estão expostos a elevados risco de estresse ocupacional e sintomas psicológicos.
(3) O apoio social exerce grande influência para minimizar riscos à saúde mental.
(4) O trabalho na pandemia contribuiu para aumentar sintomas psicológicos no trabalhador.
(5) Experiência profissional e tempo de serviço minimizaram fatores de risco na pandemia.
Objetivo:
analisar o risco de exposição ao estresse ocupacional em profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde durante a pandemia da COVID-19 e sua percepção sobre essa vivência.
Método:
estudo de métodos mistos do tipo explanatório sequencial, com 50 profissionais da atenção primária. Foram utilizados questionários sociodemográfico, clínico e laboral, Job Stress Scale e entrevista semiestruturada. Os dados quantitativos foram submetidos à análise estatística descritiva e analítica; os qualitativos, à Análise Temática de Conteúdo.
Resultados:
66% dos profissionais apresentaram exposição ao estresse ocupacional. A profissão médica associou-se ao trabalho de alta exigência (p<0,001); enfermeiros, técnicos em Enfermagem, profissionais da Odontologia, ao trabalho ativo (p<0,001); dentistas, a menor demanda psicológica (p<0,001). Profissionais com mais de dezesseis anos de formados apresentaram melhores condições para lidar com fatores estressantes, comparados aos com menos de cinco anos (p<0,03). A integração dos dados evidenciou implicações da pandemia na vida, no trabalho e interfaces com os sintomas psicológicos.
Conclusão:
os profissionais trabalharam sob altas demandas psicológicas e elevado risco de exposição ao estresse durante a pandemia pela COVID-19. Autocontrole e elevado apoio social podem contribuir para redução desses riscos, assim como tempo de formação e experiência profissional.
Descritores:
Profissional de Saúde; Estresse Ocupacional; Atenção Primária à Saúde; COVID-19; Saúde do Trabalhador; Saúde Mental