Acessibilidade / Reportar erro

O gênero Evolvulus (Convolvulaceae) no estado de Pernambuco, Brasil

The genus Evolvulus (Convolvulaceae) in the state of Pernambuco, Brazil

Resumo

O gênero Evolvulus compreende cerca de 100 espécies distribuídas ao longo das Américas, com duas espécies pantropicais, Evolvulus nummularius e E. alsinoides. Para o Brasil, são registradas atualmente 73 espécies, sendo o Cerrado e Caatinga os principais centros de diversidade. Este estudo teve como objetivo realizar o tratamento taxonômico de Evolvulus no estado de Pernambuco. Foram realizadas 17 expedições e analisadas 512 espécimes provenientes de 26 herbários. A diversidade do gênero está contemplada por 17 espécies no estado de Pernambuco, sendo a maioria amplamente distribuída no Brasil, com exceção de E. daphnoides e E. saxatilis que são restritas ao domínio Caatinga. Evolvulus filipes e E. glomeratus destacam-se por serem comuns, ocorrendo em todo o estado. Evolvulus elaegnifolius, E. sericeus e E. tenuis apresentam distribuição disjunta entre as Zonas da Mata da floresta atlântica e do Sertão. A maioria das espécies ocorre em vegetação de Caatinga hiperxerófila sobre areia quartzosa, na zona do Sertão, exceto E. nummularius, que se restringe à Zona da Mata, onde está associada a solos podzólicos. Evolvulus glomeratus ocorre também em afloramento rochoso, enquanto E. saxatilis and E. saxifragus estão restritas a esse tipo de habitat na área de estudo. Apresentamos uma chave de identificação, descrições morfológicas, distribuição geográfica, comentários taxonômicos, ecológicos e ilustrações das espécies.

Palavras-chave:
biodiversidade; Caatinga; flora do Brasil; Solanales; taxonomia

Abstract

The genus Evolvulus comprises species distributed throughout Americas, with two pantropical, E. nummularius and E. alsinoides. Currently in Brazil there are 73 species cataloged, most of them widespread, with Cerrado and Caatinga as the main diversity centers. This study aimed to carry out a taxonomic treatment of Evolvulus in the Brazilian state of Pernambuco. There were conducted 17 field expeditions and analysed 512 specimens from 26 herbaria. The diversity of the genus is contemplated by 17 species in Pernambuco, most of them widely distibuted in Brazil, except for E. daphnoides and E. saxatilis, which are endemic to Caatinga domain. E. filipes and Evolvulus glomeratus stands out as the most common species, present in all physiographic zones. Evolvulus elaegnifolius, E.sericeus and E. tenuis shows a disjoint distribution between the Atlantic forest and “Sertão” (backwoods). Most species are associated with hyperxerophytic Caatinga on sandy soils, in the physiographic zone of the “Sertão”, except E. nummularius that is restricted to the Atlantic forest, associated with podzolic soils. Evolvulus glomeratus also occurs on rocky outcrops, while E. saxatilis and E. saxifrages are restricted to this habit throughout the state. We present here an identification key, morphological descriptions, geographic distribution, ecological and taxonomic comments, and illustations.

Key words:
biodiversity; Caatinga; Brazilian flora; Solanales; taxonomy

Introdução

Evolvulus L. inclui cerca de 100 espécies distribuídas predominantemente nas Américas, com duas pantropicais: Evolvulus alsinoides (L.) L. e E. nummularius (L.) L. (Ooststroom 1934Ooststroom SJ (1934) A monograph of the genus Evovulus. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteitte Utrecht 14:1-267.). No Brasil, são conhecidas atualmente 73 espécies distribuídas em todas as regiões e domínios fitogeográficos. Dentre estes, Cerrado e Caatinga apresentam a maior diversidade de espécies deste gênero no Brasil, com 59 (18 endêmicas) e 42 espécies (oito endêmicas), respectivamente (BFG 2018). Estas espécies ocorrem preferencialmente em ambientes abertos como campo de altitude, campo de várzea, campo limpo, campo rupestre, restingas e áreas antropizadas. Para a Região Nordeste, até o momento, foram reconhecidas 55 espécies, as quais representam 71% das espécies registradas no Brasil. Dentre os estados nordestinos com maior número de representantes de Evolvulus, destacam-se: Bahia (53 espécies), Piauí (21 espécies) e Ceará (20 espécies) (BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.). Já em Pernambuco, estavam registradas 21 espécies, dentre as quais uma é endêmica da Região Nordeste (BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.).

O gênero é monofilético (Stefanovic et al. 2002Stefanovic S, Krueger L, & Olmstead RG (2002) Monophyly of the Convolvulaceae and circumscription of their major lineages based on DNA sequences of multiple chloroplast loci. American Journal of Botany 89: 1522., 2003Stefanovic S, Austin DF, & Olmstead RG (2003) Classification of Convolvulaceae: a phylogenetic approach. Systematic Botany 28: 797-806.) e caracterizado por apresentar tricomas malpighiáceos, dois estiletes livres ou unidos na base, cada um com dois estigmas filiformes ou subclavados e sementes glabras (Ooststroom 1934Ooststroom SJ (1934) A monograph of the genus Evovulus. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteitte Utrecht 14:1-267.). A hipótese filogenética mais recente da família posiciona Evolvulus na tribo Cresseae, junto com os gêneros Bonamia Thouars, Cressa L., Hildebrandtia Vatke, Itzaea Standl. & Steyerm., Neuropeltis Wall., Neuropeltopsis Ooststr., Seddera Hochst., Stylisma Raf. e Wilsonia R. Br., e se dintigue destes grupos correlatos por apresentar estigmas bífidos, filiformes a subclavados, ao invés de inteiros e globosos (Stefanovic et al. 2003Stefanovic S, Austin DF, & Olmstead RG (2003) Classification of Convolvulaceae: a phylogenetic approach. Systematic Botany 28: 797-806.).

Várias espécies do gênero destacam-se pelo potencial ornamental, com destaque para E. glomeratus Nees & Mart. e E. pusillus Choisy (Souza & Lorenzi 2012Souza V, & Lorenzi H (2012) Botânica sistemática. Guia ilustrado para identificação das familias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil. 3a ed. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa. 768p.); como forrageiras, a exemplo de E. lithospermoides Mart., E. phyllanthoides Moric. e E. pterocaulon Moric. (Giulietti & Queiroz 2006Giulietti AM, & Queiroz LP (2006) Apium Plantae. Vol. 3. IMSEAR, Recife. 130p. ); medicinal, como E. alsinoides L. que apresenta atividade ansiolítica (Patil & Dixit 2009Patil A, & Dixit VK (2009) Anxiolytic activity of Evolvulus alsinoides and Convolvuluspluricaulis in rodents. Pharmaceutical Biology 47:44-451.); e outras espécies, como E. saxifragus Mart. que apresentam metabólitos importantes na perspectiva futura da avaliação de suas propriedades biológicas (Queiroga 2013Queiroga CS (2013) Novas substâncias isoladas de Evolvulus linarioides Meisn. (Convolvulaceae). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Paraíba, Paraíba. 87p.).

Na atual circunscrição infragenérica, proposta por Ooststroom (1934)Ooststroom SJ (1934) A monograph of the genus Evovulus. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteitte Utrecht 14:1-267., e aqui adotada, o gênero possui sete seções baseadas na morfologia da inflorescência, posição das flores, padrões biométricos e morfológicos das brácteas e bractéolas (Ooststroom 1934Ooststroom SJ (1934) A monograph of the genus Evovulus. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteitte Utrecht 14:1-267.). Evolvulus sect. Linoidei Meisn (seis espécies) caracteriza-se por apresentar subarbustos ou arbustos, folhas estreitas, face abaxial serícea a tomentosa, flores axilares em dicásio; E. sect. Paniculati Peter caracteriza-se por possuir inflorescência em panícula e é representada apenas por E. paniculatus (Bonpl.) Spreng.; E. sect. Passerinoidei Meisn. (16 espécies) caracteriza-se por apresentar subarbustos ou arbustos, flores sésseis e axilares; E. sect. Involucrati Ooststr., (duas espécies) caracterizada por apresentar inflorescências espiciformes com brácteas basais semelhantes às folhas, tornando-se semelhantes as bractéolas em direção ao ápice; E. sect. Lagopodini Meisn. (cinco espécies), apresenta inflorescência espiciforme com todas as brácteas semelhantes às sépalas; E. sect. Alsinoidei Meisn. caracterizada por ser prostrada, ascendente ou ereta, flores axilares em dicásios e pedicelo presente, sendo dividida em duas subseções: E. subsect. Pedunculati Ooststr. (26 espécies) com flores pedunculadas, e E. subsect. Epedunculati Ooststr. (28 espécies) com flores sésseis; E. sect. Phyllostachyi Meisn. (15 espécies) inclui espécies com inflorescência terminal espiciforme, com todas as brácteas semelhantes às folhas (Ooststroom 1934Ooststroom SJ (1934) A monograph of the genus Evovulus. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteitte Utrecht 14:1-267.).

A Flora brasiliensis, segundo Meissner (1869)Meissner CF Convolvulaceae (1869). In: Martius CPF, & Eichler AG. (org.) Flora brasiliensis 72-124. ainda é o tratamento taxonômico mais abrangente do gênero no Brasil, entretanto, o estudo de Silva (2013)Silva CV (2013) Revisão taxonômica de Evolvulus L.-seção Phyllostachyi Meisn. (Convolvulaceae). Tese de Doutorado. Instituto de Botânica, SãoPaulo. 133p. para E. sect. Phyllostachii representa o trabalho mais recente de cunho revisional para o país. Outros estudos taxonômicos regionais foram realizados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste (Silva 2008Silva CV (2008) O gênero Evolvulus L. (Convolvulaceae) no estado de São Paulo e no Distrito Federal, Brasil. Dissertação de Mestrado. Instituto de Botânica, São Paulo. 72p.) e Sul (Ferreira et al. 2014Ferreira PPA, Simão-Bianchini R, & Miotto STS (2014) O gênero Evolvulus L. (Convolvulaceae) na Região Sul do Brasil. Iheringia, Série Botãnica 69: 201-214.). Nas floras locais que abrangem Convolvulaceae, o gênero é apenas citado (Falcão 1971Falcão JIA (1971) Monografia do gênero Evolvulus L. no Brasil (Convolvulaceae). Rodriguésia 26:1-90., 1977Falcão JIA (1977) Contribuição ao estudo das Convolvulaceae da Bahia. Rodriguésia 29:41-101., 1978Falcão WFA (1978) Contribuição ao estudo das Convolvulaceae do Espírito Santo. Rodriguésia 33:56-101., 1984Falcão WFA (1984) Contribuição ao estudo das Convolvulaceae do Ceará. Rodriguésia 36:58-57.; Buril et al. 2013Buril MT, Delgado G, Barbosa MRV, & Alves M (2013) Convolvulaceae da Região do Cariri Paraibano. Revista Nordestina de Biologia 21: 3-26.; Delgado-Júnior et al. 2014Delgado-Júnior Buril MT, & Alves M (2014) Convolvulaceae doParque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 65: 425-442.). Para a Região Nordeste, se destaca o inventário realizado para Morro do Chapéu, Bahia, no qual foram registradas 12 espécies, além do reestabelecimento de E. echioides Meisn. (Junqueira & Simão-Bianchini 2006Junqueira MER, & Simão-Bianchini R (2006) O gênero Evolvulus L. (Convolvulaceae) nomunicípio de Morro do Chapéu, BA, Brasil. Acta Botânica Brasilica 20: 152-172.).

Apesar da sua representatividade no Brasil, Evolvulus ainda é pouco estudado, o que reflete em coleções muitas vezes erroneamente determinadas nos acervos dos herbários, comprometendo o conhecimento referente à riqueza taxonômica e distribuição geográfica de suas espécies. Além disso, o desenvolvimento de estudos taxonômicos pode levantar novos caracteres úteis para a delimitação de espécies do gênero. Diante do exposto, apresentamos aqui o tratamento taxonômico de Evolvulus no estado de Pernambuco, com chave de identificação, descrições, comentários taxonômicos e ecológicos, ilustrações, mapas, status de conservação e distribuição geográfica.

Material e Métodos

Pernambuco localiza-se no centro-leste da Região Nordeste do Brasil, nas coordenadas 08º04’S, 37º15’W, limitado pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí e banhado pelo Oceano Atlântico (Fig. 1). Apresenta uma área de 98.311 km², influenciada pelo clima Tropical Atlântico no litoral e semiárido no interior. Geomorfologicamente, o estado apresenta relevo plano no litoral, além de várzeas, e atravessado pelo planalto da Borborema na Região central, com depressões de leste a oeste. Apresenta temperaturas médias anuais que variam de 25-30°C e precipitações médias anuais de 50-200 mm, atingindo até 600 mm, geralmente no mês de junho (Silva et al. 1993Silva FBR, Riché GR, Tonneau JP, Souza Neto NC, Brito LTL, Correia RC, Cavalcanti AC, Silva FHBB, Silva AB, Araújo Filho JC, & Leite AP (1993) Zoneamento agroecológico do Nordeste, diagnóstico do quadro natural e agrossocioeconômico. Embrapa, Petrolina. 387p.). O estado possui maior extensão de leste a oeste, onde são delimitadas as zonas fisiográficas: Litoral, Zona da Mata, Agreste e Sertão (Jacomine et al. 1973Jacomine PKT, Almeida JC, & Medeiros LAR (1973) Levantamento exploratório - reconhecimento de solos do estado de Pernambuco. Superintendencia do Desenvolvimento do Nordeste, Recife, PE. Boletim Técnico 1: 1.). Em termos vegetacionais, o estado é dividido em quatro zonas fitogeográficas: Litoral, Mata, Caatinga e Savana. Dentre essas zonas, a caatinga destaca-se por ocupar uma extensão de 5/6 de área no estado, e está dividida em hiperxerófila e hipoxerófila (Andrade-Lima 1960Andrade-Lima D (1960) Estudos fitogeográficos de Pernambuco. Arquivos do Instituto de Pesquisas Agronômicas 5: 305-341.).

Figura 1
Localização geográfica da área de estudo, Pernambuco.
Figure 1
Geographical location of the study area, Pernambuco.

Este estudo foi desenvolvido a partir de levantamento bibliográfico, excursões de campo e análise de 510 exsicatas provenientes de herbários locais (HST [Herbário Sérgio Tavares, não indexado], HVASF*, IPA*, PEUFR*, UFP*) e de outros estados do Brasil (ALCB, BHCB, COR, ASE, EAC*, ESA, FCAB, FUEL, HCDAL, HESB, HUEFS, HTSA, HUTO, ICN, INPA, JPB, MAC, RB, R, UEC), além de um herbário estrangeiro (NY), designados por seus acrônimos conforme o Index Herbariorum (Thiers, continuously updated 2017Thiers B [continuously updated] Index herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em <http://sweetgum.nybg.org/science/ih/> Acesso em 2 janeiro 2018.
http://sweetgum.nybg.org/science/ih/...
). Os acrônimos marcados com asteríscos representam os acervos visitados pessoalmente, e as exsicatas provenientes dos demais herbários foram analisadas através de fotos ou empréstimos.

Foram realizadas 17 excursões de campo entre os meses de fevereiro a agosto/2017, compreendendo os municípios de Afrânio, Buíque, Caruaru, Cabrobó, Floresta, Flores, Petrolina, Santa Cruz da Baixa Verde, Serra Talhada, Taquaritinga do Norte e Triunfo. O período de coleta foi estabelecido de acordo com os dados de floração e/ou frutificação indicados nas etiquetas de exsicatas. Para as coletas, foram realizadas caminhadas aleatórias em áreas propícias a ocorrências das espécies, durante as quais foram coletados espécimes férteis, acondicionando, sempre que possível, flores em álcool 70% para análise morfológica e folhas em sílica para estudos moleculares futuros. Além disso, foram coletadas informações sobre dados fenológicos e georreferenciamento dos espécimes.

O material botânico foi processado de acordo com os procedimentos usuais em taxonomia (Mori et al. 1989Mori AS, Silva LAM, Lisboa G, & Coradin L (1989) Manual de Manejo do Herbário Fanerogâmico. 2a ed. Centro de Pesquisas do Cacau, Itabuna. 104p.) e incorporados ao acervo do herbário Professor Vasconcelos Sobrinho (PEUFR) da Universidade Federal Rural de Pernambuco, com duplicatas encaminhadas para os herbários HUEFS, K e SP. As identificações foram realizadas a partir de consulta à revisão do gênero (Ooststroom 1934Ooststroom SJ (1934) A monograph of the genus Evovulus. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteitte Utrecht 14:1-267.), a protólogos e imagem das coleções typus, quando necessário. Para a descrição morfológica, seguiu-se a terminologia proposta por Harris & Harris (2001)Harris J, & Harris M (2001) Plant identification terminology: an illustrated glossary. 2a ed. Spring Lake Publishing, Utah. 216p., e os dados de floração e/ou frutificação e forma de crescimento (hábito) foram determinados a partir das etiquetas de exsicatas e observações pessoais.

A distribuição geográfica está de acordo com literatura (Ooststroom 1934Ooststroom SJ (1934) A monograph of the genus Evovulus. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteitte Utrecht 14:1-267.) e a distribuição no Brasil foi baseada no site da Flora do Brasil (2020, em contrução). O status de conservação local de cada espécie foi definido de acordo com os critérios propostos pela IUCN (International Union for Conservation Nature) (2017) com auxilio do GEOCAT (<http://geocat.kew.org/>).

As ilustrações foram confeccionadas com base em exsicatas, amostras conservadas em meio líquido e fotos das espécies in vivo, contemplando os principais caracteres usados para a identificação das espécies. Os mapas de distribuição geográfica foram confeccionados através do Software DIVA-Gis (Hijmans et al. 2001Hijmans RJ, Cruz M, Rojas E, & Guarino L (2001) DIVA-GIS, Version 1.4. A geographic information system for the management and analysis of genetic resources data.), usando os registros de herbário que possuíam coordenadas geográficas em materiais de herbário e de coletas pessoais. Para os registros sem localização precisa do local de coleta, utilizou-se as coordenadas do município obtidas através da ferramenta geoLoc (CRIA 2016CRIA (2016) Geoloc. Disponível em < http://splink.cria.org.br/>. Acesso em 23 novembro 2017.
http://splink.cria.org.br/...
).

Resultados e Discussão

Evolvulus L. Sp. Pl. (ed. 2) 1: 391. 1762.

Ervas ou subarbustos, eretos, prostrados, pendentes, nunca volúveis. Caule pouco ramificado, às vezes filantóides (planta ramificada semelhante a uma folha composta), seríceo, viloso e lanoso, podendo ser denso ou glabrescente; tricomas malpiguiáceos, raro glandulares. Folhas simples, ovadas, elípticas, orbiculares, lineares, lanceoladas, oblongas ou obovadas, margem inteira, plana ou revoluta, ápice agudo, arredondado, emarginado, acuminado, nervação broquidódroma, camptódroma ou hifódroma, sésseis ou pecioladas. Inflorescência em tirso, corimbiforme, espiciforme, paniculiforme, axilar ou terminal; bractéolas opostas, raro verticiladas, às vezes numerosas. Flores actinomorfas, bissexuadas, pentâmeras; cálice dialissépalo, persistente no fruto; corola rotácea, infundibuliforme ou hipocrateriforme, levemente ou profundamente lobada, áreas mesopétalas seríceas, azul ou branca, às vezes com apêndice interestaminal; estames alternos aos lobos da corola, glabros, filetes filiformes com base dilatada; anteras lineares ou oblongas, base sagitada a cordada, deiscência longitudinal ou introrsa, às vezes com vesículas epidérmicas; ovário 0,5-1 mm compr., ovoide, globoide, elipsoides, glabro, estiletes-2, livres ou unidos na base, cada um com dois estigmas filiformes ou clavados. Cápsula ovoide a globoide, compressa, glabra; semente marrom a enegrescida, glabra.

Em Pernambuco, Evolvulus está representado por 17 espécies distribuídas nas seções Alsinoidei Meissn., Involucrati v. Ooststr., Lagopodini Meissn., Linoidei Meissn. e Passerinoidei Meissn. (Figs. 2-13). Dentre essas, Alsinoidei destaca-se por apresentar a maior diversidade de espécies do gênero (oito espécies), seguida pela Linoidei (três espécies), Passerinoidei (três espécies), Involucrati (duas espécies) e Lagopodini (uma espécie). Dentre essas espécies, oito são endêmicas do Brasil, e duas restritas à Região Nordeste. As espécies E. filipes, E. glomeratus, E. nummularius e E. sericeus ocorrem em todas as regiões e domínios fitogeográficos do país, enquanto E. daphnoides e E. saxatilis são restritas ao domínio Caatinga. Evolvulus glomeratus e E. filipes destacam-se devido à sua distribuição, sendo registradas nas três zonas fisiográficas do estado. Em Pernambuco, a maioria é registrada em caatinga hiperxerófila associada a areia quartzosa, na zona fisiográfica do Sertão, excetuando-se E. nummularius que está restrita à Zona da Mata, associada a solos podzólicos. Evolvulus phyllanthoides e E. pterocaulon são espécies consideradas localmente raras por apresentarem distribuição restrita e poucos exemplares nas coleções de herbários. Evolvulus saxatilis e E. saxifragus estão restritas a áreas de afloramento rochoso associado à vegetação de Caatinga hiperxerófila ou floresta subcaducifólia, enquanto E. elaegnifolius e E. sericeus apresentam distribuição disjunta entre as Zonas da Mata e do Sertão, em Pernambuco.

Figura 2
a. Evolvulus daphnoides - sépalas externas. b. E. glomeratus - corola. c. E. gypsophiloides - sépalas externas. d. E. latifolius - sépalas externas. e-f. E. nummularius - e. cálice; f. cápsula. g. E. phyllanthoides - hábito. h-i. E. saxifragus - h. sépalas externas; i. apêndice agudo entre as inserções dos filetes (Fotos: F.D.S. Santos).
Figure 2
a. Evolvulus daphnoides - external sepals. b. E. glomeratus - corolla. c. E. gypsophiloides - external sepals. d. E. latifolius - external sepals. e-f. E. nummularius - e. sepals; f. capsule. g. E. phyllanthoides - habit. h-i. E. saxifragus - h. external sepals; i. appendix between fillaments insertion (Photos: F.D.S. Santos).
Figura 3
a-e. Evolvulus cordatus - a. hábito; b. ramo com flor; c. sépalas; d. corola; e. gineceu. f-j. Evolvulus daphnoides - f. hábito; g. ramo com flor; h. sápalas; i. corola; j. gineceu (a-e. F.D.S. Santos539; f-j. Andrade-Lima 60).
Figure 3
a-e. Evolvulus cordatus - a. habit; b. branch with flower; c. sepals; d. corolla; e. gynoecium. f-j. Evolvulus daphnoides - f. habit; g. branch with flower; h. sepals; i. corolla; j. gynoecium (a-e. F.D.S. Santos539; f-j. Andrade-Lima 60).
Figura 4
a-b. Distribuição de Evolulus em Pernambuco - a. ▲ E. cordatus; ● E. daphnoides; ■ E.eleaegnifolius; b. ■ E. elegans; ▲ E. filipes; ● E. frankenioides
Figure 4
a-b. Distribution of Evolulus in Pernambuco - a. ▲ E. cordatus; ● E. daphnoides; ■ E.eleaegnifolius; b. ■ E. elegans; ▲ E. filipes; ● E. frankenioides
Figura 5
a-f. Evolvulus elaeagnifolius - a. hábito; b. ramo com flor; c. detalhe das faces adaxial e abaxial da folha; d. corola; e. sépalas; f. gineceu. g-l. Evolvulus elegans - g. hábito; h. ramo com flor; i. sépalas; j. corola; l. gineceu (a-f. L.B. Oliveira 32; g-l. R. Pereira 2720).
Figure 5
a-f. Evolvulus elaeagnifolius - a. habit; b. branch with flower; c. detail of the adaxial and abaxial faces of the leaf; d. corolla; e. sepals; f. gynoecium. g-l. Evolvulus elegans - g. habit; h. branch with flower; i. sepals; j. corolla; l. gynoecium (a-f. L.B. Oliveira 32; g-l. R. Pereira 2720).
Figura 6
a-f. Evolvulus filipes - a. hábito; b. ramo com flor; c. sépalas; d. corola; e. detalhe dos apêndices entre os estames; f. gineceu. g-m. Evolvulus frankenioides - g. hábito; h. ramo com flor; i. folha com base oblíqua; j. sépalas; l. corola; m. gineceu (a-f. A.M. Miranda 3234; g-m. A.G. Silva et al. 15).
Figure 6
a-f. Evolvulus filipes - a. habit; b. branch with flower; c. sepals; d. corolla; e. detail of the appendages between the stamens; f. gineceu. g-m. Evolvulus frankenioides - g. habit; h. branch with flower; i. leaf with oblique base; j. sepals; l. corolla; m. gynoecium (a-f. A.M. Miranda 3234; g-m. A.G. Silva et al. 15).
Figura 7
a-f. Evolvulus glomeratus - a. hábito; b. ramo com flor; c. sépalas; d. corola; e. anteras com vesícolas epidérmicas; f. gineceu. g-l. Evolvulus gypsophiloides - g. hábito; h. ramo com flor; i. sépalas; j. corola; l. gineceu (a-f. F.D.S. Santos 532; g-l. A.M. Miranda 6288).
Figure 7
a-f. Evolvulus glomeratus - a. habit; b. branch with flower; c. sepals; d. corolla; e. anthers with epidemic vesicles; f. gynoecium. g-l. Evolvulus gypsophiloides - g. habit; h. branch with flower; i. sepals; j. corolla; l. gynoecium (a-f. F.D.S. Santos 532; g-l. A.M. Miranda 6288).
Figura 8
a-b. Distribuição de Evolulus em Pernambuco - a. ● E. glomeratus; ■ E. latifolius; ▲ E. nummularius; b. ● E. ovatus; ■ E. pterocaulon; ▲ E. phyllanthoides
Figura 8
a-b. Distribution of Evolulus in Pernambuco - a. ● E. glomeratus; ■ E. latifolius; ▲ E. nummularius; b. ● E. ovatus; ■ E. pterocaulon; ▲ E. phyllanthoides
Figura 9
a-e. Evolvulus latifolius - a. hábito; b. ramo com flor; c. sépalas; d. corola; e. gineceu. f-j. Evolvulus nummularius - f. hábito; g. ramo com flor; h. sépalas; i. corola; j. gineceu (a-e. E.P. Eringer et al. 965; f-j. C.A. Ferreira 02).
Figure 9
a-e. Evolvulus latifolius - a. habit; b. branch with flower; c. sepals; d. corolla; e. gynoecium. f-j. Evolvulus nummularius - f. habit; g. branch with flower; h. sepals; i. corolla; j. gynoecium (a-e. E.P. Eringer et al. 965; f-j. C.A. Ferreira 02).
Figura 10
a-f. Evolvulus ovatus - a. hábito; b. variação morfológica da folha; c. sépalas; d. corola; e. apêndices entre os estames; f. gineceu. g-l. Evolvulus phyllanthoides - g. hábito; h. ramo com flor; i. sépalas; j. corola; l. gineceu (a-f. F.D.S Santos 507; g-l. A. Josinaldo 124).
Figure 10
a-f. Evolvulus ovatus - a. habit; b. leaf morphological variation; c. sepals; d. corolla; e.appendages between the stamens; f. gynoecium. g-l. Evolvulus phyllanthoides - g. habit; h. branch with flower; i. sepals; j. corolla; l. gynoecium (a-f. F.D.S Santos 507; g-l. A. Josinaldo 124).
Figura 11
a-f. Evolvulus pterocaulon - a. hábito; b. detalhe da inflorescência; c. sépalas; d. corola; e. vesículas epidérmicas nas anteras; f. gineceu. g-m. Evolvulus saxifragus - g. hábito; h. ramo com flor; i. sépalas; j. corola; l. detalhe dos apêndices entre os estames; m. gineceu. (a-f. F.C. Alencar 19; g-m. A.P. Fontana 6982).
Figure 11
a-f. Evolvulus pterocaulon - a. habit; b. inflorescence detail; c. sepals; d. corolla; e. epidermal vesicles in the anthers; f. gynoecium. g-m. Evolvulus saxifragus - g. habit; h. branch with flower; i. sepals; j. corolla; l. detail of the appendages between the stamens; m. gynoecium. (a-f. F.C. Alencar 19; g-m. A.P. Fontana 6982).
Figura 12
Distribuição de Evolulus em Pernambuco: ● E. saxifragus; ▲ E. sericeus; ■ E. tenuis.
Figure 12
Distribution of Evolulus in Pernambuco: ● E. saxifragus; ▲ E. sericeus; ■ E. tenuis.
Figura 13
a-f. Evolvulus sericeus - a. hábito; b. detalhe do ramo; c. ramo com flor; d. sépalas; e. corola; f. gineceu. g-l. Evolvulus tenuis - g. hábito; h. ramo com flor; i. sépalas; j. corola; l. gineceu (a-f. B. Pickel 793; g-l. V.C. Lima 331).
Figure 13
a-f. Evolvulus sericeus - a. habit; b. branch detail; c. branch with flower; d. sepals; e. corolla; f. gynoecium. g-l. Evolvulus tenuis - g. habit; h. branch with flower; i. sepals; j. corolla; l. gynoecium (a-f. B. Pickel 793; g-l. V.C. Lima 331).

De acordo com os critérios da IUCN (2017)IUCN (2017) Guidelines for using the IUCN red list categories and criteria, version 13. Disponível em <https://www.iucnredlist.org/resources/redlistguidelines> Acesso em 7 fevereiro 2018.
https://www.iucnredlist.org/resources/re...
, há sete espécies localmente ameaçadas em Pernambuco. Dentre essas, citamos E. phyllanthoides e E. pterocaulon foram enquadradas na categoria “Em ameaçada” (CR), e ocorrem em área de proteção ambiental e prioritárias para conservação, respectivamente. Evolvulus sericeus e E. tenuis estão categorizadas em Perigo (EN), apesar de ocorrerem também em áreas de proteção ambiental. Evolvulus daphnoides e E. elegans são vulneráveis (VU). Considerando que E. gypsophiloides está representada, na área de estudo, apenas por uma exsicata, além do seu intenso esforço de coleta, a espécie é aqui classificada como localmente extinta (RE).

O presente estudo reforça a importância do ápice das sépalas para a separação de espécies, bem como a presença de vesículas epidérmicas nas anteras de E. latifolius, caráter mencionado aqui pela primeira vez nessa espécie. Os principais caracteres considerados para a identificação das espécies são: presença ou ausência de alas no caule, forma e indumento das folhas, padrão morfológico da inflorescência, profundidade dos lobos da corola e presença ou ausência de pedicelo e pedúnculo. Diante disso, verificamos que a diversidade do gênero estava superestimada (BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.), uma vez que constatamos que E. alopecuroides Mart., E. anagalloides Meisn., E. argyreus Choisy, E. ericifolius Mart. ex Schrank, E. linarioides Meisn. e E. linoides Moric. não ocorrem no estado, tendo sua distribuição geográfica atualizada aqui. Esses registros foram devido às identificações equivocadas.

    Chave de identificação para as espécies do gênero Evolvulus em Pernambuco
  • 1. Plantas prostradas.

    • 2. Caule com raízes adventícias; folhas orbiculares, raramente rotundas 10. Evolvulus nummularius

    • 2’. Caule sem raízes adventícias; folhas elípticas, ovais, ovadas, raramente obovadas.

      • 3. Folhas com base oblíqua 6. Evolvulus frankenioides

      • 3’. Folhas com base cuneada.

        • 4. Folhas com ambas as faces vilosas; flores pedunculadas 17. Evolvulus tenuis

        • 4’. Folhas com face abaxial serícea e adaxial glabra ou esparsamente serícea; flores sem pedúnculo 16. Evolvulus sericeus

  • 1’. Plantas eretas ou decumbentes.

    • 5. Folhas com indumento piloso.

      • 6. Flor com pedicelo floral 0,1-0,3cm compr.; corola ≤ 0,6 cm diâm. 11. Evolvulus ovatus

      • 6’. Flor com pedicelo floral 0,5-1,5 cm compr.; corola ≥ 1 cm diâm. 1. Evolvulus cordatus

    • 5’. Folhas com indumento viloso ou seríceus a glabrescente.

      • 7. Flores sésseis.

        • 8. Caule alado; lâmina foliar com base decurrente 13. Evolvulus pterocaulon

        • 8’. Caule não alado; lâmina foliar com base cuneada.

          • 9. Corola hipocrateriforme e anteras com vesículas epidérmicas 7. Evolvulus glomeratus

          • 9’. Corola infundibuliforme com anteras sem vesículas epidérmicas 14. Evolvulus sp1.

      • 7’. Flores pediceladas.

        • 10. Lâmina foliar ovada ou lanceolada.

          • 11. Caule filantóide; sépalas com ápice subagudo; vesículas epidérmicas ausentes nas anteras 12. Evolvulus phyllanthoides

          • 11’. Caule não filantóide; sépalas com ápice agudo; vesículas epidérmicas presentes nas anteras 9. Evolvulus latifolius

        • 10’. Lâmina foliar ensiforme, linear, elíptica, oblonga ou oblanceolada.

          • 12. Folhas discolores.

            • 13. Inflorescência corimbiforme 8. Evolvulus gypsophiloides

            • 13’. Inflorescência paniculiforme.

              • 14. Lâmina foliar linear ou elíptica; corola profundamente lobada 4. Evolvulus elegans

              • 14’. Lâmina foliar ensiforme; corola discretamente lobada 3. Evolvulus elaeagnifolius

          • 12’. Folhas concolores.

            • 15. Ervas.

              • 16. Lâmina elíptica ou oblanceolada; flor pedunculada, corola ≤ 0,4cm diâm. 5. Evolvulus filipes

              • 16’. Lâmina foliar ensiforme; flor sem pedúnculo; corola ≥1 cm diâm. 16. Evolvulus sericeus

            • 15’. Subarbustos.

              • 17. Caule com gemas arredondadas na axila foliar; pedúnculo floral com ≤ 0,4 cm compr.; sépalas com ápice redondo; corola profundamente lobada 2. Evolvulus daphnoides

              • 17’. Caule sem gemas arredondadas na axila foliar; pedúnculo floral com ≥ 1,4 cm compr.; sépalas com ápice acuminado; corola discretamente lobada 15. Evolvulus saxifragus

1. Evolvulus cordatus Moric., Pl. Nouv. Amér. 82: 137. 1844. Fig. 3a-e

Erva decumbente, ca. 25 cm alt., caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,3-1,2 cm compr., piloso, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,5-1,5(-3,2) × 0,3-1 cm, oval, raramente elíptica, base cordada, truncada, oblíqua ou cuneada, ápice agudo ou subagudo, pilosa em ambas as faces, concolor, margem inteira, plana, membranácea; pecíolo 1(-2) mm compr., piloso. Inflorescência uniflora, axilar, 1(-3) flores, pedúnculo ausente; bractéola ca. 1 mm compr., lanceolada, pilosa; pedicelo 0,5-1,5 cm compr., piloso. Cálice com sépalas 3-6 mm compr., lanceoladas, base cuneada, ápice agudo, pilosa, margem inteira. Corola 1-2 cm diâm., tubo ca. 1 mm compr., infundibuliforme, levemente lobada, azul, com apêndice obtuso abaixo da inserção dos estames. Androceu com filete 2-3 mm compr., antera ca. 2 mm compr., elípticas a oblongas, branca, vesículas epidérmicas presentes. Ovário ca. 1 mm compr., globoide; estiletes ca. 0,5 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes, 4,5-5 mm compr. Fruto ca. 2,5 mm compr., globoide, compresso; sementes 4, ca. 1 mm compr., marrons.

Material examinado: Afrânio, Povoado de Caboclo, 08°28’56.4”S, 04°56’6.9”W, 588 m, 18.III.2006, fl. e fr., F.S.E. Santos 07 (HVASF). 2.VI.2007, fr., V.D. Silva 01 (HVASF). Cabrobó, Sede da Transposição, 08°30’36”S, 39°17’60”W, 316 m, 11.V.2009, fr., M.T.Buril 291 (UFP). Floresta, Cavalo Morto, 8°37’30”S, 37°09’15”W, 316 m, 25.III.2003, fl., L.M. Pessoa 64 (PEUFR). Mirandiba, 08°07’13”S, 38°43’46”W, 31.III.2006, fl., M.T.Vital 29 (HUEFS). Petrolina, próximo à rotatória do castela d’água, 09°14’28”S, 40°35’55”W, 398 m, 7.VI.2011, fl., I.A. Almeida (HVASF11620); Campus de Ciências Agrárias da UNIVASF, 09°19’28”S, 40°35’55”W, 18.V.2011, fl. e fr., F.C. Alencar 16 (HVASF); Fazenda Experimental da UNIVASF, 09°18’19”S, 40°35’56”W, 16.IV.2008, fl., M.M. Coelho 20 (HVASF); margem de rio, 09°30’03”S, 40°30’03”W, 14.IV.1988, fr., R. Pereira 297 (IPA). Serra da Santa, 09°23’55”S, 40°30’03”W, 21.IV.2015, fr., L.H.P. Kiill (HTSA6163); 30.IV.2015, fl., L.H.P. Kiill (HTSA6151); 28.V.1982, fr., V.L. Lima et al. 327 (HST, IPA); CPATSA, 09°23’56”S, 40°31’03”W, 29.IV.2002, fr., S.A.O. Souza 2169 (HTSA); Embrapa, 09°23’55”S, 40°30’03”W, 6.II.1984, fl., G. Fotius 3755 (HST, HSTA); GODESVASF, 09°23’55”S 40°30’03”W, 23.XII,1982, fl., G. Fotius 3275 (HST, IPA).

Endêmica do Brasil e distribuída nas regiões Nordeste, Norte e Sudeste, nos domínios da Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica. Em Pernambuco, restringe-se à zona fisiográfica do Sertão (Sertão Central e do São Francisco), em vegetação de Caatinga hiperxerófila menos densa associada aos latossolos e areia quartzosa (Fig. 4). Foi coletada com flores e frutos nos meses de fevereiro a agosto. Com base nos critérios da IUCN (2017), esta espécie é considerada localmente como quase ameaçada (NT) na área de estudo, pois apresenta área de extensão de 21 mil km². Entretanto, além de ocorrer em áreas conservadas, esta espécie forma populações com um grande número de indivíduos.

Na área de estudo, é caracterizada por representar ervas decumbentes com lâmina foliar ovada, raramente elíptica, indumento piloso, pedúnculo ausente e pedicelo com 0,5-1,5 cm compr. A espécie é frequentemente confundida com E. ovatus por compartilharem indumento piloso e desprovida de pedúnculo. Entretanto, podem ser diferenciadas pelo tamanho do pedicelo (0,5-1,5 cm compr. em E. cordatus vs. 1-3 mm compr. em E. ovatus) e corola (1-2 cm diâm. vs. 5-6 mm diâm.). Essa espécie pertence a seção Alsinoidei.

2. Evolvulus daphnoides Moric., Pl. Nouv., Amér.: 59. 1839. Figs. 2a; 3f-j

Subarbusto ereto, 30-40 cm alt., caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas arredondadas na axila foliar, entrenó 0,2-1,3 cm compr., seríceo, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,7-2(-3,4) × 0,2-0,7 cm, oblanceolada, oblonga, base cuneada, acuminada, ápice agudo, redondo, raramente emarginado, face adaxial esparsamente serícea, face abaxial densamente serícea, concolor, margem plana, papirácea; pecíolo 0-1 mm compr., seríceo. Inflorescência em dicásio, axilar, 1-3 flores, pedúnculo 2-4 mm compr., seríceo; bractéola ca. 2,5 mm compr., lanceolada, serícea; pedicelo 1-4 mm compr., seríceo. Cálice com sépalas 2-3 mm compr., oblongas, ovadas, obovadas, base truncada, ápice redondo, seríceas, margem não escariosa. Corola 1-1,2 cm diâm., tubo ca. 1 mm compr., rotácea, profundamente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 3 mm compr., antera ca. 2 mm compr., oblonga, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário ca. 1 mm compr., ovoide; estiletes 2,5-3 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes ca. 3 mm compr. Fruto 2-3 mm compr., ovoide; sementes 4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Betânia, Serra dos Arrombados, 08°06’24”S, 37°53’26”W, 24.V.1971, fl., E.P. Eringer 873 (RB). Buíque, 08°37’23”S, 37°09’21”W, 7.IX.1960, fl. e fr., Andrade-Lima 60 (IPA); Vale do Catimbau, 08°22’21”S, 37°05’31”W, 12.III.2006, fl. e fr., M.T.Vital et al. 21 (HST, HUEFS, UFP). Floresta, área de supressão vegetal para jazida de solo, 08°35’58”S, 38°07’47”W, 22.IV.2014, fl., J.L. Costa-Lima 1128 (HUEFS). Mirandiba, 08°07’84”S, 38°41’45”W, 528 m, 19.VII.2008, fl., K. Pinheiro 1068 (UFP, JPB); 7.V.2013, fl., A.C.P. Oliveira 2505 (HVASF). Petrolândia, 38°18’3.8”S, 08°51’8.6”W, 465m, 3.III.2009, fl., J.G. Carvalho-Sobrinho 2011 (HVASF).

Endêmica do Nordeste do Brasil, restrita ao domínio Caatinga. Em Pernambuco, ocorre no Agreste e Sertão, ao longo dos Chapadões Cretáceos e no Sertão Central (Fig. 4) em vegetação de Caatinga hiperxerófila associada à solos arenosos, em altitudes de 465-528 m. Foi coletada com flores nos meses de março, maio e julho, e com frutos no mês de abril. Com base no critério B1a (extensão de ocorrência menor que 20.000km² e número de localidades menor que 10), esta espécie é considerada localmente como vulnerável (VU), apesar de ocorrer em áreas protegidas.

Na área de estudo, é facilmente distinta das demais por apresentar subarbustos eretos com gemas arredondadas na axila foliar, lâmina foliar oblanceolada a oblonga, concolor, pedúnculo 2-4 mm compr. e corola profundamente lobada. Essa espécie pertence a seção Passerinoidei.

3. Evolvulus elaeagnifolius Dammer, Bot. Jahrb. Syst., 33(57): 38. 1897. Fig. 5a-f

Subarbusto ereto, 15-35 cm alt., caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas desenvolvidas em tufo de folhas na axila foliar, entrenó 0,6-1,5 cm compr., seríceo, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 1-3(-3,4) × 0,2-0,5 cm, ensiforme, base atenuada, ápice agudo a acuminado, face adaxial serícea, face abaxial densamente serícea, fortemente discolor, margem plana, membranácea; pecíolo 0-1 mm compr., seríceo. Inflorescência paniculiforme, apical, 6-17 flores, pedúnculo 0,9-1,5 cm compr., seríceo; bractéola 0,3-5 mm compr., lanceolada, serícea; pedicelo 2-3 mm compr., serícea. Cálice com sépalas ca. 3 mm compr., lanceoladas, base cuneada, ápice acuminado, seríceas, margem com lobos escariosos nas internas. Corola 1-1,8 cm diâm., tubo ca. 3 mm compr., rotácea, discretamente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 2,5 mm compr., antera ca. 1 mm compr., oblonga, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário ca. 1 mm compr., elipsoide; estiletes ca. 0,5 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes ca. 3 mm compr. Fruto ca. 3 mm compr., ovoide, compresso; sementes 3-4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Floresta, Lote 09, 08°36’26”S, 38°33’52”W, 13.V.2003, fl., V.M. Cotarelli 2513 (HVASF); 08°36’26”S, 38°33’52”W, 23.IV.2014, fl. e fr., J.L. Costa-Lima 1147 (HUEFS); 08°07’41”S, 34°30’11”W, 520 m, 1.VI.2002, fl., C.H.M. Fernandes 70 (NYBG); próximo à igreja Ermida, 08°36’17”S, 38°34’22”W, 14.IV.2017, fl., F.D.S. Santos 552 (PEUFR). Ibimirim, estrada para Petrolândia, 08°32’26”S, 37°41’25”W, 2.VIII.1996, fl., L.B. Oliveira 32 (HST). Inajá, Stio do Poço Verde, Vale do Moxotó, 08°80’55”S, 37°70”66”W, 30.VII.2014, fl., A.P. Fontana 8283 (HUEFS). Salgueiro, VPR Negreiros, 08°04’30”S, 39°07’08”W, II.2013, fl. e fr., A.C.P. Oliveira 2395 (HVASF). Uri, 08°03’59”S, 39°10’26”W, 14.I.2010, fl. e fr., A.P. Fontana 6322 (UFP, HVASF). São Lourenço da Mata, 08°00’08”S, 35°01’06”W, 25.VII.1929, fr., B. Pickel 2091 (IPA). Serra Talhada, 07°59’31”S, 38°17’54”W, 02.V.1994, fr., J.N. Tabosa (IPA55177).

Endêmica do Brasil, registrada nas regiões Nordeste e Sudeste, restrita aos domínios da Caatinga e Mata Atlântica. Em Pernambuco, a espécie apresenta distribuição disjunta entre as regiões fisiográficas da Zona da Mata e Sertão, compreendendo os Chapadões Cretáceos e o Sertão Central (Fig. 4), em vegetação de Caatinga hiperxerófila aberta e Floresta Subperenifólia. Foi coletada com flores e frutos nos meses de fevereiro e agosto. Com base nos critérios da IUCN (2017), é considerada localmente como quase ameaçada (NT), ocupando uma área de extensão de 21 mil km². Em Ibimirim, Inajá e Floresta ocorrem em áreas de caatinga prioritárias para conservação.

Na área de estudo, é caracterizada por serem subarbustos eretos com folhas discolores, ensiformes, inflorescência paniculiforme e corola profundamente lobada. Pode ser confundida com Evolvulus elegans por ambas apresentarem inflorescência paniculiforme, folhas seríceas e discolores. Entretanto, podem ser diferenciadas pela forma da lâmina (ensiforme em E. elaegnifolius vs. linear a estreitamente elíptica em E. elegans) e pelos lobos da corola (discretamente lobada vs. profundamente lobada). Essa espécie pertence a seção Linoidei.

4. Evolvulus elegans Moric., Pl. Nouv. Amer. 53, t. 36. 1838. Fig. 5g-l

Subarbusto ereto, 20-40 cm alt., caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,5-1,9 cm compr., lanoso, seríceo, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,4-1,1 × 0,1-1,5 cm, linear, elíptica, base acuneada, acuminada, ápice agudo, acuminado, face adaxial serícea, face abaxial densamente serícea, discolor, margem plana, papirácea; pecíolo 0-1 mm compr., seríceo. Inflorescência paniculiforme, apical, 1-3 flores, pedúnculo 0,6-2,8 cm compr., seríceo; bractéola ca. 1 mm compr., lanceolada, serícea; pedicelo 1-2 mm compr., seríceo. Cálice com sépalas ca. 2 mm compr., lanceoladas, base truncada a cuneada, ápice agudo a acuminado, seríceas, margens com lobos escariosa nas internas. Corola 0,7-1 cm diâm., tubo ca. 1 mm compr., rotácea, profundamente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 1,5 mm compr., antera ca. 1 mm compr., oblongas, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário < 1 mm compr., ovoide; estiletes 1 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes, ca. 1 mm compr. Fruto ca. 3 mm compr., ovoide; sementes 4, ca. 1 mm compr., marrons.

Material examinado: Brejo da Madre, Fazenda Nova, 08°08’45”S, 36°22’16”W, 01.I.1900, fl., L.P. Xavier (JPB3172). Buíque, Vale do Catimbau, 08°33’37”S, 37°13’13”W, 27.XII.2006, fl., M.T. Vital 15 (HUEFS); 20.XI.2002, fl. e fr., I.C. Machado et al. (UFP31787); Parque Nacional do Catimbau, 08°33’37”S, 37°13’13”W, 08.V.2013, fl. e fr., L. Completo 23 (UFP); Vila do Catimbau, 08°37’16”S, 37°37’17”W, 11.XI.2003, fl., E.R. Souza 392 (HST, HUEFS). Catimbau, Serra do Catimbau, 08°37’16”S, 37°37’17”W, 790 m, 11.II.1995, fl. e fr., S.I. Silvia 755 (PEUFR); 11.II.1995, fl., M.F. Sales 506 (PEUFR); 18.VIII.1994, fl., M.J.N. Rodal 255 (PEUFR); 19.VIII.1994, fl., M.J.N. Rodal 281 (PEUFR); 18.V.1995, fl., K. Andrade 38 (PEUFR); 23.II.1993, fl., E. Freire 50 (PEUFR); 08.V.2013, fl., G.C. Delgado-Júnior 643 (UFP, HUEFS); 26.I.2012, fl., C.R.S. Oliveira 154 (HVASF); 18.VII.2007, fl., O. Cano 739 (HUEFS, IPA); 19.VI.2008, fl., R. Pereira 2720 (IPA); 10.VI.2010, fl., A.G. Silva 1665 (IPA); 26.IX.2004, fl., A.M. Miranda et al. 4469 (HST, MAC); 07.VIII.2014, fl., A. Rodrigues et al. 19 (HST, IPA, UFP); 18.VI.1994, fl., A.M. Miranda et al. 1722 (ASE, HST, HCDAL, JPB, UEC); 18.X.1995, fl., A.M. Miranda et al. 2295 (HST); 10.VII.1997, fl., A.M. Miranda et al. 2732 (HST). Gravatá, Serra da Russa, 08°11’60”S, 35°32’59”W, 20.IV.2002, fl., A. Ramos 20 (UFP). Ibimirim, 08°32’26”S, 37°41’25”W, 02.VI.1982, fl., M. Ataíde 09 (HST, IPA); 02.VIII.1996, fl., A.M. Miranda 2436 (ALCB, ASE, EAC, FCAB, FUEL, HST, HUEFS, HUESB, HUTO, INPA, MAC). Inajá, Reserva biológica da Serra Negra, 80°29’40”S, 35°41’45”W, 1.100 m, 03.IX.1995, fl., M. Tschá 159 (PEUFR). Surubim, 07°49’60”S, 35°45’00”W, 01.I.1900, fl., L.P. Xavier (335JPB).

Ocorre no Brasil, Bolívia, Paraguai e Venezuela. No Brasil, é amplamente distribuída nas regiões Centro-oeste, Nordeste e Sudeste, nos domínios da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Em Pernambuco, ocorre no Agreste, nos Chapadões Cretáceos e no Sertão Central (Fig. 4), em vegetação de Caatinga hipoxerófila e hiperxerófila, em altitudes de 420-1100 m. Floresce ao longo do todo ano e foi coletada com frutos de fevereiro a maio. Devido à sua área de ocorrência ser menor que 20 mil km² (B1), e apresentar registro em menos de 10 localidades (B1a), esta espécie é considerada localmente como vunerável (VU), apesar de ocorrer em áreas protegidas.

Na área de estudo, é caracterizada por serem subarbustos eretos com folhas seríceas, discolores, inflorescência paniculiforme e corola profundamente lobada. Pode ser confundida com E. elaegnifolius, e sua distinção foi discutida nos comentários desta espécie. Essa espécie pertence a seção Linoidei.

5. Evolvulus filipes Mart., Flora 24, (2): 100. 1841. Fig. 6a-f

Erva ereta ou decumbente, 15-30 cm, caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,6-1,7 cm compr., seríceo, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,6-2,5(-3) × 0,2-0,8 cm, elítptica, oblanceolada, base atenuada, ápice agudo, subagudo, ambas as faces seríceas, concolor, margem plana, membranácea; pecíolo 0-1 mm compr., seríceo. Inflorescência paniculiforme, apical, 1-4 flores, pedúnculo 1-3 (4,3) cm compr., seríceo; bractéola 1-2,5(-3,5) mm compr., lanceolada, serícea; pedicelo 0,5-4 mm compr., seríceo. Cálice com sépalas 2,5-3 mm compr., lanceoladas, rômbicas, base cuneada, ápice acuminado, esparsamente seríceas, margem plana, não escariosa. Corola até 4 mm diâm., tubo < 1 mm compr., rotácea, levemente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 1,5 mm compr., antera ca. 1 mm compr., oblonga, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário 0,5 mm compr., globoide; estiletes ca. 0,5 mm compr., livres, lobos estigmáticos clavados 3,5-4 mm compr.. Fruto ca. 2,5 mm compr., ovoide, compresso; sementes 3-4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Afrânio, 08°31’01”S, 41°00’00”W, 21.IV.1971, fl., A.B. Ciência 250 (IPA); 01.I.1984, fl., R. Pereira (IPA 49855). Alagoinha, Fazenda Cajueiro, 03°52’51”S, 42°22’41”W, 21.V.1999, fl., F.A.Q. Valença 204 (UFP); 03°52’51”S, 42°22’41”W, 21.V.1999, fr., F.A.Q. Valença 235 (UFP). Arcoverde, Serra do Mimosa, 08°25’08”S, 37°03’14”W, 03.VIII.1996, fr., A. Gomes et al. 15 (HST); Estação Experimental do IPA, 08°25’08”S, 37°03’14”W, 29.VI.1971, fr., Andrade-Lima 71 (HST, IPA). Arquipélago de Noronha, Pedra do Mocozeiro, Umari, formação pedregosa, 03°50’60”S, 32°25’00”W, 17.VI.2003, fr., P. Vranckx 95 (IPA); 03°50’25”S, 32°24’39”W, 07.VI.1993, A.M. Miranda 3234 (HST, HUEFS); 7.VI.1993, fl., A.M. Miranda (HST5 869). Cabrobó, Projeto de Transposição do São Francisco, 08°29’31”S, 39°28’08”W, 350 m, 25.III.2011, fl. e fr., M. Oliveira 5596 (HVASF); Lote II, 08°23’33”S, 39°20’53”W, 385 m, 27.IV.2010, fl. e fr., M. Oliveira 4869 (HVASF). Camocim de São Félix, 08°21’31”S, 35°45’43”W, 12.IV.1997, fl., A.M. Miranda (EAC28096); 08°21’31”S, 35°45’43”W, 12.IV.1997, A.M. Miranda et al. 2631 (HST, HUEFS). Caruaru, Fazenda Nova, 08°08’26”S, 36°22’17”W, 19.VI.1997, fr. e fl., M.B. Costa 1214 (PEUFR); 18.IV.1997, fr., V. Santos et al. 07 (PEUFR); 08°13’54”S, 35°55’13”W, 638 m, 25.V.2002, fl., A.M. Reis 08 (PEUFR); 08°13’54”S, 35°55’13”W, 21.II.1997, A.M. Miranda et al. 2610 (HST). Custódia, Lote 12, 08°00’16”S, 37°14’01”W, 20.IV.2010, fl. e fr., D. Araújo 1434 (HVASF, PEUFR, UFP); Fazenda do sr. Ilton, 08°10’58”S, 37°45’48”W, 26.VI.2010, fl. e fr., M.M. Coelho 311 (HVASF, PEUFR); Lote 11, 8.VII.2009, fl. e fr., J.A. Siqueira-Filho 2123 (HVASF, UFP); Lote 10, 08°45’45”S, 37°52’22”W, 460 m, 10.XII.2010, fl. e fr., M. Oliveira 5345 (HVASF); Reservatório Bagre, 08°19’50”S, 37°47’25”W, 535 m, 16.IV.2011, fl., F.F.S. Silva 359 (HVASF); Lote 11, 08°09’51”S, 37°39’26”W, 512 m, 17.VIII.2011, fl. e fr., V.M. Cotarelii 1047 (HVASF); Lote 11, riacho do boi, 08°04’34”S, 37°35’59”W, 566 m, 17.VIII.2010, fl. e fr., W.A. Pimenta 10 (HVASF); Lote 11, Malhadinha, 08°09’47”S, 37°33’23”W, 521 m, 18.VIII.2010, fl., W.A. Pimenta 20 (HVASF). Floresta, 08°36’04”S, 38°34’07”W, 21.IX.1995, fl., E. Ferraz et al. 05 (IPA). Goiânia, Próximo a BR 101, 12.VII.1985, fl. e fr., R. Pereira 33 (PEUFR). Gravatá, Serra das Russas, 08°12’04”S, 35°33’53”W, 1.VIII.1996, fl., J.E. Gomes et al. 78 (HST); 3.VIII.1996, fl. e fr., A.M. Miranda 2414 (HST, FLOR, JPB). Mirandiba, Fazenda Tigre, 10°17’40”S, 39°54’14”W, 17.IV.2007, fl. e fr., M.C. Pessoa 124 (UFP); Fazenda Pau de Leite, 08°02’49”S, 38°41’24”W, 482 m, 4.V.2008, fl. e fr., K. Pinheiro 698 (UFP). Ouricuri, Lagoa-Ouricuri, 09°33’01”S, 36°11’00”W, 4.V.1971, fl., E.P. Eringer et al. 476 (HST, IPA, PEUFR); Fazenda Estaca, 07°52’57”S, 40°04’54”W, 2.III.1984, G.C. Lima 30 (IPA). Parnamirim, Lagoa Comprida, 08°05’26”S, 39°34’42”W, data não informada, G. Cavalcanti 45428 (EAC); 30.IV.1984, fl., F. Araújo 34 (IPA); 18.II.1997, fl., A.M. Miranda et al. 2587 (HST); 23.V.1984, fl., F. Araújo 83 (HST, IPA, PEUFR, UFP); 11.VI.1984, fl., F. Araújo 112 (HST, IPA, PEUFR). Petrolina, Fazenda expemental da Univasf, 40°33’09”S, 09°19’40”W, 13.IV.2009, fl. e fr., J.R. Maciel 967 (HVASF). Salgueiro, VPR, Negreiros, 39°09’15”S, 08°06’19”W, 1473 m, 12.V.2012, fl. e fr., M. Oliveira 4106 (HVASF); Sítio Baixinho Verde, 08°04’27”S, 39°07’09”W, 07.V.2008, C. Ferreira (IPA84745). São Caetano, RPPN Pedra do Cachorro, 08°14’08”S, 36°11’29”W, 620 m, 05.VI.2011, fl., K. Mendes 674 (UFP). São José do Belmonte, 08°00’53”S, 38°43’12”W, 537 m, 09.V.2013, fl., A.C.P. Oliveira 2520 (HVASF). São José do Egito, Sítio Ipueira, 07°28’44”S, 37°16’28”W, 14.V.2008, fl., C. Ferreira (IPA 83979). São Lourenço da Mata, Tapra São Bento, 08°00’08”S, 35°01’06”W, 10.VI.1932, B. Pickel 2991 (IPA); 01.I.1920, B. Pickel 562 (IPA). Serra Talhada, Poço do Serrote, 20.III.2011, L. Rodrigues 71 (HESBRA). Serra Branca, 24.V.2011, fl. e fr., I.F.A. Lima-Neto 04 (HESBRA); Parque Estadual da Pimenteira, 15.IV.2014, fl. e fr., S.S. Matos 506 (HESBRA); S.S. Matos 519 (HESBRA). Pimenteira, 17.VI.2011, fl. e fr., M.F.S. Barbosa 01 (HESBRA); 15.VI.2001, fl. e fr., A.M. Miranda 3865 (HST); Estação Experimental do IPA, Pimenteira, 30.IV.1996, fl., A.M. Miranda 2344 (HST); 6.VI.1997, fr., R.C. Andrade et al. 03 (HST). Serrita, 07°59’23”S, 39°23’42”W, 451 m, 23.V.2013, fl. e fr., R.A. Silva 2842 (HVASF). Sertânea, Lote 12, 08°02’19”S, 37°16’30”W, 611 m, 20.IV.2010, fl. e fr., M. Oliveira 4824 (HVASF, PEUFR); Lote 12, Reservatório Barro Branco, 08°01’51”S, 37°15’39”W, 599 m, 15.I.2011, E. Souza 94 (HVASF); 12.V.2013, fl., V.M. Contarelii 2500 (HVASF); 31.I.2014, fr., A.C.P. Oliveira 3110 (HVASF); 18.V.2013, fl. e fr., J.R. Fabricante 166 (HVASF); 17.VII.2013, fl. e fr., J.R. Fabricante 186 (HVASF); 12.V.2009, fl. e fr., J.G. Carvalho 2160 (HVASF); 6.VII.2009, fr., J.G. Carvalho 2222 (HVASF); 6.VII.2009, fl. e fr., M. Oliveira 4277 (HVASF); 24.IV.2013, fl. e fr., R.A. Silva 2796 (HVASF); Trindade, Lagoa Sussurana, 07°45’43”S, 40°16’04”W, G. Cavalcanti (IPA 45425). Triunfo, Lagoa Nova, 07°50’17”S, 38°06’06”W, fl. e fr., R.C. Andrade 18 (HST); 5.VII.1961, fl., S. Tavares 636 (HST, UFP).

Espécie distribuída na América Central e América do Sul. No Brasil, ocorrem todas as regiões e domínios fitogeográficos. Em Pernambuco, E. filipes ocorre desde a Zona da Mata ao Sertão (Fig. 4), em vegetações variadas desde mata úmida à mata seca em altitudes de 47-1473 m. Foram coletados espécimes com flores e frutos de março a agosto. Esta espécie é classificada localmente como menos preocupante (LC) por apresentar ampla distribuição e populações com muitos indivíduos.

É caracterizada por serem ervas eretas ou decumbentes com lâmina foliar elíptica, oblanceolada, concolor, e corola até 4 mm diâm. Nas coleções de herbários, Evolvulus filipes tem sido confundida com E. saxifragus por ambas apresentarem lâmina foliar elíptica, serícea e concolor. Entretanto, podem ser diferenciadas pelo diâmetro da corola (até 4 mm diâm. em E. filipes vs. 1-1,2 cm diâm. E. saxifragus). Essa espécie pertence a seção Alsinoidei.

6. Evolvulus frankenioides Moric., Pl. Nouv. Amer. 49, t. 33. 1838. Fig. 6g-m

Erva prostrada, 15-25 cm, caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,4-1,5(-2) cm compr., viloso, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,7-2,2(-2,7) × 0,3-1,7(-2,2) cm, ovada, elíptica, raramente obovada, base oblíqua, ápice subagudo, arredo ndado, ambas faces vilosas, concolor, margem plana, membranácea; pecíolo 0-1(-2) mm compr., viloso. Inflorescência axilar, (1-)2-8(-12) flores, pedúnculo ausente; bractéola 1,5-4,5 mm compr., lanceolada, vilosa; pedicelo 1,5-3 mm compr., viloso. Cálice com sépalas 5-6,5 mm compr., lanceoladas, base cuneada, ápice agudo, seríceas, margem plana, não escariosa. Corola 1,3-1,5 cm diâm., tubo 3-3 mm compr., infundibuliforme, levemente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 4 mm compr., antera 1,6-2 mm compr., oblonga, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário < 1 mm compr., globoide; estiletes 2,5-3 mm compr., livres, lobos estigmáticos clavados 4-6 mm compr.. Fruto ca. 2,5 mm compr., globoide, compresso; sementes 3-4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Alagoinha, Fazenda Lagoa Seca, 02°53’02”S, 41°49’49”W, 3.VIII.2001, fl. e fr., M. Oliveira 603 (UFP); Fazenda Cajueiro Seco, 08°27’59”S, 36°46’33”W, 18.VIII.1996, fl., J.E. Gomes 144 (HST). Arcoverde, Serra do Mimoso, 08°25’08”S, 37°03’14”W, 03.VII.1996, fl., A.G.Silva 13 (INPA); 3.VII.1993Silva FBR, Riché GR, Tonneau JP, Souza Neto NC, Brito LTL, Correia RC, Cavalcanti AC, Silva FHBB, Silva AB, Araújo Filho JC, & Leite AP (1993) Zoneamento agroecológico do Nordeste, diagnóstico do quadro natural e agrossocioeconômico. Embrapa, Petrolina. 387p., fl., A.G. Silva et al. 15 (HST); Estação Experimental do IPA, 29.VI.1971, Andrade-Lima 71 (IPA); 01.II.1982, F. Gallindo et al. (IPA 43322); 3.VII.1996, fl., A.G. Silva 14 (HST); 18.II.1997, fl., R. Souto et al. 04 (FLOR, HST); 21.II.1997, fl., A.M. Miranda et al. 2613 (FCAB, HST); 06.VI.1997, fl., R.C. Andrade 02 (FUEL, HST). Betânea, Sítio Barca da Formiga, 08°10’58”S, 38°04’58”W, 23.XI.2012, fl. e fr., A.C.P. Oliveira 1973 (HVASF); Fazenda Laranjeira, 08°37’01”S, 37°10’ 00”W, 790 m, 20.V.1995, fl., L. Figueiredo 64 (PEUFR); 9.V.2015, fl., G.C. Delgado-Junior et al. 809 (PEUFR). Buíque, Parque Nacional do Catimbau, 08°29’40”S, 37°15’70”W, 9.V.2015, fl., G.C. Delgado-Junior et al. 816 (PEUFR); 13.II.2008, fl., A.M. Miranda et al. 4485 (HCDAL); 11.III.2006, fl. e fr., M.T. Vital 19 (UFP); 06.VIII.2006, fl., M.T. Vital 35 (UFP); 5.VI.2005, fl., R.A. Picke 227 (UFP); 16.I.2013, fl., G.G Delgado 594 (HUEFS, UFP); 17.I.2013, fl., C.G Degado 611 (UFP); Vale do Catimbau, 08°29’40”S, 37°15’70”W, 7.X.1997, fl., R. Pereira et al. 1144 (IPA); 19.VII.2007, fl., O. Cano et al. 818 (IPA); 13.II.2008, fl., A.M. Miranda et al. 5670 (HST); 13.II.2008, fl., A.M. Miranda et al. (HST16070); 27.XII.2006, fl., M.T. Vital et al. 16 (HUEFS, HST, IPA, MBM, UFP); 08°37’23”S, 37°09’21”W, 10.VII.1997, fl., A.M. Miranda et al. 2731 (HST, HUEFS, IPA, JPB). Custódia, lote11, 08°07’28”S, 37°37’30”W, 532 m, 3.II.2010, fl., D. Araújo 1168 (HVASF, PEUFR); Reservatório Bagre, 08°19’57”S, 37°47’04”W, 18.III.2011, fl. e fr., F.A Basso 11 (HVASF); 08°25’01”S, 38°10’00”W, fl., M.V. Meiado 533 (HVASF); 10.III.2010, fl., D. Araújo 1349 (HVASF); Serra das Cinzas, 08°10’59”S, 37°45’59”W, 17.VIII.2010, fl., D.A. Vieira 03 (HVASF). Exu, 07°31’01”S, 39°43’00”W, 18.VI.1970, fl., X.F. Lauro (UFP 2377); Brejo de São José, 08°37’12”S, 37°10’11”W, 7.VI.1964, fl., Andrade-Lima 64 (IPA); Sítio Sobrado, 08°27’29”S, 37°12’07”W, 13.VI.2013, fl., A.C.P. Oliveira 2636 (HVASF). Floresta, Inajá, Reserva biológica de Serra Negra, 08°29’40”S, 35°41’44”W, 21.VII.1995, fl., M.F. Sales & V. Texeira 668 (PEUFR); 14.IV.2005, fl.e fr., Sara & Michelle (PEUFR 48641); 25.VIII.2001, fl., K.C. Costa 339 (PEUFR 45597); Fazenda Rebeca, 08°00’47”S, 34°57’01”W, 7.VII.2002, fl., A.C.B. Lins & Silva 224 (PEUFR); Lote 09, 08°37’25”S, 38°08’33”W, 467 m, 10.VI.2010, fl., A.P. Fontela 6827 (HVASF, PEUFR); 25.III.2003. fl., A.C.B. Lins 270 (PEUFR); 22.I.2009, fl., J. Antunes 94 (HVASF); 3.VIII.2009, fl., O. Oliveira 3858 (HVASF); 5.VIII.2009, fl., J.G. Carvalho 2298 (HVASF); 22.I.2010, fl., M. Oliveira 4641 (HVASF); 25.V.2014, fl., J.L. Costa-Lima 1524 (HUEFS); 9.VII.2008, fl., A.M. Miranda et al. 5725 (HST, MAC). Ibimirim, 8S 32’ 26”S, 37°41’25”W, 10.XI.1986, fl., G.L. Webster 25689 (IPA); 12.IX.1998, fl., J.I.A. Falcão et al. 1043 (IPA); 17.XI.1992, fl., A.M. Miranda et al. 664 (HST); Lagoa de Areia, 08°32’27”S, 37°41’25”W, 23.VII.1994, fl., A.M. Miranda et al. 1955 (HST, HTSA, HUESB, HUEFS, UEC); 02.VIII.1996, fl., A.M. Miranda 2435 (HST, HTSA, HUEFS, HUESB, JPB). Inajá, 8S 54’06”S, 37W 49’26”W, 12.IV.1968, fl., Andrade-Lima 68 (HST); 20.II.1997, fl., J.E. Gomes 206 (HST, HUESB). Mirandiba, 08°07’84”S, 38°41’45”W, 528 m, 19.VII.2008, fl. e fr., K. Pinheiro 1068 (UFP); 11.VII.2008, fl., K. Pinheiro 807 (UFP); 31.III.2006, fl., M.T. Vital et al. 26 (HST, HUEFS, UFP). Pesqueira, 5.V.1984, fl., T. Ramos et al. 37 (IPA, PEUFR). Petrolândia, Mundo Novo, 09°05’04”S, 38°13’51”W, 422 m, 6.III.2004, fl., K.A. Silva 285 (PEUFR);19.VI.2004, fl., K.A. Silva 596 (PEUFR); 28.II.2004, fl., K.A. Silva 121 (IPA); 28.II.2004, fl., K.A. Silva 128 (IPA); Caminha para EBV, 13.I.2009, fl., J.G. Carvalho 1768 (HVASF); BR 316, ca. 21 km de Petrolândia, 03.III.2009, fl., J.G. Carvalho 2007 (HVASF); 2.VIII.1986, M. Ataíde 720 (IPA). Barreiras, 12.XII.1954, fl., Andrade-Lima 54 (IPA); Comunidade de Aolo Sales, 3.II.2014, fl., N. Christina (IPA 89233). Distrito de Icó, 19.III.2014, fl., M. Pommeranz 43 (IPA); 18.IV.1971, fl., E.P. Eringer et al. 64 (IPA, PEUFR); Univasf, Campus de Ciências Agrárias, 23.V.2011, fl., F.C. Alencar 30 (HVASF); Fazenda Experimental, 18.II.2009, fl., J.R. Maciel 831 (HVASF); 13.VI.1995, fl., M.M. Silva 20 (HUEFS, ICN). Serra Talhada, Campus da UFRPE, 14.VIII.1996, fl., J.E. Gomes (HST 5875). Sertânea, 21.II.1997, fl., A.M. Miranda et al. 2605 (HCDAL, HST). Ramal Agreste, 31.I.2014, fl., A.C.P.Oliveira 3108 (HVASF); 2.VII.2013, fl., J. Sampaio 13C (IPA); 4.IV.2000, fl., V. Alcina et al. 15 (IPA); 4.IV.2000, fl., M.F. Sales 1074 (IPA). Tacaratu, Serra da Água Preta, 09°01’05”S, 38°02’31”W, 8.III.2012, fl., E.V.R. Ferreira 524 (HVASF); Folha Seca, 7.IV.2015, fl., A.P. Fortana 9247 (HUEFS); 29.XI.1996, fl., A.M. Miranda et al. 2513 (HST).

Ocorre na Venezuela e no Brasil, onde é registrada para as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste nos domínios da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Em Pernambuco, distribui-se no Agreste, Sertão Central e nos Chapadões Cretáceos (Fig. 4), em Caatinga hipoxerófila e hiperxerófila onde é mais abundante, em altitudes de 422-790 m. Floresce e frutifica ao longo do ano. Esta espécie é classificada localmente como menos preocupante (LC) por apresentar ampla extensão de ocorrência no estado. Na área de estudo, E. frankenioides caracteriza-se pela combinação dos seguintes caracteres: hábito prostrado, folhas com base oblíqua e corola infundibuliforme. Essa espécie pertence a seção Alsinoidei.

7. Evolvulus glomeratus Nees & C. Mart., Nov. Actorum Acad. Caes. Leop.-Carol. Nat. Cur. 11(1): 81. 1823. Figs. 2b; 7a-f

Subarbusto ereto ou decumbente, 30-50 cm alt., caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas desenvolvidas em tufos de folhas na axila foliar, entrenó 0,3-2,5(-3,5) cm compr., seríceo, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,8-3(-3,8) × 0,3-1,2 cm, estreitamente elíptica, oblanceolada, raramente oblonga, base cuneada, ápice obtuso a subagudo, face adaxial serícea, face abaxial densamente serícea, levemente discolor, margem plana, papirácea; pecíolo 0-1(-2) mm compr., seríceo. Inflorescência, espiciforme, apical, 5-15 flores, pedúnculo ausente; bractéola ausente, bráctea 0,7-1 cm compr., inferior oblanceolada, oblonga, elíptica, lanceolada, serícea em ambas faces, semelhante as folhas; superior lanceolada, raramente oblanceolada, face adaxial glabra, face abaxial serícea, semelhante as sépalas; pedicelo ausente. Cálice com sépalas 4-6,5 mm compr., lanceoladas, base cuneada, ápice agudo, seríceas, margem não escariosa. Corola 0,8-1 cm diâm., tubo 4-6 mm compr., hipocrateriforme, levemente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 3 mm compr., antera ca. 1,5 mm compr., oblongas, branca, vesículas epidérmicas presentes. Ovário < 1 mm compr., globoide; estiletes 2,5-3,5 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes 6-8 mm compr. Fruto ca. 3 mm compr., globoide, compresso; sementes 3-4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Afrânio, Povoado Caboclo, 08°28’57S, 40°57’08”W, 26.II.2012, fl., J.A. Siqueira-Filho 2767 (HVASF); 5.XII.2015, fl., G.S.G. Nascimento 05 (HVASF); 12.II.2015, fl., E.M.B. Nunes 64 (HVASF); 1.I.1984, fl., R. Perira (IPA 49871); 25.XII.2005, fl., G. Nascimento 05 (IPA); 18.IV.2016, fl., F.S. Espírito-Santo et al. 07 (HTSA). Alagoinha, Fazenda Riacho dos Camelos, 6.VII.2001, fl., G. Paulo (UFP); Arcoverde, margem da rodoviária, 08º25’08”S, 37º03’14”W, 6.VI.1996, fl., R.C.A. Ferreira 02 (INPA); 18.II.1997, fl., A.M. Miranda (EAC 28098); 4.II.2014, fl., A.C.P. Oliveira 3285 (HVASF); Estação experimental do IPA, 08°25’09”S, 37°03’14”W, 10.VII.1973, fl., M. Ataíde (IPA 44764); 18.II.1997, fl., A.M. Miranda et al. 2579 (HST, FCAB, FUEL); 6.VI.1997, fl., R.C. Andrade et al. (HST 6432); 10.VII.1973, fl., M. Ataíde (HST 6764); 18.II.1997, fl., A.M. Miranda et al. 2578 (ASE, HST, HUEFS, IPA, COR). Bezerro, beira de estrada, 28.V.1997, fl., V. Santos 87 (PEUFR). Bonito, Fazenda Santo Elias, 11.XI.1998, fl., R. Pereira et al. 1514 (IPA); Brejo da Madre de Deus, Fazenda Bituri, 26.V.1995, fl., D.C. Silva 70 (PEUFR); propriedade Bituri, 5.II.1965, fl., Andrade-Lima 65 (IPA). Buíque, Serra do Catimbau, 08°37’01”S, 37°10’00”W, 19.X.1994, fl., L. Figueiredo 01 (PEUFR); 8.VIII.1995, fl., L. Figueiredo 133 (PEUFR); Catimbau, 80°37’30”S, 37°09’15”W, 17.VIII.1996, fl., K. Andrade 149 (PEUFR); 22.IX.1995, fl., L. Figueiredo 188 (PEUFR); 16.XI.1994, fl., M.F. Sales 375 (PEUFR); 19.VI.1994, fl., A.M. Miranda 1736 (HST, PEUFR); 13.II.2008, fl., A.M. Miranda et al. (HST 16071, HCDAL 4498). Serra Branca, 09º25’ 01”S, 36°30’00”W, 16.VIII.2002, fl. e fr., A.V. Leite (UFP 34142); Parque Nacional do Catimbau, 41°00’00”S, 41°10’00”W, 6.VII.2006, fl. e fr., M.T. Vital 36 (UFP); Sítio Sobrado, 08°27’29”S, 37°12’07”W, 13.VI.2013, fl., A.C.P. Oliveira 2630 (HVASF). Vale do Catimbau, 18.VII.2007, fl., O. Cano et al. 755 (HUEFS, IPA); 18.VII.2007, fl., O. Cano 792 (IPA); 18.VII.2007, fl., O. Cano et al. 801 (IPA); 1.IX.2009, fl., A.G. Silva 1376 (IPA); 23.IX.2004, fl., A.M. Miranda et al. 4474 (HST); 13.II.2008, fl., A.M. Miranda et al. 5669 (HST, HUESB, URCA); 13.II.2008, fl., A.M. Miranda et al. (HST 16071, MAC); 19.VI.1994, fl., A.M. Miranda et al. 1836 (HST); 7.VIII.2004, fl. e fr., R.A. Pick 275 (UFP); Cabrobó, lote 01, 08°29’31”S, 39°28’08”W, 25.III.2011, fl., M. Oliveira 5587 (HVASF, PEUFR). Caruaru, 19.IV.1997, fl., V. Santos 10 (PEUFR); 1.I.1998, fl., V.C. Lima et al. (IPA65535); Brejo dos Cavalos, 08°18’36”S, 36°00’00”W, fl., 9.III.2000, fl. e fr., L. Evelise (UFP 40482); 11.VII.1997, fl., A.M. Miranda et al. 2728 (HST). Floresta, 29.I.2009, fl., V.D. Vidal 89 (HVASF); 1.III.2009, fl., M. Oliveira 3857 (HVASF); 17.VIII.2009, fl., D. Araújo 751 (HVASF). Gravatá, 03.IX.1994, fl., L.P. Felix 6902 (HVASF); Serra das Russas, 08°06’ 01”S, 35°15’00”W, 20.VII.2002, fl., V.C. Souza 28915 (ESA); 11.VI.1998, fl., A.M. Miranda et al. 2973 (EAC, COR, FCAB, HST, HUEFS, HUESB); fl., B. Pickel 1139 (IPA); 18.VI.1994, fl., A.M. Miranda et al. 1695 (HST); 6.III.1966, fl., Andrade Lima 66 (HST, IPA). Ibimirim, 2.VIII.1996, fl., A.M. Miranda 5869 (HUEFS); 2.VIII.1996, fl., A.M. Miranda et al. (HST 5869, HUESB, ALCB). Moreilândia, Sítio Cacimba, 22.I.2013, fl., A.C.P. Oliveira 2242 (HVASF); Moreno, 30.VI.1935, fl., B. Pickel 3939 (IPA). Ouricuri, 15.VII.1986, fl., J.L.S. Lima 322a (HTSA). Petrolândia, 02.IV.1954, fl., J. Vidal 954 (R). Petrolina, 01.I.1976, fl., L. Lima (IPA 46911); 23.XII.1982, fl., G. Fotius 3264 (HTSA, HST, IPA); 26.IV.2002, fl., S.A.S. Souza et al. 2175 (HTSA); 1.IV.2003, K.B.D. Silva, et al. 2272 (HTSA); 1.VI.2011, fl., M.O. Mangabeira 4407 (HTSA); 3.VIII.1983, fl., G. Fotius 3538 (HST, HTSA, IPA). Pombos, 08°08’53”S, 35°24’25”W, 23.VII.1998, fl., V. Santos 147 (PEUFR); 23.VII.1998, fl., V. Santos 144 (PEUFR); Serra das Russas, 17.X.2002, fl., J. Luíz sn (IPA 60354); 7.IX.2002, fl., L.H. José 17 (HST, IPA, UFP). Salgueiro, Reservatório Negreiro, 08°06’90”S, 39°12’15”W, 454 m, 10.IV.2011, fl., F.F.S. Silva 274 (HVASF); 10.IV.2011, fl., M. Oliveira 5642 (HVASF); Uri, 14.I.2010, fl., A.P. Fontana 6324 (HVASF, UFP); Serra Talhada, Extação Experimental do IPA, 13.II.1996, fl., M.L. Gomes 146 (IPA); Poço do Serrote, fl., 27.VI.2010, fl., L. Rodrigues 33 (HESBRA); Rio Pageú, 27.VI.2011, fl., L. Rodrigues 09 (HUESBRA). Serrita, Cruzeiro, 21.VII.2009, fl., M. Oliveira, et al. 4365 (HVASF, PEUFR); 21.V.1996, fl., F.S. Araújo 1191 (EAC, UEC); Serra de Brejinho, 14.XII.2012, fl., R.A. Silva 2485 (HVASF); Sítio Uruguai, 23.I.2013, fl., A.C.P. Oliveira 2255 (HVASF); 23.V.2013, fl., R.A. Silva 2841 (HVASF). Sertânia, 12.V.2009, fl., J.G. Carvalho 2172 (HVASF); 4.IV.2000, fl., J. Cantarelli 320 (IPA); Serra de Jabitacá, 21.VI.2000, fl., V. Alcina 44 (IPA). Taquaritinga do Norte, 18.IV.1997, fl., A. Laurênio 474 (PEUFR); 25.IX.2014, fl. e fl., J.C. Lindeman 6179 (NY).

Ocorre desde as Guianas até a Argentina. No Brasil, é referida em todas as regiões e domínios fitogeográficos. Em Pernambuco, é amplamente distribuída, com predomínio no Sertão Central (Fig. 8), em Florestas Subcaducifólia a Caatingas hipoxerófila e hiperxerófila, em altitudes de 350-800 m. Floresce e frutifica ao longo de todo ano. É classificada localmente como menos preocupante (LC) por apresentar ampla distribuição geográfica e um número significativo de indivíduos nas populações observadas em campo, além de ocorrer em áreas de caatinga protegidas e prioritárias para conservação, em Pernambuco.

Na área de estudo é caracterizada por representar subarbustos decumbentes ou eretos, caule com gemas desenvolvidas em tufos de folhas na axila foliar, inflorescência espiciforme e corola hipocrateriforme. Pode ser confundida com Evolvulus sp1 por ambas apresentarem inflorescência espiciforme e brácteas basais semelhantes às folhas, entretanto, distinguem-se pela forma da corola (hipocrateriforme em E. glomeratus vs. infundibuliforme em Evolvulus sp1) e presença de vesículas epidêrmicas nas anteras (ausentes em Evolvulus sp1). Essa espécie pertence a seção Involucrati.

8. Evolvulus gypsophiloides Moric., Pl. Nouv. Amer. 52, t. 35. 1838. Figs. 2c; 7g-l

Erva ereta, ca. 30 cm, caule ramificado a partir da porção mediana, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,5-1,5 cm compr., seríceo, glabrescentenos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,8-2,2 × 0,1-0,2 cm, lineares, elípticas, base cuneada, ápice agudo, subagudo, face adaxial esparsamente serícea, face abaxial densamente serícea, fortemente discolor, margem plana, membranácea; pecíolo ausente. Inflorescência corimbiforme, apical, 3-6 flores, pedúnculo ca. 3 mm compr., seríceo; bractéola 2-4 mm compr., lanceolada, serícea; pedicelo 2-3 mm compr., seríceo. Cálice com sépalas 3-5 mm compr., oblongas, elípticas, ovadas, base cuneada, ápice acuminado, seríceas, margem plana, as internascom margens escariosas. Corola ca. 1-1,2 cm diâm., tubo ca. 3 mm compr., infundibuliforme, levemente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 2,5 mm compr., antera ca. 2 mm compr., sagitada, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário ca. 1 mm compr., elipsoide; estiletes ca. 1,5 mm compr., parcialmente fusionado na base, lobos estigmáticos filiformes 5-8 mm compr.. Fruto ca. 2,5 mm compr., ovoide; sementes 3-4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Recife-Petrolina, 1.I.1979, fl., Andrade-Lima 79 (IPA).

Material examinado adicional: BRASIL. CEARÁ: Jaguaribe, 38°37’19”S, 05°53’26”W, 11.IV.2011, fl. e fr., A.M. Miranda 6288 (EAC, HST). Caridade, Fazenda Feijão, 04°13’56”S, 39°11’33”W, 25.III.1990, fl., B. Freitas 151 (EAC). Irauçuba, Cacimba Salgada, 03º 44’ 46”S, 39°46’59”W, 4.V.2001, fl. e fr., A.M.M. Carvalho (EAC 31756). São Gonçalo do Amarante, 03°36’26”S, 38°58’06”W, 26.VIII.2004, fl. e fr., L.V. Lima-Verde 3076 (EAC).

É endêmica do Brasil, onde está referida para as regiões Centro-Oeste, Nordestee Sudeste, nos domínios da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Em Pernambuco, está representada apenas por uma coleta, com localização imprecisa “percurso entre Recife e Petrolina”. Foi coletada com flores em janeiro. Apesar do esforço de coleta e busca em vários herbários, nenhum outro espécime desse táxon foi localizado para a área de estudo. Nesse sentido, esta espécie é considerada localmente extinta em Pernambuco (RE).

Nos acervos consultados, observou-se que E. gypsophiloides é frequentemente confundida com E. ericifolius Mart. ex Schrank por compartilharem folhas com indumento seríceos, discolores e inflorescência corimbiforme. Contudo, podem ser diferenciadas pela disposição (não adnatas ao caule em E. gypsophiloides vs. adnatas [escamiforme] em E. ericifolius) e tamanho das folhas (0,8-1,5 cm compr. vs. até 0,6 mm compr.), e ápice das sépalas (acuminado vs. obtuso a arredondado).

A literatura aponta que apesar das dimensões de folhas e entrenós serem utilizados na distinção dessas espécies, existem variedades, na circunscrição de E. ericifolius, que apresentam dimensões de entrenós e folhas que se sobrepõem às encontradas em E. gypsophiloides, tornando a delimitação frágil entre essas espécies. Entretanto, observamos que o ápice das sépalas é um caráter consistente para separá-las. Essa espécie pertence a seção Linoidei.

9. Evolvulus latifolius Ker Gawl., Bot. Reg., 5: t. 401. 1819. Figs. 2d; 9a-e

Subarbusto ereto, 40-60 cm alt., caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,5-3 cm compr., seríceo, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 2-5,5 × 0,6-2,5 cm, lanceolada a ovada, base cordada, truncada, obtusa, ápice agudo a subagudo, ambas faces seríceas, discolor, margem plana, membranácea; pecíolo ca. 3 mm compr., seríceo. Inflorescência axilar, 3-5 flores, pedúnculo ca. 1 mm compr., seríceo; bractéola 1-2 mm compr., ovada, serícea; pedicelo 2-3,5 mm compr., seríceo. Cálice com sépalas 4-5 mm compr., lanceoladas, base truncada, ápice agudo, seríceas, ciliadas, margem escariosa nas internas. Corola ca 1 cm diâm., tubo ca. 2 mm compr., rotácea, discretamente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 2 mm compr., antera 1-2 mm compr., oblonga, branca, vesículas epidérmicas presentes. Ovário ca. 1 mm compr., elipsoide; estiletes 2,5-3 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes ca. 2,5 mm compr. Fruto ca. 3 mm compr., ovoide; sementes 3-4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Bezerros, Parque Nacional de Serra Negra, 08°33’13”S, 37°55’47”W, 2.VI.1995, fl., M.R.C. Sales 144 (PEUFR); 10.X.1995, fl., M.C. Tschá 296 (PEUFR); 2.VI.1995, fl., M.R.C. Sales 78 (PEUFR). Brejo da Madre de Deus, baixo do Jatobá, 09°03’10”S, 36°34’16”W, 13.III2012, fl. e fr., A. Josinaldo 723 (IPA). Caruaru, Murici, 08°18’36”S, 36°00’00”W, 3.XI.1995, fl., L.F. Silva 85 (PEUFR). Floresta, Serra Negra, 29.V.1971, fl. e fr., E.P. Eringer et al. 965 (HST, IPA, PEUFR). Jataúba, Mata da Curuja, 17.VIII.1996, fl., J.E. Gomes 137 (HST); Fazenda Dalame, 9.IV.1966, fl., Andrade-Lima 66 (HST, IPA). Moreilândia, Sítio do Zé da Belina, 12.IV.2000, fl., F.S. Cavalcanti 740 (EAC).

Ocorre na Argentina, Brasil e Paraguai. No Brasil, está registrada nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul, nos domínios da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Em Pernambuco, ocorre no Agreste e nos Chapadões Cretáceos (Fig. 8), em Caatinga hipoxerófila, onde é mais abundante, e hiperxerófila, em altitudes de 471-1100 m. Floresce e frutifica de março a junho. É considerada localmente quase ameaçada (NT) por apresentar área de extensão de 21 mil km² e ocorre em áreas de caatinga prioritárias para conservação no município de Floresta.

Caracteriza-se por representar subarbustos eretos com lâmina foliar lanceolada a ovada, inflorescência axilar com 3-5 flores, pedúnculo ca. 1 cm diâm., sépalas com ápice agudo e corola rotácea. É morfologicamente próxima à E. phyllanthoides por compartilharem lâmina foliar ovada a lanceolada, serícea, inflorescência axilar, pedúnculo ca. 1 mm compr. e corola rotácea. Entretanto, podem ser diferenciadas pelo padrão de ramificação do caule (não filantóide em E. latifolius vs. filantóide em E. phyllanthoides), ápice das sépalas (agudo vs. subagudo) e presença de vesículas epidérmicas nas anteras (presente vs. ausente). A presença de vesículas epidérmicas nas anteras de E. latifolius é citado pela primeira vez aqui. Essa espécie pertence a seção Passerinoidei.

10. Evolvulus nummularius (L.) L., Sp. Pl. (2) 1: 391. 1762. Figs. 2e-f; 9f-j

Erva prostrada, 20-35 cm, caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,3-1,7 cm compr., piloso, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias presentes. Lâmina 0,6-1,4(-2,2) × 0,4-1,5(-2) cm, orbicular, raramente rotunda, base truncada a cordada, redonda, ápice obtuso, raramente truncado e emarginado, face adaxial glabra, face abaxial com tricomas restritos a nervura principal, margem inteira, membranácea, concolor; pecíolo 0,1-0,4(-1) cm compr., piloso. Inflorescência uniflora, axilar, 1-2 flores, pedúnculo ausente; bractéola 1-2 mm compr., lanceolada, glabra; pedicelo 1,5-3 mm compr., seríceo. Cálice com sépalas ca. 3 mm compr., ovais, lanceoladas, elípticas, oblongas, base cuneada, obtusa, ápice subagudo, cuspidado, obtuso, ciliada, margem inteira, escariosa nas internas. Corola 5-7 mm diâm., tubo 1-2 mm compr., infundibuliforme, levemente lobadas, branca, com apêndice obtuso entre os estames. Androceu com filete ca. 1,5-2,5 mm compr., antera ca. 1 mm compr., oblonga, sagitada, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário ca. 1 mm compr., globoide; estiletes 0,5-1 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes 2,5-4,5 mm compr. Fruto ca. 3-3,5 mm compr., ovoide; sementes 4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Gravatá, Subida da Serra da Russa, 08°12’ 04”S, 35°W 33’ 53”W, 13.III.1997, fl., A.M. Miranda 2614 (HST). Igarassu, 07°50’03”S, 34°54’23”W, 9.VI.1997, fl., L.B. Oliveira 132 (HST). Ilha Fernando de Noronha, 20.III.1998, fl. e fr., A.M. Miranda (HST 7846); 8.III.1999, fl. e fr., A.M. Miranda 3465 (HST, HUEFS). Olinda, Subida para o Santuário, 20.III.1997, fl. e fr., R.C. Andrade 34 (HST); 08°00’32”S, 34°51’19”W, 20.IX.1998, fl., R.C. Andrade et al. 37 (HST); 20.VIII.1998, fl., R.C. Andrade 36 (HST); 30.III.1998, fl., R.C. Andrade et al. 35 (HST). Paudalho, 12.VI.1998, fl. e fr., A.M. Miranda et al. 2987 (HST, HUEFS, UEC). Recife, BR 25 em direção à Gravatá, 5.VIII.1961, fl. e fr., S. Tavares 736 (HST, UFP); Praça de Dois Irmãos, 16.V.1997, fl., N. Dornelas (HST 6426, HCDAL 415); 14.IV.1936, S. Vasconcellos (IPA62); 18.VI.2006, fl., C.A. Ferreira 01 (HST); 28.V.2006, fl., C.A. Ferreira 02 (HST); 7.VII.1997, fl., R.C. Andrade 33 (HST). São Lourenço da Mata, Tapera, pastos, 2.IV.1925, fl., B. Pickel 908 (IPA). Tapacura, 11.V.2004, fl. e fr., S. Melissa 280 (UFP).

Espécie pantropical. Na América do Sul, ocorre desde o México até a Argentina. No Brasil, ocorre em todas as regiões e domínios fitogeográficos. Na área de estudo, o táxon é restrito as regiões fitogeográficas do Litoral e Mata Úmida (Fig. 8). Floresce e frutifica de março a junho. Essa espécie é considerada ruderal, pois corre em grandes populações em várias áreas ocupadas pelo o homem. É facilmente identificada por apresentar raízes adventícias no caule, lâmina foliar orbicular e corola branca. Essa espécie pertence a seção Alsinoidei.

11. Evolvulus ovatus Fernald., Proc. Amer. Acad. Arts 33(5): 89. 1897. Fig. 10a-f

Erva ereta ou subarbusto decumbente, ca. 8-30 cm alt., caule ramificado somente na base, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,4-1,8 cm compr., piloso, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,6-3,5(-4,3) × 0,4-1,5(-2) cm, oval, elíptica, raramente obovada e oblonga, base truncada, redonda, cuneada, ápice agudo a subagudo, ambas faces pilosas, margem inteira, membranácea, concolor; pecíolo 0,1(-2) cm compr., piloso. Inflorescência uniflora, 1(-2) flores, pedúnculo ausente; bractéola 1,5-3 mm compr., lanceolada, pilosa; pedicelo 1-3 mm compr., piloso. Cálice com sépalas 5-6 mm compr., lanceoladas, base cuneada, ápice agudo, pilosa, margem inteira. Corola 5-6 mm diâm., tubo ca. 1 mm compr., infundibuliforme, levemente sinuosa, áreas mesopétalas seríceas, azul, com apêndice obtuso abaixo da inserção dos estames. Androceu com filete ca. 1,5 mm compr., antera < 1 mm compr., elípticas, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Gineceu com ovário ca. 1 mm compr., globoide; estiletes ca. 1 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes 3,5-4 mm compr. Fruto ca. 2,5 mm compr., globoide compresso; sementes 4, ca. 1 mm compr., marrons.

Material examinado: Afrânio, Povoado Caboclo, 24.II.2012, fl., J.A. Siqueira-Filho 2765 (HVASF). Lajedo, 28.XII.1997, fl., L.B. Oliveira 180 (HST, HUTO, TEPB). Mirandiba, Fazenda São Gonçalo, 02.V.2008, fl. e fr., K. Pinheiro 573 (UFP); 7.V.2013, fr., A.C.P. Oliveira 2498 (HVASF); 31.III.2006, fl., M.T. Vital 29 (UFP); Fazenda Serra Vermelha, 4.V.2008, fl. e fr., K. Pinheiro 719 (UFP). Ouricuri, 4.V.1971, E.P. Eringer 488 (HST, IPA, PEUFR). Parnamirim, 13.VI.1984, F. Araujo 134 (HST, IPA). Salgueiro, 10.IV.2011, fl. e fr., F.F.F. Silva et al. 239 (HVASF, PEUFR); 12.V.2009, M. Oliveira 4094 (HVASF); 14.V.2009, fr., M.T. Buril 326 (HVASF, UFP). São Caetano, Capoeira, 22.VIII.1969, E.C. Tenório 900 (IPA). Serra Talhada, 17.IV.1971, fl., B.C. Academia 47 (IPA); Sítio Alegre, 7.V.2002, fl., V.C. Lima 92 (IPA). Pimenteira, 3.IV.2011, fr., T.G.C. Menezes 238 (HESBRA); 15.IV.2014, fl. e fr., S.S.Matos 508 (HESBRA); 10.VI.2006, fr., J.R. Maciel 537 (UFP). Triunfo, Carro Quebrado, 17.VI.1999, A.M. Miranda et al. 3521 (FCAB, HST, HUEFS).

Ocorre no México, Colombia, Venezuela e Brasil, onde está distribuída nas regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste, nos domínios da Amazônia, Caatinga e Cerrado. Em Pernambuco, ocorre no Agreste, Mata Serrana e Sertão Central (Fig. 8), em Caatingas hiperxerófila, onde é mais abundante, e hipoxerófila. Floresce e frutifica de fevereiro a agosto. É considerada localmente quase ameaçada (NT) por apresentar área de extensão de 22 mil km², apesar de ocorrer em áreas de proteção. Caracteriza-se pela combinação dos seguintes caracteres: ervas eretas ou subarbustos decumbentes, flores com pedúnculo ausente e corola com 5-6 mm diâm. É morfologicamente próxima de E. cordatus, e sua distinção foi discutida nos comentários dessa espécie. Essa espécie pertence a seção Alsinoidei.

12. Evolvulus phyllanthoides Moric., Pl. nouv. Amér: 82, t 54. 1840. Fig. 2g; 10g-l

Subarbusto ereto com ramos pendentes, 40-60 cm alt., caule filantóide, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,5-1,1 cm compr., piloso, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 1,5-2,5 × 0,4-1 cm, ovada a lanceolada, base subaguda, cuneada, ápiceagudo, ambas faces seríceas, levemente discolor, margem plana, membranácea; pecíolo ca. 1 mm comp., seríceo. Inflorescência em dicásio, axilar, 1-3 flores, pedúnculo ca. 1 mm compr., seríceo; bractéola ca. 1 mm compr., lanceolada, serícea; pedicelo 1-2,5 mm compr., seríceo. Cálice com sépalas 4-4,5 mm compr., estreitamente elípticas a lanceoladas, base cuneada, truncada, ápice subagudo, seríceas, margem escariosa nas internas. Corola 6-7 mm diâm., tubo ca. 1 mm compr., rotácea, discretamente lobada, áreas mesopétalas seríceas, branca, sem apêndice. Androceu com filete ca. 2 mm compr., antera ca. 1,5 mm compr., oblonga, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário ca. 1 mm compr., elipsoide; estiletes ca. 2,5 mm compr., livres, lobos estigmáticos clavados 1,5-2 mm compr. Fruto ca. 3 mm compr., ovoide; sementes 3-4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Exu, Serra do Araripe, 4.III.2011, fl., A. Josinaldo 124 (IPA). Triunfo, 07°50’17”25 S, 38°06’06”W, 25.V.1971, fl., B.C. Academia 930 (IPA); 07°50’17”S, 38°06’06”W, 25.V.1971, fl., B.C. Academia 90 (HST).

Material examinado adicional: BRASIL., CEARÁ: Aiuaba, Estação Ecológica de Aiu, 06°34’25”S, 40°07’25”W, 23.III.1984, fl. e fr., E. Nunes (EAC 12415). Ubajara, Planalto da Ibiapaba, 03°51’16”S, 40°55’16”W, 830 m, 21.VII.1994, F.S. Araújo 866 (EAC). Viçosa do Ceará, 03°33’44”S, 41°05’32”W, fr., A. Fernandes (EAC 3921).

É endêmica do Brasil, onde está referida para as regiões Nordeste, Sudeste e Norte nos domínios da Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Em Pernambuco, apresenta distribuição disjunta entre as regiões fitogeográficas dos Chapadões Cretáceos e Mata Serrana (Fig. 8), em Floresta Subcaducifólia e Carrasco. É representada apenas por três coletas e por isso consideramos rara no estado. Coletada com flores em março e frutos em maio. Esta espécie é considerada localmente em perigo (EN), apesar de ocorrer em áreas de caatinga preservadas e prioritárias para conservação. É morfologicamente próxima a E. latifolius, e sua distinção foi discutida nos comentários dessa espécie. Essa espécie pertence a seção Passerinoidei.

13. Evolvulus pterocaulon Moric., Pl. nouv. Amér: 140, t.84. 1844. Fig. 11a-f.

Subarbusto ereto, 30-60 cm alt., caule ramificado somente na base, linear, alado, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,3-4 cm compr., viloso, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 1-4,5 × 0,2-0,8 cm, lanceolada, base decurrente, ápice agudo a subagudo, ambas faces vilosas, concolor, margem plana, membranácea; pecíolo ausente. Inflorescência espiciforme, apical, 8-18 flores, pedúnculo ausente; brácteas ca. 8 mm compr., pilosa, lanceolada, semelhante as sépalas ao longo da inflorescência; pedicelo ausente. Cálice com sépalas 0,8-0,9 mm compr., lanceoladas, base truncada, ápice agudo, pilosas, margem não escariosa. Corola 0,8-1 cm diâm., tubo ca. 6 mm compr., hipocrateriforme, levemente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 2 mm compr., antera 1-1,5 mm compr., sagitada, branca, vesículas epidérmicas presentes. Ovário ca. 1 mm compr., globoide; estiletes ca. 4,5 mm compr., parcialmente fusionados na base, lobos estigmáticos filiformes ca. 5,5 mm compr. Fruto ca. 1,5 mm compr., globoide, compresso; sementes 3-4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Petrolina, UNIVASF, Campus Ciências Agrárias, 09°19’28,42”S, 40°35’55,58”W, 389 m, 18.V.2011, fl., F.C. Alencar 19 (HVASF).

Material examinado adicional: BRASIL. CEARÁ: Crateús, Reserva Serra das Almas, 05°04’59”S, 40°51’00”W, 650 m, 18.VII.2001, fl. e fr., M.S. Sobrinho (EAC 33480). Guaraciaba do Norte, 04°10’01”S, 40°44’51”W, 26.V.1981, fl., A. Fernandes (EAC 10333). PIAUÍ, Serra do Uruçui, 16.V.1984, fl., A. Fernades (EAC 12571). Piracuruca, 03°55’41”S, 41°42’33”W, 26.X.1976, fl., A. Fernandes (EAC 2992).

Ocorre na Bolívia, Venezuela e Brasil. No Brasil, é amplamente distribuída nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste, nos domínios da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Em Pernambuco, está restrita ao Sertão Central, na zona da caatinga, em Caatinga hiperxerófila (Fig. 8). A espécie é considerada rara para o estado por ser representada apenas por um espécime coletado. Foi coleta com flores em maio. Com base no critério B1a (extensão de ocorrência menor que 100 km² e número de localidade inferior a cinco), esta espécie é considerada criticamente ameaçada (CR). Na área de estudo é facilmente identificada pelo caule alado, inflorescência espiciforme e corola hipocrateriforme. Essa espécie pertence a seção Lagopodini.

14. Evolvulus sp1 (no prelo (Brittonia)).

Subarbusto decumbente, 14-18 cm alt., caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas desenvolvidas em tufos de folhas na axila foliar, entrenó 2-5 mm compr., seríceo, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,5-1,1 × 0,3-0,5 cm, elíptica, oblanceolada, base cuneada, ápice cuspidado ambas faces densamente serícea, discolor, margem plana, papirácea; pecíolo 0-1 mm compr., seríceo. Inflorescência glomeruliforme a espiciforme, apical, 3-6 flores, pedúnculo ausente; bractéola ausente, bráctea 0,7-2,5 cm compr., inferior oblanceolada, serícea em ambas faces, semelhante as folhas; superior linear, face adaxial glabra, face abaxial serícea, semelhante as sépalas; pedicelo ausente. Cálice com sépalas 4,5-5 mm compr., lanceoladas, base cuneada, ápice agudo, seríceas, margem não escariosa. Corola ca. 7 × 7 mm, tubo ca. 2 mm compr., infundibuliforme, levemente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 2 mm compr., antera ca. 1,6 mm compr., oblongas, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário 1,3 mm compr., ovoide; estiletes 2-3 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes 6-7 mm compr. Fruto e sementes não observados.

Material examinado: Taquaritinga do Norte, 11.X.2015, fl., M.T. Buril 1169 (PEUFR, RB).

Encontrada apenas no estado de Pernamnuco, Brasil, no domínio da Caatinga, em afloramento rochoso. Foi coletada com flores no mês de outubro. É próxima morfologicamente de E. glomeratus, mas difere por apresentar corola infundibuliforme (vs. hipocrateriforme em E. glomeratus), anteras sem vesícula epidérmicas (vs. presença de vesículas) e ovário ovoide (vs. globoide). Essa espécie pertence a seção Involucrati.

15. Evolvulus saxifragus Mart., Flora 24 : 2. 1841. Figs. 2h-i; 11g-l

Subarbusto decumbente, 25-30 cm alt., caule ramificado desde a base, sinuoso, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,4-1,8 cm compr., seríceo, presença de pequenos tufos na axila das folhas basais. Lâmina 1-3,7 × 0,1-0,7 cm, elíptica, oblonga a linear, base cuneada, ápice agudo a subagudo, mucronado, face adaxial esparsamente serícea a glabrescente, face abaxial serícea, margem inteira, cartácea, concolor; pecíolo 0-1 mm compr., glabro. Inflorescência axilar 1-4 flores, pedúnculo 1,4-2,4 cm compr., esparsamente seríceo; bractéola 1,5-2,5 mm compr., lanceolada, glabrescente; pedicelo 0,4-0,9 mm compr., esparsamente seríceo. Cálice com sépalas 2,5-3 mm compr., lanceoladas, base cuneada, obtusa, ápice acuminado, seríceas, margem inteira, escariosa nas internas. Corola 1-1,2 cm diâm., tubo ca. 1,5 mm compr., rotácea, discretamente lobada, azul, com apêndice agudo entre a inserção dos estames. Androceu com filete ca. 2,5 mm compr.; antera ca. 1,5 mm compr., oblonga, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário ca. 1 mm compr., globoide; estiletes < 1 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes 4-5 mm compr. Fruto 2-3 mm compr., globoide, compresso; sementes 4, ca. 1 mm compr., enegrescidas.

Material examinado: Arcoverde, 30.VII.1973, M. Ataíde (HST 7962, IPA 6288). Bezerros, Distrito de Sapucarana, 31.VII.2005, fl. e fr., P. Gomes 91 (UFP). Bom Jardim, Pedra da Guia, 07°47’45”S, 35°35’14”W, 13.VIII.1988, fl., L.P. Félix 1699 (HST). Brejo da Madre de Deus, Serra do Ponto, 26.IV.2001, fl. e fr., L.M. Miranda 521 (PEUFR). Custódia, 15.IV.2009, M. Oliveira 3932 (HVASF). Mirandiba, Serra do Tigre, 30.V.2006, K. Pinheiro 213 (HUEFS). Petrolina, 12.05.1918, fl., H.M. Curran 242 (NY). Serra Talhada, Estrada de Varzinha, 18.III.2014, fl. e fr., L. Maciel 237 (HESBRA). Triunfo, Sítio Santa Rita, 07°49’23”S, 38°03’52”W, 15.VII.2010, fl. e fr., A.P. Fontana 6282 (PEUFR) 15.VII.2010, fl., A.P. Fontana 6982 (HVASF); Lagoa do Mariano, 10.III.1995, fr., A.M. Miranda 2170 (EAC, HST, INPA); 27.VIII.1996, fr., A.M. Miranda 2469 (HST, HUTO), 18.VI.1999, fl. e fr., A.M. Miranda 3541 (ALCB, FUEL, HST, HUESB); Lagoa Nova, 7.VI.1997, R.C. Andrade 18 (FCAB); 8.VI.1997, fl. e fr., R.C. Andrade 24 (HST, HUESB, IPA); Subida pra o Pico do Papagaio, 19.VI.1999, fl. e fr., A.M. Miranda et al. 3553 (ALCA, HST, MAC); 8.VI.1997, fl. e fr., R.C. Andrade 22 (ALCB, COR, EAC, FCAB, FUEL, HST, HUEFS, HUTO, HUESB, SLUI); 8.VI.1997, fl. e fr., R.C. Andrade 23 (HST, INPA, UEC); 30.IV.1996, fl. e fr., L.P. Félix & A.M. Miranda (HST 5872); Açude dos Borges, 26.II.1986, V.C. Lima 101 (HST, IPA).

Endêmica do Brasil, ocorre nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste, nos domínios da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Em Pernambuco, ocorre nas regiões fitogeográficas de Mata Seca, Agreste, Sertão Central, Mata Serrana e Sertão do São Francisco (Fig. 12). A espécie é restrita a afloramentos rochosos associados à Floresta Subperenifólia e Caatinga hiperxerófila, em altitudes de 58-1050 m. Flores e frutos observados de fevereiro a agosto. A espécie é considerada localmente quase ameaçada (NT) por apresentar extensão de ocorrenência de 31 mil km².

É caracterizada por apresentar subarbustos decumbentes, caule sinuoso, lâmina foliar elíptica, oblonga a linear, concolor e serícea a glabrescente. A distinção desta espécie com E. filipes foi discutida nos comentários dessa última. Nos acervos visitados, E. saxifragus é frequentemente confundida com E. linarioides Meisn. por compartilharem hábito subarbustivo decumbente, lâmina foliar elíptica a linear e corola de 1-2,2 cm de diâm. Entretanto, E. saxifragus pode ser diferenciada por presentar folhas maiores 1-3,7 cm compr. com face adaxial esparsamente serícea a glabrescente, abaxial serícea, flor com pedicelo mais rígido com tamanho variado e bractéolas menores 1,5-2,2 mm compr. (vs. folhas com até 1 cm compr., ambas faces seríceas, pedicelo maior que o pedúnculo e delicado; bractéolas maiores 2,5-3 mm compr. em E. linarioides). Essa espécie pertence a seção Alsinoidei.

16. Evolvulus sericeus Sw., Prod. Veg. Ind. Occ.: 55. 1788. Fig. 13a-f

Erva prostrada ou ereta, 15-27 cm, caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,5-0,8 cm compr., seríceo, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,7-2,5 × 0,2-0,7 cm, ensiforme, ovada, elíptica, base cuneada, ápice agudo, face adaxial glabra ou esparsamente serícea, face abaxial serícea, margem inteira, cartácea, concolor ou discolores, dística; pecíolo 0-1 mm compr., seríceo. Inflorescência axilar 1-2 flores, pedúnculo ausente; bractéola ca. 2 mm compr., lanceolada, serícea; pedicelo ca. 1 mm compr., seríceo. Cálice com sépalas ca. 4 mm compr., lanceoladas, base cuneada, ápice agudo, serícea, escariosa nas internas. Corola ca. 1 cm diâm., ca. 1,5 mm compr., rotácea, discretamente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 2 mm compr.; antera ca. 1 mm compr., oblonga, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário ca. 1 mm compr., globoide; estiletes ca. 2 mm compr., livres, lobos estigmáticos filiformes ca. 3 mm compr. Fruto ca. 3-3,5 mm compr., ovoide; sementes 4, ca. 1 mm compr., enegrescida.

Material examinado: Betânea, 1.VI.2002, fl., C.H.M. Fernandes 65 (NYBG). Jaboatão dos Guararapes, 7.IX.1924, B. Pickel 793 (IPA). São Lourenço da Mata, 23.IV.1934, fl., B. Pickel 3547 (IPA, NYBG); Mata do Conde, Fazenda Estivas, 10.I.2000, fl., M. Oliveira 530 (UFP).

Material examinado adicional: PIAUÍ, Gilbués, 09°49’54”S, 45°20’38”W, 5.V.1995, fl. e fr., S.M. Rodrigues 359 (HST).

Ocorre dos Estados Unidos até a Argentina. No Brasil, é registrada em todas as regiões e domínios fitogeográficos. Em Pernambuco, a espécie apresenta distribuição disjunta entre as zonas Litoral e Sertão Central (Fig. 12), em Floresta Subperenifólia e Caatinga hiperxerófila, respectivamente. Foi coletada com flores em janeiro a maio e frutos em maio. Com base no critério B1a (extensão de ocorrência menor que 5 mil km² e número de localidade menor que cinco), esta espécie é localmente considerada em perigo (EN).

Evolvulus sericeus inclui ervas prostradas com lâmina foliar ensiforme, elíptica, ovada, face abaxial serícea e adaxial glabra a esparsamente serícea e flores sem pedúnculo. É morfologicamente semelhante a E. tenuis por compartilharem hábito prostrado e folhas com base cuneada. Entretanto, E. sericeus pode ser distinguida por apresentar folhas com face abaxial serícea, adaxial glabra e flores sem pedúnculo (vs. ambas faces vilosas e flor pedunculada em E. tenuis). A espécie pode ser também confundida com E. filipes por compartilharem hábito decumbente e folhas concolores. Entretanto, E. sericeus pode diferenciada por apresentar folhas ensiformes, flor sem pedúnculoe corola ca. 1 cm diâm. (vs. elípticas, oblanceoladas; flor pedunculada e corola ≤ 4 mm diâmem E. filipes). De acordo com Ooststroom (1934)Ooststroom SJ (1934) A monograph of the genus Evovulus. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteitte Utrecht 14:1-267., os espécimes que apresentam hábito ereto pertencem à variedade sericeus, enquanto os que são prostrados pertencem à variedade holosericeus. Em Pernambuco, foi registrada toda esta amplitude morfológica, no entanto, preferimos não adotar as variedades, visto que consideramos como um contínuo de variação e por apresentarem o mesmo padrão geográfico na área de estudo. Essa espécie pertence à seção Alsinoidei.

17. Evolvulus tenuis Mart. ex. Choisy, Mén. Soc. Phys.Genéve. 8(1): 78. 1838. Fig. 13g-l

Subarbusto prostrado, 17-35 cm, caule ramificado desde a base, linear, alas ausentes, gemas ausentes na axila foliar, entrenó 0,4-1,5 cm compr., viloso, glabrescente nos ramos velhos, raízes adventícias ausentes. Lâmina 0,5-2 × 0,2-1,2 cm, oval, elíptica, raramente obovada, base cuneada, ápice subagudo a agudo, ambas faces vilosas, margem inteira, cartácea, concolor; pecíolo 0-2 mm compr., viloso. Inflorescência axilar 1-3 flores, pedúnculo 0,5-2,7 cm compr., viloso; bractéola 1,5-3 mm compr., lanceolada, vilosa; pedicelo 0,5-1,5 mm compr., viloso. Cálice com sépalas 2,5-3 mm compr., lanceoladas, base cuneada, ápice agudo, seríceas, margem inteira, não escariosas. Corola ca. 1,5 cm diâm., tubo ca. 1 mm compr., rotácea, discretamente lobada, azul, sem apêndice. Androceu com filete ca. 3 mm compr., antera ca. 1,5 mm compr., oblonga, branca, vesículas epidérmicas ausentes. Ovário ca. 1 mm compr., globoide; estiletes ca. 1 mm compr., livres lobos estigmáticos 5-5,5 mm compr. Fruto 2-3 mm compr., ovoide; sementes 2-3, ca. 1 mm compr., marrons.

Material examinado: Exu, Serra do Araripe, 07°30’43”S, 39°43’27”W, 5.VIII.1986, fl., V.C. Lima 331 (HST, IPA). Flores, Serra das Letras, 14.IV.2015, fl., M. Oliveira 5914 (HUEFS). Gravatá, Serra Grande, 10.X.1935, fl., J.G.P. Sobrinho 4068 (IPA).

Material examinado adicional: BRASIL. MARANHÃO: Tasso Fragoso, 08°28’31”S, 45°44’34”W, 13.V.2009, fl. e fr., A.M. Miranda 5971 (HST). PIAUÍ: Amarante, Araras, 06°14’28”S, 42°51’17”W, 3.III.2005, fl. e fr., A.M. Miranda et al. 4996 (HST).

Ocorre desde o México até a Argentina. No Brasil apenas não está registrada no Sul. Em Pernambuco, ocorre na Zona da Mata e nos Chapadões Cretáceos na Zona do Sertão (Fig. 12), em Floresta Subperenifólia e Carrasco. Foi coletada com flores nos meses de abril, agosto e outubro. Baseado no critério B1a (extensão de ocorrência menor que 5 mil km² e número de localidade menor que cinco), esta espécie é considerada localmente em perigo (EN). A distinção de E. tenuis e E. sericeus foi discutida anteriormente. Essa espécie pertence a seção Alsinoidei.

Agradecimentos

Agradecemos à Universidade Federal Rural de Pernambuco e ao Programas de Pós-Graduação em Botânica (PPGB-UFRPE) o suporte institucional e logístico. O primeiro autor agradece a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) a concesão da bolsa de Mestrado, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/PVE PVE 314725/2014-8) o suporte financeiro, ao Laboratório de Sistemática de Angiosperma o espaço, infraestruturae condições para o desenvolvimento da pesquisa, aos curadores e técnicos de herbários que foramvisitados por sua prontidão durante a consulta das coleções botânicas e a Regina Carvalho as ilustrações botânicas.

Referências

  • Andrade-Lima D (1960) Estudos fitogeográficos de Pernambuco. Arquivos do Instituto de Pesquisas Agronômicas 5: 305-341.
  • BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.
  • Buril MT, Delgado G, Barbosa MRV, & Alves M (2013) Convolvulaceae da Região do Cariri Paraibano. Revista Nordestina de Biologia 21: 3-26.
  • CRIA (2016) Geoloc. Disponível em < http://splink.cria.org.br/>. Acesso em 23 novembro 2017.
    » http://splink.cria.org.br/
  • Delgado-Júnior Buril MT, & Alves M (2014) Convolvulaceae doParque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 65: 425-442.
  • Falcão JIA (1971) Monografia do gênero Evolvulus L. no Brasil (Convolvulaceae). Rodriguésia 26:1-90.
  • Falcão JIA (1977) Contribuição ao estudo das Convolvulaceae da Bahia. Rodriguésia 29:41-101.
  • Falcão WFA (1978) Contribuição ao estudo das Convolvulaceae do Espírito Santo. Rodriguésia 33:56-101.
  • Falcão WFA (1984) Contribuição ao estudo das Convolvulaceae do Ceará. Rodriguésia 36:58-57.
  • Ferreira PPA, Simão-Bianchini R, & Miotto STS (2014) O gênero Evolvulus L. (Convolvulaceae) na Região Sul do Brasil. Iheringia, Série Botãnica 69: 201-214.
  • Harris J, & Harris M (2001) Plant identification terminology: an illustrated glossary. 2a ed. Spring Lake Publishing, Utah. 216p.
  • Hijmans RJ, Cruz M, Rojas E, & Guarino L (2001) DIVA-GIS, Version 1.4. A geographic information system for the management and analysis of genetic resources data.
  • IUCN (2017) Guidelines for using the IUCN red list categories and criteria, version 13. Disponível em <https://www.iucnredlist.org/resources/redlistguidelines> Acesso em 7 fevereiro 2018.
    » https://www.iucnredlist.org/resources/redlistguidelines
  • Jacomine PKT, Almeida JC, & Medeiros LAR (1973) Levantamento exploratório - reconhecimento de solos do estado de Pernambuco. Superintendencia do Desenvolvimento do Nordeste, Recife, PE. Boletim Técnico 1: 1.
  • Giulietti AM, & Queiroz LP (2006) Apium Plantae. Vol. 3. IMSEAR, Recife. 130p.
  • Junqueira MER, & Simão-Bianchini R (2006) O gênero Evolvulus L. (Convolvulaceae) nomunicípio de Morro do Chapéu, BA, Brasil. Acta Botânica Brasilica 20: 152-172.
  • Meissner CF Convolvulaceae (1869). In: Martius CPF, & Eichler AG. (org.) Flora brasiliensis 72-124.
  • Mori AS, Silva LAM, Lisboa G, & Coradin L (1989) Manual de Manejo do Herbário Fanerogâmico. 2a ed. Centro de Pesquisas do Cacau, Itabuna. 104p.
  • Ooststroom SJ (1934) A monograph of the genus Evovulus. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteitte Utrecht 14:1-267.
  • Patil A, & Dixit VK (2009) Anxiolytic activity of Evolvulus alsinoides and Convolvuluspluricaulis in rodents. Pharmaceutical Biology 47:44-451.
  • Queiroga CS (2013) Novas substâncias isoladas de Evolvulus linarioides Meisn. (Convolvulaceae). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Paraíba, Paraíba. 87p.
  • Silva CV (2008) O gênero Evolvulus L. (Convolvulaceae) no estado de São Paulo e no Distrito Federal, Brasil. Dissertação de Mestrado. Instituto de Botânica, São Paulo. 72p.
  • Silva CV (2013) Revisão taxonômica de Evolvulus L.-seção Phyllostachyi Meisn. (Convolvulaceae). Tese de Doutorado. Instituto de Botânica, SãoPaulo. 133p.
  • Silva FBR, Riché GR, Tonneau JP, Souza Neto NC, Brito LTL, Correia RC, Cavalcanti AC, Silva FHBB, Silva AB, Araújo Filho JC, & Leite AP (1993) Zoneamento agroecológico do Nordeste, diagnóstico do quadro natural e agrossocioeconômico. Embrapa, Petrolina. 387p.
  • Souza V, & Lorenzi H (2012) Botânica sistemática. Guia ilustrado para identificação das familias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil. 3a ed. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa. 768p.
  • Stefanovic S, Austin DF, & Olmstead RG (2003) Classification of Convolvulaceae: a phylogenetic approach. Systematic Botany 28: 797-806.
  • Stefanovic S, Krueger L, & Olmstead RG (2002) Monophyly of the Convolvulaceae and circumscription of their major lineages based on DNA sequences of multiple chloroplast loci. American Journal of Botany 89: 1522.
  • Thiers B [continuously updated] Index herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em <http://sweetgum.nybg.org/science/ih/> Acesso em 2 janeiro 2018.
    » http://sweetgum.nybg.org/science/ih/

Editado por

Editor de área: Dr. Rafael Pinto

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Nov 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    28 Ago 2018
  • Aceito
    17 Dez 2018
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br