Resumo
O artigo analisa a cena teatral carioca e paulista em dois momentos significativos da história cultural e urbana dessas cidades. O primeiro remonta ao final do século XIX e às décadas iniciais do XX, quando o teatro serviu à retradução simbólica das hierarquias que estruturaram a vida social da belle époque carioca. O segundo momento, centrado nos anos 1940 e 1950, acompanha o acerto dos ponteiros da cena teatral paulista com o relógio internacional. A armação comparativa tem aqui caráter de experimento sociológico. De um lado, recuperar o movimento nem sempre linear de absorção e expansão desse fazer artístico em ambientes urbanos tensionados pela aposta na cultura como meio e suporte para a cristalização de conteúdos diversos da modernidade em curso. De outro lado, desvelar as transformações das relações de gênero no teatro, a partir das carreiras de Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Cacilda Becker (1921-1969).
Palavras-chave
Cena teatral; cena teatral no Rio de Janeiro; cena teatral em São Paulo; palcos e público; relações de gênero