Acessibilidade / Reportar erro

Species composition and floristic relationships in southern Goiás forest enclaves

Composição e relações florísticas de encraves florestais no sul de Goiás

Abstract

Hinterland fragments of Atlantic forests situated in transitional areas are poorly known with respect to the effectsof human impacts on their species composition and regeneration. The purpose of this study was to describe andcharacterize the structure and composition of the tree community of forest remnants located in Itumbiara, GoiásState, Central Brazil, and to analyze their floristic relationship with other areas of seasonal and transitionalvegetation ecotones. Five forest fragments were chosen for tree community sampling. The survey was carried outusing PCQ (point-centered quarter) method and 25 points were distributed along linear transects totalling 125sampling units. Four live trees with circumference at breast height (1.30 m) > 15 cm were recorded at each point.The floristic and phytosociological surveys recorded 149 tree species belonging to 110 genera and 47 families.The analysis of similarity confirmed the ecotonal character with many generalist species and other with occasionaloccurrence in 'Cerrado' (woody savanna) and seasonal forests. The forest remnants in Itumbiara showed a hightree species diversity. In spite of this, the tree community species suggests higher similarity with savanna vegetation.

Key words:
Atlantic rainforest; Cerrado; secondary forest; ecotone

Resumo

Os fragmentos de Mata Atlântica interioranos localizam-se em região de tensão ecológica e carecem de conhecimento sobre os efeitos de impactos antrópicos sobre sua composição e regeneração. Objetivou-se caracterizar e descrever a estrutura e composição da comunidade arbórea em remanescentes florestais localizados em Itumbiara, Goiás, além de analisar as relações florísticas entre esses e outros fragmentos de formações estacionais e de áreas ecotonais. Foram selecionados cinco fragmentos para a amostragem da comunidade arbórea. Foi aplicado o método de quadrantes, sendo alocados, em cada fragmento, transecções lineares contendo 25 pontos, o que resultou no estabelecimento de 125 unidades amostrais. Em cada ponto, foram inventariados os espécimes arbóreos vivos com circunferência a 1,30 m acima do solo >15 cm. As coletas florísticas e o levantamento fitossociológico registraram 149 espécies arbóreas, pertencentes a 110 gêneros e distribuídas em 47 famílias. A análise de similaridade demonstrou o caráter ecotonal, com muitas espécies generalistas e outras de ocorrência mais pontual no Cerrado ou em matas estacionais. Os remanescentes florestais em Itumbiara apresentaram elevada diversidade arbórea. No entanto, a comunidade arbórea sugere relações florísticas mais estreitas com as formações savânicas.

Palavras-chave:
Mata Atlântica; cerrado; floresta secundária; ecótono

Full text available only in PDF format.

Texto completo disponível apenas em PDF.

References

  • Ab'Sáber, A.N. 2003. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. Ateliê Editorial, São Paulo. 160p.
  • APG - Angiosperm Phylogeny Group III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnaean Society 161: 105-121.
  • Ayres, M.; Ayres Júnior. M.; Ayres, D.L. & Santos, A.A.S. 2007. BioEstat: aplicações estatísticas nas áreas das ciências bio-médicas. Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Belém. 364p.
  • Balduino, A.P.C.; Souza, A.L.; Meira-Neto, J.A.A.; Silva, A.F. & Silva Júnior, M.C. 2005. Fitossociologia e análise comparativa da composição florística do Cerrado da flora de Paraopeba-MG. Revista Árvore 29: 25-34.
  • Braak, C.J.F. ter. 1995. Ordination. In: Jongman, R.H.G.; Braak, C.J.F. ter & Tongeren, O.F.R. van. Data analysis in community and landscape ecology. Cambridge University Press, Cambridge. Pp. 91-173
  • Brower, J.E. & Zar, J.H. 1984. Field & laboratory methods for general ecology. Wm. C. Brown Publishers, Iowa. 226p.
  • Brown, S. & Lugo, A.E. 1990. Tropical secondary forests. Journal of Tropical Ecology 6: 1-32.
  • Carvalho, A.R. & Marques-Alves, S. 2008. Diversidade e índice sucessional de uma vegetação de Cerrado sensu stricto na Universidade Estadual de Goiás-UEG, campus de Anápolis. Revista Árvore 32: 81-90.
  • Castellani, T.T. & Stubblebine, W.H. 1993. Sucessão secundária inicial em mata tropical mesófila, após perturbação por fogo. Revista Brasileira de Botânica 16: 181-203.
  • Colwell, R.K. 2006. EstimateS: Statistical estimation of species richness and shared species from samples, Version 8. Persistent URL purl.oclc.org/estimates
    » purl.oclc.org/estimates
  • Connell, J.H. 1978. Diversity in tropical Rainforest and coral reefs. Science 199: 1302-1310.
  • Connell, J.H. & Slatyer, R.O. 1977. Mechanisms of succession in natural communities and their role in community stability and organization. The American Naturalist 111: 1119-1140.
  • Costa, A.A. & Araújo, G.M. 2001. Comparação da vegetação arbórea de Cerradão e de Cerrado na Reserva do Panga, Uberlândia, Minas Gerais. Acta botanica brasilica 15: 63-72.
  • Durigan, G. & Ratter, J.A. 2006. Successional changes in Cerrado and Cerrado/Forest ecotonal vegetation in Western São Paulo State, Brazil, 1962-2000. Edinburgh Journal of Botany 63: 119-130.
  • EPE - Empresa de Pesquisa Energética. 2006. Avaliação ambiental integrada dos aproveitamentos hidrelétricos da bacia do rio Paranaíba. Ministério de Minas e Energia, Brasília. 466p.
  • Espírito-Santo, F.D.B.; Oliveira-Filho, A.T; Machado, E.L.M.; Souza, J.S.; Fontes, M.A.L. ; Marques, J.J.G.S.M. 2002. Variáveis ambientais e a distribuição de espécies arbóreas em um remanescente de floresta estacional semidecídua montana no campus da Universidade Federal de Lavras, MG. Acta Botanica Brasilica 16: 331-356.
  • Felfili, J.M. 2003. Fragmentos de florestas estacionais do Brasil central: diagnóstico e propostas de corredores ecológicos. In: Costa, R.B. Fragmentação florestal e alternativas de desenvolvimento rural na região Centro-Oeste. UCDB, Campo Grande. Pp. 139-160.
  • Fonseca, M.S. & Silva Júnior. M.C. 2004. Fitossociologia e similaridade florística entre trechos de Cerrado sentido restrito em interflúvio e em vale no Jardim Botânico de Brasília, DF. Acta botanica brasilica 18: 19-29.
  • Frelich, L.E.; Sugita, S.; Reich, P.B.; Davis, M.B. & Friedman, S.K. 1998. Neighbourhood effects in forests: implications for within-stand patch structure. Journal of Ecology 86: 149-161.
  • Haidar, R. F.; Felfili, J. M.; Pinto, J. R. R. & Fagg. C. W. 2005. Fitossociologia da vegetação arbórea em fragmentos de floresta estacional, no Parque Ecológico Altamiro de Moura Pacheco, GO. Boletim do Herbário Ezechias Paulo Heringer 15: 19-46.
  • Hill, J.L. & Curran, P.J. 2003. Area, shape and isolation of tropical forest fragments: effects on tree species diversity and implications for conservation. Journal of Biogeography 30: 1391-1403.
  • Imaña-Encinas, J.; Macedo, L. A. & Paula, J. E. 2007. Florística e fitossociologia de um trecho da floresta estacional semidecidual na área do Ecomuseu do Cerrado, em Pirenópolis-Goiás. Cerne 13: 308-320.
  • Joly, C.A. 2007. Biodiversidade e mudanças climáticas: contexto evolutivo, histórico e político. Ambiente e Sociedade X: 169-172.
  • Ledru, M. P. 1993. Late Quaternary environmental and climatic changes in central Brazil. Quaternary Research 39: 90-98.
  • Ledru, M.P.; Braga, P.I.S.; Soubiès, F.; Fournier, M.; Martin, L.; Suguio, K. & Turcq, B. 1996. The last 50,000 years in the Neotropics (southern Brazil): evolution of vegetation and climate. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology 123: 239-257.
  • Ledru, M.P.; Mourguiat, P. & Riccomini, C. 2009. Related changes in biodiversity, insolation and climate in Atlantic rainforest since de last interglacial. Palaeogeography, palaeoclimatology, Palaeoecology 271: 140-152.
  • Ledru, M.P.; Salgado-Labouriau, M.L. & Lorscheitter, M.L. 1998. Vegetation dynamics in southern and central Brazil during the last 10,000 yr B.P. Review of Palaeobotany and Palynology 99: 131-142.
  • Leitão Filho, H.F. 1987. Considerações sobre a florística de florestas tropicais e sub-tropicais do Brasil. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais 35: 41-46.
  • Lenoir, J.; Gégout, J.C.; Marquet, P.A.; Ruffray, P. de & Brisse, H. 2008. A significant upward shift in plant species optimum elevation during the 20th century. Science 320: 1768-1771.
  • Malhi, Y.; Roberts, J.T.; Betts, R.A.; Killeen, T.J.; Li, W. & Nobre, C.A. 2008. Climate change, deforestation, and the fate of the Amazon. Science 319: 169-172.
  • Mantgem, P. van; Stephenson, N.L.; Byrne, J.C.; Daniels, L.D.; Franklin, J.F.; Fulé, P.Z.; Harmon, M.E.; Larson, A.J.; Smith, J.M.; Taylor, A.H. & Veblen, T.T. 2009. Widespread increase of tree mortality rates in the western United States. Science 323: 521-524.
  • Martins, F.R. 1991. Estrutura de uma floresta mesófila. Ed. UNICAMP, Campinas. 246p.
  • McCune, B. & Mefford, M.J. 1999. PC-ORD 4.0: multivariate analysis of ecological data, user guide. MjM Software Design, Oregon.
  • Meira-Neto, J.A.A. & Martins, F.R. 2002. Composição florística de uma floresta estacional semidecidual montana no município de Viçosa-MG. Revista Árvore 26: 437-446.
  • Mendonça, R.C.; Felfili, J.M.; Walter, B.M.; Silva Júnior., M.C.; Rezende, A.V.; Filgueiras, T.S. & Nogueira, P.E. 1998. Flora vascular do bioma Cerrado. In: Sano, S.M. & Almeida, S.P. Cerrado: ambiente e flora. EMBRAPA Cerrado, Planaltina. Pp. 287-556.
  • MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2000. Avaliações e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos. MMA/SBF, Brasília. 40p.
  • Mueller-Dombois, D. & Ellenberg, H. 1974. Aims and Methods of Vegetation Ecology. John Wiley & Sons, New York. 547p.
  • Nascimento, A.R.T.; Felfili, J.M. & Meirelles, E.M. 2004. Florística e estrutura da comunidade arbórea de um remanescente de floresta estacional decidual de encosta, Monte Alegre, Goiás, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18: 659-669.
  • Oliveira-Filho, A.T. 2006. Catálogo das árvores nativas de Minas Gerais: mapeamento e inventário da flora nativa e dos reflorestamentos de Minas Gerais. Editora UFLA, Lavras. 423p.
  • Oliveira-Filho, A.T. 2009. Treeatlan 1.0: Flora arbórea da Mata Atlântica e domínios adjacentes - um banco de dados envolvendo geografia, diversidade e conservação. Available in <http:// http://www.icb.ufmg.br/treeatlan>. Accessed 7 Dec 2009.
    » http:// http://www.icb.ufmg.br/treeatlan
  • Oliveira-Filho, A.T.; Carvalho, D.A.; Vilela, E.A.; Curi, N. & Fontes, M.A.L. 2004. Diversity and structure of the tree community of a fragment of tropical secondary forest of the Brazilian Atlantic Forest domain 15 and 40 years after logging. Revista Brasileira de Botânica 27: 685-701.
  • Oliveira-Filho, A.T.; Curi, N.; Vilela, E.A. & Carvalho, D.A. 2001. Variation in tree community composition and structure with changes in soil properties within a fragment of semideciduous forest in south-eastern Brazil. Edinburgh Journal of Botany 58: 139-158.
  • Oliveira-Filho, A.T. & Fontes, M.A.L. 2000. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forest in southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica 32: 793-810.
  • Oliveira-Filho, A.T. & Ratter, J.A. 2000. Padrões florísticos das matas ciliares da região dos cerrados e a evolução das paisagens do Brasil central durante o Quaternário tardio. In: Rodrigues, R.R. & Leitão Filho, H.F. Matas ciliares: bases multidisciplinares para estudo, conservação e restauração. EDUSP, São Paulo. Pp. 73-89.
  • Oliveira-Filho, A.T. & Ratter, J.A. 2002. Vegetation physiognomies and woody flora of the Cerrado Biome. In: Oliveira, P.S. & Marquis, R.J. The Cerrados of Brazil: ecology and natural history of a Neotropical savanna. Columbia University Press, New York. Pp. 91-120.
  • Ratter, J.A.; Bridgewater, S & Ribeiro, J.F. 2003. Analysis of floristic composition of Brazilian Cerrado vegetation III: comparison of the woody vegetation of 376 areas. Edinburgh Journal of Botany 60: 57-109.
  • Ribeiro, J.F. & Walter, B.M.T. 1998. Fitofisionomias do bioma cerrado. In: Sano, S.M. & Almeida, S.P. Cerrado: ambiente e flora. EMBRAPA Cerrado, Planaltina. Pp. 89-166.
  • Ribeiro, J.F.; Sano, S.M.; Macedo, J.; Silva, J.A. 1983. Os principais tipos fisionômicos da região dos cerrados. Boletim de Pesquisas 21. EMBRAPA Cerrado, Planaltina.
  • Rizzini, C.T. 1979. Tratado de Fitogeografia do Brasil aspectos sociológicos e florísticos. Hucitec, São Paulo. 374p.
  • Roberts, M.R. & Gillian, F.S. 1995. Patterns and mechanisms of plant diversity in forested ecosystems: implications for forest management. Ecological Applications 5: 969-977.
  • Rosa, A.G. & Schiavini, I. 2006. Estrutura da comunidade arbórea em um remanescente florestal urbano (Parque do Sabiá, Uberlândia, MG). Bioscience Journal 22: 151-162.
  • S.O.S. Mata Atlântica & INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 2008. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica Período 2000-2005. Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, São Paulo. 157p.
  • Sabbag, S. C. 2003. Desmatamento. Informativo técnico. IBAMA/MMA, Brasília.
  • Salis, S.M.; Silva, M.P.; Mattos, P.P.; Silva, J.S.V.; Pott, V.J. & Pott, A. 2004. Fitossociologia de remanescentes de floresta estacional decidual em Corumbá, estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 671-684.
  • SEPLAN-GO - Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás. 2005. Anuário estatístico do estado de Goiás-2005. SEPLAN, Goiânia. 826p.
  • Silva, J.M.C. ; Bates, J.M. 2002. Biogeographic patterns and conservation in the South America Cerrado: a tropical savanna hotspot. BioScience 52: 225-233.
  • Silva, L.A. & Scariot, A. 2004. Comunidade arbórea de uma floresta estacional decídua sobre afloramento calcário na bacia do Paraná. Revista Árvore 28: 61-67.
  • Souza, J.P.; Araújo, G.M. & Haridasan, M. 2007. Influence of soil fertility on the distribution of tree species in a deciduous forest in the Triângulo Mineiro region of Brazil. Plant Ecology 191: 253-263.
  • Souza, J.P.; Araújo, G.M.; Schiavini, I. & Duarte, P.C. 2006. Comparation between canopy trees and arboreal lower strata of urban semideciduous seasonal forest in Araguari-MG. Brazilian Archives of Biology and Technology 49: 775-783.
  • Sposito, T. C. & Stehmann, J. R. 2006. Heterogeneidade florística e estrutural de remanescentes florestais da Área de Proteção Ambiental ao sul da região metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul-RMBH), Minas Gerais, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 347-362.
  • Tabarelli, M.; Cardoso, J. M. & Gascon, C. 2004. Forest fragmentation synergisms and the impoverishment of neotropical forests. Biodiversity and Conservation 13: 1419-1425.
  • Tabarelli, M. & Mantovani, W. 1999. A regeneração de uma Floresta Tropical Montana após corte e queima (São Paulo-Brasil). Revista Brasileira de Biologia 59: 239-250.
  • Tropicos.org. 2010. Missouri Botanical Garden. Available in <http://www.tropicos.org>. Accessed 25 Nov 2009.
    » http://www.tropicos.org
  • Whittaker, R.H. 1972. Evolution and measurement of species diversity. Taxon 22: 213-251.
  • Zar, J.H.; 1999. Biostatistical analysis. Prentice-Hall, New Jersey. 929p.

Publication Dates

  • Publication in this collection
    Jan-Mar 2011

History

  • Received
    05 Apr 2010
  • Accepted
    13 Sept 2010
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br