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O "POVO BRASILEIRO" VISTO PELAS ELITES: REPERTÓRIOS E FRONTEIRAS SIMBÓLICAS DA DESIGUALDADE BRASILEIRA

Resumo

Analisamos os repertórios culturais mobilizados pelas elites brasileiras para definirem o "povo". Utilizamos dados de um survey e de entrevistas em profundidade para captar como elites políticas, burocráticas e empresariais no Brasil veem temas relacionados à pobreza e à desigualdade. Nossos dados indicam que as elites reconhecem a pobreza como um problema estrutural que deve ser resolvido pelo Estado, mas ao mesmo tempo se mostram descrentes quanto à sua solução, demonstrando uma visão fatalista sobre o assunto. Argumentamos que esse fatalismo está relacionado à maneira como essas elites definem os pobres, frequentemente generalizados como o "povo brasileiro", visto como pouco organizado, passivo, ignorante e irracional. Argumentamos também que, ao definir os pobres, as elites traçam uma fronteira simbólica entre um setor ativo, que as inclui, e outro passivo, composto pelo povo. O estudo aborda também os efeitos dessas fronteiras simbólicas na desigualdade brasileira.

Palavras-chave
Desigualdade; Distância social; Elites; Fronteiras simbólicas; Pobres

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