Acessibilidade / Reportar erro

Myrceugenia (Myrtaceae) ocorrentes no Parque Nacional do Itatiaia, Rio de Janeiro

Myrceugenia (Myrtaceae) occurring in Itatiaia National Park, Rio de Janeiro

RESUMO

Realizou-se o estudo morfológico e taxonômico dos táxons de Myrceugenia O. Berg (Myrtaceae) do Parque Nacional do Itatiaia e avaliou-se a utilização dos caracteres vegetativos e elementos florais como informação diagnóstica. O estudo consta de descrições, chave analítica, observações de campo efetuadas durante as coletas e levantamento de herbários. Foram assinalados para a area oito táxons: Myrceugenia alpigena (DC.) Landrum var. alpigena; M bracteosa (DC.) D. Legrand & Kausel; M campestris (DC.) D. Legrand & Kausel; M cucullata D. Legrand; M glaucescens var. latior Burret (Landrum); M miersiana (Gardner) D. Legrand & Kausel, M ovata var. regnelliana (O. Berg) Landrum e M seriatoramosa (Kiaersk.) D. Legrand & Kausel. Os caracteres diagnósticos considerados para os táxons foram forma da inflorescência, do botão floral, dos prófilos e lobos calicinais bem como presença e ausência de nervura intramarginal. Os caracteres vegetativos por si só não constituíram elementos suficientemente diagnósticos para os táxons ocorrentes na área. Foram registradas duas novas ocorrências para o estado do Rio de Janeiro: M campestris e M cucullata.

Palavras-chave:
Myrtaceae; Myrceugenia; Itatiaia; Rio de Janeiro; Mata Atlântica

ABSTRACT

A morphological and taxonomic analysis of the species of Myrceugenia O. Berg (Myrtaceae) in Itatiaia National Park, Rio de Janeiro, Brazil, was carried out. In addition to determining the species present in the Park, the usefulness of vegetative and floral characters as diagnostic tools was evaluated. The study includes descriptions, an identification key, observations made in the field and from herbarium collections. Eight taxa were identified: Myrceugenia alpigena (DC.) Landrum var. alpigena; M bracteosa (DC.) D. Legrand & Kausel; M campestris (DC.) D. Legrand & Kausel; M cucullata D. Legrand; M glaucescens var. latior Burret (Landrum); M miersiana (Gardner) D. Legrand & Kausel, M seriatoramosa (Kiaersk.) M ovata var. regnelliana (O. Berg) Landrum and M. seriatoramosa (Kiaersk.) D. Legrand & Kausel. Diagnostic characters found useful were the shapes of the inflorescence, the flower bud, the prophyll and the calyx-lobes, as well as the presence or absence of an intramarginal vein. Vegetative characters alone are not diagnostic to distinguish the species of Myrceugenia in the Park. Two new occurrences for the state of Rio de Janeiro were registered: M campestris and M cucullata.

Key-words:
Myrtaceae; Myrceugenia; Itatiaia; Rio de Janeiro; Atlantic Forest

Texto completo disponível apenas em PDF.

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC-CNPq pela oportunidade de vivência da prática científica e bolsa concedida; a Dra. Graziela M. Barroso pelo carinho e valioso e entusiasmado auxilio a introdução no desafiante mundo das Myrtaceae; ao Programa Mata Atlântica (PMA), do qual este estudo faz parte, pelo apoio ao desenvolvimento do plano; à Petrobras financiadora do PMA; aos curadores dos herbários citados; as Dras. Marli P. Morim e Ariane Luna Peixoto pelas críticas e sugestões; ao Dr. Wayt Thomas pela revisão do abstract e a Maria Alice Resende pelas ilustrações Botânicas que fazem parte deste estudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Barroso, G. M. et al. 1984. Myrtaceae. In: Sistemática de Angiospermas do Brasil. Minas Gerais - Viçosa, v. 2, 1º edição, Editora UFV, 377 p.
  • ______. & Marques, M. do C. M. 1997. MyrtaceaeIn: Marques, M. do C. M., Vaz, A. S da F., Marquete, R. (orgs.). Flórula da Apa Cairuçu, Parati, RJ: Espécies Vasculares. Rio de Janeiro. Série e Estudos e Contribuições 14: 314-382.
  • ______. Morim, M. P., Peixoto, A. L. & Ichaso, C. L. F. 1999. Frutos e Sementes: Morfologia aplicada a sistemática de dicotiledôneas, Viçosa, Editora UFV, 443p.
  • ______. & Peron, M. 1994. Myrtaceae In: Lima, M. P. M. de, Guedes-Bruni, R. R. (orgs). Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ: Aspectos Florísticos das Espécies Vasculares. v. 1. Rio de Janeiro, Jardim Botânico do Rio de Janeiro: 261-296.
  • Brade, A. C. 1956. A Flora do Parque Nacional do Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia. 5: 1-92.
  • Briggs, B. G. & L. A. S. Johnson. 1979. Evolution in the Myrtaceae- Evidence from inflorescence struture. Proceedings of the Linnean Society of New South Wales 102:157-256.
  • Brummitt, R. K. & Powell, C. E. 1992. Authors of the plant names. Kew, Royal Botanic Gardens, 732 p.
  • Forster, A. S. 1974. Practical Plant Anatomy. New York and London, R. E. K. Publishing Co. Huntington. 228 p.
  • Guedes-Bruni, R. R. 1998. Composição, Estrutura e Similaridade Florística de Dossel em Seis Unidades Fisionômicas de Mata Atlântica no Rio de Janeiro. São Paulo. Universidade de São Paulo. (Tese de Doutorado), 231 p.
  • Harrington, H. D. & Durrel, L. W. 1957. How identify to plants. The Swallow Press, Inc. Chicago, 203 p.
  • Hickey, L. J. 1974. Classification of the architeture of dicotyledonous leaves. America Journal Botany 60(1): 17-33.
  • Holmgren, P. K., Holmgren, N. H., Barnett, L. 1990. Index Herbariorum. 8ª. ed. Internacional Association for taxonomy, New York, 693p.
  • IBAMA. 1997. Brasil: Parques Nacionais. São Paulo: Empresa das Artes, Brasilia: Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal.
  • IBGE. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, 124 p.
  • Kausel, E. 1947. Notas Mirtológicas. Lilloa 13: 125-149.
  • Kawasaki, M. L. 1989. Flora da Serra do Cipó, MG, Brasil: Myrtaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São. Paulo 11: 121-170.
  • Lawrence, G. H. M.; Buchheim, A. F. G., Daniels, G. S., Dolezal, H. 1968. B-P-H (Botanico-Periodicum-Huntianum). Hunt Botanical Library, Pittsburg, 1063 p.
  • Landrum, L. R. 1981. A monograph of the genus Myrceugenia (Myrtaceae). Flora Neotropica, Monograf. 29: 1-137.
  • ______. 1984. Taxonomic implications of the discovery of calyptrate species of Myrceugenia (Myrtaceae). Brittonia 36(2): 161-166.
  • ______. & Kawasaki, M. L. 1997. The genera of Myrtaceae in Brazil: an illustrated synoptic treatment and identification keys. Brittonia 49(4): 508-536.
  • Legrand, C. D. 1957. Representantes Neotropicales del género Myrceugenia Darwiniana 11(2): 293-365.
  • ______. 1968. Myrtaceas Del Uruguai III. Boletin de la Facultad de Agronomia de Montevideo 101: 15-17.
  • ______. & Klein, R. M. 1970. Mirtaceas: Myrceugenia In: REITZ, R. M. (ed.). Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí. 453 p.
  • Leitao-Filho, H. F. (coordenador). 1993. Ecologia da Mata Atlântica de Cubatão (São Paulo). Publishers: ed. Unesp, São Paulo and ed. Unicamp, Campinas.
  • Lughadha, E. N. 1995. Myrtaceae In: B. L. Stannard (ed.), Flora of the Pico das Almas. Royal Botanical Gardens, Kew: 492-517.
  • Lughadha, E. N. & Snow, N. 2000. Biology and Evolution of the Myrtaceae: A symposium. Kew Bulletin 55: 591-592.
  • McVaugh, R. 1958. Myrtaceae. In: Maguire, J. F. (ed.), Flora do Peru. Field Museum Publications in Botany 13(4): 569-818.
  • ______.1968. The genera of american Myrtaceae-an interim report. Taxon 17: 354-418.
  • Mattos, J. R. 1984. Myrtaceae do Rio Grande do Sul. Roessleria 5(2): 169-359.
  • Mazine, F. F. 1998. Estudo taxonômico das Myrtaceae ocorrentes nos campos de altitude do Parque Nacional do Caparão (ES/MG). São Paulo. Universidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado.
  • Metcalfe, C. R. 1987. Anatomy of the Dicotyledons. Vol. III. 2ª. ed. Oxford. Claredon Press. 223 p.
  • Oliveira-Filho, A. T. & Fontes, M. L. 2000. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forest in South-eastern Brazil and the influence of climate. Biotropica 32(4b): 793-810.
  • Peixoto, A. L. & Gentry, A. 1990. Diversidade e composição florística da mata de tabuleiro na Reserva Florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil). Revista Brasileira de Botânica 13: 19-25.
  • Programa Mata Atlântica. 1999. Relatório Técnico-Cientifico. Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
  • Radford, A. E. 1986. Fundamentals of plant systematics. Harper & Row, Publ. Inc. New York, 498 p.
  • Reitz, R., Klein, R. M. & Reis, A.1978. Projeto Madeira de Santa Catarina. Sellowia 28-30: 1-320.
  • Ribeiro, K. T. & Medina, B. M. O. 2002. Estrutura, Dinâmica e Biogeografia das Ilhas de vegetação Sobre Rocha do Planalto do Itatiaia, RJ. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 10: 1-84.
  • Rizzini, C. T. 1977. Sistematização terminológica da folha. Rodriguesia 29(42): 103-125.
  • Sanchez-Vindas, P. 1990. Myrtaceae. In: A. Gomez-Pompa (ed.). Flora de Veracruz 62: 1-146.
  • Siqueira, M. F. de. 1994. Analise florística e ordenação de espécies arbóreas da Mata Atlântica através de dados binários. Campinas, Universidade Estadual de Campinas (Dissertação de Mestrado). 143p.
  • Soares-Silva, L. H. 2000. A família Myrtaceae -Subtribos: Myrciinae e Eugeniinae na Bacia Hidrográfica do rio Tibagi, estado do Paraná, Brasil. Campinas, SP: [s.n.]. Tese de doutorado -Universidade Estadual de Campinas. 229 p.
  • Stafleu, F. A. & Cowan, R. S. 1981. Taxonomic Literature. Bohn, Scheltma & Holkema. Utrecht. V. 2. 991 p.
  • Stearn, W. T. 1993. Botanical Latin, ed. 4, David & Charles, Newton Abbot. Great Britain, 566 p.
  • Stritmatter, C. G. D. 1973. Nueva tecnica de diafanizacion. Boletin de la Sociedad Argentina de Botánica, 15(1):126-129.
  • Weberling, F. 1992. Morphology of flowers and inflorescences. Cambridge University Press. Cambridge, 405 p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Dec 2004

Histórico

  • Recebido
    Dez 2003
  • Aceito
    Jul 2004
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br