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A MOBILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA E O DESENCADEAMENTO DA LUTA ARMADA NO BRASIL EM 1968: notas historiográficas e observações críticas* * Versões preliminares deste texto foram expostas e discutidas na 40ª Reunião Anual da SBPC (São Paulo, julho de 1988) e no XII Encontro Anual da ANPOCS (Águas de São Pedro, outubro de 1988). Elaborei-o no âmbito de um esforço comum, que venho desenvolvendo juntamente com Irene Cardoso, Elizabeth Lobo e Marco Aurélio Garcia no sentido de trazer para o trabalho acadêmico o exame das diferentes dimensões da resistência anti-ditatorial durante os “anos de chumbo”, o sombrio drama político de nossa geração.

As importantes mobilizações de massa de 1968, impulsionadas principalmente pelos estudantes, obedeceram a fatores preponderantemente internos, assim como as primeiras ações armadas urbanas ocorridas em São Paulo no mesmo momento (março-abril de 1968). Embora não estejam casualmente concatenadas, as passeatas estudantis e os grupos guerrilheiros remetem à mesma causa histórica, o golpe de Estado de 1964 e a ditadura militar. Constituíram, nesta medida formas distintas de resistência democrática. Nem por isso se pode perder de vista a dimensão internacional dos acontecimentos de 1968 no Brasil, que é particularmente evidente nas concepções teóricas sobre a estratégia revolucionária da guerrilha rural. Na prática, entretanto, a luta armada fixou-se nos centros urbanos e acabou por ser aniquilada antes de superar seu "impasse estratégico".

Brasil: luta armada; movimento estudantil; história; evento; processo; estratégia; tática; guerra revolucionária


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