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Podridão-negra causada por Rosellinia pepo, uma nova doença do craveiro-da-índia no Brasil

O craveiro-da-índia, planta da família Myrtaceae, que atinge normalmente mais de 12 metros de altura, é originária das Ilhas Molucas, Indonésia, e foi introduzida no Brasil pelos portugueses. A planta é cultivada, principalmente, na região conhecida como Baixo Sul, local onde também se cultiva cacaueiro no sul da Bahia. Seu principal uso é na culinária, tanto na forma in natura quanto industrializada. Durante levantamentos realizados no município de Ituberá, em 2006, foram observados craveiros apresentando sintomas de murcha, amarelecimento e seca das folhas as quais permaneciam aderidas às plantas por algum tempo. Dependendo da idade, apenas uma parte da planta exibia tais sintomas, ocorrendo progressivamente sua desfolha e morte. Ao se inspecionar o sistema radicular, até ao nível do coleto, observava-se os sintomas diagnósticos da doença e os sinais típicos do patógeno. Após a remoção da casca, notava-se sobre o lenho, a presença de rizomorfas esbranquiçadas, em forma de leque ou estrela, típicas do fungo Rosellinia pepo. Dematophora sp., seu anamorfo, foi isolado em BDA e inoculado em mudas de cravo com quatro meses de idade, após ser cultivado por 20 dias em um meio preparado com fubá-de-milho e secções de folhas secas de cacaueiro (1:1 p/p). Os primeiros sintomas da doença e os sinais típicos do patógeno foram observados 32 dias após as inoculações, sendo o fungo re-isolado de todas as plantas inoculadas. Este é o primeiro relato do fungo R. pepo causando podridão de raiz em craveiro-da-índia.

Syzygium aromaticum; Dematophora sp.; eugenol; podridão de raízes


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